Sábado, 2 de dezembro de 2023 - 08h15
O livro de narrativas
biográficas “Vivências Amazônicas”, organizado por Izabel Cristina da Silva,
Vânia Beatriz Vasconcelos de Oliveira, Jacqueline Palhano de Alencar e
Rosângela Arend, uma produção coletiva da Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil-Coordenação de Rondônia-AJEB-RO, publicado pela Temática
Editora & Cursos é, de fato, como escrito na sua orelha “uma grande bacia”,
porém não hidrográfica e sim das experiências, das vivências de mulheres
diversas da Amazônia. É uma espécie de caleidoscópio de vidas de mulheres que
são amazônicas em todos os sentidos, inclusive por serem guerreiras e,
genuinamente amazônicas por mais que tenham nascido em lugares tão diversos
quanto o Rio Grande do Sul, Ceará, Minas Gerais, Paraná, São Paulo ou lá em
Puerto Suárez, Santa Cruz na Bolívia. São também das mais diversas formações
como agricultoras, advogadas, psicólogas, empresárias, chefs de cozinha, educadoras ou até mesmo com múltiplas atividades,
porém todas tem em comum o fato de terem superados os obstáculos e serem
capazes de contar algumas suas próprias vidas, outras a de pais ou avós, mas
sempre vivências que enriquecem quem lê, com a multiplicidade de uma floresta amazônica. Como se trata de uma
obra organizada de forma simples, quase intuitiva, com as experiências contadas
de forma individual, sugiro uma leitura no tempo. Ler um pouco a cada dia e
usufruir das palavras que contam histórias de vida com um sabor verdadeiramente
amazônico e sem pretensão maior do que nos brindar com as passagens e emoções
de cada uma que, em alguns momentos, envolvem uma música, uma poesia, uma
explicação sobre os caminhos que tomaram. A verdade é que, como sou um leitor
voraz, não respeitei o conselho que dou: li tudo avidamente, de um gole só!
Mas, devo dizer que, em primeiro lugar, mergulhei nas pessoas que mais conheço,
e que, por razões lógicas, me tocaram mais. Ler sobre Jussara Gotllieb,
Cristina Dall”Agnol, Joana Joanora, Izabel Cristina da Silva, Flora Castelo
Branco, Mileni Mota e Ana Maria Tourinho-são as que me vêm à lembrança, agora,
foi como conversar com velhos amigos sobre os tempos passados. Talvez, me
perdoe se assim for, tenha escapado alguma. O que não escapou mesmo foi o
prazer em ler tantos relatos, tão ricos e tão diversas vivências dessas mulheres amazônicas que me fazem
endossar os versos de uma das organizadoras (Rosângela Arend) quando, com
precisão, escreve:
“Na
beira do igarapé
com
lutas intensas, com confiança,
com
coragem e esperança
conquistaram
essas terras.
São
guerreiras, são fortes, são mulheres do norte!”.
Enfim,
o livro não pode ser resumido. Tem que ser lido para ser ter uma visão da
grandeza das muitas vivências que a coletânea oferece. Leiam que, com certeza,
irão gostar.
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