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Silvio Persivo

Uma Copa ainda de jogos ruins



Se formos julgar a Copa do Mundo de 2010 pelo que aconteceu até agora somente poderemos dizer que seu nível é muito ruim. Depois de sete jogos quem apareceu melhor foi, sem dúvida, a Argentina, mas, muito longe de parecer grande coisa. A verdade é que os jogos tem sido feios, duros de assistir e isto tem se refletido no fato de que, até agora, foram marcados apenas 9 gols em 7 partidas, ou seja, a média de gols tem sido de 1,2 gols por jogo. O maior placar já ocorrido foi os 2x0 da Coréia do Sul na Grécia e o placar de 1x0 ocorreu três vezes e 1x1 duas vezes, ou seja, os resultados tem sido magros como o futebol. Aliás, a pobreza do jogo pode ser sintetizada pelo fato de que a grande sensação da Copa tenha sido um espetacular frango tomado pelo goleiro da Inglaterra, o Green, que até foi chamado de “goleiro calamidade” e “palhaço” pelo jornais ingleses, porém, sofreu mesmo foi o “efeito jabulani”, a rapidez que a bola toma com os chutes, o que foi também a infelicidade, maior ainda, pois, seu time perdeu, do goleiro argeliano Chaouchi que, embora menos espalhafatoso, também sofreu um gol que goleiro de seleção não poderia sofrer.

Efetivamente o futebol que vem sendo jogado não é de boa qualidade. Não dá para perdoar, como fazem alguns cronistas esportivos, dizendo que, como se trata do primeiro jogo, ninguém quer perder e se agrupa lá atrás para, pelo menos, empatar. Sempre foi assim. Ninguém gosta de entrar numa Copa perdendo, porém, vá lá que se fique no primeiro tempo atrás, contudo, depois que já se estudou a força do adversário sempre foi de praxe procurar o jogo, procurar vencer. Não é o que vem acontecendo. Os times parecem todos se comportar dentro de um esqueminha adrede preparado para matar o jogo do adversário, contudo, em compensação não fazem absolutamente nada. Um exemplo evidente disto foi que, no jogo de Gana e Sérvia o maior destaque foi uma jogada, na cobrança de falta, em que o Pantelic apareceu sozinho do lado direito, mas, não conseguiu dominar a bola. Aliás, o domínio da bola tem sido péssimo neste começo de mundial. Culpam a jabulani, que é muito rápida. É fato, no entanto, isto deveria ser, como tem sido, um grande problema para os goleiros. Seria de se esperar que atacantes, ou meias e alas, com bom nível técnico já tivesse aprendido a bater na bola. Não é o que tem acontecido. Para qualquer pessoa que saiba os fundamentos mínimos da bola fica claro que, pelo efeito que pega, esta não é uma bola que possa ser chutada com uma grande força, de vez que ele fará um desvio muito grande do calculo que se faz. Os jogadores, até aqui, parecem querer contrariar a lógica, daí, num jogo como o de Gana, os goleiros terem tido pouco o que fazer. Em certos momento apenas pelo jeito que o jogador corre para bater na bola já se percebe que irá para o espaço. Dá vontade de gritar: -Não é força; é jeito. Não adianta maltratar a jabulani. Ela requer carinho e jeito.

Fonte: Sílvio Persivo. 
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