Domingo, 2 de setembro de 2018 - 06h05
‘Devo lembrar que eu sabia tudo sobre futebol e por esse motivo o Walter me fez o convite. No dia 7 de setembro de 1968, la estava eu na cabine da Rádio Caiari no estádio Aluizio Ferreira comentando a partida de futebol entre o Ferroviário X Nacional de Manaus’
‘Pra encurtar a conversa sobre boemia, basta lembrar que eu morava no “Purgatório” junto com Manelão, Joveli, Isaias. Inclusive aquele episódio do Defunto que você conta no seu livro, foi comigo e não com Isaias’
João Dalmo
50 anos apresentando programas esportivos no rádio rondoniense
No
próximo dia 6 de setembro, João Dalmo vai festejar seus 50 anos como
apresentador de programas esportivos no rádio rondoniense em especial,
nas emissoras de Porto Velho. “No dia 7 de setembro de 1968, a convite
do Walter Santos atuei pela primeira vez, como repórter esportivo de uma
partida de futebol e foi pela rádio Caiari durante o jogo entre
Ferroviário X Nacional de Manaus”. João Dalmo até os dias atuais, apesar
de já estar aposentado, continua como apresentador de programa
esportivo. “Hoje faço parte da equipe esportiva da rádio FM Rondônia eu e
meu parceiro de longas datas Miguel Silva”. Por ser um apaixonado por
futebol, durante muitos anos atuou na Federação de Futebol de Rondônia
elaborando tabelas e regulamentos dos campeonatos coordenados pela
entidade. “Hoje a convite do Heitor Costa sou o Ouvidor da Federação”.
Além de todo seu envolvimento com o esporte, João Dalmo foi boêmio,
morou no famoso prédio “Purgatório” reduto de boêmios como Manelão.
“Aquela história do defunto, aconteceu foi comigo e não com o Isais”.
Que saber mesmo a história do João Dalmo? Acompanha a entrevista que segue.
E N T R E V I S T A
Zk – Vamos começar pela sua identificação?
João Dalmo
– Meu nome é João Dalmo Alves da Silveira, nasci em Porto Velho no dia
28 de fevereiro de 1947. Fui criado na Almirante Barroso precisamente no
bairro Santa Bárbara, minha infância foi jogando bola no campinho da
Favela onde existia o Dispensário. Perdi minha mãe (dona Elvira Oliveira
da Silveira) aos 16 anos de idade. Meu pai Luiz Alves da Silveira foi
estivador e guarda territorial. Estudei primeiramente no Grupo Escolar
Barão do Solimões e depois no Colégio Dom Bosco.
Zk – No próximo dia 7 de setembro você completa 50 anos de rádio, em especial, na área esportiva. Fala sobre essa trajetória?
João Dalmo
– Na minha época de criança o que se ouvia era rádio. Meu pai tinha um
aparelho de rádio Transglobe e eu menino ficava mexendo para ouvir os
jogos de futebol. Eu jogava futebol no juvenil do Ferroviário, depois
passei para o Aspirante que era o segundo time, joguei algumas vezes
pelo time principal. Acontece que na época, só tinha fera, na posição
que eu jogava ponta esquerda, tinha o Piabinha (craque) e o Frederico,
era quase impossível o técnico me escalar como titular. Em vista disso,
aos 20 anos de idade, resolvi pendurar as chuteiras. Parei com o futebol
de campo e fui para o Futebol de Salão (Futsal), aí participamos de
bons times, aliás, fizemos sucesso; era eu Ivo do Pedrinho, Doque e mais
uma rapaziada boa de futsal.
Zk – E o Dalmo comentarista de futebol quando surge?
João Dalmo –
Um dia o Walter Santos que já estava na Rádio Caiari transmitindo
futebol. Devo lembrar que eu sabia tudo sobre futebol e tinha um
pormenor eu gravava na mente, tudo o que os locutores falavam, por esse
motivo o Walter me fez o convite. No dia 7 de setembro de 1968, la
estava eu na cabine da Rádio Caiari no estádio Aluizio Ferreira
comentando a partida de futebol entre o Ferroviário X Nacional de
Manaus.
Zk – Você também se transformou num ótimo vendedor de cotas de patrocínio?
João Dalmo
– Pois é, a partir daquela participação como comentarista, partir pro
lado da venda de publicidade. Na época participávamos da super equipe
esportiva da Rádio Caiari: Eu atuava como repórter de pista, o Miguel
Silva como comentarista; José Ribamar, Walter Santos e Pinheiro de Lima
(narradores), chegamos a ter quatro narradores com a chegada do Sargento
Walci Vieira. Nossa equipe chegou a fazer coisas que só se via em
emissoras grandes como a Globo, que era transmitir simultaneamente de
quatro lugares diferentes: Vilhena, Guajará Mirim. Ji Paraná e Porto
Velho.
Zk – Qual a grande transmissão. Aquela que você considera inesquecível a que marcou sua vida esportiva?
João Dalmo –
Foram várias transmissões empolgantes. Hoje se conheço o Brasil, é
graças ao futebol, exemplo: decisão do campeonato Carioca. Como não
existia televisão em Porto Velho a gente vendia esses jogos e íamos
transmitir direto do Maracanã. Aonde tinha um jogo amistoso da Seleção
Brasileira à rádio Caiari estava lá. Eu ia sempre, porque além de
repórter era eu quem vendia as cotas e não tinha como ficar fora da
viagem.
Zk – E como foi que você se transformou em diretor de esportes da TV Rondônia?
João Dalmo –
Aconteceu o seguinte: Estava na rádio Caiari já como chefe da equipe,
quando um amigo meu la da TV Amazonas o Arnaldo Santos me ligou: “João
vai inaugurar a TV Rondônia e nós precisamos de um apresentador
esportivo, você não quer assumir esse cargo”? Terminei aceitando o
desafio. Tinha um detalhe, eu tinha que vender três cotas de patrocínio
que era 12 Mil Cruzeiros, vendi as cotas para a Construtora Alfa do
Antônio de Matos, Mineração Jacundá cujo gerente era nossa amigo Nelson e
para o Bazar Marleide do Queiroz. No dia 13 de setembro de 1974, com a
presença do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, Phelippe Daou e toda
cúpula da TV Amazonas foi inaugurada a TV Rondônia. Em toda cidade que
inaugurava uma TV era implantado o programa “A Bola é Nossa” que era
nada mais nada menos, que os 20 mais bonitos “Gols do Pelé” e o
apresentador só tinha que chamar a atenção do telespectador para
assistir os gols. Foi aí que deu a tremedeira!
Zk – Por quê?
João Dalmo
– Quando terminou a solenidade de inauguração por volta das 19 horas, o
doutor Phelippe Daou convidou todos para assistir o primeiro programa
esportivo da TV Rondônia e quem aparece como apresentador: Eu e o Miguel
Silva, Miguel que eu havia convidado para ser meu parceiro na venda das
cotas de patrocínio e nada mais justo que colocá-lo ao meu lado, aí nós
dois mais o apresentador que veio de Manaus e fez nossa apresentação.
Fomos nós que chamamos a matérias com os gols do Pelé. No dia seguinte o
doutor Phelippe Daou teve uma reunião comigo e me convidou para
continuar apresentando o programa. Fiquei 18 anos na TV Rondônia,
durante 8 anos apresentando “A Bola é Nossa” e depois que a Rede
Amazônia passou a transmitir os programas da Globo passei a apresentar o
Globo Esporte local, por dez anos.
Zk – Saindo da área esportiva. Vamos para o setor da Boemia?
João Dalmo –
Sempre gostei da boemia! Como falei, perdi minha mãe aos 16 anos e tive
que tocar o barco sozinho, éramos seis irmãos e meu pai começou como
estivador no Plano Inclinado, depois foi Guarda Territorial, ficou muito
conhecido como Guarda Silveira. Meu pai era analfabeto, mas, era muito
bem informado, por ser assíduo ouvinte de rádio. Devo esclarecer que
ganhei muito dinheiro com a TV Rondônia e a Rádio Caiari. Eu vendia
tanto que o doutor Phelippe Daou um dia me chamou para renegociar minha
participação na TV. Acontece que ele me entregava os tapes de futebol
por 5 Mil Cruzeiros, no primeiro eu já faturei 30 Mil, no segundo foi
pra 40 Mil aí após três meses, ele me chamou pra uma nova conversa e
falou: “Você tá ganhando mais que a TV” sugeriu que eu criasse uma
agencia de publicidade e que me pagaria 20% das publicidades que eu
levasse pra TV Rondônia e assim, nasceu a agencia J. Dalmo Publicidade e
Promoções.
Zk – Voltando ao boêmio?
João Dalmo –
Com dinheiro no bolso a gente faz muita coisa, aí fui pra noite, sempre
gostei da boemia, pra você ter idéia, na época criamos um conjunto que
tinha o Léo filho da dona Jóia do bloco, Neguinho Menezes, Miguel do
atabaque, e o Jorge Andrade voz e violão e eu tocava maraca. Chegamos a
nos apresentar no Cine Teatro Resk. Vivi por um tempo com a dona Maria
Eunice proprietária da boate “Nova Olinda” que é conhecida como Maria
Eunice. Ela foi uma pessoa maravilhosa na minha vida. Pra encurtar a
conversa sobre boemia, basta lembrar que eu morava no “Purgatório” junto
com Manelão, Joveli, Isaias. Inclusive aquele episódio do Defunto que
você conta no seu livro, foi comigo e não com Isaias.
Zk – Parou pra casar, com quem?
João Dalmo
– Fui casado e vivi durante 32 anos, com uma mulher maravilhosa que
Deus já chamou, Drª Salma Romiê que me deu quatro filhos. Constitui nova
família e ganhei mais três filhos que não gerei, mas, criei, por tanto,
são meus e agora me apareceu um novo filho gerado fora do casamento e
ainda me trouxe três netos. Eu o reconheci e ta tudo em paz
Zk
– Bom, no próximo dia 6 de setembro, você vai fazer uma festa para
comemorar seus 50 anos como comunicador na área esportiva. Como vai
acontecer essa festa?
João Dalmo – O cantor e compositor
Jorginho do Império é meu amigo de longas datas, nos comunicamos
constantemente e ele foi quem sugeriu: “João Dalmo essa data você não
pode deixar passar em branco, tem que fazer alguma coisa, manda minha
passagem que vou aí lhe ajudar”. Aí o Ernesto Melo que é meu primo se
propôs a também se apresentar com a Fina Flor do Samba e o Grupo Fala
Sério que é uma garotada que vi nascer e dei apoio se propuseram a se
apresentar sem cachê. Quer dizer, vai ser uma festa do samba a
comemoração dos meus 50 anos de Rádio.
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