Domingo, 28 de junho de 2020 - 07h45
Ao assumir o governo de Rondônia em janeiro do ano de 2003, Ivo Cassol nomeou secretário de cultura, o balconista da empresa de um dos que colaboraram com sua campanha, lá de Espigão do Oeste, seu nome Luiz Carlos Venceslau que por falta de conhecimento, sobre a pasta que acabara de assumir, iniciou sua gestão cometendo várias gafes em reuniões com o segmento.
POLEMICA COM CARNAVALESCOS
Como todos sabemos, o calo seco de qualquer administrador do segmento cultura e lazer, é o carnaval, em especial, os desfiles dos blocos e escolas de samba.
Assim sendo, logo após a festa do 4 de janeiro (em comemoração à instalação do estado), Luiz Carlos convocou os carnavalescos, dirigentes de blocos e escolas de samba, para uma reunião em seu gabinete, que à época, ficava na Esplanada das Secretarias.
No dia e hora marcada, os carnavalescos se reuniram, com o secretário e sua equipe, em seu gabinete, eu Silvio Santos, acompanhei a reunião como repórter cultural do jornal Diário da Amazônia. Luiz Carlos segundos antes de abrir os trabalhos, recebeu de um de seus assessores, um bilhete, que o informava que a Federação das Escolas de Samba - FESEC encontrava-se inadimplente, por não ter apresentado a prestação de contas, sobre os subsidiados passados pelo governo, no carnaval de 2002. Luiz Carlos sem nenhuma experiência em administração púbica, abriu a reunião literalmente chamando os carnavalescos de Ladrões. O clima ficou mais que tenso. Os olhares (inclusive os dirigentes das escolas de samba) se voltaram para o presidente da Fesec o Cabeleira, que pasmo, não sabia o que dizer. Eu ali sem poder dizer nada, pois estava como repórter. Ao terminar a reunião perguntei ao Cabeleira se ele realmente como presidente da Fesec não havia entregue em tempo hábil, a prestação de contas do convênio com o governo estadual e ele me garantiu, que a prestação de Contas havia sido apresentada e que estava aguardando o parecer do Tribunal de Contas e que ele Cabeleira, estranhou a colocação do Secretário e que iria tomar providencias etc.
ZEKATRACA X VENCESLAU
Passados alguns dias, estava na redação do Diário da Amazônia escrevendo nossa coluna, quando chega o secretário da Secel, procurando o João Zoghhbi e ao me ver, foi em minha direção dizendo: “Pois é Zekatraca, vou acabar com a mamata de vocês carnavalescos, pegarem dinheiro do governo e não prestar conta, vou acabar com a ladroagem”. Me levantei, fui pra cima do Luiz com sede de “sangue” e com o dedo em riste, só não o chamei de santo, mas, do palavrão que você imaginar denegri sua moral. A redação e todos os departamentos do Jornal pararam e vieram ver o escândalo que eu estava provocando. Luiz Carlos “meteu o rabo” entre as pernas e foi embora. Depois de tudo passado pensei: Dessa vez extrapolei, tô lascado...
MUDANDO O FLOR DO MARACUJÁ
Meu Boi Bumbá Corre Campo terminou sua apresentação no Flor do Maracujá de 2002, exatamente as CINCO E MEIA, do dia 30 de junho, dia da final da Copa do Mundo. Eu assisti o jogo fantasiado de Amo do Boi.
Como falei, depois daquele ‘pega’ com o secretário na redação do Diário imaginei, que jamais ele voltaria a me dirigir a palavra, mero engano.
No final do mês de maio de 2003, a assessoria do secretário de cultura me comunica que o secretário gostaria de conversar comigo em seu gabinete. Surpreso, acetei o convite e no dia e no horário marcado, cheguei ao gabinete do secretário e lá, já se encontravam seus assessores Paulo de Tarso, Ercio e Ronildo Carvalho entre outros. Convidei para me acompanhar o parceiro do site Talentos Brasil Sergio Ramos.
Quando entrei na sala, Luiz Carlos fez a seguinte pergunta: “Zekatraca, qual o problema do Flor do Maracujá? ”
Admirado respondi: O problema do Flor do Maracujá, é o Transporte dos Grupos! – E o que devemos fazer para melhorar isso? Então sugeri: O governo precisa deixar de se responsabilizar pelo transporte dos grupos, o que deve ser feito, é a Secel passar um valor em dinheiro aos grupos e estes, contratam por sua conta, os ônibus, só, que para dar certo, a Coordenação do Flor do Maracujá deve colocar no Regulamento, que o Grupo que não entrar na arena de dança, no horário marcado, perderá pontos por minuto de atraso.
Minha sugestão foi aprovada e até hoje, desde de 2003, as apresentações dos grupos folclóricos terminam no máximo a meia noite e meia.
Daí pra frente eu e o Luiz Carlos ficamos amigos de verdade e até hoje, sempre nos encontramos e lembramos o episódio da redação do Diário da Amazônia.
Sobre a reunião com os carnavalescos, o que aconteceu, foi que o funcionário responsável pelo Setor de Convênios da Secel, para ficar bem na foto com o secretário, passou o bilhete dizendo que a Fesec não havia prestado contas, o que foi comprovado depois, que era mentira.
A Reforma da Ivan Marocos
Luiz Carlos não tinha como tirar da Casa Cultura Ivan Marrocos, algumas entidades que estavam utilizando seus espaços, como academia de dança, escola de música, encontro e rodas de samba quase todos os dias, com direito a feijoada e outras iguarias, ainda por cima, o lado da rua Presidente Dutra não era murado o que facilitava os encontros. Então Luiz Carlos solicitou a desocupação da Casa e mandou colocar tapumes em toda sua volta.
EXPOSIÇÃO 500 PÁSSAROS
Luiz Carlos deu tanta sorte (ele me garantiu que tinha como fazer a reforma anunciada pois a Secel não tinha recursos para tal) pois, a Eletronorte estava correndo o Brasil com a Exposição “500 Pássaros” em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil e o procurou para saber sobre a possibilidade de utilizar a Casa da Cultura e foi informada, que a Casa estava prestes a entrar em reforma, só, que a Secretaria não tinha recursos para realizar a obra, foi então que a direção da Eletronorte se comprometeu a realizar a Reforma e no dia 02 de abril de 2004 a Casa da Cultura Ivan Marrocos foi reinaugurada com a Exposição da Eletronorte “500 Pássaros”.
Enquanto os convidados visitavam a exposição na Galeria Afonso Ligório, os Bois Bumbás Corre Campo, Az de Ouro e Diamante Negro se apresentavam em frente a Casa, no cruzamento das ruas Carlos Gomes com a Rogério Weber.
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