Sexta-feira, 3 de maio de 2019 - 06h00
Lenha na Fogueira
De como a Beth Carvalho falecida no último dia 30 de abril, no Rio de Janeiro, influenciou na minha vida como compositor de samba. Foi assim:
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No carnaval de 1966 o grande sucesso foi o samba tema do Bloco Cacique de Ramos do Rio de Janeiro gravado pela Beth Carvalho intitulado “Água na Boca” cujo refrão levantava até moribundo. “La la la ia lala, laia laia, lala laia Hê (Bis).
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Eu havia feito e 1960, uma marchinha carnavalesca e nunca mais tinha feito nenhuma música. Assim que terminou o carnaval de 1966, o Zé Carlos Lobo – Tucano, um dos fundadores da escola de samba Os Pobres do Caiari, passou a me instigar a compor uma samba, com um refrão parecido com o do Água na Boca e eu que nunca havia composto um samba, quando via o Zé Carlos até me escondia, para que ele não visse me perturbar com esse negócio de fazer um samba parecido com o do Cacique de Ramos.
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Não teve jeito, certa vez nos encontramos ao lado da Catedral do Sagrado Coração de Jesus e conversa vai conversa vem, ele voltou a insistir que eu fizesse um samba com o refrão no estilo daquele cantado pela Beth Carnaval.
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Me aperreou tanto, que fomos para o Bar do Canto e ali nasceu o Samba “Rondônia Futuro do Brasil” que de carnavalesco mesmo só tinha o refrão, realmente parecido com o do Água na Boca.
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Zé Carlos gravou a música e levou a Mestre da Banda de Música da Guarda Territorial conhecido como Mestre Louro para que ele fizesse o arranjo do samba.
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Chegou o carnaval de1977 e mais uma vez, após ingerirmos umas batidas de Amendoim no Bar do "Suruca", que ficava ao lado do Bancrévea Clube na esquina da Campos Sales com a Carlos Gomes e após a meia noite, resolvemos ir brincar carnaval no Bancrévea Clube. A orquestra Jaz Brasil tinha justamente o Mestre Louro como trompetista, Manga Rosa no trombone de vara, João Miguel no sax, Adamor na bateria, Valdemar no banjo e seu Wilson no pandeiro.
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Não sei se o Mestre Louro viu a gente entrando no clube ou foi mera coincidência. Pois quando pisamos no batente do portão de entrada do clube, o Jaz Brasil atacou os acordes do refrão do nosso samba.
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Até hoje jamais senti emoção igual. Nos abraçamos eu e o Zé Carlos Lobo chorando emocionado por ter nosso samba tocado no clube mais chic da cidade, o Bancrévea Clube.
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Pois é, graças à gravação do samba Água na Boca para o carnaval de 1966 por Beth Carvalho, passamos a ser compositor de samba, fato que acontece até nos dias de hoje.
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Quer dizer, sem querer, a Beth Carvalho também é Madrinha do Samba de raiz de Porto Velho e em especial, desse amigo que vos escreve essas mal traçadas linhas.
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Por falar nisso, no próximo sábado estaremos nos apresentando no Projeto Samba Autoral cantando algumas composições de nossa autoria.
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Não tenho dúvida de que a turma do Asfaltão coordenadora do Samba Autoral, vai nos orientar a prestar homenagem a Beth Carvalho, interpretando algumas de suas canções.
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Se isso acontecer, cantarei o samba “Água na Boca” aquele que me inspirou a compor meu primeiro samba. Vamos lá amigos sambistas, prestigiar os nossos autores.
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Sem sombra de dúvida, o samba de Porto Velho conta com uma ala de compositores do melhores do Brasil.
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Vai sábado ao Samba Autoral conferir, Waldison Pinheiro, Makumbinha, Mávilo Melo, Piaba, Toninho Tavernard, Oscar Knightz, Zé Baixinho, Bainha, Silvio Santos, Ernesto Melo, Walber do Cavaco, As Pastoras Silvia, Vanilce, Vilma, Léia e Cristina entre outros.
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Só para lembrar. Hoje tem seresta no Mercado Cultural com Ciro Rodrigues e Zezinho dos Teclados e convidados. A roda musical começa as 19h30 e entrada é franca.
EDUCAÇÃO
Livro destaca importância da educação para um mundo melhor
Mostrar que cada família é única e que a educação é a melhor forma de obter bons resultados. Essa é a mensagem transmitida pelo livro “Desafio de Educar – Volume 2 – A educação é a base para um mundo melhor!”. Com coordenação editorial da psicóloga e palestrante Livia Marques, a obra conta ao todo com 24 coautores das áreas de saúde e educação.
Para a autora, a principal ideia é trabalhar a educação das crianças e adolescentes da melhor forma possível com amor, diálogo, empatia e compaixão para se estabelecer uma relação saudável e afinada. “Socialmente, parece que temos um padrão ou uma receita de bolo afirmando que errar é inadmissível. Por isso, buscamos também acalentar o coração do adulto, que às vezes fica cansado e sem saber o que fazer em relação a educação dos seus” destaca.
Livia explica que a obra pretende conversar com o leitor de forma direta e assertiva mostrando que não se deve pensar na violência como forma de educar. “Falamos muito sobre emoção e educação positiva.- Abordamos também assuntos como racismo, crenças limitantes, o adolescente e o luto, como a pedagogia pode e deve contribuir no crescimento desses indivíduos, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), bullying, entre outros”. Discorre Livia.
A ideia do novo volume surgiu em 2018, ano do lançamento do livro Desafios de Educar volume 1. “Percebi que tínhamos muito mais a desenvolver. Mostrar mais. Como, por exemplo, exercícios simples que podemos fazer em casa e nas escolas.”
- Nesta edição, falamos e mostramos exercícios para lidarmos com nossas crenças disfuncionais. Discutidos sobre as emoções, que em muitos casos são vistas como negativas e que ficam escondidas. Falamos ainda das possibilidades de estarmos juntos em busca de algo maior – conclui.
Ficha técnica:
Livro: Desafio de Educar – Volume 2 – A educação é a base para um mundo melhor!
Editora: Conquista Editora
ISBN: 978 85 5765 032 9
Páginas: 232
Preço: R$ 50,00
Para comprar:
Direct para https://www.instagram.
Adeus a Beth Carvalho
Madrinha dos sambistas
O Brasil perdeu no último dia 30 de abril passado, aquela que é considerada a Madrinha do Samba de Raiz a cantora e compositora Beth Carvalho.
Beth estava internada no Hospital Pró-Cardíaco desde 8 de janeiro. A causa foi uma infecção generalizado. O velório aconteceu no Salão Nobre da sede do Botafogo de Furtebol e Regatas seu time de coração.
Ainda na década de 1960 Beth Carnaval descobriu a magia do Bloco Cacique de Ramos inclusive gravou o samba tema do bloco para o carnaval de 1966 “Água na Boca”, que foi sucesso nacional no carnaval daquele ano.
A morte de Beth repercutiu no meio cultural, artístico e político. A Estação Primeira de Mangueira, em suas redes sociais lembrou de Beth como "um dos mais importantes nomes do samba e voz que cantava com alma as cores de nosso pavilhão". O Cacique de Ramos, lembrou da trajetória artística "firmando-se como madrinha de uma geração de sambistas, e também da nossa agremiação."
Vida pessoal
Beth era filha de João Francisco Leal de Carvalho, piauiense, e Maria Nair Santos. Tinha uma única irmã, chamada Vânia Santos Leal de Carvalho. Decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão da mãe. Aos oito anos, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai, que era advogado. Sua avó, Ressú, tocava bandolim e violão.
Sua mãe tocava piano clássico. Sua irmã Vânia cantava e gravou discos de samba.
Beth fez balé por toda infância e na adolescência estudou violão, numa escola de música. Seguindo essa área, se tornou professora de música e passou a dar aulas em escolas locais. Nos anos 60, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela bossa nova, gênero musical que passou a gostar depois de ouvir João Gilberto, passando a compor e a cantar.
Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples com a música Por Quem Morreu de Amor, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Em 1966, já envolvida com o samba, participou do show A Hora e a Vez do Samba, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. Vieram os festivais e Beth participou de quase todos: Festival Internacional da Canção (FIC), Festival Universitário, Brasil Canta no Rio, entre outros.
No FIC de 68, conquistou o 3º lugar com Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, e ficou conhecida em todo o país. Além de seu primeiro grande sucesso, Andança é o título de seu primeiro LP lançado no ano seguinte.
Beth Carvalho é reconhecida por resgatar e revelar músicos e compositores do samba. Em 1972, buscou Nelson Cavaquinho para a gravação de Folhas Secas e em 1975 fez o mesmo com Cartola, ao lançar As Rosas Não Falam. Pagodeira, conheceu a fertilidade dos compositores do povo e, mais do que isso, conheceu os lugares onde estavam, onde viviam, onde cantavam e tocavam. Frequentadora assídua dos pagodes, entre eles os do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, Beth Carvalho revelou artistas como o grupo Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombra, Sombrinha, Ar
Em 1997, viu a música “Coisinha do Pai”, grande sucesso de seu repertório, ser tocada no espaço sideral, quando a engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra, programou para ‘acordar’ o robô em Marte.
Nossa querida Beth Carvalho partiu cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de Andança, até chegar a Marte com Coisinha do Pai, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra.
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