Domingo, 14 de abril de 2013 - 09h02
Ana Maria Rocha de Castro que completou ontem dia 13 67 anos de idade, funcionária municipal lotada na biblioteca Francisco Meirelles, formada em Letras Espanhol na UNIR é nossa entrevistada nesta edição.
Filha de Inácio Castro um dos primeiro dono do jornal Alto Madeira que completa nesta segunda feira 15, 96 anos. “Não sei por que, os atuais donos omitem o nome do meu pai quando falam sobre a história do Alto Madeira”. Ana Castro amiga particular do Manelão. “Muitos pensavam que eu tinha caso com o Manelão, éramos apenas bons amigos e nada mais”. Fala sobre essas e outras histórias da Porto Velho antiga na entrevista que segue
E N T R E V I S T A
Zk – Vamos falar sobre suas origens, sua mãe seu pai?
Ana Castro – Minha mãe dona Alice Rocha de Castro era de Mato Grosso, não lembro o nome da cidade, acho até que depois que foi desmembrado passou a fazer parte do Território do Guaporé e meu pai Inácio de Castro Silva veio do Ceará precisamente da cidade de Quixadá, terra da Raquel de Queiroz que acho que tem alguma coisa a ver com a gente, porque minha avó chamava-se Francisca Leonilha Queiroz de Castro. Meu pai foi almoxarife da Madeira Mamoré e era amigo do Coronel Aluízio Ferreira e por causa disso, na época do jornal.
Zk – Que jornal?
Ana Castro – Acontece que meu pai foi um dos donos do jornal O Alto Madeira e acabou, que a pedido de Aluízio Ferreira vendeu o jornal para o Assis Chateaubriand e não sei por que, os atuais proprietários do jornal omitem o nome dele.
Zk – Você sente falta dessa história do seu pai?
Ana Castro – Acontece que quando nasci, meu pai já tinha morrido e quando comecei a entender as coisas já com oito anos de idade, queria saber quem foi ele e o que ele fazia e minha mãe não falava praticamente nada. Pra você fazer idéia, pra mim o meu pai era o José Hélio (irmão), quando descobri que ele não era meu pai foi a maior decepção.
Zk – Vamos falar sobre dona Alice?
Ana Castro – Pra inicio de conversa é a mulher que mais admiro, me emociono cada vez que falo nela. Tive uma criação muito rígida, a gente não vivia na casa de ninguém. Nossa casa era onde hoje é o Cartório Carvajal na D. Pedro II, uma casa enorme, parecia àquelas casas de fazenda e a minha mãe criou a gente com mão de ferro. Acontece que ela era a única pessoa sem marido ali, viúva. Além dos sete filhos dela ainda tinha os filhos dos outros que ela criava. Nossa casa era cheia de gente, muitos, filhos de criação do pessoal do baixo madeira que vinha pra cá estudar, ela sempre acolhia. Uma das pessoas muito bacana que me lembro é a professora Elvira Santos que por ser educadora ajudava muita a mamãe. Minha mãe sempre dizia pra gente: O melhor marido é o emprego!
Zk – Lembro que você sempre foi a primeira da classe. Conta pra gente qual a técnica que você aplicava para sempre estar com a fita de melhor?
Ana Castro – Quando eu estava no segundo ano primário no Grupo Escolar Barão do Solimões fui acometida não lembro se foi catapora ou sarampo e em conseqüência, fiquei muitos dias sem ir a escola. Minha professora era a Zélia Azevedo e fiquei reprovada, por causa disso, no ano seguinte fiquei com muita vergonha por ser repetente aí comecei a me desdobrar nos estudos pra não sentir mais vergonha. Estudava muito e tinha e tenho boa memória.
Zk – Você sempre estudou em escola pública?
Ana Castro – Sempre, depois do Barão fui por Carmela Dutra que tinha a Escola Modelo. Vou contar porque me tiraram do Barão. Fiz um trabalho sobre o Caminho das Índias, desenhei as caravelas e tudo, isso na quinta série. Minhas colegas pediram pra eu fazer também o trabalho delas e apesar de não ser muito boa de desenho fiz, aí a professora achou que o meu não prestava e disse que eu tinha que fazer outro. Respondi, não tem problema, e amassei aquele que ela disse que não prestava e joguei no lixo, então ela foi a diretoria e fez reclamação à diretora que era a professora Aurélia e eu fiquei de castigo atrás da porta da diretoria olhando pra parede, fiquei indignada com aquilo porque eu não tinha feito nada, mas fiquei lá no castigo caladinha. A Eglantine minha irmã era professora também e foi chamada e a diretora comunicou que eu se eu não pedisse desculpa da professora seria transferida pra outra escola e eu respondi então me transfira.
Zk – E foi estudar na Escola Modelo?
Ana Castro – Quando cheguei à Escola Modelo a professora Ena Lagos me colocou em cima dum palcozinho para me destacar dos demais alunos e falou: “Gostaria que ninguém se acompanhasse dessa moça porque ela é mau elemento”. Fiquei com mais vergonha ainda e dobrei minha dedicação aos estudos e passei a ganhar todos os concursos que aconteciam no colégio, pra mostrar que ela estava errada, no primeiro prêmio ela disse: “Tô lhe entregando mas, você não merece”. No segundo prêmio ela já disse: “Realmente você não é o que eu pensava” isso é muito bom você ouvir, as pessoas voltar atrás e admitir que fosse um equivoco aquilo.
Zk – Vamos falar das juventude e das festinhas?
Ana Castro – Isso era uma coisa que minha mãe caprichava muito. Eu não tive festa de 15 anos, simplesmente minha mãe comprou um sapato branco de saltinho, eu detestava sapato branco mas, ela disse que menina moça tinha que usar sapato branco e um vestido azul por sinal belíssimo. A partir da hora que comecei a frequentar os bailes sempre ia muito bem vestida, porque tinha dona Zita que morava na casa do seu João Barril que era, além da dona Maria Silva, quem tinha um ateliê frequentadíssimo e mamãe mandava fazer minhas roupas lá.
Zk – Você era dançarina, pé de valsa como diziam naquele tempo?
Ana Castro – Não, eu nunca gostei de dançar agarrada. Lembro uma vez que um rapaz falou pra mim: “Se você não quer dançar comigo, não vai dançar com ninguém, vou passar a noite inteira olhando se você levantarvai ser a maior confusão”. Fiquei feliz da vida porque passei a noite inteira apreciando os casais dançando.
Zk – Esses bailes eram no Ypiranga?
Ana Castro – Eram no Bancrévea! O Ypiranga só fui frequentar depois que me separei do marido. No tempo que fiquei casada não frequentei coisa nenhuma por ciúme, era só dona de casa, esposa e mãe. Mas na minha juventude eram muito boas as manhãs de sol no Bancrévea Clube. Foi o tempo que aprendi a dançar o Yê Yê Yê, tinha os concurso e eu participava, até porque não precisava se agarrar.
Zk – Quem fazia parte da sua turma, as amigas?
Ana Castro – Tinha a Joanilce Guimarães – Joá, Zezé Oceano e tinha a Eliane. Essas até hoje são minhas amigas de coração mesmo, estamos longe, mas toda vez que nos encontramos é uma maravilha.
Zk – Por falar em Joá! Você frequentava a Varanda Tropical do Porto Velho Hotel?
Ana Castro – No tempo que na Varanda Tropical tocava aquelas músicas belíssimas do Ray Conniff eu não tinha idade, então me sentava na calçada da esquina da Presidente Dutra com a D. Pedro II na casa que morava seu Moacir de Miranda e ficava admirando o pessoal dançando na Varanda. Eu ia no Porto Velho Hotel escutar a Joá tocar piano. Piano não aprendi mas, aprendi muita coisa de balé com a Joá.
Zk – Casamento?
Ana Castro – Me casei em 1970 e no ano seguinte tive minha primeira filha a Mônica e em 1974 tive a Aline já em Barra Mansa (RJ). No tempo que a Mônica era criança, morei na mineração Cachoeirinha porque meu marido Jorge Senra era técnico em mineração. Certa vez minha sobrinha, filha da Maria estava passando uns dias com a gente e quando vi foi a menina gritando que tinha uma cobra na rede dela e tinha mesmo, então ameacei vir embora e o engenheiro Dr. Isota nos colocou na vila do Staff.
Zk – Você disse que a Aline nasceu no Rio de Janeiro?
Ana Castro – Correto, acontece que a minha gravidez era de risco e certo dia aqui em Porto Velho, dei de cara com o Dr. Biollin que era um dos chefões da Brascan. Vale salientar que a sede da Cia Estanífera do Brasil em Porto Velho era ao lado da nossa casa na D. Pedro II. Bom, esse engenheiro perguntou como estava minha vida na mineração, respondi, não esta bem porque estou grávida e não posso continuar lá e ele disse: Então vou dar um jeito de levar o Senra para o Rio de Janeiro e levou. A sede da mineração no Rio era na Tijuca, mas, fui morar com os pais do Senra em Barra Mansa. Aliás, seu Cícero pai do Senra foi uma pessoa maravilhosa, um verdadeiro pai.
Zk – Dona Alice após ficar viúva o que fazia para sustentar a família?
Ana Castro – Minha mãe era uma lutadora incansável, ela montou uma pensão, se fosse hoje seria restaurante e servia marmita, muita marmita, a cozinha lá em casa era enorme, tanto que era separada da casa.
Zk –Vamos voltar a sua infância?
Ana Castro – Foi uma infância maravilhosa, no nosso quintal tinha muita árvore, a gente brincava de tudo, jogava futebol, peteca (bola de gude), meus irmão diziam, tu passa cerol na linha que a gente te deixa empinar papagaio. A gente isolava os buracos dos tijolos do muro do Barão para a água subir quando chovesse, pra gente tomar banho de mergulho naquela água suja. Foi ótima minha infância. Geralmente os Circos (de lona), armavam em frente a catedral onde hoje é a sede da prefeitura e eu cansei de passar tardes e tardes tentando aprender malabarismo com os artista do circo, isso me rendeu muito braço quebrado e outros ossos.
Zk – Depois que você se separou não quis mais casar?
Ana Castro – Até procurei, mas depois desisti. Eu me separei porque precisa viver. Precisava ser eu mesma esse foi o ponto fundamental. Acontece que sofri muito preconceito por isso, para você ter idéia, minha família queria me internar no hospício dizendo que eu estava doida. Mostrei pra eles que não estava doida, que aquilo era uma opção de vida. Eu queria estudar, ser alguém pra dar para minhas filhas uma vida melhor, tanto que só consegui concluir o ensino superior muito depois da separação, sou formada em Letras Espanhol. A única pessoa que me apoio nesse período foi meu irmão Olavo de Castro, mas, foi por pouco tempo, pois me separei em 1980 e ele morreu em 1982. Na época eu fazia economia na UNIR e o professor Silvio Santiago falou pra mim que eu não tinha condições física nem psicológica para continuar estudando e eu não tinha mesmo, porque fiquei muito abalada com a morte do Olavo.
Zk – Como foi que você passou a se envolver com o carnaval de escola de samba?
Ana Castro – Foi quando a Tarcila começou a desfilar na Pobres do Caiari que era sob o comando da dona Marize Castiel. Dona Marize era muito exigente e os bordados das fantasias eram feitos em casa e então comei a gostar. Como não podia ir lá participar dos ensaios porque era casada, então eu ficava em casa bordando as fantasias da Tarcila. Depois que separei passei a me dedicar mais porque ia pra casa da dona Marize bordar as roupas dos batuqueiros, a gente ficava até altas horas bordando fantasia, Depois comecei a trabalhar diretamente no Caiari quando o Manelão assumiu a presidência da escola.
Zk – Foi fui muita amiga do Manelão?
Ana Castro – No início eu não era assim tão amiga, eu gostava dele, a amizade veio com a convivência, trabalhando lado a lado. Ele sempre me respeitou, apesar de muita gente pensar que eu tinha um caso com ele o que nunca aconteceu. Meu caso de amor com ele era como é com você, simplesmente de amigo que somos até hoje e vamos morrer sendo. Manelão além de ser meu amigo me ajudou muito. Na minha formatura ele colaborou não apenas comigo, mas, com a turma, dando alguma coisa e ajudando com o prestígio que ele tinha com as autoridades, Fui ficando no Caiari como secretária juntamente com o Cabo Omar.
Zk – O certo é que você ficou diretora da escola por muito tempo?
Ana Castro – Depois do Manelão veio o Chiquito Paiva que também me convidou e eu disse pra ele: Vou ficar porque o Manelão pediu, mas eu não gosto de você e ele foi de uma seriedade muito grande, apesar da fama que ele tinha, comigo nunca tirou gracinha nenhuma. Ele me nomeou secretária e nossa convivência foi das melhores.
Zk – Você também fez parte da diretoria do Aparício Carvalho?
Ana Castro – Antes fiz parte da sua diretoria, quando você assumiu a escola num mandato tampão após a renuncia do Chiquito. Lembro que foi você que nos apresentou o Dr. Aparício Carvalho como candidato a presidência da escola. Na diretoria do Aparício em determinado ano ele me nomeou encarregada juntamente com o “baluarte” Hiran Brito Mendes do barracão de alegorias e fantasias que naquele ano, funcionou na rua Tenreiro Aranha. O enredo foi “O Catega Caiari” cuja samba foi de sua autoria com o Bentes. Quantas vezes de madrugada tive que ir para o barracão atendendo convocação do Hiran para conversar com os carnavalescos e artesãos. Tinha briga até pra fazer café e a gente tinha que ter jogo de cintura para conter os ânimos, afinal de contas eram noites e noites trabalhando e a turma ficava estressada, o carnavalesco era o saudoso Jorginho Strhutos. Foi muito gratificante essa missão que nos foi dada pelo Aparício, aprendi muito sobre os bastidores de uma escola de samba.
Zk – E foi parar na Aesb?
Ana Castro – Essa culpa foi sua enquanto presidente da Associação das Escolas de Samba que me convidou para secretaria-lo e depois outros foram assumindo e eu ficando. Ganhei o Estandarte de Ouro na sua gestão e na gestão do Cabeleira. Fui inclusive presidente da Comissão de Julgadores de escola de samba, tem até um episódio interessante com o Jão Zoghobi e outra com o Tatá.
Zk – Conta pra gente essas pendengas?
Ana Castro – O Zoghobi na época, duvidou da minha capacidade e queria saber quem era eu no jogo do “bicho”, eu respondi: Tô aqui como voluntária colaborando com meu amigo Silvio Santos. A última vez que trabalhei já era a Federação Fesec ali no Ferroviário, você novamente era o presidente e adoeceu na avenida e deixou o Serrati e eu responsável pelo recolhimento dos envelopes com as notas dos jurados, foi quando chegou o Tatá dizendo que o Ariel havia mandado ele levar os envelopes para não sei aonde e eu não concordei, apesar do Serrati dizer que era para entregar, não entreguei e o Tatá não gostou da minha atitude, assim mesmo levei os envelopes para minha casa e no outro dia para avenida onde foi feita a apuração e tudo correu normalmente sem nenhuma dúvida a meu respeito.
Zk – E a Banda do Vai Quem Quer como entrou na sua vida?
Ana Castro – Esse envolvimento com a Banda começou quando o Chaveiro era lá na Sete de Setembro na Galeria do Ferroviário. Fui pra lá por folia, convidada pela Lena Duarte, era bacana, tinha aquela sopa que ficou famosa e conhecida como “Sopa do Prego e do Cadeado”. A gente ficava até tarde da noite sentada na frente do Chaveiro do Manelão após os trabalhos do dia, tomando cerveja e aquele caldo. Depois que descobri que o fundo da panela de sopa era cheio de cadeado e prego que o Zé Carlos Lobo colocava por sugestão do Manelão parei de tomar. Daquelas reuniões fui gostando, gostando, passei a conhecer o lado carnavalesco do Manelão.
Zk – É verdade que a partir de certo tempo você passou a controlar as finanças da Banda?:
Ana Castro – É! Realmente teve um tempo que ele passou pra mim essa missão. Só que como eu sabia, (ele que me perdoe), que ele sabia abrir tudo quanto era cofre, apesar dele confiar muito em mim eu não confiava nele e o que eu fazia! Antes de fechar o Chaveiro eu conferia todo o dinheiro da Banda, passava um elástico, colocava o valor em cima eu assinava junto com a outra pessoa que estava comigo que era a Angélica e ele assinava também e só então eu trancava o cofre. Certa vez a Angélica perguntou, por que você faz isso, o Manelão não merece! E eu respondi, eu que não mereço. Ele entregava mais sabia o que tinha no envelope, ele desconfiava até da sombra dele, era o jeito dele. Ele confiava tanto em mim que fazia aqueles bolões da loteria no final de semana e me entregava e eu levava pra casa, era muito jogo! Minha amizade com ele foi muito questionada e eu sempre disse pra ele, você é muito mais amigo do Silvio do que meu, porque a fidelidade de vocês dois era muito grande. Tanto que o comando da Banda naquela época ficou com você e comigo. Eu me sentia muito importante, mas jamais explorei isso a meu favor.
Zk – E a saída do Chaveiro para a praça no dia do desfile da Banda?
Ana Castro – Sempre gostei de ficar nos bastidores. Quando a gente subia do Chaveiro para a praça das Caixas D’água todo mundo fazia questão de estar ao lado do Manelão pra sair na foto, eu tava lá atrás e você nessas alturas estava no trio elétrico. O certo é que eu sofri muito, quando ele foi embora. Sofro até hoje porque perdi um grande amigo e irmão!
Zk – Para encerrar essa nossa conversa, gostaria que você contasse como veio parar como funcionária da Biblioteca Francisco Meireles. Quem te indicou?
Ana Castro – Eu trabalhava na Semad e aí tive um problema de saúde e precisava trabalhar apenas um período e então fui trabalhar na Escola Samaritana onde encontrei a professora Maria Luiza Oliveira que é minha amiga até hoje e ela me ensinou e me ajudou muito, de lá fui pra Escola Maria Isaura com a missão de colocar em ordem a secretaria, serviço que também fiz na secretaria do Castelo Branco. Quando minha mãe morreu em 1989, eu precisava cuidar da minha filha Aline que era adolescente, a Mônica já estudava no Rio e a Tarcila de Castro minha irmã que ficou muito abalada com a morte dela e por isso precisava trabalhar num lugar que fosse mais perto da minha casa e a Tarcila falou com a Glória Valldares que era a diretora da Biblioteca e ela concordou e eu fui transferida para a Francisco Meirelles em janeiro de 1990. Levei pra casa o livro de código bibliotecário e aprendi, quando a Glória falava um código eu já sabia qual livro ela estava querendo, nas horas vagas ia passear no meio das estantes.
Zk – E até hoje você assina ponto na Biblioteca Francisco Meirelles?
Ana Castro – A respeito disso, dei um depoimento no “Pro Ler” que é um programa da Biblioteca Nacional agradecendo, porque as leituras que fiz aqui me ajudaram a passar novamente no vestibular da UNIR ficando entre os 40 primeiros classificados. Já até assumi interinamente a direção da Biblioteca. Hoje sou um dos suportes da Biblioteca, não exerço cargo gratificado nenhum. Estou dando apoio a nova diretoria.
Zk – Para realmente encerrar. O que a Ana Célia Santos (fotógrafa) deve fazer, para chegar aos sessenta e sete, com esse vigor que você esbanja?
Ana Castro – Ana você tem que procurar amar mais, sorrir mais, ser mais feliz! Porque acho que perdi muito tempo questionando muitas coisas, acho que Deus foi muito generoso comigo. Agradeço a Deus todo dia. Agradeço todas as pedras que encontrei no caminho, amo aquelas que me disseram sim e aquelas que me disseram não, porque me ajudaram a ir pra frente. A beleza interior ajuda a beleza exterior ser aflorada viu Ana Célia!
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