Domingo, 28 de setembro de 2014 - 09h56
A Associação Cultural Rio Madeira, realiza na próxima terça feira dia 30, nas dependências do antigo prédio da Câmara de Vereadores da Ladeira Comendador Centeno que está sendo restaurado pela Câmara Municipal em parceria com a ACRM e o Ministério Público, intervenção cultural em comemoração ao centenário do município de Porto Velho.
O escritor Antônio Serpa do Amaral – Basinho e o produtor e agitador cultural Heitor Almeida, estiveram quinta feira 25, na redação do Diário e em conversa com o Zekatraca falaram sobre a Associação e a programação que vai acontecer terça feira.
E N T R E V I S T A
Zk – Vamos fazer um relato de como realmente vai acontecer essa intervenção?
Basinho - O pátio de obras da sede da antiga câmara do Território Federal de Rondônia, localizada na Ladeira Comendador Centeno, no centro histórico da capital, será pacificamente ocupado, no próximo dia 30 de setembro, às 20h, para a realização do Projeto Intervenção Cultural, promovido pela Associação Cultural Rio Madeira, Câmara Municipal e Fundação Cultural e Projeto Seresta Cultural. Com esse evento, os promotores culturais vão dar início às comemorações dos 100 anos do Município de Porto Velho, criado em 02 de outubro de 1904, pelo então governador do Estado do Amazonas, Jônathas de Freitas Pedrosa.
Zk – Qual o objetivo da intervenção cultural?
Basinho - A Intervenção Cultural tem por objetivo mostrar à comunidade a obra que está sendo construída graças à parceria entre a Associação Cultural Rio Madeira/Câmara Municipal de PVH e Ministério Público do Estado, na pessoa da Promotora de Justiça Aideê Maria Morse, e ao mesmo tempo homenagear a cidade de Porto Velho pelos seus 100 anos de municipalidade.
Zk – Quem vai participar além dos membros da Associação?
Heitor Almeida - Várias personalidades do mundo musical e da poesia, como Sílvio Santos, Bubu Johnson, a Banda Seresta Cultural, Norman Johnson, a cantora Rose, Cordeiro Júnior, Ernesto Melo e a Fina Flor do Samba, Telêmaco, Tonhão e os poetas Mado e Elizeu Gomes, do Espaço Cultural Arigóca, estarão se apresentado para o público. Durante as apresentações artísticas, formando um imenso coral, os participantes cantarão o Hino de Rondônia e o tradicional “Parabéns pra Você”, com o acompanhamento da Banda Marcial da Polícia Militar.
Zk – É verdade que nesse dia vocês iniciarão campanha solicitando material para compor o acervo do Museu?
Basinho – Realmente, vamos Iniciar a campanha pela doação de peças para o acervo memorialístico do Museu da Câmara Vereador Anízio Gorayeb, também faremos a entrega ao presidente do Parlamento Municipal, Alan Queiroz, de uma foto ampliada e emoldurada do seu Antônio Serpa do Amaral, que, naquele prédio, exerceu as funções de prefeito de Porto Velho e presidente da câmara.
Zk – Além das apresentações dos artistas de Porto Velho qual outra atração fará parte da programação?
Basinho - Para que o público faça uma reflexão sobre o envolvimento do cantor Wilson Simonal com a política durante o período ditatorial, o Projeto Intervenção Cultural vai mostrar o documentário “Simonal – Ninguém Sabe o Duro Que Eu Dei”, um debate franco sobre a importância musical do artista para a Música Popular Brasileira e sobre sua inocência ou culpabilidade enquanto suposto X-9 do Regime Militar. Simonal foi acusado de mandar torturar o Contador da banda, Raphael Viviani, utilizando agentes do DOI-CODI.
Zk – O que os senhores sabem sobre a história da Câmara de Vereadores de Porto Velho?
Basinho - No início da década de 70, enquanto o Brasil sagrava-se tri-campeão do mundo no México e o governo do general Emílio Garrastazu Médici endurecia o regime, sendo seu período na presidência conhecido historicamente como os Anos de Chumbo, nascia em Porto Velho a primeira composição da Câmara Municipal de Vereadores. Para alguns historiadores, o novo colégio parlamentar já surgia com a marca da resistência democrática.
Zk – Quais os vereadores eleitos naquele tempo?
Basinho - Numa composição de 09 vereadores, 05 eram da Aliança Renovadora Nacional - ARENA (situação) e 04 eram do Movimento Democrático Brasileiro - MDB (oposição). Segundo os organizadores, a Intervenção Cultural é também uma homenagem aos homens que compuseram o 1º parlamento da municipalidade do antigo Território Federal de Rondônia. O prédio foi literalmente abandonado por várias gestões administrativas, começando possivelmente pela administração José Guedes, e hoje está sendo reconstruído pela atual presidência da Câmara Municipal e vai aos poucos se transformando no embrião do futuro Museu de Imagem e Som da capital.
Zk – Já tem nome o Museu?
Basinho - O museu que irá funcionar no prédio da antiga Câmara, hoje em restauração, com 80% do projeto de reconstrução executado, terá o nome do falecido vereador Anízio Gorayeb, primeiro presidente do parlamento municipal, pai do historiador Anízio Gorayeb Filho. A proposição foi feita pelo presidente da Câmara Municipal, Alan Queiroz, e apoiada pela Associação Cultural Rio Madeira. A família vai receber as homenagens dos promotores da Intervenção Cultural. A construtora Milímetro e o projeto BIISC apóiam o evento.
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