Terça-feira, 18 de outubro de 2016 - 05h01
Lenha na Fogueira
A disputa de samba enredo na escola Asfaltão mobilizou os sambistas de Porto Velho na tarde de sábado passado dia 15.
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Com a quadra da escola superlotada a bateria Pura Raça, comandada pelo Mestre Negão mostrou porque ganhou a nota máxima nos desfiles carnavalescos deste ano.
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Sabíamos que a disputa seria acirrada, pois os sambas estavam de ótima qualidade e o que poderia fazer a diferença era a apresentação de cada um ao vivo.
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Não sei se os amigos lembram que postei na coluna de sábado, que já tinha os três sambas que em minha opinião iriam para a final. Juro que o samba do Trio de Ouro não constava da minha previsão. Falei pro Beto Cezar antes de começar a disputa que os classificados seriam o do Tavernard, Torrado e Mávilo.
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Perdi apenas no samba do Piaba com o Torrado. A dupla não repetiu a performance da gravação do CD e ficou de fora da finalíssima. Aí o Segismundo e a Luciana torcedores de carteirinha do Toninho Tavernard questionaram, e agora Zekatraca quem vai pra final.
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Disse que havia gostado do samba das Pastoras, mas, o do Bainha também estava no páreo. O samba da Fina Batucada vinha bem até o segundo refrão e depois caia e muito o andamento, por isso ficaria de fora.
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Quando o Tatá anunciou os três classificados para a finalíssima e ainda me disse que as Pastoras ficaram de fora por diferença de milésimos e mais, vi que o Mávilo Melo não estava botando fé no samba dele com o Misteira, inclusive queria ir embora antes do resultado e fui eu que o fiz esperar a divulgação dos classificados. Deduzi:
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Quem vai ganhar é o Bainha. Prestem atenção, falei BAINHA e não Trio de Ouro. Chamei o Oscar e o próprio Bainha e sugeri.
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Quando anunciarem a apresentação de vocês O Bainha tem que descer do palco e ficar cantando em frente aos jurados e mais, você Bainha tem que dizer no pé. È o teu nome que vai ganhar esse concurso, faz o que estou dizendo que vocês ganham. A vitória é tua BAINHA vai lá!
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O Mestre Bainha fez como o combinado. Falei sobre essa sugestão a turma do Galo da Meia Noite que estava torcendo pelo samba do Toninho, para o Cristóvão Nascimento, para o Antônio Neto e para outras pessoas.
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Não deu outra, o “velinho” encantou os jurados com sua performance, pois aos 78 anos de idade, dizia no pé como um garoto de 15 anos, fazia as janelas do samba como ninguém e levantava a torcida a cada girada de samba no pé.
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Não resta a menor dúvida de que o samba do Toninho Tavernard e parceiros é um primor de samba enredo, mas, faltou performance na interpretação. Mesmo assim ficou empatado com o samba do Bainha.
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Num corpo de jurado formado por Suely Rodrigues, Binho, Basinho, Marcelli, Alkbal e Oswaldo Reis dava pra notar que num caso desses (empate) a tradição o nome Bainha pesaria na balança.
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Após alguns minutos os jurados optaram por escolher a composição do Trio de Ouro formado por Bainha, Oscar e Zé Baixinho como o hino da escola Asfaltão para o carnaval de 2017.
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Digo mais, se o samba das Pastores entrasse para a finalíssima seria o vencedor. Numa disputa como a que aconteceu na escola de samba Asfaltão a tradição do sambista vale muito. Ainda mais quando o samba conta com todos os autores Mulher.
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É como diz o ditado: "Nem sempre o melhor é o escolhido”. O samba do Toninho é nível Marques de Sapucaí, mas, não fez a cabeça dos jurados totalmente. Infelizmente.
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Falei ao pessoal do Galo da Meia Noite que gostaria que o Toninho não vencesse para poder participar do concurso da minha escola de samba Acadêmicos do São João Batista cujo tema será a história do General da Banda – Manelão!
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A disputa na São João Batista será no dia 3 de dezembro.
Bainha e parceiros vence concurso no Asfaltão
Eparrei Iansã, Patakori Ogunhhê, Epa, Epa Babá com esse refrão, o Trio de Ouro – Bainha, Oscar e Zé Baixinho conquistaram os jurados e a maioria dos presentes à tenda do Tigre na tarde noite do último sábado dia 15 e mais uma vez conseguiu emplacar um samba de enredo como o hino da escola, desta feita para o carnaval de 2017.
Zeus entre nós, no carnaval do Tigre – Ecos da Mitologia é o tema da escola para o carnaval de 2017. Seis parcerias (Mávilo Melo & Waldison Pinheiro; Bainha, Oscar e Zé Baixinho; Torrado & Jon Adson Piaba; Allan Barros, Danilo Cardoso, Eduardo Dias e Laimisson Toba – Fina Batucada; Toninho e Eduardo Tavernard & Junnior Santos; Cristina, Franciléia, Silvia, Vanilce e Wilma - Pastoras), apresentaram seus sambas para análise dos jurados: Suely Rodrigues, Rubens Cavalcante – Binho, Marcelli Pereira, Alkbal Sodré, Antonio Serpa do Amaral – Basinho e Oswaldo Reis.
A festa começou por volta das 15 horas, com a Tenda do Tigre literalmente lotada por brincantes da escola e simpatizantes do estilo samba de enredo. Torcidas organizadas se arvoravam distribuindo os prospectos com as letras dos sambas. Teve torcida que levou iguarias gregas como quibe cru, tabule e outras guloseimas típicas da Grécia e região – Manjá dos Deuses. O nevorsismo dos compositores estava latente, porém, apesar da direção da escola não ter conseguido apoio para contratar sonorização de ponta, as parcerias e seus interpretes pouco reclamaram das limitações do som.
De acordo com o coordenador Altair dos Santos Lopes – Tatá a ordem das apresentações foi decidida na reunião do dia 6, na residência da Tia Nazira e assim aconteceu, com a parceria Mávilo & Waldison abrindo a disputa, seguida do Trio de Ouro; Jon Adson & Torrado; Fina Batucada; Toninho e Eduardo Tavernard & Junnior Santos e As Pastoras.
Os Três Finalistas
A cada samba apresentado as torcidas faziam a festa com papel picado, serpentinas e confetes, porém, de acordo com o regulamento, apenas três dos seis sambas apresentados, passariam para a segunda fase, ou melhor, a finalíssima. Após quase uma hora de espera, com as parcerias inquietas, eis que Tatá aparece no palco e anuncia as três parcerias que iriam disputar o direito de ver seu samba cantado na avenida em 2017. “Os classificados são: Mávilo & Waldison; Trio de Ouro e Toninho Tavernard” anunciou Tatá. As parcerias que ficaram fora, não contestaram (pelo menos aparentemente) a decisão dos jurados e então se procedeu ao sorteio para as apresentações da finalíssima, que mais uma vez colocou a dupla Mávilo & Waldison cantando primeiro; Trio de Ouro em segundo e Toninho Tavernard em terceiro.
Novo Critério de escolha
Dessa vez anunciou Tatá, os senhores jurados, não precisarão pontuar os sambas, apenas terão que escolher o samba A, B, ou C (pela ordem de apresentação), isso levou sambistas compositores presentes como Cristóvão Nascimento, Antonio Neto, Silvio Santos, Fernando e tantos outros a seguinte opinião. “Agora o que vai valer é a performance durante a interpretação de cada um”.
O samba vencedor
Após as apresentações os jurados entregaram à Comissão Coordenadora seus votos e na contagem, registrou-se o empate de Três X Três entre os sambas do Toninho Tavernard e o do Trio de Ouro. Mais uma vez os jurados foram convocados para desampatar e decidiram pelo samba do Bainha, Oscar e Zé Baixinho. Daí pra frente foi só festa, com os interpretes Marcelo Luna, Thiago Paiva, Bainha, Oscar e Zé Baixinho mais alguns integrantes da diretoria e que também participaram da disputa como Waldison e Mávilo e as Pastoras cantando o samba vencedor, agora transformado em hino da escola Asfaltão no carnaval de 2017.
Zeus entre nós, No carnaval do Tigre, Ecos da mitologia
Autores: Bainha, Oscar e Zé Baixinho
Arranjos: Mão do Cavaco
Interpretes: Marcelo Luna e Thiago Paiva
Vesti minha dourada fantasia
Viajei no tempo, do embalo da folia
Escalei montes, por mares naveguei
Cheguei à Grécia antiga, berço da mitologia
Nas narrativas e contos dos poetas
Do imenso caos eu vi surgir, (vi surgir)
Gaia, mãe terra... Eros, o amor, a paixão
Tártaro, o universo... Èrebo, a escuridão
Vi Urano ser gerado... Titãs, musas e ninfas
Vi Cronos e Réia... Atos profanos e tiranias
No Olimpo, o poderoso Zeus... Soberania
Vem de lá, ô ô ô ô Vem de lá
A herança desta festa popular
Chama... Dionísio, Chama o Zé Pereira
Caia na folia, o Rei mandou festejar.
Ecos e ventos sopraram de lá pra cá
Influenciando a humanidade
Arte, ciência, religião, justiça e democracia
Refletem os valores da antiguidade
No seio da mata, reluz a magia do Pajé
Tem mitos e lendas a nos encantar
Iara, Jaci, Guaraci,Curupira e Boitatá
Das telas à realidade da vida
Somos todos heróis, na lida
Mulher Maravilha, Super Homem, Thor
Ao som do tambor, vamos cantar rituais
Em louvor aos deuses...Tupã e aos Orixás
Eparrei Iansã, Patakori Ogunhê, Epa, Epa Babá
Ei você! Se liga aí
De amarelo, preto e branco, vou sambar
Quando meu Tigre rugir e a Pura Raça tocar
Sou Asfaltão... Ninguém vai me segurar.
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