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Silvio Santos

Bebel – Gerente de Cultura da Secel



A jovem advogada Bebel nascida e criada em Porto Velho, foi confirmada através de Portaria assinada pelo governador Confúcio Moura como Gerente de Cultura da Secel. Na realidade, Bebel vem atuando na secretaria em cargos equivalentes, desde 2004 quando o então secretário de cultura Luiz Carlos Venceslau ao ver o trabalho desenvolvido por ela na Associação Rondoniana,  que estava cuidando da realização do Seminário Estadual de Cultura e da viagem de representantes de Rondônia a Conferencia de Cultura da Amazônia, a convidou para fazer parte do quadro da Secel como Diretora de Cultura. “Já entrei na Secel como gestora”. Daí pra frente, Bebel foi ficando. Saiu o Venceslau veio o Paulo de Tarso, Antonio Ocampo e o Jucélis todos nos governo de Ivo Cassol.  Após a eleição de Confúcio Moura o mundo cultural ficou apreensivo, pois todos temiam que a Bebel fosse demitida, afinal de contas ela era do governo anterior. Houve grande articulação por parte da comunidade cultural para que ela continuasse. Independente disso, quando Chicão Leilson foi confirmado como Secretário, a primeira coisa que fez, foi convidá-la para permanecer no cargo, “Pelo menos até as coisas se ajeitarem”. Para surpresa de todos, o governador Confúcio Moura ao tomar conhecimento dos conhecimentos técnicos culturais da Bebel a nomeou definitivamente como Gerente de Cultura da Secel. “Temos como meta dentro da gerencia de cultura, trabalhar com Edital Público. Acreditamos que cada vez que a Secel publica um Edital ela está democratizando o acesso aos recursos públicos”.

A jovem Cândrica Madalena Bebel se orgulha em ser uma cabocla rondoniense que luta pelo desenvolvimento cultural do estado de Rondônia. “Precisamos trabalhar muito, porque tem todo um universo esperando pela gente”
 

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E N T R E V I S T A

 



Zk – Vamos conhecer sua origem?

Bebel – Meu pai é do Maranhão e minha mãe do Paraná. Na verdade,  meu pai veio para o estado de Rondônia porque meu avô veio trabalhar no Madeira ainda naquele ciclo econômico do ouro, naquela muvuca toda do garimpo, por causo disso ele comprou uma draga e meu pai veio pra cá para ajudá-lo. Isso foi em 1985.
 

Zk – E você, nasceu aqui?

Bebel – Minha mãe já chegou aqui grávida, até brinco, fui feita em São Paulo, mas, nasci em Porto Velho, portanto sou portovelhense, rondoniana. Quer dizer, nasci e me criei em Porto Velho.
 

Zk - Como e quando foi que você passou a se envolver com os movimentos culturais?

Bebel – Em 2003 iniciei o curso de direito na Universidade Federal – Unir, quando foi em janeiro de 2004 aqui em Porto Velho os produtores culturais se articularam, pra realizar o 1º Seminário de Cultura do Estado de Rondônia, porque estava naquele momento de acontecer a Conferência de Cultura da Amazônia e ia ter ainda naquele ano de 2004, o Fórum Mundial de Cultura em São Paulo, ou seja, a questão cultural estava fervilhando, e minha família também é de produtores culturais e estava envolvida também neste movimento. A partir desse momento passei a trabalhar com eles. Meu pai estava na coordenação, junto com o Geraldo Cruz, João Zoghobi. Naquele momento quem estava respondendo pela organização do Seminário era a Associação Rondoniana, na verdade eu estava trabalhando com essa Associação, na organização e buscando parceiros para realizarmos o Seminário de Cultura.

 

Zk – E você foi parar na Secel?

Bebel – Foi nesse momento que conheci a secretaria de cultura, na época o secretário era o Luiz Carlos Venceslau e ao apresentarmos nosso projeto cultural ele ofereceu à nossa coordenação uma sala no prédio da secretaria onde montamos o “QG” da coordenação. Daí pra frente, não sei explicar direito, nunca mais sai das dependências do prédio do relógio, ou seja, da Secel.

 

Zk – E o Seminário de Cultura do estado de Rondônia?

Bebel – Graças a Deus foi realizado com êxito. Contamos com as parcerias do Estado e do Município de Porto Velho. Vieram representantes do Ministério da Cultura lembro-me do Marcio Meira um grande articulador do MinC a época, tivemos a parceria do IPHAN, enfim, conseguimos realizar com êxito o Seminário, até brinco dizendo que sou fruto da Rondoniana.

 

Zk – E a Conferencia da Amazônia?

Bebel – Logo depois que terminou o Seminário de Rondônia, passei a ir muito a Secel para defender os interesses da Associação Rondoniana nesse ínterim, os técnicos da Secretaria observaram meu trabalho e assim que terminou o Seminário, eles me convidaram para fazer parte da equipe da Secel, foi assim que entrei na Secretaria e já na posição de gestora, então passei a trabalhar no sentido de conseguir os ônibus para levar nossos produtores culturais, tanto para a Conferencia Cultural da Amazônia que aconteceu em Belém do Para como para o Fórum Mundial que aconteceu em São Paulo e mesmo com todo esse meu envolvimento, acabei não indo em nenhum dos dois eventos.
 

Zk – A experiência adquirida com o trabalho na Rondoniana?

Bebel – O bom de participar dessas atividades culturais, primeiro, porque a gente aprende. Sempre digo que devemos estar sempre na condição de aprendiz, nessa perspectiva sempre me colocando para aprender, busco conhecer as pessoas e nessa busca de conhecer e me informar,  conheci várias pessoas do MinC que tenho como amigas, não só no Ministério da Cultura, mas, entre os produtores culturais de Rondônia também.
 

Zk – E quais os eventos do MinC que você participou?

Bebel – Em 2006 aconteceu a Conferência Nacional de Cultura no Rio de Janeiro e então fui como representante da Secel de lá pra cá, também teve o Seminário de Culturas Populares em Brasília, enfim, os eventos culturais em todo estado de Rondônia.
 

Zk – Entra secretário, sai secretário e você sempre permanece no seu cargo apesar de não ser funcionária do quadro efetivo do governo estadual. Como você explica essa aceitação?

Bebel – É aquilo que te falei, eu realmente de coração me coloco na condição de aprendiz, acho que a gente pode aprender todos os dias e o melhor de aprender, não é só o ato de aprender, é aprender e compartilhar, é isso que faço, busco aprender cada vez mais e compartilhar, porque quando a gente é gestor público tem que ter a consciência e eu sempre tive, que tem toda uma comunidade esperando que a gente materialize nossos sonhos, isso é muita responsabilidade.

 

Zk – Como sua formação no curso de direito contribui na formatação de projetos culturais?

Bebel – Me ajuda muito na questão do direito administrativo. Querendo ou não, a Secel é um órgão público de cultura, então, tem toda uma tramitação burocrática administrativa que a gente precisa vencer. Querendo ou não, minha formação acadêmica acabou me ajudando muito. Existem pessoas que até me criticam dizendo: “Como é que você gostando de cultura foi fazer direito?” e eu respondo: Extraio tudo do direito em prol da cultura, tanto que minha tese de monografia que apresentei na Universidade foi “Tutela jurídica do patrimônio cultual e imaterial do estado de Rondônia”, ou seja, uni os dois viés, direito e cultura.

 

Zk – Por falar nisso, você está atuando como advogada?

Bebel – Não estou atuando diretamente como advogada. Na verdade, presto algumas assessorias, mas, meu foco é trabalhar na Gerencia de Cultura da Secel
 

Zk – Vamos falar sobre sua trajetória na Secel?

Bebel – Quando comecei a trabalhar na Secel ainda não existia a Gerencia de Cultura, então era Diretora de Cultura. Na realidade a nomenclatura correta no organograma da secretaria é “Executora de Projetos e Desenvolvimento Cultural”. Na época quando fui nomeada assessora técnica, quem respondia pela secretaria era o Jucélis e o que ele fez. Ele poderia ter me deixado no administrativo ou no gabinete, mas ele disse: “Você continua na assessoria técnica prestando serviço pra gerencia de cultura”. Depois disso assumi a Gerencia de Cultura onde estou até hoje.

 

Zk – Você já foi efetivada realmente como Gerente de Cultura pelo atual governo?

Bebel – O governador Confúcio Moura me nomeou como sua Gerente de Cultura a pedido do nosso secretário Chicão Leilson.
 

Zk – Qual a função da Gerente de Cultura?

Bebel – A missão da Gerencia de Cultura da Secel é muito grande, a gente até brinca, por mais que a sede seja em Porto Velho nós temos que ter o olhar para os 52 municípios do estado de Rondônia.   Agente lida tanto com a questão do patrimônio material que são as construções, como a questão do patrimônio imaterial que aí você passa pelos festejos, comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, ou seja, todo esse universo de produção cultural é nossa responsabilidade.

 

Zk – Qual o limite dessa responsabilidade?

Bebel – Sempre falo que a Secel não é promotora de eventos, é um órgão público que tem que trabalhar com políticas públicas dando condições pra que as produções aconteçam. Na verdade a Secel tem olhar pra comunidade, pra sociedade respeitar sua produção criar condições para que elas se desenvolvam.
 

Zk – Por falar em condições. Qual o orçamento da Secel para a cultura?

Bebel – Este ano de 2011 é de R$ 4.5 Milhões. É muito pouco para o que temos que fazer, porém isso é o reflexo do Brasil de uma forma geral.

 

Zk – Como é que funciona as formas de apoio da Secel?
Bebel
– A gente pode disponibilizar serviço ou recurso. Se for recurso será via convênio com as entidades culturais. Se formos disponibilizar serviço o produtor cultural apresenta o projeto a Secel solicitando serviço de sonorização, iluminação, material gráfico, hospedagem, alimentação e passagem. A Secel licita esses serviços para atender a secretaria durante o ano e quando o produtor cultural solicita um desses serviços a Secel notifica a empresa vencedora da concorrência a disponibilizar o serviço ao produtor cultural. É assim que funciona.

 

Zk – Agora vamos falar do grande evento da Secel. Como é que está o Flor do Maracujá, já tem local definido para a montagem deste ano?

Bebel – Já existe uma articulação em busca do local, o martelo não está batido, até porque, a Secel em todas suas ações e o Chicão desde o dia 1º de janeiro já reafirmou de ter uma gestão participativa. Então muitas das decisões que a Secel tomará será em parceria com a comunidade cultural. No inicio deste ano convocamos um Grupo de Trabalho (GT) pra discutir políticas públicas, que é uma das metas do nosso secretário Chicão e do governador Confúcio Moura. Nós temos cinco metas pra cumprir nos cem primeiros dias de governo e uma dessas metas é definir o Sistema Estadual de Cultura que compreende a minuta da Lei de Incentivo a Cultura, a minuta do Fundo de Cultura e a minuta do Conselho Estadual de Cultura além de uma Agenda de Ações Públicas. Todo esse sistema será construído por esse Grupo de Trabalho que é composto por órgãos públicos e entidades culturais.
 

Zk – E o Flor do Maracujá?

Bebel – O que quero dizer é que com o Flor do Maracujá não vai ser diferente. A Secel vai chamar a Federon pra conversar e vamos decidir junto o melhor para o Flor do Maracujá.
 

Zk – E Guajará Mirim como é que está na programação da Secel?

Bebel – Existe uma articulação dentro do governo do estado de Rondônia orquestrada pelo governador Confúcio Moura no sentido de revitalizar Guajará Mirim e região, que abrange também Nova Mamoré. Semana passada aconteceu um encontro em Guajará no qual foi discutido entre todos os seguimentos da sociedade as prioridades para a região e isso envolve também as ações culturais.
 

Zk – Na área da cultura o que ficou decidido?

Bebel – A Secel elencou algumas demandas a curto, médio e longo prazo para Guajará Mirim e Nova Mamoré. Por exemplo: Mapeamento da produção cultural. Vamos colocar técnicos para ajudá-los na minuta da Lei de Incentivo Municipal a Cultura. Saiu uma Ata desse encontro onde constam todas as metas a serem seguidas.

 

Zk – Os Bois entraram nessa?

Bebel – Em curto prazo consta a celebração do convênio de aporte financeiro para a realização do Festival Folclórico de Guajará Mirim que envolve os Bois Malhadinho e Flor do Campo. Nas metas de médio e longo prazo está articulação política, administrativa e financeira para a conclusão da obra do Bumbódromo cujo projeto arquitetônico a pedido da comunidade será revisto.

 

Zk – Para encerrar. E o dinheiro para as escolas de samba de Porto Velho?

Bebel – Este ano o governo está ajudando também as escolas de samba de Rolim de Moura e de Costa Marques além dos blocos de Guajará Mirim. Serão R$ 400 Mil que devem cair na conta da Fesec no mais tardar nesta terça feira.
 

Zk – E os blocos de trio elétrico?

Bebel – O que sei é que a Uniblocos estava articulando uma emenda parlamentar e com a mudança na ALE essa emenda não saiu. Agora estamos articulando uma ajuda do governo estadual. Se eles estiverem com a documentação em dia, o subsídio sai até o inicio da próxima semana.

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Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com  

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