Sábado, 6 de outubro de 2007 - 10h44
A produtora musical e cantora Ceiça Farias apresenta a partir das 20 horas de hoje, no Sest/Senat, show de lançamento do CD "Cordas & Barros". O espetáculo nasceu, graças à pesquisa do percussionista Bira Lourenço com peças esculpidas em barro, como alguidás, potes, bilhas e outras que após a verificação da sonoridade foram transformadas em instrumentos. "A esses instrumentos de barro juntamos violinos e violões e montamos o show". Ceiça Farias paraibana nascida na cidade de Canavieiras que fica a 11 quilômetros de João Pessoa, veio para Porto Velho em 2001 e aqui participou do FAM-SESC, Porto do Som, Projeto Cinco e Meia e hoje é contratada do Sesc como "Produtora Musical". Dona de uma voz privilegiada, Ceiça Farias sempre se destaca entres os artistas de nossa cidade, nos shows que participa como o "Canta Mulher"; "Chiquinha Gonzaga" e tantos outros. Cantora da noite, "Me apresento todos os sábados no Canteiros Bar cantando MPB e Pop". O CD Cordas & Barros que será lançado hoje, conta em sua maioria com músicas de compositores que residem em Porto Velho como Bado, Zezinho Maranhão, Binho, Augusto Silveira, Carlos Moreira e Rinaldo Santos. "Vale salientar que o Cordas & Barros é um som genuinamente de Rondônia por isso vem recebendo elogios de músicos de todo o Brasil". O CD contou com o patrocínio do Banco da Amazônia – BASA e da vontade de gravar do Dirceu do estúdio "Do Mato" que ao ouvir o trabalho se propôs a gravá-lo mesmo sem patrocínios. Então se você quer ter o privilégio de ter em sua discoteca um trabalho em CD genuinamente rondoniense vá ao Sest/Senat na noite de hoje e além de assistir o show compre o CD "Cordas & Barros" da Ceiça Farias;
E N T R E V I S T A
Zk – Vamos falar sobre o Cordas e Barros?
Ceiça Farias – Então! O Cordas e Barros foi projeto desenvolvido através de uma pesquisa sonora cujo objetivo é tirar uma sonoridade diferente do que costumeiramente a gente faz aqui em Rondônia e então partimos para trabalhar com percussão apenas feita do barro, ou seja, tivemos que adaptar, usar alguidar, potes, tirar sonoridade disso.
Zk – Na realidade quem foi que teve a idéia da pesquisa?
Ceiça Farias – Esse trabalho de pesquisa foi feita pelo percussionista Bira Lourenço, que visitou feiras, Casa do Menor, Sest/Senat lugares aonde se fabrica utensílio de barros.
Zk – E por que o nome do show Cordas & Barros?
Ceiça Farias – Então, aliado a esse trabalho do Bira a gente juntou os instrumentos de corda, o Violino que não é muito utilizado aqui em nossa região, o Violão e o Contra-Baixo mais acústico o "Baixolão".
Zk – Qual o efeito dessa junção instrumental?
Ceiça Farias – A junção nos proporcionou uma sonoridade ímpar, riquíssima, altamente sensível e muito rica harmonicamente falando.
Zk – O repertório é composto de músicas de quais autores?
Ceiça Farias – Essa é mais uma prioridade desse projeto. Trabalhar as músicas feitas aqui em Rondônia. Então temos música do Augusto Silveira, Binho, Zezinho Maranhão e do Bado isso no show do ano passado, esse ano a gente acrescentou mais alguns compositores como o Rinaldo Santos que é da Banda Soda Acústica e o Poeta Carlos Moreira.
Zk – E no CD?
Ceiça Farias – NO CD tem todos esses compositores acrescentando mais o Vital Farias e a Vera Lima ambos paraibanos e o Vava Ribeiro que é do Piauí, mas, o nosso foco são os compositores aqui de Rondônia.
Zk – A pesquisa do Bira com os instrumentos de barro durou quanto tempo?
Ceiça Farias – A pesquisa do instrumento de barro durou em torno de dois meses. O Bira foi pegando vários instrumentos e em casa ainda foi selecionando o que ficava e o que não ficava, quando a gente pegou o repertório com os compositores daqui, a gente foi juntando e estudando que cara queríamos dar naquela composição que estava sendo nos dada, inclusive a gente pediu aos compositores que nos entregasse as músicas gravadas apenas com voz e violão pra que não tivesse muita influencia, acontece que cada composição tem a cara do compositor, não tem essa, mesmo assim procuramos dar uma cara nossa, uma cara inovadora. Tem músicas que ficam mais exóticas. A gente às vezes não sabe se é oriental, de onde que é, a gente procurou brincar mesmo com a questão sonora.
Zk – As músicas ficaram em qual estilo?
Ceiça Farias – Intimamente ficou mais MPB, tem um samba meio chorinho que é o "No Capricho" do Binho no mais é MPB.
Zk – Você falou que os arranjos foram feitos no Rio de Janeiro. Por quem?
Ceiça Farias – Oito faixas os arranjos foram feitos e gravados no Rio de Janeiro, todos de autoria do Chico Chagas e gravados por músicos de lá, as vozes e percussões foram feitas aqui no estúdio do "Mato". Quatro composições foram feitas aqui em Porto Velho. Uma delas pelo Bado; Duas pelo Mauro Araújo e Uma pelo Bira Lourenço. O estúdio do "Mato" é do Dirceu Júnior que foi um cara que abraçou esse projeto desde o inicio. Ele queria gravar esse CD mesmo que não tivesse patrocínio. "Depois a gente ver como arranjar dinheiro pra isso", disse ele. Por isso nós optamos por gravar no estúdio dele, porque é um cara que estava sintonizado
Zk – Como foi que chegou o apoio do BASA?
Ceiça Farias – O pré-requisito para se conseguir o apoio para o CD é ter participado do Projeto 5ª Cultural do Banco da Amazônia e eu participei dos primeiros quintas culturais; No final de 2005 demos entrada no Projeto e no final de 2006 conseguimos que fosse aprovado
Zk – O Projeto foi apresentado ao BASA com o título de Cordas & Barros?
Ceiça Farias – Já! Já tinha esse nome de Cordas & Barros. Um projeto ousado, porque você gravar um CD temático é bem ousado, principalmente no mercado que a gente tem que totalmente voltado para o pop, é um mercado que você tem que dançar ou pelo menos balançar o corpo e o Corda & Barros ta longe de ser pop eu até falo pra todas as pessoas que vêm à gente, por exemplo, no Canteiros onde a gente toca todo sábado, falo, a gente vai ter o lançamento do CD mas é totalmente diferente daquilo que a gente faz na noite. Na noite a gente faz de música balda a música mais pop, já o Cordas & Barros é um CD para se ouvir, é um disco que você vê a criatividade do instrumentista, da voz nem tanto, porque, geralmente quando a gente vai gravar tem várias coisa, a voz tem que ficar mais reta, mais técnica, nesse naipe é um CD bem linear.
Zk – Qual o seu relacionamento com a música do Vital Faria?
Ceiça Farias – Quando estive na Paraíba no inicio do ano, tive o privilégio, de alguém que é ligado ao Vital, eu o conheço também, mas, não tive como encontra-lo porque ele estava no interior e eu estava na capital. Então o Zé Ricardo fez a ponte e aí consegui gravar essa música do Vital.
Zk – Qual a reação do Vital Farias ao saber que você iria gravar um música dele?
Ceiça Farias – Ele achou maravilhosa a idéia de uma música dele ser gravada aqui em Rondônia com uma outra leitura. Essa música chama "Poema Verdade" e acredito que nunca foi gravada, ele me deu a permissão e eu não tive que pagar nada pra gravadora nenhuma, é uma música lentinha, mas, muito rica poeticamente.
Zk – É verdade que você já tem show marcado para várias cidades do Nordeste?
Ceiça Farias – Estamos com show marcado para o dia 1° de novembro na Paraíba e falta apenas confirmar a data exata em Natal (RN) e em Pernambuco e em Alagoas também.
Zk – O que está faltando para realmente você fechar esses shows?
Ceiça Farias – Falta um pouquinho de apoio o patrocínio de passagens aéreas. Lá nos vamos ter o apoio de estrutura, de cachê de estadia de alimentação, mas esse custo de passagem Porto Velho/Paraíba a gente ainda não tem. Na realidade temos duas passagens comprometidas com o deputado federal Eduardo Valverde mas, precisamos de mais seis passagens para que a equipe toda possa ir. Levando em consideração que não é um show, show, é um espetáculo em que a gente prima pelo cenário, pela performance no palco, pela poesia de Manoel de Barros, por isso é necessário que toda equipe participe.
Zk – Vamos falar da Ceiça cantora da noite?
Ceiça Farias – A Ceiça cantora da noite anda cantarolando um bocado, todo sábado no Canteiros Bar com os meninos que fazem parte do show com exceção do violinista Alexandre. Fizemos um mês no Bar Informal; Fizemos um mês no Bar Fronteira, mas, por conta do CD e dos ensaios para o show tivemos que da um tempo. Até porque a gente enquanto cantora não pode ficar fixa em vários lugares. Então, fixo apenas no Canteiros Bar que um local que a gente tem um carinho imenso, porque é um bar que abraça o cantor o artista, um bar que é valorizado pelo Rui. Sempre ele coloca os artistas daqui que têm trabalho próprio. Agora mesmo vamos ter o Augusto Silveira no próximo sábado. Então, a pedida após nosso show no Sest/Senat é o show do Augusto Silveira no Canteiros Bar.
Zk – Em Porto Velho da pra viver de música?
Ceiça Farias – Eu acredito que não, ou pelo menos viver bem. Talvez alguém consiga viver de música, resta saber a qualidade de vida que essa pessoa está tendo. Particularmente, acredito que não, até porque não existe uma lei, por exemplo, pra seja uma obrigação se pagar couvert. O couvert é pago se o cliente quiser pagar e é óbvio que uma vez o cliente não querendo pagar o dono de bar não vai querer se indispor porque ele quer o cliente na casa dele. O artista vai estar sempre, recebendo o couvert que o cliente quiser pagar. Aí fica complicado, não dar pra você ter um salário, vou cantar e vou ter uma quantidade "X" de grana por noite. Não tem como você dizer, vou pagar um aluguel de 500 Reais com o que vou ganhar na noite.
Zk – E Ceiça produtora musical do Sesc?
Ceiça Farias – É um trabalho maravilhoso que consigo desenvolver uma vez que trabalho nas duas áreas que são música e literatura, sou formada em Letras Português pela UNIR. O trabalho de música já contava com a Mostra de Música e agora a gente conseguiu desenvolver um trabalho sistemático em que tenha música todo mês dentro do Sesc, foi o Projeto "Cesta Musical" que foi implantado este ano e que acontece dentro do Teatro e o projeto "Palavras e Sons" em que o formato dele é dado com palestras e em seguida um sarau, com participação de poetas, músicos e cantores. Paralelo a isso tem a jornada literária que já estar em sua terceira edição. Este ano foi uma parceria com a UNIR, juntamos com a Semana de Letras e trouxemos três palestrantes de fora entre eles o escritor Roger Melo conhecidíssimo; trouxemos dois professores da UNESP de São Paulo; trouxemos o Raja Canavilio que se não me engano é da USP, pessoas gabaritadíssimas, conhecidíssimas que pra nós aqui de repente ah não, a gente conhece quem está na mídia, Pascoale, Gabriel Pensador; Ziraldo os que freqüentam a mídia, mas, vocês vão ver são todos os doutores, Phds que vieram aqui. Isso me dar um prazer muito grande, mesmo não sendo daqui eu sempre estou dizendo que abracei a cultura desse estado, essa tribo é minha e fico muito feliz em estar desenvolvendo o projeto Cordas & Barros que é pioneiro no país e que foi desenvolvido aqui em Rondônia, é uma sonoridade nossa. Eu acho bacana isso, em poder estar contribuindo um pouquinho com a cultura que é feita aqui. E eu contribuo enquanto cantora e enquanto técnica de cultura do Sesc.
Zk – Recentemente o Sesc entregou à população a quadra coberta estruturada para a realização de grandes shows a exemplo do que aconteceu com o show do Oswaldo Montenegro. Essas apresentações vão continuar qual o próximo show?
Ceiça Farias – O Oswaldo Montenegro veio aí pro aniversário do Sesc, o espaço lá atrás ficou muito bacana pra grandes shows e a equipe de cultura junto com a direção está vendo uma forma de viabilizar outros shows no mesmo porte, pra que a gente possa trazer mais cultura, uma vez que o Projeto Pixinguinha que trazia músicos maravilhosos parece-me que está suspenso. O Sesc tem esse propósito também de trazer atrações nacionalmente conhecidas pra cá.
Zk – Quem é a Ceiça Farias
Ceiça Farias – Então! A minha cidade é uma cidade canavieira Santa Rita e fica a 11 quilômetros da capital da Paraíba João Pessoa, a gente até brinca que é um bairro da capital, mas, é uma cidade do interior com todas suas características. E é com muito orgulho que venho de uma cidade do interior e de uma família que não tem nenhuma veia artística, eu sou a única, acho que cai de para-queda, minha terapeuta fala que acontece, mas, é uma família que me apóia dentro do trabalho que procuro desenvolver. Comecei a fazer teatro aos 14 anos de idade na minha cidade, depois fui pra capital, fiz cursos de extensão na área de música na Universidade Federal, fiz curso de técnica vocal, participei ainda do coral da Universidade Federal, fiz curso de teoria musical e aí conheci os músicos e passei a desenvolver um trabalho artístico, depois larguei o teatro, vi que meu negócio era cantar mesmo.
Zk – E Rondônia?
Ceiça Farias – Aí vim pra Rondônia em 2001 e me integrei aos vários projetos musicais, participei do FAM-SESC, participei ainda do Porto do Som; Projeto Cinco e Meia quando era apresentado no Parque Circuito, Canta Mulher e até festival de rock, participei da Banda Rocksoufunk. To aqui em Rondônia fazendo um pouco de produção, já tenho até minha carteira de produtora expedida pelo SATED e como canora também, as duas coisas me dão um prazer imenso.
Zk – Quem quiser contratar o show Cordas & Barros ou adquirir ingresso para o show deve fazer o que?
Ceiça Farias – Hoje (6), vá ao nosso show às 20 horas no Sest/Senat os ingressos estão sendo vendidos na Discolândia e também no Canteiros Bar e é claro na bilheteria do teatro do Sest/Senat. Qualquer dúvida pode ligar no 9229-2008 ou 8112-7169.
Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br
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