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Silvio Santos

Certidão de batismo de Porto Velho


Certidão de batismo de Porto Velho - Gente de Opinião

Em 1993 a Fundação Cultural do Estado de Rondônia publicou o “Compêndio de História e Cultura de Rondônia” e às páginas 167/170 desse livro, encontramos um artigo do Desembargador Hélio da Fonseca com o título “Ernesto Matoso e sua contribuição na gênese de Porto Velho”. Escreve Hélio Fonseca:
“Publiquei nas páginas do “Alto Madeira” do dia 19 de outubro de 1989 uma nota que reputei muito interessante, sob o título “CERTIDÃO DE BATISMO DE PORTO VELHO”, na qual dei conhecimento aos círculos intelectuais de Rondônia da aquisição por mim feita de um raríssimo exemplar do livro “Impressões de Viagem”, escrito sob anonimato por “um dos membros” da Comissão de Estudos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (sic), publicado no ano de 1885 pela Tipografia a Vapor de Soares & Niemeyer, na cidade do Rio de Janeiro. Considerei uma sorte incrível encontrar essa preciosidade bibliográfica em uma livraria de Brasília, sob a enganosa aparência de uma capa bastante danificada pelo tempo e que não denotava absolutamente o conteúdo sensacional de suas páginas.
Essa obra tem uma importância fundamental para o Estudo da História de Rondônia, pois descreve as peripécias da expedição dirigida pelo engenheiro Carlos Alberto Morsing, despachada pelo Governo Imperial no dia 10 de janeiro de 1883, do Rio, para verificar “in loco” a viabilidade técnica econômica da construção da referida ferrovia, que deveria partir da localidade de Santo Antônio do Madeira e levar seus trilhos até Guajará-Mirim, no rio Mamoré, proeza então considerada quase impossível, em vista do fracasso ruidoso anteriormente sofrido pela firma americana Public Works Construction, que abandonou o empreendimento pela metade no ano de 1873, quase levando à loucura o corajoso empreiteiro Thomas Collins.
Posteriormente à publicação daquele artigo, ao ler o livro “Coisas do meu Tempo”, de autoria de ERNESTO MATOSO, vim a saber que fora ele quem escrevera a obra “Impressões de Viagem”. De fato, aquele destacado escritor e jornalista acompanhou a Comissão Morsing, na qualidade de Secretário e imortalizou os seus fatos nas páginas daquele livro. Dele se deve dizer, ainda, que esteve na Guerra do Paraguai e teve uma atuação brilhante no jornalismo de seu tempo colaborando nos principais órgãos noticiosos. Além disso, escreveu livros importantes para a História do Brasil, “Cartas a meu Irmão”. “Limites do Brasil com a Guiana Inglesa”, “Escolas Agrícolas e Industriais da Europa” e “O Dr. Augusto Montenegro, sua vida e sua Obra”.
Para a cidade de Porto Velho a importância desse livro avulta sobremaneira, pois foi no decorrer dos trabalhos da Comissão Morsing que se chegou à conclusão de que o porto de Santo Antônio era inviável para sediar a estação inicial da futura estrada de ferro, tendo a abertura de pátios ferroviários. Ficou decidido então, que o melhor seria prolongar a linha até um local situado cerca de seis quilômetros rio abaixo, onde havia notícia de um porto profundo e protegido por uma baía, com a vantagem suplementar de ter em suas adjacências vasta extensão de terras altas, propícias para a construção de armazéns, oficinas e desvios ferroviários.
Para confirmar essas indicações, atribuiu-se ao engenheiro Huet Bacellar a missão de explorar a margem do Madeira para onde seguiu em uma lancha a vapor e teve a satisfação de demarcar um ótimo porto e de terreno adequado ao redor para abrigar a infra-estrutura da ferrovia. Conforme registrou ERNESTO MATOSO com muita precisão, o lugar era conhecido naquele tempo como PONTO VELHO, com a letra “N”, e não PORTO VELHO, como é hoje conhecida a cidade pujante que ali haveria de nascer...Em suma, o que eu quis dizer, e está bem claro no meu trabalho, é que até então só se falava em PONTO VELHO como uma vaga história ouvida de antigos moradores da cidade, quase uma lenda, Agora, graças ao livro de ERNESTO MATOSO, tínhamos um DOCUMENTO, publicado no ano de 1885, testificando que um dos engenheiros membros da Comissão Morsing estivera no local, no ano anterior, escolhera-o para ali se construir a estação principal da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, e que essa localidade, completamente erma naquele tempo, era conhecida como PONTO VELHO...”
NR – Salientamos que Ernesto Matoso ao relatar a missão do engenheiro Huet Bacellar se refere ao local como “PONTO VELHO DOS LENHADORES”. Jamais fala sobre PORTO VELHO DOS MILITARES e olha que a missão de Huet Bacellar aconteceu depois da Guerra do Paraguai.




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A eterna polêmica sobre o nome de Porto Velho
Hoje o que estamos festejando são os 93 anos da criação do Município de Porto Velho
O nome da capital do estado de Rondônia, Porto Velho, há muito tempo, é motivo de discussão entre historiadores e contadores de estórias. A discussão chegou praticamente ao ápice, após divulgarmos uma entrevista com o escritor Antônio Cândido que além da origem do nome, questiona também a data da criação da cidade.
A maioria acredita que Porto Velho nasceu oficialmente no dia 4 de julho de 1907 e portanto completou 100 anos no mês de julho passado. Na realidade, a maioria dos nossos historiadores concorda com a data existente no conto, "O Prego de Ouro" publicado, às páginas 23 e 24 do livro de Hugo Ferreira "Reminiscências da Madmamrly e Outras Mais", que no inicio da construção, ou seja, no dia 4 de julho de 1907 ali, onde hoje funciona a ENARO e que também foi conhecido como Serviço de Navegação do Madeira (SNM) em Porto Velho foi pregado um PREGO DE PRATA. Dando inicio a construção da ferrovia e inaugurando a cidade de Porto Velho.
A entrevista do Cândido gerou uma série de discussão entre os que se dizem conhecedores da história da nossa cidade, ao ponto de cancelar uma solenidade em comemoração aos centenários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e da cidade de Porto Velho que estava marcada para acontecer no dia 4 de julho passado, coordenada pelo governo estadual através da Secel.
Em vista de tanta polêmica, a prefeitura de Porto Velho através da Fundação Cultural Iaripuna, resolveu promover um Seminário cujo principal objetivo, é criar um documento oficial, sobre a origem do nome de Porto Velho e a data de sua fundação. O Seminário que estava marcado para acontecer de hoje dia 2 de outubro, até o próximo dia 5, foi adiado para o dia 25 deste mês.
Enquanto isso, temos quase certeza, que a polêmica sobre a origem do nome de Porto Velho vai continuar, com, ou sem Seminário.
A respeito desse tema, vamos publicar alguns conceitos de escritores que por aqui passaram e pesquisaram a origem do nome de Porto Velho.
Hoje, 2 de outubro de 2007, o que estamos festejando são os 93 anos da criação do Município de Porto Velho (Lei N° 757 do governo do estado do Amazonas que elevou Porto Velho em 2 de outubro de 1914 a categoria de município) e não a fundação ou o surgimento da cidade. 




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Município de Porto Velho – Origem
Entre os anos de 1981 e 1985 a Secretaria de Educação e Cultura publicou o Calendário Cultural e às páginas 117/118 encontramos o seguinte texto: Município de Porto Velho – Origem.
Data do princípio do século XX (1907), o núcleo que deu origem à atual cidade de Porto Velho núcleo este que teve inicio no acampamento de serviços da construtora americana “May, Jekyll Randolph & Co.”, responsável pela construção da EFMM, que localizou-se a 7 km da Vila de Santo Antônio em virtude das dificuldades de transpor a cachoeira.
A origem do nome “Porto Velho” estaria ligada a duas versões: a primeira derivada da denominação “Porto do Velho” e a segunda de “Ponto Velho”.
A primeira versão conta que a pouca distância, ou seja, a 8 km das terras ocupadas pela Madeira-Mamoré, havia um local denominado “Boca do Igarapé da Samaúma”, isto porque no passado não muito remoto existiram duas grandes Sumaumeiras que serviam de marco de um porto. Residia neste local um velho agricultor conhecido como “Velho Pimentel” e onde por ocasião da baixa das águas, devido as dificuldades de atracação das embarcações no porto de Santo Antônio, causadas pelo aparecimento de praias, os ingleses(*) responsáveis pela construção da EFMM preferiam atracar, sendo chamado por eles o “Porto do Velho”.
Com o passar do tempo, por aglutinação a denominação “Porto do Velho” passou a “Porto Velho”.
A segunda versão, O “Ponto Velho”, segundo antigos moradores da região, seria de um antigo ponto de caça (barreiro Central das Antas) onde se praticava a caça de maior porte. Ao rarear a caça pela margem, foram os caçadores forçados a penetrar na mata e subir os igarapés. Temendo o risco de encontrarem os índios (existentes em toda região) passaram a marcar encontro nesta baixada, como ponto inicial de suas caçadas, local onde mais tarde foi construído o Clube Internacional, próximo ao atual Clube Ferroviário, referindo-se a ele como o “Ponto Velho”, isto é, o antigo local das caçadas.
NR – (*) Os responsáveis pela construção da Ferrovia foram os americanos e não os ingleses.

Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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