Terça-feira, 20 de dezembro de 2016 - 05h01
A escritora, pesquisadora e poeta Nilza Menezes apresentou no último final de semana no Espaço Tapiri do grupo O Imaginário de Porto Velho/RO, seu mais recente trabalho em literário “A Arma da Mulher é a Língua”. Com direção e dramaturgia de Chicão Santos os poemas foram apresentados ao público presente.
A jornalista especializada em cultura e Mestra em Letras Simone Norberto escreveu a seguinte crônica sobre o espetáculo:
A arte é arma
por Simone Norberto (*)
Resenha crítica sobre o espetáculo "A Arma da Mulher é Língua", do grupo "O Imaginário", baseado na obra poética de mesmo nome da escritora Nilza Menezes.
Na sala pouca iluminação. Somente o suficiente para destacar as cinco atrizes que interpretam o espetáculo. Elas entram entoando murmúrios, como se lamentando sua condição de mulheres oprimidas por uma cultura machista, que as obriga a papéis nada igualitários.
Em seguida, posicionam-se em nichos próprios, e vão cavando na terra, reminiscências femininas. A areia no chão da espaço, é concepção que remonta ao tema. A terra é mulher, é mãe, elemento que representa a origem, onde se cultiva e de onde se obtém a colheita.
Nesse ambiente quase uterino, as sementes fecundadas são os poemas de Nilza Menezes, autora da obra "A Arma da Mulher é a língua", cujo encenação poética é produzida com sensibilidade pelo grupo "O Imaginário".
O espetáculo, como no livro, faz uma arqueologia da condição feminina na sociedade. Por meio dos versos de Nilza, as atrizes dão voz às várias mulheres, em diferentes situações. Enfrentam seus traumas, medos, suas insatisfações e suas angústias. Encaram suas conquistas e impõem sua força.
Com poucos objetos, como espelhos, baús, taças de vinho, bacias d´água e lenços, elas vão construindo um cotidiano que perpassam toda uma vida. Da infância à maturidade. Do nascimento à morte. Movimentos corporais, entonações e gestos cênicos, ajudam a compor as diversas Nilzas, Amanaras, Bárbaras, Flávias, Magnas ou Vitórias que surgem do debruçar sobre o poema.
Do trabalho entre objeto e intérprete vê-se o resultado em suor, lágrimas e sangue. Sangue, que metaforicamente sai dos poemas e se materializa em groselha em cenas impactantes de identificação e entrega.
A dramaturgia sonora assinada pelo músico Bira Lourenço, traz com sutileza os sons da casa. O tilintar das louças e o ranger da escova remontam o ambiente que a estrutura social quer dar a mulher, mas o estralar do chicote espelha a língua ferina que quer protestar contra essa posição subalterna. A tensão se instala a partir do som.
O público sente esse incômodo. Desde que chega ao espaço é incitado a se tornar parte desse cenário, pois não há lugares para se sentar. A maioria, por comodidade ou receio de invadir o espaço de encenação, acaba se encostando nas paredes laterais, mas a concepção cênica de Chicão Santos dá margem à circulação entres as atrizes.
Talvez pelo impacto, ou mesmo uma necessidade de se trabalhar um pouco mais a interação, isso acaba não acontecendo, nada que tire o brilho ou força do resultado final.
Como bem definiu a própria poeta, é muito interessante perceber as diferentes leituras de um mesmo poema. "Temos a sensação de que são criações autônomas, que não dependem do autor para que aconteçam". No caso do espetáculo, os poemas ganham voz, vigor, vida e nos dizem que é preciso usar a arte como arma contra o preconceito, contra o desigualdade, contra todos os tipos de violações e violência.
(*) A autora é jornalista especializada em cobertura cultural. É mestre em letras pela Universidade Federal de Rondônia
Lenha na Fogueira
O jornalista Walbran Júnior e mais um bocado de gente, inclusive eu, estranhou a falta de maior divulgação da inauguração da hidrelétrica de Jirau. Não só a falta de uma maior divulgação, mas, a ausências de autoridades locais e de políticos da região. Veja o que o Walbran postou:
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Intrigante a cerimônia quase sigilosa de inauguração da hidrelétrica de Jirau, na sexta-feira, complexo que está entre as dez maiores hidrelétricas do mundo. Na França e em Tóquio, sede das acionistas Engie e Mitsui, o acontecimento recebeu muito mais destaque na mídia do que em Porto Velho, por exemplo, onde está localizada. Parlamentares não foram sequer avisados. Muito menos convidados. Acionistas preferiram estar sós que mal acompanhados. O fantasma da Lava Jato assustando dentro e fora do país.
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Pois é, Jirau foi inaugurada e pouca gente ficou sabendo, ou só ficou sabendo depois que matéria foi publicada em jornal televisivo. O que será que aconteceu?
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Sexta feira passada, publicamos matéria sobre a Feira de Artesanato de Rolim de Moura, que aconteceu até domingo dia 18.
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Só que fizemos a maior lambança, pois colocamos: “A Fundação Cultural de Rolim de Moura na pessoa do seu presidente Anísio Ruas”.
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Acontece que o Anísio não é presidente da Associação Rolimourense dos Artesãos - ARA coisa nenhuma, ele preside a Fundação Cultural de Vilhena.
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Vamos reparar nossa mancada: A Feira do Artesão de Rolim de Moura foi uma realização da Associação Rolimourense de Artesãos cujo presidente é o Juarez de Souza Silva.
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A feira segundo sua coordenação e o pessoal do PAB que tem a frente nossa amiga Wéllida Sodré foi sucesso total.
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Na realidade, quando nos interessamos em divulgar a realização da Feira do Artesão de Rolim de Moura a intenção era divulgar a escola de samba Acadêmicos da Liberdade presidida pelo nosso amigo particular Pachequinho, que segundo o próprio Juarez presidente da ARA, disse que integrantes da escola de samba participariam (não sei se participaram) da solenidade de abertura da dita Feira.
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Foi tão somente por isso, porém, como a escola de samba do Pachequinho iria se apresentar tivemos que agregar matéria sobre a Feira.
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Quem se interessou pela divulgação do evento fomos nós, que ligamos para saber como, onde e quando aconteceria a apresentação da escola de samba. As informações que foram passadas não citavam o nome do Juarez, por isso, achamos que o Anísio (cujo nome constava da informação que nos foi passada) era o coordenador da Feira de Rolim.
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Depois que a matéria foi publica e chamou a atenção do público de Rolim de Moura para o evento, me vem o Juarez cobrando através da Wéllida (acho que até com grosseria) a retificação. Não precisava, era só nos ligar que faríamos, como estamos fazendo, o reparo com todo prazer e obrigação do jornalismo responsável.
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Isso aconteceu, porque entidades como a ARA não se preocupam em manter uma assessoria de comunicação em seus quadros.
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Agora mesmo, quando a direção da ARA exigiu que fizéssemos a correção, não nos informou se a Escola de Samba se apresentou, se a Guarda Mirim executou o Hino Nacional e se a Fanfarra que falaram que era do Cândido também se apresentou.
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Com nosso pedido de desculpa publicamos a foto do Juarez de Souza Silva.
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