Domingo, 30 de setembro de 2018 - 10h06
‘Resumindo a história, o Dimas chegou na porta do quarto que estava morando no PVH com uma pasta e disse que eu teria que comparecer ao Palácio do Governo as 9 horas, pra falar com a dona Ilza que era diretora do Departamento de Pessoal. Eu fiquei até com medo de mandarem me prender porque estava dormindo no Porto Velho Hotel, que nada, me contrataram como office boy’
‘Estorei mesmo com o 6º LP “Garimpeiro Apaixonado” que vendeu 400 Mil cópias; A música que estourou foi “Amor Proibido”. Essa música me deu meu primeiro disco de ouro (100 Mil cópias), do programa do Bolinha. Quando chegou nas 400 Mil cópias veio o Disco de Platina, foi então que fui contratado pela produção do Bolinha e passei a fazer parte da Caravana do Bolinha aí foi a consagração’
ELDON BRITO
O primeiro artistas cantor rondoniense
a fazer sucesso em todo o Brasil
A
história do Eldon Brito é muito bonita. Sem medo de nada, ele saiu de
Porto Velho com apenas o correspondente nos dias atuais, a R$ 50 e
depois de trabalhar numa pastelaria em São Paulo e de ouvir do cantor
Agnaldo Timóteo: “’Se você quer ser artista, primeiro arranja um
emprego”, lutou e chegou a vender mais de 400 mil cópias de um dos seus
30 LPs gravados.
Eldon Brito apesar de fazer sucesso no Nordeste e
em cidades do Sudeste até hoje, é pouco conhecido em seu estado natal
Rondônia. De visita a sua mãe que reside em Porto Velho o engenheiro de
formação que nem sabe quanto ganha um profissional engenheiro, vive
exclusivamente de música, em especial dos direitos autorais de suas
composições, que podem ser baixadas nas plataformas digitais pelo mundo.
Gravamos
a entrevista que segue, sexta feira, na Casa da Cultura Ivan Marrocos e
ficamos encantados com a história do Eldon Brito.
E N T R E V I S T A
Zk – Vamos começar?
Eldon Brito
– Nasci em Guajará Mirim com o nome de Osvaldo Soares que
posteriormente se transformou no nome artístico Eldon Britto que foi
adotado, através de votação em família. Na realidade, nasci em 1965, na
localidade chamada Prainha. Minha mãe dona Dormelina Alves de Brito e
meu pai Pascoal Soares de Brito que não cheguei a conhecer porque o
perdi quando tinha três anos de idade.
Zk – Quando começa sua história na comunicação?
Eldon Brito
– É uma história interessante! Lá em Guajará eu gostava de desenhar
histórias em quadrinhos e a época, em frente a minha casa, morava a
diretora da maternidade que se chamava dona Margareth Palácios e devido
essa minha facilidade em desenhar personagens de revistas em quadrinhos,
ela me proporcionou uma bolsa de estudos em Porto Velho. Com a
transição de governo, o novo governador cortou as bolsas estudos. Ao
perder a bolsa, perdi também o local onde eu morava, que era no Quartel
da Guarda Territorial na Arigolândia. Lembro que peguei minha malinha
com um pouquinho de roupa, cheguei perto do Palácio do Governo e naquela
época o Porto Velho estava abandonado e eu fiquei sentado a noite, no
murinho que tem la até hoje, foi quando o vigia chegou e perguntou o que
eu estava fazendo e eu contei a história da bolsa e do alojamento da PM
e ele liberou um quarto do Porto Velho Hotel pra mim dormir naquela
noite. No dia seguinte comecei a freqüentar a praça Aluizio Ferreira e
entre os amigos que fiz jogando bola, tinha um que era filho do Dimas
Queiroz de Oliveira que trabalhava na Assessoria de Imprensa e Relações
Públicas do Palácio do Governo. Eu havia emprestado ao filho do Dimas
umas das revistas com meus desenhos e o Dimas perguntou quem havia feito
aqueles desenhos e o filho dele informou que tinha sido um “moleque”
que estava morando no Porto Velho Hotel etc. Resumindo a história, o
Dimas chegou na porta do quarto que estava morando no PVH com uma pasta e
disse que eu teria que comparecer ao Palácio do Governo as 9 horas, pra
falar com a dona Ilza que era diretora do Departamento de Pessoal. Eu
fiquei até com medo de mandarem me prender porque estava dormindo no
Porto Velho Hotel, que nada, me contrataram como office boy, foi aí que
começou minha trajetória artística aqui em Porto Velho.
Zk – A TV Educativa?
Eldon Brito
– Quando foi implantada a TV Cultura aqui, a programação era
diversificada apesar de não ser muito profissional mesmo assim, a
direção procurou colocar em cada setor, especialistas e nessa eu fui
escolhido pra fazer os desenhos que seriam compatíveis com cada
programação. Foi quando criei a figura de um indiozinho. Esse índio tem
uma história que até hoje pouca gente sabe.
Zk – Vamos contar?
Eldon Brito
– Na época me inspirei na logomarca do guaraná Parecis que até hoje
existe em Guajará Mirim que é um índio e então a logomarca da TV Cultura
de Porto Velho é a figura do índio do Guaraná fabricado em Guajará. O
fato interessante que aconteceu foi que eu colocava meu nome em todos os
desenhos e então uma diretora me chamou em seu gabinete e pediu pra eu
não colocar mais minha assinatura nos desenhos, se não me engano o nome
dela é Jussara Gottlieb.
Zk – Como foi que você se transformou em artista cantor e compositor?
Eldon Brito
– La em Guajará Mirim compus minha primeira música quando tinha mais ou
menos de 11 pra 12 anos “Menina da Escola”. Nesse contexto me
matriculei no Colégio Tenente Wanderley que funcionava atrás da
Catedral. Num determinado festejo do dia das mães a diretora chamada
Terezinha me pediu que compusesse uma música pra tocar na Catedral,
então compus a música chamada “Quadra Deserta”. Quando terminei de
cantar, os aplausos ecoaram e no meio do público estava o locutor da
Caiari Edinho Marques que se identificou pra mim e me convidou para
cantar a música em seu programa. Quando cheguei na rádio com o violão,
ele disse que eu não iria cantar ao vivo, que iria gravar e assim foi
feito. Quando cheguei em casa a primeira coisa que minha mãe falou foi:
“Ouvi você cantando na rádio”. Edinho me chamou de novo e disse: “Rapaz
continua a carreira artística, enfrenta isso aí que tu leva jeito”. Eu
nem, sabia por onde começar uma carreira artística e ele insistiu: “O
único jeito é você viajar pra São Paulo”.
Zk – Você atendeu o conselho dele?
Eldon Brito
– Peguei o dinheirinho que tinha, comprei a passagem de ônibus. Seria
hoje sair daqui pra São Paulo com o violão, a malinha e cinquenta reais.
Daqui pra Cuiabá era estrada de chão, lama pura. Foram 16 dias pra
chegar em São Paulo.
Zk – E já em São Paulo?
Eldon Brito
– Sai pela avenida Rio Branco e numa banca de revista encontrei o
Agnaldo Timóteo. Nossa encontrar uma ídolo logo de cara foi o máximo,
fui logo perguntando pra ele o que eu faria para começar uma carreira
artística? Ele olhou pra mim dos pés a cabeça e falou: “Arruma primeiro
um emprego, depois você corre atrás disso”. Ele tinha razão.
Zk – Qual foi seu primeiro emprego em São Paulo?
Eldon Brito
– Fui trabalhar como atendente numa pastelaria dos coreanos na avenida
São João e nas minhas folgas eu procurava as gravadoras. Eu chegava na
portaria o guarda olhava pra mim e dizia: “não tão pegando ninguém”.
Depois de mais de vinte vezes, ele disse: “Deixa tua fita (cassete) aí
que vou entregar pro Tony Dim” que era diretor de repertório da
gravadora. Nessas andanças conheci o cantor Cassiano Costa que me
apresenta o Tony Dim dentro da Copacabana e então comecei a assinar
contrato como autor das canções.
Zk – O que aconteceu depois?
Eldon Brito
– Um empresário do Paraná foi a São Paulo divulgar seu estabelecimento
na Folha de São Paulo e nesse dia, eu tinha ido a Folha de São Paulo com
um amigo e la conheci a Sonia Abrão que se tornou grande amiga minha
até hoje graças a Deus, perguntei a ela o que deveria fazer para
aparecer no jornal e ela perguntou o que eu fazia e então ela fez uma
matéria comigo que foi publicada no jornal Notícias Populares. Diante da
repercussão da matéria, aquele empresário do Paraná entrou em contato
comigo e propôs uma parceria. Ele investiria na minha carreira pra
gravar o primeiro disco um Compacto Duplo (quatro músicas). A proposta
dele que aceitei era que ele ficaria com 50% do que entrasse da venda do
disco e dos shows. Negócio fechado!
Zk – Como foi a gravação do primeiro disco?
Eldon Brito
– Por incrível que pareça, eu conhecendo todas essas gravadoras fui
gravar num selo chamado Solimar. Minha amiga Claudia Telles forneceu seu
conjunto musical para gravar me acompanhando. O disco saiu no final de
1979 e foi o maior sucesso em todo Norte e Nordeste. Rapidamente a RCA
me chamou e fez o relançamento do Compacto que vendeu de cara, 60 Mil
cópias.
Zk – Você ficou na RCA?
Eldon Brito – O
erro deles foi que fizeram um contrato só para o relançamento do
Compacto e aí, chegou o Carlos Santos e me levou pra Belém e lá gravamos
o primeiro LP que saiu em 1982 pela Gravasom. Vendi 40 Mil. Só que o
Carlos Santos também não assinou contrato. A distribuição do LP foi pela
Polygram e a Polygram então me levou pro Rio de Janeiro e assinou um
contrato de oito anos comigo.
Zk – Quantos discos você gravou pela Polygram?
Eldon Brito
– Estorei mesmo com o 6º LP “Garimpeiro Apaixonado” que vendeu 400 Mil
cópias; A música que estourou foi “Amor Proibido”. Essa música me deu
meu primeiro disco de ouro (100 Mil cópias), do programa do Bolinha.
Quando chegou nas 400 Mil cópias veio o Disco de Platina, foi então que
fui contratado pela produção do Bolinha e passei a fazer parte da
Caravana do Bolinha aí foi a consagração.
Zk – Pra contratar o Eldon Brito?
Eldon Brito
– Meu celular é (69) 99338-5565 ou então via email
eldonbrito@hotmail.com ou eldonbrito2012@hotmail.comque é o oficial.
Quer conhecer realmente minha história digita na internet apenas Eldon
Brito que vai ter história até da minha avó.
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