Domingo, 23 de dezembro de 2007 - 07h55
Entre os dias 17 e 21 a Funarte em parceria com o governo estadual através da Secel, realizou na Casa de Cultura Ivan Marrocos o "Circuito Funarte de Oficinas de Dança", de acordo com o coordenador Fabiano Carneiro as Oficinas são desenvolvidas dentro de uma carga horária de 15 horas, ou seja, 3 horas por dia durante 5 dias. O Circuito chega a Porto Velho graças ao Prêmio Klauss Vianna que premiou por dois anos consecutivos o Grupo Wak'umã de Dança dirigido pelo Paulinho Rodrigues. "Foi através do Cia do Paulinho Rodrigues que a Funarte tomou a decisão de mapear os estados da Região Norte". Participaram das oficinas as técnicas; Dudude Herrmann com dança/criação e improvisação – Paola Rettore, Dança: momentos atuais, pensamentos e vagabundagens e Andrea Maciel O objetivo do curso é oferecer aos alunos vias de acesso a princípios e mecanismos de movimentos dançados que podem ser aplicados de diversas maneiras na criação cênica, bem como, promover um aprimoramento do olhar e do senso estético. Para surpresa de todos a freqüência foi acima do esperado, mais de 50 pessoas se inscreveram e participaram das aulas que foram ministradas pela manhã, tarde e a noite. "Estamos deveras impressionados de como a dança reúne tantas pessoas aqui em Porto Velho".
Nesses últimos dias do ano a Funarte vem dando atenção especial a Porto Velho recentemente os artistas plásticos participaram de oficinas e palestras com o renomado artista em artes visuais Marcelo Gandy e agora para encerrar o ano com chave de ouro, O Circuito Oficinas Funarte de Dança. Para esclarecer melhor de como os municípios do interior de Rondônia podem pleitear a presença dos técnicos da Funarte, conversamos com o Coordenador de Dança da entidade Fabiano Carneiro.
E N T R E V I S T A
Zk – Como aconteceram as oficinas de Dança da Funarte em Porto Velho?
Fabiano – Estamos estabelecendo pela primeira vez um evento inédito o Circuito de Oficinas de Dança Funarte na Região Norte. O Projeto consiste no mapeamento e a conexão das pessoas envolvidas com dança; estudiosos, alunos, pessoas que tem uma ligação com a dança, a partir dessa ação, nossa iniciativa seria trazer novas oficinas, saber o que, que se passa na Região em nível de dança nas mais variadas idades e fazer com que, essas pessoas, tenham contato com a dança contemporânea dos professores que vieram pra cá, que são professores altamente qualificados, que tem uma bagagem muito grande e tem uma troca de informações, podermos também levar pro Rio de Janeiro e São Paulo a Dança que é desenvolvida aqui na Região.
Zk – Qual a exigência para a pessoa participar das oficinas?
Fabiano – A participação nas oficinas exige que as pessoas já tenham alguma ligação com a dança, estudiosos, pensadores, etc. São três oficinas na verdade, duas oficinas práticas com as professoras Andrea Maciel e professora Dudude Herrmann e uma oficina teórica com a professora Paola Rettore. A Dudude e a Paola São de Minas Gerais e a Andrea do Rio de Janeiro. Essas oficinas são para pessoas que tenham tido algum contato com a dança, as oficinas são gratuitas e aconteceram nos três turnos, manhã, tarde e noite, na Casa de Cultura Ivan Marrocos.
Zk – Qual o critério usado pela Funarte para eleger uma cidade para receber as oficinas. O governo estadual solicita ou a Funarte é quem decide. Como funciona?
Fabiano – Fizemos um mapeamento da Região Norte e através do prêmio Klauss Vianna onde tivemos um grupo que foi a Cia de Dança Wak`umã que ganhou o prêmio aqui na Região, vimos também que a Região Norte tinha uma carência muito grande com relação aos projetos de dança no Prêmio Klauss Vianna. Algumas Regiões que não tiveram nenhum projeto inscrito e outras regiões cujos projetos, foram desclassificados na primeira fase. Foi então que sentimos a necessidade de voltarmos nosso olhar para a região Norte, especialmente para as capitais. Concentrar as oficinas nas capitais num primeiro momento e depois de ter feito o mapeamento, saber no interior como é que é o movimento de dança, enfim saber como a coisa se estabelece.
Zk – Sabemos que para a pessoa participar tem que ter uma iniciação na dança. Agora, no final das oficinas essas pessoas estarão aptas a participar de um espetáculo de dança?
Fabiano – Na verdade, acho que o pensamento, é um pouco mais além. É fazer com que elas tenham contato com um outro tipo de linguagem, uma linguagem contemporânea que é desenvolvida nas grandes cidades, além de tudo que elas estejam habilitadas. Nossa idéia é aprimorar o material humano que é farto na região, Tem muita gente envolvida com dança aqui e o nosso objetivo é fazer com essas pessoas se sintam mais capacitadas. No final das oficinas sempre realizamos uma apresentação com os participantes que mostram o aproveitamento obtido durante as oficinas.
Zk – Você em particular, além d coordenador do projeto, é envolvido com dança, assim é bailarino, dançarino?
Fabiano – Não, não! Na verdade trabalhei por muito tempo em salas de danças. Esse ano, por exemplo, fui responsável da parte administrativa dói prêmio Klauss Vianna. Na verdade não tenho formação de dança, minha formação é na área de administração, porém, tenho esse contato com a dança há mais de 15 anos, sempre trabalhando em teatros com grupos de dança, sempre fui, digamos assim, um curioso da dança, de alguma forma estou envolvido no contexto.
Zk – O que é necessário para um grupo de dança concorrer ao prêmio Klauss Vianna?
Fabiano – Especialmente no prêmio Klauss Viana é necessário que o grupo tenha uma cadastro, CNPJ, enfim tenha um projeto com embasamento e a partir da daí, uma experiência também. É necessário que seja uma empresa registrada, tenha alguns anos de experiência, isso proporciona ao grupo a chance de concorrer nesse Edital, que é um Edital Público e que cada vez mais nós estamos aprimorando. Este ano, péla primeira vez, tivemos uma verba destinada para cada Estado.
Zk – As inscrições acontecem em qual período do ano?
Fabiano – No ano passado (2006), as inscrições começaram a partir do mês de maio. No ano de 2008, nossa idéia é renovar a caravana com uma série de projetos que estão por vir no ano de 2008. É interessante que os grupos acompanhem esse movimento no site da Funarte www.funarte.gov.br. As inscrições normalmente começam no mês de maio, porém é interessante que as pessoas mantenham contato constantemente.
Zk – Quando um grupo é contemplado com o prêmio ele só pode atuar no seu estado de origem?
Fabiano – Na verdade, o prêmio não tem nenhum tipo de restrição, inclusive você pode captar outros tipos de patrocínio. Você pode desenvolver oficinas de capacitação, pode montar um espetáculo com o valor do prêmio e pode também, fazer uma circulação. Você tem a possibilidade de utilizar esse prêmio da melhor forma possível. Essa circulação pode ser fora do seu estado de origem também.
Zk – Qual a contrapartida do governo do estado de Rondônia na realização das oficinas?
Fabiano – Como é a primeira vez que desenvolvemos as oficinas na Região, não sabíamos as características que iríamos encontrar, assim sendo, procuramos várias parcerias. Aqui em Porto Velho especificamente, contamos com o apoio do governo do Estado através da Secretaria de Cultura que nos disponibilizou a Casa Ivan Marrocos.
Zk – Existe a possibilidade das oficinas serem ministradas em outros municípios de Rondônia. O que as prefeituras precisa fazer para poder receber a equipe de vocês?
Fabiano – Certamente, na verdade a minha vinda pra cá também é estreitar essa relação, saber quem são as envolvidas com a cultura dentro da região. Nesse primeiro momento, a gente fazendo o mapeamento como eu falei há pouco, vamos estreitar relações, fazer com que o município do interior que tenham um envolvimento com a cultura, possa nos oferecer uma contra partida um espaço pra desenvolver o projeto, algumas ações da iniciativa privada que tenham vontade de levar essas oficinas para os seus municípios, oferecendo algum tipo de espaço físico, acomodações para as pessoas desenvolverem as oficinas. Seria basicamente isso daí.
Zk – Para encerrar. A pessoa querendo entrar em contato com você deve fazer o que?
Fabiano – Na Casa de Cultura Ivan Marrocos estou deixando meu endereço para contato, ou então acessar o site da Funarte www.funarte.gov.br.
Andrea Maciel: diretora e coreógrafa da cia de dança contemporânea AMCD, fundada em 1995, no Rio de Janeiro. Nos anos 200/2001/2002 a Cia foi subvencionada pela Prefeitura do Rio de Janeiro no programa de apoio as Cias Cariocas da Rioarte. Seus trabalhos vem sendo premiados desde 1997 com "Só Assim Você Não Vai Ficar Flutuando no Espaço Vazio", 1998 "Duetos", 1999 "Alaska", 2002 "Eletricidade", 2005 "Por Onde os Olhos Não Passam", 2006 "Gravidade Zero".
Iniciou sua carreira profissional em 1985 como bailarina do ballet Stagium de São Paulo. É professora graduada pela Faculdade Angel Vianna/RJ. Em 2005, produziu as pesquisas científicas: a monografia, "Vídeodança: edição e coreografia como sistemas semelhantes" e o projeto, "O Corpo Contemporâneo: a complementaridade entre as técnicas de dinâmica muscular, ballet e dança contemporânea na formação corporal". Em 2003 realizou o projeto de pesquisa "Do Movimento ao Som e Vice Versa" promovido pela Bolsa Vitae de Artes-SP e participou como diretora e coreógrafa do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros Ano II em Salvador/Ba.
Atualmente faz direção de movimento da peça multimídia "A Herança" do autor italiano Andrea Apetitto direção de Virgínia Corsini. Cursa o pós-graduação em "Estéticas do Movimento" na Faculdade Angel Vianna, além de ter estreado sua nova obra "Movimento nº 2" no Festival Panorama de Dança 2007 no Rio de Janeiro.
A artista desenvolve um estilo único, que mescla o rigor do ballet com a fisicalidade nativa da capoeira associada à pesquisa que envolve elementos sensoriais, micro movimentos, vídeodança e música eletrônica.
Dudude Herrmann: bailarina, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança, iniciou seus estudos nos anos de 1970 como parte da geração do Grupo Transforma BH/MG, atualmente dirige seu estúdio fundado em 1994, que é um centro de referência na cidade de Belo Horizonte e mantém a Benvinda Cia de Dança(1992) a qual pesquisa e investiga a dança dentro de uma linguagem contemporânea, discutindo o humano do nosso tempo sendo ele fonte e recurso para seus trabalhos.
Promove eventos onde a informação se faz através do entrosamento artista x comunidade.
Trabalha com artistas de áreas afins, o foco de seu trabalho é a improvisação e a performance em dança. Atualmente ministra aulas em seu estúdio, Grupo Galpão,e é sempre convidada para ministrar oficinas. Foi bolsista do Ministério da Cultura do Brasil - projeto Bolsa Virtuose 2000 – em residência no Centro Coreográfico de Orleans à convite de Josef Nadj.
Em 2003/2004, desenvolveu seu projeto selecionado pelas Bolsas Vitae de Artes: “Poética de um Andarilho / A Escrita do Movimento no Espaço de Fora”. Para 2008 prepara o lançamento do Livro Caderno de Notações A Poética do Movimento no Espaço de Fora. Apresenta seus trabalhos em diversos Festivais do Brasil e Exterior.
Paola Rettore - Dirige a Vagabundagem Dance - Uncompany. Atualmente integra o coletivo da Benvinda Cia de Dança, sob direção de Dudude Herrmann. Trabalha com vídeo como intérprete, bailarina e coreógrafa com o artista plástico Marcelo Kraiser (Brasil). Desenvolvem juntos os projetos Pequenas Navegações, no qual lança cartas de amor em garrafas ao mar com o poeta Frank Baez (República Dominicana), atua em vídeos poemas de Marcelo Kraiser e o poeta Fernando Aguiar (Portugal). Leciona no curso profissionalizante do CEFAR - MG- Palácio das Artes, FCS e no curso de Extensão em Pedagogia do Movimento, Escola de Belas Artes, UFMG. Consultora para elaboração de currículos e programas para Faculdades de Dança no Brasil e no exterior. Cria em 1988 o De Pernas Pro Ar, espaço coreográfico. Mestranda da Faculdade de Belas Artes da UFMG (2007).
Especialista em Arte e Contemporaneidade pela Escola Guignard, UEMG em 2004. Formada em Dança Moderna,1983, pelo Corpo - Escola de Dança e em 1986, em Pedagogia pela UEMG. Estudou Dramaturgia com Aristides Vargas em 2001 (Grupo Malayerba – Equador), e Direção de atores para o Cinema em 2005 (EICTV – Cuba).
Recebeu prêmios como coreógrafa pela Universidade Central del Ecuador/ 2000 e 2001, 2002 e assina coreografias de espetáculos que receberam prêmios, como Rua da Amargura, com o Grupo Galpão/ 1995, Triunfo Eucarístico com a Cia de Dança do Palácio das Artes/1986.
Escreveu e publicou, pela Editora Dimensão, o livro O Anjo da Dança, o qual recebeu dois prêmios nacionais de literatura infanto-juvenil.
O vídeopoema Outro ensaio, direção Marcelo Kraiser e poesia de Fernando Aguiar em exposição no Centro Cultural Raiano, Idanha-a Nova- Portugal, em 2007. O vídeo “Para Teus Olhos”, com Marcelo Kraiser, da 10ª Mostra de Cinema de Tiradentes em 2007. O vídeo “Vagabundagem” com Pablo Lobato participa em 2006 da 9ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br - Colunista do Jornal Diário da Amazônia
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