Domingo, 9 de dezembro de 2018 - 18h38
Leonilson
é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, conhecido por sua
obra singular e autobiográfica.
Filho
de Teodorino Torquato Dias e dona Carmen proprietários da empresa TT Dias e Cia
que tinha a Casa Saudade, Mundo Elegante e outras lojas em Porto Velho.
Nascido
em Fortaleza, em 1957, Leonilson mudou-se com a família para São Paulo ainda
pequeno, e logo cedo começou a demonstrar o seu interesse pela arte.
Fez cursos livres na Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, deixando-o incompleto, para iniciar sua trajetória artística.
Na
década de 1980, fez parte do grupo de artistas que retomou a prática da
pintura, conhecido como ‘Geração 80’. Participou de importantes mostras no
Brasil e no exterior, como Bienais, Panoramas da Arte Brasileira, e a
emblemática Como vai você, Geração 80?.
Interessado em moda, trabalhou com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, com a criação dividida de cenários e figurinos do espetáculo “A Farra da Terra”. A convite de Gloria Kalil apresentou sua interpretação sobre moda em evento de lançamento de coleção da grife Fiorucci.
‘Quando a gente montou o Projeto, a primeira coisa que fizemos, foi tentar localizar os colecionadores do Leonilson, quando conseguimos, passamos a fazer visitas a esses colecionadores, para fotografar as obras, saber como elas foram adquiridas’.
Leonilson
era um viajante apaixonado. Morou temporariamente em Madri, Milão e Munique, e
viajava freqüentemente pelo Brasil e exterior, buscando e vivenciando novas
experiências. Essa paixão foi fundamental para fazer dele um artista atualizado,
sempre em contato com as últimas tendências, por dentro dos movimentos que
agitavam o cenário cultural-artístico da época.
O
artista faleceu jovem, em decorrência do vírus HIV, na cidade de São Paulo, em
1993, aos 36 anos de idade.
Deixou
cerca de 4.000 obras, além de múltiplo acervo documental.
Sua
produção é considerada por críticos brasileiros e internacionais de grande
valor conceitual para a arte no Brasil, sendo o retrato autêntico e incansável
de uma geração e, que por abordar questões cruciais inerentes à subjetividade
humana, se faz capaz de gerar identificação e diálogo universal.
Em
visita a familiares em Porto Velho, as irmãs do Leonilson Ana Lenice – Nicinha
e Ana Lenilda – Tilda, doaram à Biblioteca Francisco Meirelles, graças a intervenção
da Ana Castro, o catálogo Raisonné com 3.400 obras do Leonilson, o cearense quase
rondoniense.
Quarta
feira passada nos encontramos e gravamos a entrevista que segue:
ENTREVISTA
Zk
– Vamos às identificações?
Nicinha – Meu nome na verdade é Ana Lenice Dias Fonseca da Silva porém, todo mundo me chama de Nicinha. Essa é minha irmã Ana Lenilda conhecida por Tilda. Somos irmãs do Leonilson que é o motivo dessa entrevista. Somos filhas do Teodorino Torquato Dias o TT Dias, dono da Casa Saudade e outras lojas aqui em Porto Velho. Moramos aqui uma época, depois fomos para Fortaleza (CE); a Tilda e meu irmão mais velho Leilson nasceram aqui, enquanto eu e o Leonilson nascemos em Fortaleza, depois fomos pra São Paulo e lá nasceu a Ana Celina, somos cinco irmãos.
Zk
– Vamos falar mais sobre o Leonilson?
Nicinha
– Ele era um artista que produzia em todos os segmentos das artes plásticas,
desenhava, esculpia, pintava telas e bordava. Ele faleceu ha 26 anos e deixou
parte do acervo dele para a mamãe. A gente estava querendo fazer alguma coisa
com esse acervo. Eu Brinco sempre, que, quando ele morreu, a gente não era
muito do ramo das artes, então ficamos com muito medo do que fazer com aquilo
que ele tinha deixado. Isso porque em geral, quando o artista morre, a família
dilapida tudo que tem, começa a vender e coisa e tal. Então resolvemos nos
juntar e criar o Projeto Leonilson.
Zk
– Ele com tão pouco tempo de vida, conseguiu projeção internacional. Como isso
aconteceu?
Nicinha
– Ele morreu aos 36 anos de idade. Foi pra Madri em 1981 fazer uns estudos e a
primeira exposição dele ocorreu lá. Foi pra Milão na Itália, passou um tempo
expondo na Europa e só depois, veio para o Brasil.
Zk
– E aqui?
Nicinha
– Quando voltou definitivamente para o Brasil em 1983, foi convidado para expor
em duas grandes galerias: Em São Paulo a Luíza Strina e no Rio
de Janeiro Thomas Crown. Em 1985 participou da bienal de São Paulo e da
bienal de Paris. Logo cedo conseguiu fazer a carreira, coisa bastante difícil
para os artistas jovens. Depois que ele morreu, criamos o Projeto Leonilson
cujo objetivo, é divulgar as obras dele, então começamos a fazer exposições e
além disso, fizemos livros, filmes e assim propagamos o trabalho dele.
Zk
– É verdade que no Brasil apenas três artistas têm suas obras publicadas no
catálogo Raisonné?
Nicinha
– É verdade! Apenas o Portinari, Tarsila do Amaral e agora o Leonilson.
Raisonné normalmente é um catálogo que engloba todas as obras da pessoa, em
geral após a morte.
Zk
– Como foi que vocês conseguiram a publicação do Catálogo?
Nicinha – Quando a gente montou o Projeto, a primeira coisa que fizemos, foi tentar localizar os colecionadores do Leonilson, quando conseguimos, passamos a fazer visitas a esses colecionadores, para fotografar as obras, saber como elas foram adquiridas, então, a partir daí a gente fez um banco de dados onde temos tudo catalogado. A idéia era um dia conseguir fazer o catálogo Raisonné um catálogo que exige muita pesquisa para ser publicado e bom patrocínio.
‘A Ana Castro era amiga particular do Leonilson e é funcionária da Biblioteca Francisco Meirelles aqui em Porto Velho, ao saber da publicação do catálogo, solicitou que doássemos um exemplar para a Biblioteca e aproveitando nossa visita aos nossos familiares, trouxemos o exemplar do catálogo’.
Zk
– Vocês conseguiram patrocínio com quem?
Nicinha
– Há três anos, conseguimos o patrocínio do Dr. Airton dono da Unifor, ele é
muito interessado em todos os artistas cearenses e como o Leonilson é um
artista cearense ele se propôs a transferir a verba pra gente fazer o catálogo.
O catálogo reúne 3.400 obras cada uma com seu histórico.
Zk
– Onde apreciar as obras do Leonilson?
Nicinha
– Quando o Leonilson morreu, umas das coisas que a gente fez, foi doar algumas
obras para alguns museus, aqui do Brasil: Museu de Belas Artes do Rio de
Janeiro; MAM de São Paulo; MAC de São Paulo, Dragão do Mar de Fortaleza. Já os
Museus de fora, visitavam o Projeto e normalmente compravam algumas obras. Hoje
as obras do Leonilson estão em 28 museus do Brasil e do mundo.
Zk
– Em São Paulo a sede do Projeto Leonilson fica aonde?
Nicinha
– Hoje a sede fica na antiga casa da Mamãe na Vila Mariana, que os irmãos
resolveram se juntar e fazer a reforma e doar para o Projeto, porque até então,
funcionava num espaço alugado.
Zk
– Agora vocês doaram um exemplar do catálogo para a Biblioteca Francisco
Meirelles?
Nicinha
– Pois é, a Ana Castro era amiga particular do Leonilson e da nossa família e é
funcionária da Biblioteca Francisco Meirelles aqui em Porto Velho, ao saber da
publicação do catálogo, solicitou que doássemos um exemplar para a Francisco
Meirelles e aproveitando nossa visita aos nossos familiares aqui em Porto
Velho, trouxemos o exemplar do catálogo e alguns livros publicados pelo
Leonilson que a partir de agora, passam a fazer parte do acervo da Biblioteca
Francisco Meirelles.
Zk
– Como podemos adquirir o catálogo e qual o valor?
Nicinha – A venda é feita através da internet via site: www.projetoleonilson.com.br no valor de R$
1.200,00.
Lenha na Fogueira com o filme "O Pecado de Paula" e os Editais da Lei Aldir Blanc
A Fundação Cultural do Estado de Rondônia (Funcer), realiza neste sábado (16), o ensaio para a gravação do filme em linguagem teatral "O Pecado de Pau
Lenha na Fogueira com o Museu Casa Rondon e a eleição da nova diretoria da FESEC
Entrega da obra do Museu Casa Rondon, em Vilhena. A finalidade do Museu é proporcionar e desenvolver o interesse dos moradores pela rica história
Lenha na Fogueira com o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças
Hoje os católicos celebram o Dia de Nossa Senhora Aparecida a padroeira do Brasil. Em Porto Velho as celebrações vão acontecer no Santuário de Apareci
Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho
Tenho uma maneira própria de medir a audiência de um programa de rádio. É o seguinte: quando o programa ecoa na rua por onde você está passando, dando