Sábado, 10 de outubro de 2009 - 08h08
Com quermesses, novena e procissão, a população do distrito de São Carlos festeja o dia de sua padroeira Nossa Senhora Aparecida neste final de semana. Inclusive a prefeitura de Porto Velho incluiu o distrito na programação da festa em comemoração ao aniversário de criação do município e realiza atividades culturais neste sábado, domingo e segunda feira dia da padroeira.
O distrito de São Carlos do Jamari foi criado por intermédio da Resolução nº 122, de 21 de novembro de 1985, com amparo na Lei Complementar nº 39, de 10 de dezembro de 1980.
Segundo o professor e historiador Abnael Machado de Lima, a Vila de São Carlos do rio Madeira situada em sua margem esquerda, confrontando com a foz do rio Jamarí é a localidade mais antiga no espaço atual limitado pelo estado de Rondônia. Foi fundada em 1723 pelo padre jesuíta João Sam Payo, com a denominação de Missão de Santo Antônio do Alto Madeira, removendo-a em 1727 da margem do rio mais para o interior, nas proximidades do lago Cuniã, visando torná-la menos vulnerável aos ataques dos indígenas (Mura, Muduruku, Parintintin) e dos predadores de índios.
Em 1797 o governo português no local da missão transferida, instalou o povoado de São João do Crato, constituído de degredados e mulheres de vida errada, portugueses, ciganos e famílias indígenas trazidas do rio Negro. O administrador do povoado era o Ouvidor Luiz Pinto de Cerqueira, substituído em 1801 pelo capitão Marcelino José Cordeiro, o qual devido às condições endêmicas do local e a permanente ameaça de ataque dos indígenas, o abandonou em 1802, localizando a sede do povoado num local um pouco abaixo deste, a onde já havia alguns moradores, estabelecendo o posto fiscal e o registro de ouro para embarcações que desciam de Mato Grosso, construiu abrigo para o destacamento militar, barracas para os colonos e a capela dedicada a São João Batista. O governador do Grão-Pará por decreto deu a essa nova fundação, o nome de Colônia Nova, porém prevaleceu mantido o de São João do Crato, o qual continuou a receber degredados, sendo construídos três barracões dormitórios, um para os homens, outro para as mulheres e outro para os escravos dormirem sob vigilância. Em 1828, o povoado foi destruído por um incêndio, sendo acusado de ter sido seu autor, o sargento Manoel Batista de Carvalho, administrador do povoado e comandante do destacamento. Seus habitantes se dispersaram e os soldados também se retiraram.
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