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Silvio Santos

Festcineamazônia: Publico lota teatro Banzeiros na abertura


Festcineamazônia: Publico lota teatro Banzeiros na abertura - Gente de Opinião

Cinema, música e literatura marcaram a primeira noite do Festival

A abertura da 10ª edição do Festival Latino-Americano de Cinema e Vídeo – Festcineamazônia lotou o Teatro Banzeiros, na noite de terça-feira 6. Um telão instalado no lado externo foi a alternativa para quem não conseguiu entrar no auditório principal. O cerimonial conduzido pelo ator Gero Camilo deu um tom descontraído ao evento. Ao final, o público teve o “aula-show” “Nas Palavras das Canções”, do cantor e compositor José Miguel Wisnik.

O cartunista e jornalista Ziraldo, homenageado da noite, não pode comparecer por causa de problemas de saúde, mas gravou mensagem ao publicou criou uma arte exclusiva com o mapa de Rondônia em forma de beija-flor.

O primeiro filme exibido foi a animação “O Retorno do Mapinguari”, direção de Leo Ribeiro. Na seqüência foi exibido “Awara Nane Putane – Uma História do Cipó”, do diretor Sérgio de Carvalho. “A Ferrovia do Diabo”, de João Batista de Andrade, foi a última exibição.

O Festcineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, Secretaria do Audiovisual, apoio cultural do Centro Técnico Audiovisual – CTAv, Governo de Rondônia através da Secretaria dos Esportes, da Cultura e do Lazer – SECEL, Prefeitura do Município de Porto Velho, Fundação Iaripuna e Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Rondônia – UNIR/PROCEA. Foto: Avener Prado / FestCine Amazonia


 

O documentário “A Ferrovia do Diabo” exibido na primeira noite do Festcineamazônia no teatro Banzeiros, é uma peça que bem poderia servir de parâmetro para que o povo do estado de Rondônia ajuizasse uma ação, contra o governo federal, pelo Crime cometido, com a desativação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o sucateamento de praticamente todo seu acervo.

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Foi e é um Crime contra o Patrimônio histórico, financeiro, sentimental e social cometido pelo governo federal e executado pelas forças armadas através o 5º Batalhão de Engenharia e Construção.

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Realizado em 1981 justamente quando o governo estadual após realizar um grande Seminário, que aconteceu nas dependências da Oficina da EFMM com entrada pela Rotunda, reativou a viagem do Trem entre Porto Velho e Santo Antônio.

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O diretor João Batista de Andrade retrata justamente o sentimento dos ferroviários e do povo de Porto Velho, Guajará e Guayaramerim, sobre o quanto a desativação da ferrovia afetou suas vidas.

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Realizado a menos de dez anos após a desativação, o documentário apesar da precariedade da qualidade da imagem, é de vital importância para a história de Rondônia e deve o mais urgente possível, ter cópias adquiridas pelo governo estadual para fazer parte do acervo do museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

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Quando escrevi no inicio dessa coluna, que o filme pode muito bem servir como testemunha num processo judicial, impetrado pelo povo de Rondônia contra o governo federal, não estou brincando não.

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O estado de Rondônia merece ser indenizado pelos danos causados, primeiro com a desativação das viagens do trem de Porto Velho a Guajará Mirim. Depois pelo sucateamento das composições ferroviárias e suas peças.

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E ainda pelo grande prejuízo causado aos colonos que tinham suas plantações e delas dependiam para a sobrevivência de seus familiares ao longo dos 366 km de ferrovia. E ainda pelo prejuízo sentimental causado aos ferroviários que trabalharam na empresa Madeira Mamoré.

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No filme do João Batista o que mais se ver, são “velhos” ferroviários chorando de saudade ao ver o trem apitando novamente e trafegando pelo menos até Santo Antônio.

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São depoimentos que nos deixam emocionados e que podem ser utilizados como testemunhos do Crime cometido contra o povo de Rondônia.

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Vamos consular o Dr. Ricardo Leite pra ver se cabe uma ação judicial de indenização a favor do estado de Rondônia e contra o governo federal.

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É claro que não estamos sonhando com a reativação total da ferrovia, mas, de alguns trechos, como de Porto Velho a Santo Antônio e quem sabe até Teotônio; de Guajará Mirim ao Iata e outro trecho em Vila Murtinho. Abunã também merece atenção especial assim como Jacy Paraná.

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Além da recuperação desses trechos que podem ser explorados como atração turística, o governo federal se obrigaria a indenizar o estado de Rondônia com valores relativos aos que foram pagos a empresa de Farquar pela a construção da ferrovia. É claro que esses valores devem ser corrigidos.

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É sonho, não temos dúvidas, mas que podem muito bem ser transformado em realidade depende apenas de uma boa banca de advogados.


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Depois dessa, só embarcando na viagem espetacular que nos foi proporcionada pelo compositor José Miguel Wisnik durante o show “Nas Palavras das Canções”.

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Miguel Wisnik como se diz na gíria musical, colocou o público no bolso e então cantou, tocou e declamou de uma maneira tão envolvente, que se tivesse disposição e aguentasse poderia ter amanhecido o dia, que o público ainda pediria mais.

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José Miguel Wisnik não é um simples compositor musicista, que coloca música em poemas e nem tão pouco um simples poeta que coloca poesia na música. Ele é música, poesia e poemas musicados assim como pode ser considerado um contador de histórias através dos versos de uma música super elaborada, que agrada a todos os públicos.

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O show do Wisnik é daqueles que não cansa, é daqueles que sempre deveriam ser apresentado.

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Aliás, seria ótimo, se a produção do Festcineamazônia, nos proporcionasse novamente o espetáculo que é o show aula do José Miguel Winisk.

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Por falar em cinema o Festcineamazônia prossegue no dia de hoje com exibições de filmes por tudo quanto é canto, em especial no teatro Banzeiros!

 


 ASFALTÃO 
 

 O samba em meio a guerra fria - (II-II)  

 Por: Altair Santos (Tatá)Festcineamazônia: Publico lota teatro Banzeiros na abertura - Gente de Opinião 

...Vendo-se acuado o Oscar tirou do bolso um pedaço de papel dizendo conter ali, a letra do samba. Fez-se certa calma e expectativa. Após checagem viram que era pura bravata. O papel era uma fatura paga na lotérica. Nisso chega o Bainha que pressentindo algo anormal, trouxe como proteção contra olho gordo, quebranto e mau olhado, um galho de arruda na orelha e logo se disse de corpo fechado, ungido e iluminado, tanto que já estava com o seu samba na ponta da língua. Na varanda a mesa de refeição ainda repleta de quitutes, deu lugar a uma esotérica coleção de objetos e produtos. Cabeça de alho, folha de louro, pimenta, vela de sete dias, sal grosso e até um binóculo comprado na Bolívia (por algum espião) compunham o intrigante cenário. Em meio a esse emaranhado todo, a situação do Waldison (Misteira) parece ser a mais delicada. Na noite passada o rapaz recostou-se para o merecido repouso. A Sílvia (sua esposa e uma das pastoras do Asfaltão) aproximou-se e tentou lhe fazer um carinho na nuca, enquanto o compositor candidamente adormecia em transe, rumo ao sono dos justos. Porém ao movimento dos afagos, quase já sonhando, Waldison se fez assustado. Sem nada entender pulou da cama, pensou no pior! Num ritmo mais pulsante que a “pura raça”, a bateria da Escola, seu coração disparou. Estaria a sua amada Sílvia, enfiando a mão na fronha do travesseiro onde justo ele escondia a letra do seu samba? Teria ele o seu plano jogado por terra? Sua composição seria plagiada pelas pastoras ou entregue ao Trio de Ouro, ao Tavernard e Eduardo? Ao Lamaysson Thobá e outros concorrentes? Ainda se refazendo da turbelência que lhe acometera, perguntou ele à patroa: você quer a mim ou quer o meu samba? Pense na madrugada! Ainda na casa do Zigo, pra botar certa ordem na coisa, alguém pulou na frente e propôs um pacto: todos cantariam pelo menos o refrão. A essa altura com plano do desequilíbrio etílico pontuando acima da média, o acordo foi democraticamente selado. Os representantes cantaram seus refrões ou parte deles (bons trechos por sinal). Mais tarde, com a noite de domingo avançando além dos gols do fantástico, tigres e tigresas deixaram o samba de lado pra dançar até altas horas, o tal hit da latinha. O concurso para a escolha do samba da Asfaltão, será no próximo dia 14 de novembro – 21h, na sede do Ypiranga (Rua Pinheiro Machado). Quem viver verá!

(*) tatadeportovelho@gmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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