Sábado, 22 de julho de 2006 - 18h57
Maporé e o Duelo da Fronteira
O presidente do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Vale Mamoré Guaporé – MAPORÉ, Francisco de Assis Barros o Chicão, fala sobre como vai acontecer o Festival Folclórico de Guajará Mirim nos dias 11, 12 e 13 de agosto. O Evento que reúne em disputa os Bois-Bumbás Malhadinho e Flor do Campo, iniciou em 1995 com o nome de FEFOPEM e desde o ano passado passou a ser chamado de "O Duelo da Fronteira".
O superintende da Fundação Cultural de Guajará Mirim – FUNCETUR Ricardo Bartholo, nos enviou a história do festival.
"O Evento originou-se de um projeto criado pela União Municipal das Associações de Moradores de Guajará-Mirim (UMAM), sob a presidência do Sr. Aderson Mendes da Silva, com orientação e apoio da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), através do Campus de Guajará-Mirim. Em 1995 realiza-se o Primeiro Festival Folclórico da Pérola do Mamoré com a presença dos dois principais Bois Bumbás da região: Flor do Campo e Malhadinho, porém, marcadas somente pelas apresentações das danças, sem competição.
Em 1996 realiza-se o segundo Festival também sem competição.
O III Festival realizado em 1997 marca o início das competições e da grande rivalidade entre as duas principais agremiações de Bumbás, pois, é a partir dessa data que se inicia "o Duelo da Fronteira", uma competição que ao final somente uma é consagrada vencedora que, neste Festival, foi conquistado pela agremiação do Boi Bumbá Malhadinho, também repetindo a doze no ano seguinte, consagrando-se campeã.
Nos anos de 1999, 2000, 2001e 2003, o Boi Bumbá Flor do Campo consagra-se como o grande vencedor do V, VI, VII e IX Festival, acirrando ainda mais a rivalidade e o entusiasmo dos espectadores em assistir o desenrolar dos futuros duelos.
No ano de 2002 não houve competição. E, em 2004, o resultado final simbolizou o clima de disputa e de duelo entre as duas associações de Bumbás rivais: Malhadinho e Flor do Campo, o empate.
Em 2005 o boi Bumbá Malhadinho conquista o XI Festival Folclórico de Guajará-Mirim, consagrando-se como o grande campeão.
Para o ano de 2006 espera-se mais um grande espetáculo de disputa entre os dois principais Bois Bumbás da região, proporcionando a todos aqueles que acompanham o evento, a magia contagiante do folclore local refletida no brilhantismo e na explosão de alegria a cada apresentação, contribuindo para o fortalecimento e expansão da cultura local no cenário Estadual, Nacional e Internacional".
Chicão, conta pra gente como vai acontecer o Festival 2006!
ENTREVISTA
Zk – Quer se identificar, por favor?
Francisco – Sou Francisco de Assis Barros conhecido como Chicão presidente da Maporé, entidade que organiza o festival folclórico de Guajará-Mirim.
Zk – Desde quando você vive em Guajará?
Francisco – Vivo em Guajará desde 1959 ano do meu nascimento, sou filho do seu Diogo, que veio pra cá como soldado da borracha. Moro no bairro Tamandaré.
Zk – No festival passado você não era o presidente da Maporé, quando foi sua eleição?
Francisco – Exatamente, depois do festival passado, houve nova eleição e nós fomos eleitos presidente da Maporé.
Zk - Mais você já fazia parte da antiga diretoria?
Francisco - Eu era o vice-presidente da Maporé, o Fábio que hoje é o vice era o presidente.
Zk - O que quer dizer Maporé?
Francisco - Maporé é uma ONG Instituto d Desenvolvimento Sustentável do Vale Mamoré Guaporé.
Zk-E como é que vocês foram parar nessa onda de Boi-Bumbá?
Francisco - Essa Ong foi concebida para trabalhar as questões históricas, cultural e ambiental da Região do Vale do Mamoré/Guaporé, então, dentro do nosso objetivos temos essa missão de trabalhar a questão cultural e a pedido das duas agremiação do Flor do Campo e do Malhadinho no ano passado, fomos convidados para organizar o festival. Fizemos o compromisso de por um ano formar voluntário só para apoiar. Esse ano eles solicitaram de novo nosso apoio no sentido de organizar a festa em conjunto. Este ano estamos dividindo mais a organização com as agremiações.
Zk - Vocês elaboraram um projeto para o festival desse ano. Falo projeto em nível de governo federal?
Francisco – Vale salientar que esse é o 12° festival. Elaboramos Projetos pelo Ministério do Turismo. O Projeto que veio para a SECEL foi elaborado pela Maporé. Além desses, temos pequenos projetos tramitando no sentido de buscar apoio para o festival.
Zk - Além do Governo do Estado que outras entidades estão apoiando?
Francisco - Além do governo estadual através da Secel, temos apoio do Ministério de Turismo e da Prefeitura de Guajará-Mirim.
Zk - Vamos falar de valores?
Francisco - O Projeto do Ministério do Turismo é no valor de 103 mil reais, esse recurso já está em Guajará-Mirim, quem esta executando, é a prefeitura. O governo do Estado através da SECEL está passando 97 mil reais sendo que desse montante, 50 mil vão para os Bois. A prefeitura de Guajará Mirim além do apoio logístico, está contribuindo com DEZ mil reais sendo Cinco para cada grupo.
Zk – A gente sabe que esses Projetos solicitam recursos para determinados itens. Quer dizer, o recurso vem carimbado. No caso do Projeto do Ministério do Turismo cujos recursos já estão em Guajará, o que os dois Bois vão receber o que?
Francisco – O Projeto do Ministério do Turismo veio para dar uma nova estruturação ao Festival e repassa para os Bois 10 mil em material para confecção de fantasias e alegorias. Já o recurso do
Governo do estado é realmente para a estruturação dos Bois. A prefeitura de Guajará Mirim como já dissemos entra com 5 mil para cada Boi. Isso quer dizer que em espécie, cada boi vai receber 30 mil. Além disse tem a bilheteria cuja renda é rateada entre os grupos.
Zk – Por falar em bilheteria. Quanto vai custar o ingresso esse ano?
Francisco - O ingresso foi fixado em R$-5,00 sendo que se você comprar o pacote antecipado para as três noites, só vai pagar 10 reais.
Zk – Segunda feira passada dia 17, participamos juntamente com o secretário Ocampo, de uma reunião com os dirigentes dos bois Malhadinho e Flor do Campo e eles reclamaram de que a loja que ganhou a concorrência para fornecer material através do convênio do Mistério do Turismo, além de não ter a maioria do material necessário, cobra muito caro pelo que tem. O que você tem a dizer a respeito disso?
Francisco – Realmente é um problema complicado. Os bois nesse momento estariam precisando de um outro material e o material que foi licitado, não é o material que os bois estão precisando nesse momento. Vale salientar que esse processo de licitação foi de competência da prefeitura de Guajará a Maporé apenas está monitorando a aplicação dos recursos do Ministério do Turismo.
Zk – Quer dizer que essa verba do Ministério do Turismo vai pagar a estrutura de Som, Arquibancada, Banheiros etc...?
Francisco – Não! Esse Projeto do Ministério do Turismo quando foi concebido, imaginamos que o Bumbódromo estaria pronto, então o Projeto não foi contemplado com arquibancada, palco e nem com iluminação, essa parte será bancada pelo governo do Estado através da SECEL.
Zk – Por Falar em Bumbódromo naquela reunião de segunda feira, o secretário da SECEL informou que o DEVOP condenou o projeto porque o mesmo havia sido elaborado para ser construído num terreno da UNIR e agora vai ser construído em outro local. Que história é essa?
Francisco – É, existe esse conflito porque ainda não se tem a área definida. Concebeu-se um Projeto e não pensaram na documentação da área e o recurso público exige que a área seja documentada. Essa definição da área é complicada e, me parece, que é o grande gargalo para se implantar o Bumbódromo. Acontece que a área que a gente diz que é da UNIR, na realidade ainda não foi passada oficialmente para a ela. O processo é o seguinte, o governo da União passa para o Estado e o Estado repassa para UNIR, isso é um processo que leva anos, o que inviabiliza a construção do Bumbódromo naquela área.
Zk – O que você acha que levarem a construção do Bumbódromo para o Estádio João Saldanha?
Francisco – Ali ficaria mais central, é um ponto estratégico. A única dificuldade que vejo, é também a documentação daquele terreno. Apesar do estádio se chamara "Estádio Municipal João Saldanha". Na realidade o Estádio é do governo estadual porque o município não tem terra.
Zk – É verdade que os recursos para a construção do Bumbódromo já existem?
Francisco – A parte mais difícil do Projeto é legalizar o terreno. Com relação ao Projeto, já existe o recurso e inclusive a obra já foi licitada. O dinheiro ta todo aí. O perigo é se demorarem a resolver o problema do terreno e a gente perder a verba por decurso de prazo.
Zk – Você falou que a Maporé é a responsável pela organização da festa, inclusive pela programação. Além dos Bois existe outras atrações?
Francisco – Estamos trabalhando na organização em conjunto com os dois Bois e a Funcetur. Temos uma Comissão de organização do Boi, porém existem várias sub comissões com as quais distribuímos a carga operacional do festival. A partir dessa semana vamos colocar todo o planejamento em andamento, pois o que estávamos esperando era a certeza da liberação dos recursos.
Zk – O que estamos querendo saber é sobre a participação de outros grupos folclóricos além dos Bumbás Flor do Campo e Malhadinho?
Francisco – Como acontece todos os anos, na festa de abertura sexta feira (11), contamos com a participação de nossos hermanos bolivianos e no sábado a Quadrilha de Porto Velho.
Zk – Ano passado se apresentaram as Quadrilhas Matutos do Guaporé e a Farol. E este ano?
Francisco – De acordo com o que ficou acertado na reunião de segunda feira dia 17 com a presença do secretário Ocampo da Secel, do Tesoureiro da Maporé que nos representou e dos dirigentes dos grupos Malhadinho e Flor do Campo a Quadrilha oficialmente convidada que vem de Porto Velho é a Rosa Divina. Essa Quadrilha tem Uma Hora para se apresentar. Vamos atender também a solicitação dos grupos de Quadrilha de Guajará Mirim que reivindicaram o direito de se apresentarem.
Zk – Na sua opinião ou pelo que você tem acompanhado. O festival desse ano vai ser melhor do que o do ano passado?
Francisco – Acho que o Festival desse ano promete ser melhor que o do ano passado. Essa é uma das propostas da Maporé sempre fazer um festival melhor que o outro. Com o apoio dos recursos que estamos tendo esse ano com certeza o Festival vai um dois melhores, é claro que a liberação desses recursos gera realmente esse constrangimento, algumas incertezas. O que a gente sabe é que as agremiações mesmo ainda não tendo recebido os recursos, estão bem avançadas com relação a sua organização e preparação. O clima de disputa já toma conta da cidade ou pelo menos dos bairros onde os Bois tem suas sedes.
Zk – O que notamos nos outros festivais, é que falta mais divulgação do evento, mesmo em Guajará Mirim muitas pessoas não sabem que no mês de agosto acontece esse Festival. O que a Maporé pretende fazer nesse sentido?
Francisco – O problema é que o Festival, ainda não foi entendido pelo governo municipal como um grande evento, tanto que ele não faz parte da programação do município. O Festival Folclórico de Guajará Mirim é na verdade a grande manifestação cultural do estado de Rondônia, mas a prefeitura ainda não entendeu dessa forma. Essa parte de divulgação a gente reconhece como um dos pontos fracos do Festival por conta da falta de comprometimento das comunidades, dos empresários para com o Festival. Este ano o Festival vai ser registrado num documentário que o Levi vai produzir.
Zk – Qual a grande meta da Maporé para este ano em relação aos grupos de Bumbás?
Francisco – Nossa proposta enquanto organizadora do evento é conseguir recursos para organizar as duas agremiações. Elas são constituídas, mas não estão ainda com o contrato social legal para assinara convênios, enfim para ficar mais independente. No momento quem a gente estruturar essas agremiações elas vão ter mais autonomia e vão ficar mais independentes nesse processo do Festival.
Zk – Existe uma proposta para se criar a Liga dos Bois?
Francisco – É um interesse deles. Eles já viram que não se construírem essa estrutura, não constituírem essa Liga, ficará muito difícil o Festival avançar. Nós não queremos pegara uma Liga lá de Parintins e adaptar, nós queremos constituir uma Liga. Isso é processo que vai demorar um pouco porque vai envolver capacitação, treinamento, a gente vai amadurecer e com certeza vamos constituir essa Liga.
Zk – Na realidade o que a Maporé ganha ao coordenar o Festival.
Francisco – É com já disse, nós estamos aqui para colaborar, não visamos ganhar dinheiro. Nossa visão é contribuir para que o Festival fique cada vez mais, conhecido em nível estadual e nacional. Nosso ganho no Festival é a divulgação do nosso ONG Maporé.
Zk – Para encerrar. No ano passado os jurados vieram de Parintins e esse ano?
Francisco – Esse ano os jurados vêm de Manaus-AM. Já está tudo definido em termos de transporte. A Funcetur está providenciando os contatos. Acontece que os grupos de Guajará têm contato com os grupos de Parintins e por isso, achamos por bem, não trazer pessoas daquela cidade de novo, para evitar comentários a respeito do resultado.
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