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Silvio Santos

Francisco Leilson - Chicão. O novo secretário de cultura e esporte


Francisco Leilson - Chicão.  O novo secretário de cultura e esporte - Gente de Opinião 

Ele faz questão de ser chamado de Chicão. “Meu nome de batismo é Francisco Leilson, mas, gosto mesmo é de ser Chicão”. Assim o novo secretário da Secel nos recebeu na última quinta feira dia 30 de dezembro, no prédio do relógio sede da secretaria para a entrevista que segue. Na realidade, o batismo do Chicão como secretário estadual de cultura,  aconteceu no sábado (31), no inicio do desfile do bloco Mistura Fina, quando o presidente da Fundação Cultural Iaripuna Altair dos Santos Lopes o Tatá juntamente com os organizadores do bloco, o lambuzaram de maisena, exigência que deve ser obedecida pelos foliões do cordão.  Chicão fez todo o percurso do bloco e com certeza tomou conhecimento de como deve agir como secretário de cultura, cargo que assumiu oficialmente no dia 1º. Chicão é um rondoniense que por obra do destino nasceu em São Paulo. “Só nasci. Me criei e vivo há 33 anos em Porto Velho Rondônia”. Militante cultural e partidário surgido nos movimentos estudantis Chicão a partir de agora, vai comandar a cultura e o esporte estadual.  Sua indicação foi feita ao governador Confúcio Moura pela direção do PC do B. “Não houve disputa pelo cargo dentro do partido. O PC do B solicitou a Secel ao governador e me indicou para assumir como secretário – Eu não pedi para ser secretário”. Chicão nos coloca a par de como pretende administrar o esporte e a cultura do estado de Rondônia e fala da reforma administrativa que vai culminar com a criação das secretarias de cultura, turismo e esporte. Fala sobre a festa do 4 de janeiro, do carnaval e principalmente sobre como vai acontecer o Arraial Flor do Maracujá. “Faço questão de destacar que serei o coordenador do Arraial Flor do Maracujá este ano”.

E as demais ações? Veja na entrevista que segue:

 

 

E N T R E V I S T A

 

Zk – Quem é o Francisco Leilson ou será apenas Chicão?

Chicão – Meu pai nasceu aqui no Belmonte, é da família dos Xavier e foi estudar em São Paulo onde conheceu minha mãe. Vieram morar em Rondônia e numas férias de final de ano eu nasci lá em São Paulo. Só nasci, quer dizer, fui criado e vivo até hoje aqui. São 33 anos de Rondônia.

 

Zk – Qual sua formação?

Chicão – Sou professor formado pelo magistério, estudei história até o último período, falta só o diploma e estou no meio do curso de jornalismo (Comunicação Social).

 

Zk – Vamos falar sobre como será sua administração frente à Secel?

Chicão – Tenho uma formação muito ampla no segmento cultural porque assim como meu pai Léo Souza, sou produtor cultural, porém, não tenho a pretensão de transformar a Secel num espaço de produção. A secretaria é um espaço de fomento da cultura e do esporte. Como fui também formado nos movimentos sociais a principal marca da minha convivência com o mundo, é a democracia por isso, almejo primeiro resgatar a identidade, dar espaço, fortalecer e consolidar os movimentos culturais.

 

Zk – Quer explicar melhor essa consolidação dos movimentos culturais?

Chicão – Reconhecê-los hoje em dia, é adotar de inicio, parte dos apontamentos que foram construídos nas duas conferências de cultura que houveram, nas conferencias setoriais de cultura porque ali está o grosso do que foi debatido sobre o sistema estadual de cultura, assim como também, respeitar e implantar, casado com essas demandas políticas oriundas das conferencias, as contribuições que foram dadas ao governador Confúcio Moura durante a campanha, como da Academia Rondoniense de Letras, de algumas federações desportivas, de coletivos que foram formados para discutir a cultura durante a eleição, das propostas que foram apresentadas no plano de governo, das quais ajudei a construir algumas. O consenso geral é que a gente aproveite aquilo que foi traçado nesse período da eleição e as demandas históricas construídas pelos movimentos culturais.

 

Zk – Conhecemos o Chicão dos movimentos estudantis especialmente dentro da UNIR. O que o levou a ser militante pelo Partido PC do B?

Chicão – Sou de uma família de políticos também. Quero lembrar que fui dirigente do Grêmio do Carmela Dutra, participei do “Fora Collo”. Tinha uma relação muito próxima com a URES. O PC do B tem uma marca muito forte com a juventude e eu conheço o Partido aqui em Rondônia desde 1992. Saí do movimento estudantil secundarista e fui para a Universidade e lá entrei pro DCE em seguida, me aproximei mais do PC do B onde até hoje sou da direção. A marca nossa no movimento estudantil fora a política estudantil é a cultura. Fui vice presidente da União Nacional dos Estudante e naquela época, ajudei a coordenar a primeira bienal de arte e cultura dos estudantes brasileiros. Ajudei a construir a segunda e trabalhei um pouco ativamente na terceira. Construímos aqui no estado enquanto presidente do DCE o que foi um dia de uma dessas bienais no CUCA. Naquela oportunidade quando fui presidente do DCE realizei 36 atividades artístico-cultural entre exposições, shows, viagens e tudo mais, foi aí que me consolidei como produtor. No movimento externo, sou do Clube do Rock onde tenho um currículo de mais de 40 shows.

 

Zk – O governador Confúcio Moura não se cansa em elogiar a militância do PC do B. Como funcionava a estratégia dos arrastões?

Chicão – O PC do B é um instrumento de luta do povo brasileiro como um partido que tem 88 anos de idade. Nesse tempo, deixou sua marca nos principais acontecimentos de transformação da sociedade brasileira. Isso impingiu uma marca no DNA político do PC do B de ser um partido ativo na vida política brasileira. Em 88 anos a gente tem 25 anos de atividade legal apenas, foram coisa de seis, sete anos durante a ditadura varguista e depois, com a abertura política que proporcionou a anistia. Isso ficou marcado na Militância por ter resistido na clandestinidade, de ter resistido, por exemplo, a uma baixa de quase setenta por cento nos seus quadros nacionais, naquela chacina conhecida como chacina da Lapa. De ter perdido muitos dos seus quadros na Guerrilha do Araguaia. Então, esse DNA de luta, é a nossa principal marca. Onde você for no Brasil que o partido estiver disputando eleição, vai ver sempre a militância na rua, faça chuva ou faça sol.

 

 

Zk – E na campanha do governador Confúcio?

Chicão – Na campanha do Confúcio eu e o companheiro Pantera fomos para a coordenação de mobilização de Porto Velho e o Pantera usando da sua inteligência, da sua criatividade impôs essa marca nossa na campanha. A gente tinha um grupo muito forte. Conseguimos convencer o governador Confúcio de que era importante todos os dias fazer uma caminhada em qualquer rua da cidade. Era um arrastão. Fizemos em 120 dias de campanha, mais de 200 caminhadas, tinha dia que eram duas caminhadas.

 

Zk – Qual a reação do Confúcio?

Chicão – Quando ele viu que as caminhadas realmente funcionavam, por exemplo, quando ele passava por uma rua como a Jatuarana, os comerciantes, os comerciários, todos iam pra rua e queriam abraçá-lo, queriam conhecê-lo. Nos bairros as pessoas saiam de casa para vê-lo. As caminhadas que ficaram conhecidas como arrastão, foi à principal marca do Confúcio no estado.

 

Zk – Antes de o governador postar no blog que o senhor seria o secretario de cultura e esporte, muitos outros nomes de dentro do PC do B foram comentados. Houve disputa dentro do partido pela indicação à Secel?

Chicão – Não foi bem uma disputa. Não quero aqui desmerecer a possível indicação de outras pessoas, mas, como disse o governador, a indicação só vale quando esta no blog. Todos os outros nomes que surgiram e que não foram publicados no blog eram nomes de especulação. O PC do B fez uma solicitação de participação no governo entre elas a Secel que foi atendida pelo governador e o partido fez uma indicação. Eu não pedi pra ser secretário.

 

Zk – O governador Confúcio vai realmente desmembrar a Secel criando as secretarias de Cultura e a dos Esportes?

Chicão – Foi a principal proposta engendrada para o movimento cultural e para o movimento do esporte em todos os momentos que o governador conversou com os dois segmentos. O ponto máximo era a divisão das secretarias.

 

Zk – Tem um prazo para isso acontecer?

Chicão – Existe aí um horizonte que o governador aponta para a reforma administrativa. Essa reforma administrativa segundo o governador Confúcio Moura deverá ser precedida de um estudo de impacto no orçamento do estado, no impacto na folha de pagamento dos funcionários, estudar com os segmentos o que é preciso ser reformado.

 

 

Zk – Acontece o seguinte, no governo passado, pelo menos o secretário de cultura, não tinha autonomia para decidir se uma determinada ação, fosse na área cultural ou do desporto, contasse com o apoio da Secel.  A gente não pode nem culpar ou criticar os secretários, pois eles não fizeram mais porque eram impedidos. No governo Confúcio Moura o secretario vai ter poder de decidir o que deve ser apoiado pelo governo estadual?

Chicão – O governador Confúcio Moura é um homem extraordinária sem dúvida e ele montou um time afinadíssimo. Esse time foi afinado agora no seminário que foi realizado entre os dias 27 e 28 de dezembro do ano passado. Você pode ter certeza que todos os secretários terão autonomia de gerencia sobre suas pastas. Evidentemente que o governador montou seu secretariado em total acordo com aquilo que ele pensa. Então, aqui está o secretário que pensa a cultura como pensa o governador. É claro que o governador também tem essa compreensão democrática de atendimento das demandas. É uma orientação dele, atenda as demandas. Nos deu total autonomia.

 

Zk – Por falar em gerencia. Já estão consolidados os nomes de quem vai assumir a gerencia de cultura e a gerencia de esportes?

Chicão – A Gerente de Esportes é a Rose Ribeiro e a Gerente de Cultura continuará sendo a Bebel pelo menos nesses meses que antecederão a reforma administrativa.

 

Zk – Já existe pelo menos uma minuta do organograma do funcionamento da nova secretaria de cultura?

Chicão – Como diz o ditado popular. Ta todo mundo viajando, cada um na sua idéia e o secretário também tem essa liberdade.

 

Zk – Então vamos viajar na idéia do secretário?

Chicão – Penso que a secretaria tem que ter divisões. Divisão de Artes Cênicas; de Música; de Artes Visuais etc. Acho que ela tem que ser compartimentada nessas divisões aí você pode dentro das divisões criar as setoriais. Já tem isso acumulado como proposta das conferencias e dos notáveis como chamo assim a Academia Rondoniense de Letras, Ordem dos Músicos do Brasil, do Julio Carvalho de um grupo que você fez parte que reuniu representantes de todos os segmentos culturais. Ali existe apontamentos importantes de programas, de um horizonte de organização de segmentos da cadeia produtiva. As principais lideranças da cultura é que vão assumir cada uma o seu devido lugar. É apenas um pensamento meu.

 

Zk – Todo secretário que assume no inicio do governo enfrenta o que classificamos como os “calo seco” do secretário. O primeiro é a festa do 4 de Janeiro. Como está essa programação?

Chicão – O 4 de Janeiro Inicialmente pra gente, parecia um grande desafio, porque é a primeira atividade pública do governador após empossado, é o seu primeiro discurso, primeira aparição, é uma data cívica, aniversário de instalação do estado. Então neste dia 4 vai acontecer uma cerimônia cívica coordenada pelo Cerimonial do palácio do governo e nós nos propusemos a realização de uma atividade cultural como nos anos anteriores. A gerencia de cultura vai colocar duas tendas que serão utilizadas por artistas plásticos e artesãos, dos pontos de cultura daqueles que puderem e quiserem contribuir coma gente. Vamos fazer uma parceria com a Fundação Iaripuna e utilizar as dependências do Mercado Cultural com as atividades envolvendo inclusive shows musicais, capoeira, carnaval, boi bumbá, quadrilha, teatro etc.

 

Zk – O segundo é o carnaval. Na realidade o apoio financeiro as entidades carnavalescas. No governo Confúcio as escolas contarão com subsídio financeiro do governo?

Chicão – Já mantemos uma conversa com a direção da Federação das Escolas de Samba que tem como presidente o Ariel. Ele me passou o andamento das negociações com o secretário Jucelis Freitas nosso amigo, pessoa que a gente respeita muito e a relação com a prefeitura. De fato já existe aqui um projeto e já existe também uma assinatura no Orçamento.  Tão logo o Orçamento esteja liberado a gente vai fazer o convênio, é claro que mediado com uma conversa com o governador vamos construir um grande carnaval este ano.

 

Zk – O terceiro “calo seco” é o Arraial Flor do Maracujá. Tem alguma coisa nova?

Chicão – Desconfio que este ano o estado tenha condição de construir uma arena apropriada. Compartilho da idéia de que deve ser feito um esforço coletivo envolvendo prefeitura, governo do estado, demais órgãos correlatos e a Federon para que a gente possa estudar uma alternativa para que a gente tenha um espaço adequado que comporte a estrutura e a magnitude que é o Flor do Maracujá. Todos os municípios de Rondônia precisam saber o que é o Flor do Maracujá.

 

Zk – Para encerrar?

Chicão – Não podemos dizer que há ausência de política de esporte e ausência de política de cultura, muito pelo contrário, acho que temos que valorizar todas as pessoas que nestes últimos anos estiveram aqui na Secel. A Secel é dotada de um quadro dos mais competentes. Quero fazer uma menção ao secretário Jucelis, porque ele foi no meu entendimento, quem organizou a secretaria criando os cargos de gerencia. Estou recebendo uma secretaria sem muitos problemas. Obrigado!

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Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com  
 
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