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Gente de Opinião

Silvio Santos

Geraldo Cruz - Casa da Cultura Ivan Marrocos



Queremos dizer a todos os produtores culturais, todas as pessoas que milítam nessa área, que é muito dificultosa, área que gente sabe que é um caminho com muitos obstáculos, o seguinte: O estado de Rondônia está de parabéns pela sua produção, pelos artistas que tem. Aqui temos uma grande qualidade. Vemos que algunsGeraldo Cruz - Casa da Cultura Ivan Marrocos - Gente de Opinião estados que têm até um aparelhamento melhor e que não têm a produção, o nível que nós temos aqui, isso em todos os seguimentos, seja na música, no teatro, na literatura, no artesanato, realmente o estado de Rondônia está de parabéns. 

Assim o atual diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos Geraldo Cruz inicia a entrevista que nos foi concedida no feriado de 1º de maio sobre a programação cultural da Casa para o ano de 2008. Além da programação Geraldo fala sobre sua vida e sua obra e agradece o apoio que vem recebendo como Diretor da Ivan Marrocos do governo de Rondônia através da Secel. “Pelo menos no que diz respeito à Casa da Cultura, o governador Ivo Cassol tem atendido as reivindicações que fazemos através da Secel”. Vamos à entrevista!
 
E N T R E V I S T A
 
Zk – Prestes a completar dois meses como diretor da Casa da Cultura, o que já foi feito e o que está por ser feito em relação a programação da Casa?
Geraldo Cruz – Estou agora no segundo mês dessa nova gestão. Na verdade eu já fui diretor desta casa por três vezes, essa é Quarta vez que assumo. Na primeira foi quando nós artistas, literalmente invadimos a casa, porque ela estava inacabada em virtude de um problema com a construtora e na época a casa estava com um tapume de fora a fora, totalmente tomada pelo mato e nós pela carência de espaço para a realização do Salão de Artes Plásticas tivemos que ocupar o ambiente com a anuência, é claro, do então presidente da Fundação Cultural – Funcetur e do próprio secretário de obra.
 
Zk – Dessa invasão até os dias de hoje, como você analisa os acontecimentos da Casa da Cultura?
Geraldo Cruz – De lá pra cá a gente percebe que a casa, cada vez mais tem melhorado. O que chegou quase a concluir a casa foi aquele projeto da Eletronorte “Brasil 500 Pássaros”.
 
Zk – E o que falta para se chegar a conclusão da construção da Ivan Marrocos?
Geraldo Cruz – Falta primeiramente, uma vistoria em toda sua instalação ou seja, instalação hidráulica, instalação sanitária, instalação elétrica, a refrigeração dos outros espaços porque nosso clima é muito quente e também quando acontece um evento o acumulo de pessoas provoca mais calor. Com exceção da Galeria Afonso Ligório, os demais espaços precisam de mais refrigeração.
 
Zk – Na sua gestão que vamos chamar de gestão 2008, o que a casa apresenta de novidade?
Geraldo Cruz – Mesmo antes de assumirmos a casa, já tínhamos lançado o Edital para a Galeria de Artes Visuais Afonso Ligório que foi criada através de decreto do nosso governador Ivo Cassol que atendeu uma reivindicação da nossa artista plástica Rita Queiroz, que transformou a Galeria Madeira Mamoré passou a se chamar Galeria de Artes Visuais Afonso Ligório.
 
Zk – Você falou sobre um Edital. Para que?
Geraldo Cruz – Como disse, o primeiro Edital abriu inscrições aos artistas interessados em usar a Galeria para expor suas obras no primeiro semestre desse ano. Agora estamos com o segundo Edital para os artistas interessados em fazer exposições no segundo semestre, essas inscrições ficam abertas até o dia 31 de maio.
 
Zk - Além da Galeria Afonso Ligório que pelo que vimos, passou a ser apenas para exposição de artes plásticas. Tem projeto em andamento para os demais espaços da casa?
Geraldo Cruz – Temos um projeto chamado “Casa do Som” para o espaço “Vila Erse” que nós queremos dar uma dinâmica com música. Inclusive já estamos mantendo contato com as bandas de música da Brigada de Selva, Base Aérea, Policia Militar com os Corais e com os compositores e cantores regionais. Já conversamos com o secretário Jucélis Freitas nesse sentido para que a gente possa levar avante esse projeto.
 
Zk – Você falou que na época vocês invadiram a Casa da Cultura. Depois da invasão, o nome já foi Ivan Marrocos ou era outro?
Geraldo Cruz – Quando ela foi oficializada, foi com a denominação Espaço Cultural de Artes Plásticas “Tom Jobim” e era totalmente destinada para as artes plásticas. No ano seguinte, até por uma certa deficiência de espaços culturais para atender a demanda que é muito grande, então a casa que era só par artes plásticas, se transformou em Casa da Cultura ou seja, abriu-se um leque para o atendimento aos outros seguimentos culturais, com isso a gente tem procurado atender dentro do possível, todos os seguimentos, desde que os eventos se adeqüe ao espaço físico que nós temos hoje.
 
Zk – Apesar de ainda estarmos no primeiro semestre de 2008. Como você avalia a qualidade das obras expostas até agora na Galeria Afonso Ligório?
Geraldo Cruz – Nas realidade o Edital foi uma obra que passou pelo crivo de vários artistas, inclusive eu e a Rita Queiroz e vários outros artistas participamos disso. Coletamos informações de Editais expedidos em todo o Brasil para não ficarmos fora da realidade do que acontece nas outras galerias. O que a gente avalia, é que demos um passo firme e agora, é só continuarmos caminhando, porque com a criação dessa galeria e o Edital nós chegamos a um patamar de que temos a Curadoria e essa Curadoria avalia a proposta e a qualidade dos portfólios apresentados. O que a gente percebe, é que antes o artista expunha na casa da cultura mas, não tinha um apoio digamos assim da própria casa e nem do governo do estado. Hoje as pessoas que são selecionadas para exporem na Galeria Afonso Ligório têm a seu dispor, convites muito bem elaborados, folder, coquetel, sonorização e todo o cerimonial e também no final do ano, participará do catálogo anual da Galeria. Aqui tiramos o chapéu para o artista plástico João Zoghbi que tem imprimido a sua marca na criação e elaboração de todo o material gráfico da Galeria.
 
Zk – O que é necessário expor na Galeria Afonso Ligório especificamente?
Geraldo Cruz – Desde ele seja um artista visual, ele tem todo o direito de inscrever o seu portfólio na Casa da Cultura. É só procurar a Casa da Cultura que aqui nós temos o edital, a ficha de inscrição e também já um roteiro de como ele deve preencher o portfólio, apenas um exemplo, se ele quiser elaborar melhor ainda pra nós é excelente.
 
Zk – Sabemos que os artistas plásticos utilizam os demais espaços da Casa para montarem suas exposições. Qual o procedimento para se usar esses espaços?
Geraldo Cruz – Repara só, eu vou mais além, os outros espaços podem abrigar outros seguimentos além de artes plásticas. Todas as pessoas que queiram ocupar a Casa da Cultura desde que seu evento seja estritamente cultural, deve encaminhar um documento ao nosso secretário de cultura Jucélis Freitas e lá será feita uma triagem e só então o projeto é passado para nós aqui na Casa.
 
Zk – Além do Projeto com música que você falou. Quais outros projetos serão colocados em prática ainda este ano?
Geraldo Cruz – Veja bem! Nós já fomos autorizados pelo secretário para divulgar a realização do XII Salão de Artes Plásticas - SART, que a três anos não é realizado. A novidade é que logo após o SART cumprir sua temporada na Casa da Cultura, passa a ser intinerante. Já esteve aqui também um assessor do governo do Acre seu Pedro e nós mantivemos o primeiro contato com relação a levarmos essa exposição toda para Rio Branco. Depois de Rio Branco vamos correr os principais municípios de Rondônia.
 
Zk – Já tem uma data para a realização do SART?
Geraldo Cruz – O Salão já tem todo um conograma. A data que mais interessa ao artista: As inscrições serão realizadas de 1º a 31 de julho e o Salão propriamente dito será realizado de 13 de setembro a 13 de outubro em homenagem a criação do nosso Território Federal do Guaporé.
 
Zk – Por falar em homenagem! Nesta quinta feira dia 8 comemora-se o dia do artista plástico. Tem alguma programação especial para esse dia?
Geraldo Cruz – Estamos convidando todos os artistas plásticos e amantes das artes para fazermos aqui, uma homenagem muito sincera a Rita Queiroz que sem sombra de dúvidas é uma das maiores batalhadoras, é um ícone das artes plásticas aqui em Rondônia e merece toda nossa admiração. Então o governo do estado através da Secel vai oferecer um café da manhã na Casa da Cultura Ivan Marrocos e nesse dia vamos divulgar oficialmente a realização este ano, do Salão de Artes Plásticas.
 
Zk – Até agora só tratamos da Casa da Cultura. Vamos falar um pouco do Geraldo Cruz artista plástico?
Geraldo Cruz – Sou nascido no seringal Jumas que fica as margens do Madeira porém já no estado do Amazonas. Nasci em Jumas, fui registrado em Manaus e vim pra Porto Velho ainda muito pequenininho, aliás, pequenininho é redundância.
 
Zk – Quanto tempo faz que você produz artes plásticas?
Geraldo Cruz – Há trinta anos a gente trabalha com as artes plásticas, muitas das coisas que hoje os novos artistas estão desfrutando, é fruto de toda uma caminhada de toda uma luta. Antigamente os artistas eram discriminados, como marginais, como pessoas que não se enquadravam na sociedade, mas, com muita luta nos fomos revertendo esse quadro. A gente tem um time aqui de artistas que são da minha época, como a Rita Queiroz, João Zoghbi; Júlio Carvalho e vários outros. A gente sabe o tanto de batalha que a gente já teve, para hoje chegarmos ao ponto que chagamos. O Geraldo Cruz já expôs em várias capitais.
 
Zk – Por exemplo?
Geraldo Cruz – Uma exposição minha chamada Caminhos do Cuniã, uma exposição fotográfica já rodou todas as capitais brasileiras e hoje fui convidado pelo Sesc para este ano, fazer uma exposição em Boa Vista (RR) e em Belém (PA).
 
Zk - Como é nome dessa exposição?
Geraldo Cruz – É a “Olhos da Mata”, uma coleção só sobre olhos mesmo, é um close no olhar da arara, do tucano, do papagaio, da coruja, do jacaré, do índio, do seringueiro. Um olhar, sobre o olhar dosa habitantes da floresta, que estão perplexos com a insensatez humana em estar destruindo o seu próprio meio ambiente a sua própria vida.
 
Zk – Quando será a viagem a Roraima?
Geraldo Cruz – Está programada para o mês de agosto, fica um mês, eu também vou para ministrar uma oficina e em Belém vai ser em setembro onde vou ministrar a mesma oficina.
 
Zk – Tem o Geraldo, pintor, o Geraldo Escultor, enfim, o Geraldo em vários seguimentos das artes plásticas. Agora temos o Geraldo que trabalha com durepoxi e o Geraldo cenografista. Quer falar sobre isso?
Geraldo Cruz – A cenografia é também minha paixão, somos parceiros do Banco da Amazônia nesse sentido há cinco anos atuando no grande projeto “5ª Cultural”. Já ilustramos, digamos assim, já fizemos pano de fundo para artistas maravilhosos aqui da nossa terra, a gente tem o maior prazer em fazer cenografia e deixar mais bonito o espetáculo dos nossos músicos. Também estou trabalhando há bastante tempo com teatro, já fiz cenografia para o Grupo O Imaginário; Grupo Abstratus e assim vou desenvolvendo esse meu lado de cenografista.
 
Zk – Vamos voltar à Casa da Cultura. Agora temos a exposição da Edilsa Mota que vai até o dia 12 e depois dela?
Geraldo Cruz – Temos também a exposição Resgate do Madeira da Gil e do Fernando Bittencourt; temos a exposição do Moacir Andrade que são barcos de 1937 a 2007 setenta anos de registro sob o olhar desse maravilhoso artista plástico amazonense que vai até o dia sete. A exposição “Amazônia minha terra” da Edilsa Mota uma série de telas que retratam a Amazônia sob o olhar dessa cabocla Edilsa Mota uma pessoa simples, humilde que retrata toda essa simplicidade e humildade na sua obra.
 
Zk – Vamos encerrar com a divulgação de toda a programação da casa para este primeiro semestre?
Geraldo Cruz – Depois da Edilsa temos a exposição do Carnevali que se chama “Igpé Orixá”; Depois dele temos a exposição do Ney Lamp “Identidades”; e paralelamente a essa exposição, inclusive com abertura no mesmo dia na Galeria Afonso Ligório vamos ter a abertura de uma exposição intencional com a participação de artistas peruanos e rondonienses. Ainda nesse semestre temos a exposição “Ser” da artista plástica Maria Regina Veloso e para finalizar o semestre temos a exposição do artista Cláudio Pereira que se chama retratos.
 
Zk – Para encerrar de verdade. A Rita Queiroz não gostou da colocação dos trabalhos da Gil e do Fernando no hall da casa, ela diz “Porta de entrada é porta de entrada e que as exposições têm que estar nos espaços afins”. Como você vê essa posição da Rita?Geraldo Cruz – Gostaríamos de poder atender a reivindicação justa da nossa artista Rita Queiroz, mas, infelizmente, nossa capital ainda está precisando de mais espaços para atender a grande demanda nas artes plásticas. A Casa da Cultura é o ícone, o referencial da arte e da cultura rondoniense, então, a procura é muito grande. Não podemos atender a Rita Queiroz porque a Casa da Cultura vai além das artes plásticas e por isso, termos que ocupar todos seus espaços. 

Fonte: Sílvio Santos

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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