Sábado, 11 de novembro de 2017 - 22h09
‘‘Enfim, minha família tem muita história pra contar. Meu bisavô Quinto Trivério de quem adotei o nome artístico, veio da Itália. Somos uma família pioneira’’
Gioconda Trivério
Apresenta Gaia, seu primeiro trabalho solo
Após alguns anos como integrante de um Duo e ficar conhecida como cantora, ao participar do CD em homenagem ao centenário de Noel Rosa, Maria Gioconda Silva Rodrigues – Gioconda Trivério, está prestes a lançar seu primeiro trabalho solo, trata-se do CD Gaia que será apresentado ao público de Porto Velho, no começo de mês de dezembro. “A fábrica prometeu entregar o disco pronto, até o final deste mês de novembro”. Contemplada pelo Edital/2016 do Banco da Amazônia, Gioconda entrou em estúdio com uma equipe de músicos considerados do primeiro time em Porto Velho e com a co-produção de Benedita Nascimento realizou um sonho de muitos anos. “Estou muito feliz com a gravação do meu primeiro disco solo”.
Gaia vem com dez músicas, em sua maioria inéditas. “O carro chefe será a música Tacaca uma parceira minha com o Ruy de Carvalho”.
Sexta feira dia 10, recebemos a Gioconda na redação e ela nos contou tudo sobre a produção do CD Gaia.
C O N V E R S A
Zk – Você está prestes a lançar seu primeiro disco solo. Fala sobre esse novo trabalho?
Gioconda – Em 2016 mais ou menos em setembro, saiu o Edital do Banco da Amazônia para financiamento no meu caso, para música e eu apresentei um projeto para gravação de CDn
Zk – Qual o nome do Projeto?
Gioconda – Na realidade o Projeto se referia a um show que havia realizado com uma temática ambiental, algumas músicas sobre a história de Porto Velho e músicas sobre a Amazônia e sobre o planeta terra, por isso o nome do disco é Gaia. Gosto muito desse nome, inclusive tenho uma filha com esse nome; O interessante foi que quando montei o show, fiquei quebrando cabeça para por um nome e vieram vários nomes, de repente pensei, nossa, ta aqui perto de mim, o nome Gaia que na mitologia grega significa planeta terra. Esse show que foi realizado no Sesc aproveitei e apresentei no Edital do Banco da Amazônia para que ficasse registrado em CD.
Zk – Quando você soube que havia sido contemplada com o prêmio do Edital?
Gioconda – O resultado saiu em fevereiro deste ano de 2017 e passamos a trabalhar na produção a partir do mês de maio. De acordo com as exigências do Edital, no próximo dia 30 de novembro encerro com a apresentação da prestação de contas. Graças e Deus está dando tudo certo. O disco está gravado, estamos na fase de masterização e prensagem. Gravamos no estúdio Ecos da Oca que é do Tiago Mazieiro, inclusive, aproveito a oportunidade, para agradecer o Tiago porque ele adequou a produção aos recursos que eu tinha. Acontece que fiz a cotação de preço, há um ano e é claro que hoje as coisas estão mais caras, daí entra a compreensão do Tiago em adequar a produção ao dinheiro que eu tinha e deu certo.
Zk – Quem participa?
Gioconda – A direção é do Alex Almeida (Batata) que é pianista e guitarrista, o Catatau na bateria, Mila e Júnior Lopes fazendo as coberturas em percussão. Jairo e o Eliezer Costa que colocou baixo acústico numa das músicas, ele é da banda do 5º BEC. Gravei músicas do Bado, Binho, Laio & Nega, tenho parceria com o Bado, sou parceira do Ruy de Carvalho na música Tacaca.
Zk – Como surgiu a parceria com o Ruy na música Tacaca?
Gioconda – Ele viu na minha página no face book que ia iniciar o Projeto do Tacaca (aquele do Bazinho não o que está acontecendo agora), então ele escreveu “Vi na tua página que vai ter um dia especial do Tacaca, olha tenho uma música que há anos está guardada, com um começo de letra...” Ele me passou essa letra junto com a melodia e eu continuei, a música foi feita pelo Watt Ap.
Zk – Uma palinha?
Gioconda – O tacaca da Amazônia, de Rondônia ao Pará, vem na cuia bem quentinha, faz o corpo transpirar! Olha o tacaca, beba o tacaca, olha o tacaca, tome o tacaca. Agora sente a dica que eu vou te dar, pra fazer gostoso meu tacaca, de fazer gostoso o teu tacaca, de fazer gostoso nosso tacaca. Só a tacacazeira sabe preparar, mexe as cadeiras faz tacaca, mexe as cadeiras faz o tacaca. Goma, jambu, tucupi, alho cebolinha e alfavaca, camarão e pimenta de cheiro, tem chicória e a murupi. Nosso tempero é fogoso, com desejo vem me provar, palitinho pra misturar, ta prontinho o tacaca.
Zk – Quantas músicas foram gravadas?
Gioconda – Dez músicas. A maioria inédita, o Binho fez uma música especial com o Oscar Knight que chama “Pipoca Pororoca”. Do Ruy de Carvalho também tem a “Rio Madeira” – Rio barrento, Rio Madeira, sabe madeira de lei, dos sonhos que eu mergulhava e que tanto me afoguei...
Zk – Você está na noite como cantora, desde quando?
Gioconda – Desde os meus 17 anos de idade, comecei a atuar no grupo de teatro junto com o Jango Rodrigues, João Carteiro. Iniciei ali naquela peça cantando. A peça se chamava “Com Beira na Beira do Rio Madeira” eu atuava e cantava, era como se fosse um musical, tinha música do Binho e do Bado. Minha personagem era a Lurdes uma beradeira e também fazia a Mãe D’água. Depois participei daquela dupla que durou 15 anos, gravamos dois discos, um com músicas de compositores aqui da Amazônia e o outro foi o disco comemorativo ao centenário de Noel Rosa. Desde esse tempo estou na noite cantando ou produzindo shows. Agora com essa parceria do Banco da Amazônia vou realizar esse sonho, que era o meu primeiro CD de carreira solo.
Zk – Você atualmente se apresenta aonde?
Gioconda – To no Mirante Madeira onde dou uma força pra Verônica Ramalho que é a proprietária na divulgação. Tem um projeto que ela gostou que é naquele formato que fazíamos no Mercado Cultural: “Terça Feira Regional” que além de música abre as portas aos artistas plásticos e outro segmentos para mostrarem seus trabalhos, além de servir petiscos regionais como peixe frito, vatapá etc. Na música sou eu e o Edgley Mesquita.
Zk – Sua família é tradicional em Porto Velho?
Gioconda – Sou neta do seu Heráclito Rodrigues, meu pai seu Eugênio faleceu recentemente, mais deixou bastante história, trabalhou em várias minerações de cassiterita, eu cresci na mineração Jacundá. Meu avô foi chefe da Estação da Madeira Mamoré em Porto Velho, era de família ligada aos seringais. Enfim, minha família tem muita história pra contar. Meu bisavô Quinto Trivério de quem adotei o nome artístico veio da Itália. Somos uma família pioneira. Agora músico mesmo não tem ninguém na família a não ser meu pai que era boêmio e reunia a turma lá em casa inclusive o Jorge Andrade e sua esposa Ana Amélia.
Zk – Quem foi que te incentivou a inscrever um projeto cultural no Edital do Banco da Amazônia?
Gioconda – Vi o histórico que vários colegas foram contemplados, Bado, Elisa Cristina, Ceiça Farias, Binho. Quando participei do DVD do Bado fiquei ligada, há porque todo ano sai esse Edital como já tinha esse show Gaia montado inscrevi e fui contemplada.
Zk – O CD será lançado quando?
Gioconda – Estamos trabalhando para fazer o show de lançamento no inicio de dezembro, enviamos solicitação de espaço a Sejucel, Casa da Cultura Ivan Marrocos, Biblioteca Francisco Meirelles, Teatro Guaporé, Teatro Banzeiros. Estamos aguardando as respostas. Agora o CD está na fábrica prensando, eles me deram 15 dias úteis para entregar o disco. O local vai depender da confirmação dos órgãos responsáveis pelos espaços, Pode ser também no Mercado Cultural.
Zk – Pra finalizar. O que vai acontecer no próximo dia 19?
Gioconda – O seu Arnaldo (Buiu) me presenteou a produção de uma Feijoada que é famosíssima para ajudar na produção do show. A Feijoada Solidária será no domingo dia 19 somente para retirar. O valor é R$ 30, dar pra mais de duas pessoas comer bem. Quem adquirir a feijoada vai concorrer a uma tela do artista plástico João Zoghbi, aproveito para agradecer o Zoghobi pela doação da tela, também estarei sorteando o CD Gaia. Quem estiver interessado em me contratar para show é só ligar no 99286-7435. O endereço da Feijoada é rua Salgado Filho esquina com a Padre Chiquinho no Conjunto Santo Antônio.
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