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Silvio Santos

Governo inaugura Palácio das Artes Rondônia


 Governo inaugura Palácio das Artes Rondônia - Gente de Opinião

O governo de Rondônia inaugura na noite desta quinta- feira, 25, em solenidade marcada para iniciar às 19h, o Teatro Palácio das Artes Rondônia.

A Superintende da Secel, Eluane Martins, em comum acordo com o Chefe da Casa Civil, Marco Antônio de Faria e Cerimonial do governo estadual optou por uma solenidade simples, “uma vez, que o objetivo, é apresentar aos convidados as instalações do prédio, que após 17 anos, será entrega a população”.

O Palácio das Artes Rondônia surge como o maior teatro da região Norte e um dos maiores do Brasil em área construída e número de poltronas.
 

História da construção

Governo inaugura Palácio das Artes Rondônia - Gente de Opinião

Tudo começou após os integrantes do segmento Teatro em Porto Velho, convocar a deputada Marinha Raupp para reunião que aconteceu em 1998 na sala da Pró-Reitoria da Unir – Centro. (A ideia era construir um teatro escola) e ali, reivindicaram sua intervenção junto ao governo federal na liberação de recursos para que o governo estadual construísse o teatro.

A deputada colocou a disposição do grupo, seu gabinete que intermediou a apresentação e aprovação do Projeto pela Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com autorização para captar R$ 12 Milhões.

Apesar do esforço de todos os envolvidos, nada foi captado via Lei Rouanet. Diante do impasse, o governador Valdir Raupp autorizou a liberação de R$ 500 Mil. Esse dinheiro serviu para iniciar a obra propriamente dita, com as fundações e levantamento do que se chama de “esqueleto”, ou seja, as paredes em alvenaria. Infelizmente era o último ano do então governador Valdir Raupp.

Esse foi o pontapé inicial para a realização de um projeto que pode ser considerado mais um marco para a história da cultura de Rondônia.

Em 2006 o governo (Ivo Cassol) condicionou junto ao Banco do Brasil, a transferência das contas do estado para aquela entidade financeira, desde que a mesma, doasse valores necessários, para a conclusão da construção do teatro, conseguindo a promessa do repasse de R$ 22 milhões dos quais apenas R$ 10 Milhões foram depositados na conta da Secel.

Impasse com o Exército

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Quando o governo tentou retomar a obra, o Exército Brasileiro alegando que o terreno era de sua propriedade colocou a tropa acampada na área da construção. Nesse período, a classe artística fez algumas manifestações no terreno do Teatro por estar insatisfeita com a demora e a situação em que as obras se encontravam.

Para complicar, o Exército doou parte do terreno ao Ministério Público do Trabalho. Mais uma vez a deputada Marinha Raupp interfere a favor da construção do teatro ao negociar com diversos órgãos federais, conseguindo a cessão definitiva da área pela Secretaria do Patrimônio da União e o Comando Geral do Exército.

Em 2008 saiu a portaria assinada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, autorizando a cessão de uso do terreno. As obras foram retomadas, com alguns aditivos, mas caminharam a passos lentos.
 

Conclusão da obra

Em 2011, o governo do estado de Rondônia assumiu o compromisso de retomada e conclusão da obra.

Hoje, após 17 anos de muita ansiedade, Porto Velho deixa de ser a única capital brasileira que não tinha um Teatro Estadual. A determinação do atual governo foi decisiva para que a obra fosse concluída. “Temos que reconhecer o esforço daqueles que contribuíram para que nosso teatro fosse construído, mas, não fosse a decisão do atual governo em assumir e se responsabilizar pela sua conclusão, disponibilizando os recursos necessários, não estaria participando dessa festa tão significativa para a cultura no nosso estado de Rondônia”, disse o chefe da Casa Civil Marco Antônio.
 

Detalhes Técnicos

O Teatro é uma obra dotada de equipamentos modernos, tecnologia de ponta e possui:

- Área total interna - 2.276 m² e externa – 14.384,00m² (palco 643,74m², Plateia: 897,17m², Foyer Camarotes: 193,33m², pé direito final: 23,50, profundidade do palco: 23,21 e boca de cena: 16,10). Palco modelo Italiano.

- 1.100 poltronas ergonômicas, com poltrona para obesos; áreas reservadas para cadeiras de rodas. Capacidade ideal para público de espetáculos de médias e longas temporadas.

- Estacionamento próprio.

- Moderna tecnologia para montagem de diversos tipos de espetáculos (cênicos, audiovisuais e musicais) e de grande porte.

- Localização privilegiada.

- Área exclusiva para carga e descarga de materiais. Espaço para acesso de caminhões e carretas.

- Elevador de fosso de orquestra

- Dois camarins coletivos e sala de ensaio.

- Área administrativa e de produção.

- Bilheterias informatizadas.

- Amplo hall e foyer com toaletes e atendendo a legislação de acessibilidade.

- Equipamentos de acesso universal – elevadores, escadas e rampas.

Integra ao teatro estadual Palácio das Artes Rondônia o Teatro Guaporé com área de 620,00m², capacidade para 236 lugares, com palco modelo italiano.

Programação da inauguração

Dia – 25 quinta feira

- 19h - Ato solene de inauguração

- 20h – Espetáculo “As Mulheres do Aluá” (Grupo O Imaginário de Porto Velho)

Dia – 26 sexta feira

- 20h – Espetáculo de dança contemporânea “Cisne Negro” (Grupo Cisne Negro de São Paulo)

Dia – 27 sábado

- 20h – Projeto Música na Estrada apresentação da Orquestra de Câmara de Manaus.

Dia 28 – domingo

- 20h – Conserto da Orquestra Villa Lobos de Porto Velho.

OBS – O espetáculo Mulheres do Aluá será apresentado em duas sessões.

- A 1ª para convidados especiais.

- A segunda para o público de modo geral (as Senhas para a segunda sessão começam a ser distribuídas logo após a solenidade de inauguração).

Nos demais dias, as Senhas começam a ser distribuída Uma Hora antes (19h00) do início das apresentações, nas bilheterias do teatro.

As Mulheres do Aluá 

As Mulheres do Aluá, espetáculo teatral que foi concebido a partir de uma pesquisa e uma investigação cênica que coloca em foco a relação de gênero e o universo feminino. Baseado nas histórias de mulheres que enfrentaram e desafiaram os poderes para garantir as suas posições diante do mundo.

Num período em que o pensamento-homem é que determinava a condição de cada mulher. São mulheres de diferentes épocas, com histórias marcadas pela violência. Elas foram rés em processos hoje arquivados no Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça de Rondônia.Gente de Opinião

Processos que revelam as dificuldades delas em um ambiente hostil e opressor do passado da região, especialmente no inicio do surgimento da cidade de Porto Velho (entre 1910 a 1930) e teve forte influência no ciclo da borracha, com a construção da estrada de ferro Madeira- Mamoré.

Essas histórias registradas nas páginas frias do processo foram transformadas em dramaturgia e virou espetáculo na concepção do encenador Chicão Santos, do O IMAGINARIO. “São processos à partir de 1910 que correspondem às comarcas de Santo Antônio do Madeira e Porto Velho”, explica a historiadora Nilza Menezes, diretora do CDH.

Dentre as personagens, uma mulher identificada como Josefa, que em 1920 foi acusada de feitiçaria, uma cigana que lia a sorte dos habitantes locais e se envolveu em um crime em 1914, uma prostituta moradora da Vila Murtinho (1912), com histórico de brigas e espancamentos e uma barbadiana acusada de matar uma comerciante.

Além delas outras histórias de outras mulheres são incorporadas às quatro personagens vividas pelas atrizes: Agrael de Jesus, Amanara Brandão, Jaque Luchesi e Zaine Diniz. Quem são essas mulheres, que cantam, dançam, bebem e contam suas histórias?

O texto é de autoria do dramaturgo sergipano Euler Lopes Teles, que num processo colaborativo com a pesquisadora Nilza Menezes e com encenador Chicão Santos, costura a linha dramatúrgica do espetáculo.

O diretor Chicão Santos, com fina sensibilidade, construiu uma encenação estética usando elementos que  estabelece um ritual de quatro mulheres, com suas memórias em que a realidade é gerada pelos processos de confecção do aluá e é banhada pelas memórias e pelos mitos amazônicos.

Outro aspecto significativo é a trilha utilizada que alude aos costumes e mitos ribeirinhos. Alguns objetos cênicos também causam impacto, pois concentra em sua significação toda a violência representada por essas personagens.

“Nós queremos provocar o público para refletir, por meio dos crimes retratados no espetáculo, toda uma conjuntura social e a condição da mulher nesse contexto”, destaca Chicão Santos.

O Diretor acertou em trazer à cena um espetáculo que revela novas histórias e que ganha um contorno estético e uma beleza plástica. Temos certeza absoluta que novamente o trabalho vai ganhar a cena nacional, como aconteceu com Filhas da Mata que fez em 2010, o Palco Giratório do Sesc, circulando pelas principais capitais e cidades do País e que também chegou a Mostra Latino-americana de teatro de grupos, realizada em São Paulo, em 2012 e o Varadouro que estreou no Teatro de Arena, do Itaú Cultural, em São Paulo e foi selecionado pelo Prêmio Petrobras em 2013 e fez temporada em São Luís (MA) e João Pessoa (PB).

Ficha Técnica:

Elenco: Agrael de Jesus; Amanara Brandão; Jaque Luchesi; Zaine Diniz.

Dramaturgia: Euler Lopes Teles

Pesquisa: Chicão Santos e Nilza Menezes

Concepção de figurino: Zaine Diniz

Concepção Cenográfica e Luz: Chicão Santos

Execução de cenário: Ismael Barreto

Operação de Luz: Osias Cardoso

Operação de Som: Mirilainy Dorneles

Preparação das bebidas (Aluá e Chicha): Sacerdotisa Yakolecy e Arlete Cortez

Música do Aluá: Silvio M. Santos

Música da Mãe Preta: Tim Maia

Participação musical: As Pastoras do Asfaltão.

Preparação de dança: Cristina Pontes

Preparação de voz: Marcos Grutzmacher

Produção e direção: Chicão Santos

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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