Guajará-Mirim
Melhores momentos
do duelo da fronteira
As fotos que só o fotógrafo do Diário da Amazônia viu
Durante os três dias do festival folclórico de Guajará-Mirim, o fotógrafo Roni Carvalho, juntamente com o colunista cultural Silvio Santos do Diário da Amazônia, acompanhou o trabalho dos artesãos, figurinistas e coreógrafos dos bois-bumbás Malhadinho e Flor do Campo que se apresentaram no bumbódromo inaugurado justamente na sexta feira dia 7. Nossa editoria solicitou ao profissional da fotografia que selecionasse as fotos dos principais personagens e das alegorias dos dois bois, para apresentar aos leitores, em especial aos de Guajará-Mirim, nesta edição. Vamos apreciar a reportagem fotográfica do Roni Carvalho.
Hoje a coluna é toda do Zekatraca azul do boi Malhadinho de Guajará-Mirim.
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Considerações sobre o XV Fefoguam
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O XV Festival Folclórico de Guajará Mirim (XV FEFOGUAM) mostrou-se como uma festa de interesse coletivo. Não apenas para os bumbás que disputam ano a ano o título de campeão, mas para toda a cidade e, por que não dizer, todo o Estado.
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Vimos o bumbá vermelho sagrar-se vencedor e ter ao seu lado o azul, na festa de comemoração, em plena quadra, onde se enchia de júbilo por uma vitória esperada há cinco anos.
O Malhadinho comportou-se com dignidade, considerando ser a cidade a verdadeira vencedora.
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Hoje Guajará já dispõe de seu Bumbódromo, obra prometida e cumprida pelo Governo Cassol.
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Verdade, que Cassol teve seus parceiros na empreitada, mas enfrentou, também, inúmeros obstáculos, inclusive – parece-nos o maior de todos os entraves – a titulação das terras de Guajará Mirim, ainda em nome da União.
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A Quadrilha Radio Farol, de Porto Velho, abrilhantou as duas primeiras noites, pisando com leveza e brilho pela primeira vez a quadra do Bumbódromo – que sequer tem nome, ainda.
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Depois o Malhadinho entrou, inaugurando efetivamente aquele amplo espaço.
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O Bumbá sentiu na pele o que era uma festa de inauguração, coordenada por uma equipe que se valeu apenas – a nosso ver – da boa vontade, mas deixou muito a desejar na capacidade. A subcomissão organizadora responsável pela sonorização e iluminação do espetáculo contratou uma empresa que deixou muito a desejar no Flor do Maracujá, realizado na capital. E repetiu a dose na Pérola do Mamoré, prejudicando sensivelmente a apresentação do AZUL na primeira noite.
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A Organização do Festival não soube como contornar a situação que ela mesma criara. Tanto é que, inobstante os músicos da agremiação do Santo Antonio reclamarem, apenas optaram por substituir as notas de três itens pelas obtidas no domingo, como se a sonorização não interferisse, por exemplo, nos versos do amo, na execução da Toada Tema e na leitura da Lenda para os Jurados. Como, também, se a iluminação não interferisse em todos os demais itens apresentados.
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A noite primeira do Bumbódromo de Guajará Mirim foi simplesmente um CAOS.
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E a promessa do Secretário Daian de que ninguém mexeria no som ou na iluminação para a segunda noite, não foi cumprida.
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Soturnamente, os técnicos da empresa de sonorização valiam-se da escuridão da madrugada para substituírem os projetores de agudo (os conhecidos Tweeters) que haviam queimado na apresentação do azul.
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Fica a pergunta: Quem pode garantir que substituíram por outros de capacidade igual aos que estavam antes. Sabe-se que um ST300, por exemplo, suportaria carga bem menor que um ST320. Isso é apenas um exemplo. Fotografias foram tiradas do técnico que, envergonhado, afirmara estar fazendo um trabalho, por ordem dos superiores. Era o “pau-mandado” da vez, coitado. Mas o Secretário nada viu e nada soube a não ser durante a apresentação do vermelho.
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Quanto aos jurados, data venia, diga-se de passagem, se diploma valesse alguma coisa eu ostentaria os meus. A capacidade sempre foi superior a qualquer título. E a integridade pessoal, esta sim, supera qualquer patente.
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Acredito que se o DOUTOR Serafim quisesse mostrar-se íntegro e imparcial, haveria que declarar sua amizade com algum membro de qualquer agremiação. E não indicaria – segundo as palavras do próprio Secretário Daian – suas “colegas” para auxiliá-lo na (árdua) tarefa de conduzir o boi do Tamandaré ao degrau maior do festival.
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Não tiro o mérito da agremiação vermelha. Mesmo porque, respeito e muito seus brincantes e tenho por lá verdadeiras amizades.
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Mas, no que diz respeito ao julgamento, todos os que têm experiência em concursos sabem como se pode fazer para levar uma entidade ao título de campeão disfarçadamente. Basta atribuir-lhe três ou quatro notas nove e meio e atribuir alguns sete e meio ou oito ao adversário...
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Nesse sentido vale lembrar que a nota mínima é sete e a maior dez. Portanto, basta o personagem entrar na quadra e já ganhou sete. Não precisa evoluir ou falar ou cantar nada... Já ganhou nota sete. E o amo ganhou sete e meio, mesmo tendo puxado verso, da mesma maneira que a vaqueirada que evoluiu na quadra... Mas, tudo bem!
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As notas do Malhadinho deixa-se para comentar em outra oportunidade. Bem como a notícia veiculada do encontro inusitado por populares dos jurados em companhia de integrantes das fileiras vermelhas, saboreando Paceña nas terras bolivianas, no domingo, e que resultou no atraso no início da apresentação de domingo.
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Hoje o que interessa é o FEFOGUAM.
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E aqui fica uma nota que merece, na realidade, repúdio de toda a imprensa.
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Como já foi referenciado no ZEKATRACA, a atitude do Pajé do Malhadinho em relação à Imprensa que cobria o evento, nada tem a ver com as diretrizes da Associação. Inclusive, faz parte dos normativos estatutários do Malhadinho mostrar-se, através de seus dirigentes, com conduta irreprovável.
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Ao lançar-se contra os representantes da imprensa falada, escrita, televisiva ou qualquer outra forma de mídia, da maneira como o fez, Cleiton Lopes esqueceu de sua posição fora do ritual.
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Afinal, é preciso ter bom senso e, principalmente educação para fazer-se representante de uma associação. Ali é a coletividade que está em foco. De maneira nenhuma os associados podem se calar, face a uma conduta de baixo nível.
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Um comentário ouvido na arena dava conta que a cena não pode ser chamada de dantesca, posto não haver fogo infernal. Mas bem poderia ser chamada de momesca... Patética, até.
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Lembraram-me a cena de uma ave branca, criada em cativeiro, que quando se vê em liberdade, rodeada de machos, sofre uma euforia extasiante e lança-se em rebuliço dentre à massa.
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Essa propensão galinácea, aliás, estava bem à mostra nas penas brancas que serviam de manto ao moço incauto e inculto.
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Esqueceu-se, inclusive, em sua infeliz encetada, que poderia provocar lesões corporais nos presentes, que ali estavam TRABALHANDO, o que custar-lhe-ia uma incursão no artigo 129 do Código Penal Brasileiro, podendo suprir-lhe a liberdade por dois longos anos em detenção, podendo chegar a oito de reclusão.
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Se não o denunciaram, com certeza, o foi por respeito à agremiação e não à pessoa hostil que ali se apresentava.
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Ou seja, o título de Presidente subiu-lhe à cabeça em hora errada. Com certeza absoluta pelo menos uma pessoa ficou ferida nesse atentado alucinado. Escoriação na altura da costela (com grande possibilidade de fissura interna) além de hematomas provocados pelo costeiro construído em ferro que o mentor portava às costas e que utilizou como arma naqueles a quem considerava seus agressores (ou invasores de seu espaço).
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Finalmente, esqueceu-se aquele que ocupa o cargo de Presidente, que tal título não lhe faz dono da quadra, da agremiação ou do festival.
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E que, portanto, não pode comportar-se de acordo com seus apelos lascivos em meio à multidão, tendo ataques e comportamento próprios de quem se sente envergonhado do que é ou representa dentro do contexto social.
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Abriguem-se os bons, os puros, os benévolos.
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Ele está à solta!
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Artur Quintela Gomes – Zekatraca azul
Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com
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