Segunda-feira, 2 de abril de 2012 - 10h43
Ano passado estivemos em Costa Marques fazendo a cobertura da Festa do Divino e por lá, encontramos o Homero Santos, artista plástico e escultor. “Na realidade gosto mesmo é de fazer escultura”, que nos ofereceu um tambaqui frito à moda de Costa Marques, durante o almoço ouvimos várias histórias sobre Bolas e Fogo que aparecem no Forte Príncipe da Beira e então combinamos de voltar para entrevista-lo para que ele nos contasse sobre esses fenômenos. Voltamos à Costa Marques durante o carnaval deste ano e não deu pra conversar direito com o Homero. Com a abertura da Feira “O Artesanato é Cem”, que aconteceu em Porto Velho o encontramos com suas esculturas. “O meu estilo é cubista escultura em 3D e a madeira utilizada é a imburana”. Apesar de até sábado a noite (na hora que o estávamos entrevistando um freguês prometeu voltar para comprar duas peças) não ter vendido nenhuma obra, Homero se disse feliz da vida com a Feira. “Veio aqui um machã de São Paulo e se interessou pelas minhas esculturas. Se não fosse a feira não conheceria esse povo”.
Acontece que nosso objetivo era saber sobre as histórias de assombração do Forte Príncipe da Beira e sobre isso o Homero é professor. Acompanhe!
E N T R E V I S T A
Zk – De onde você é e há quanto tempo mora em Rondônia?
Homero Escultor – Meu nome é Homero dos Santos mais sou mais conhecido como Homero Escultor. Nasci em São Paulo, mas, me considero rondoniense de coração, pois, vim pra cá quando tinha apenas 7 anos de idade, estou há 30 anos morando nessa terra querida.
Zk – Qual o motivo da vinda para Rondônia?
Homero Escultor – Meu pai comprou 60 alqueires de terra lá no Jirau, alguém o ofereceu essas terras quando a gente ainda estava em São Paulo, quer dizer, pela fotografia. Quando chegamos aqui já de mudança e meu pai foi tomar posse das suas terras, viu que havia jogado dinheiro fora, pois era um sapezal que nem trator de esteira conseguia arrancar a raiz,
Zk – E o que seus pais resolveram fazer?
Homero Escultor – Ficamos lá meio que perdidos, foi quando um tio meu, irmão da minha mãe que era do exército, nos localizou, e nos trouxe para a cidade, então ficamos residindo em Porto Velho até meu pai falecer.
Zk – Como foi que a arte entrou na sua vida?
Homero Escultor – A arte entrou na minha vida através de um convento que tinha no São Sebastião I. Foi lá que comecei a ler sobre a arte de esculpir e então senti que o meu negócio era aquele.
Zk – Que história é essa de convento?
Homero Escultor – Acontece que fui adotado pelas freiras. Acho que sou abençoado, pois era considerado menino rebelde e por isso fui adotado pelas freiras daquele convento. Digo que não tenho apenas uma mãe, tenho seis: uma biológica e cinco freiras.
Zk – Então as freiras te ensinaram à arte de esculpir?
Homero Escultor – Não, elas não me deram aula descobri meu dom por mim mesmo. Sou autodidata. Elas têm como filosofia de que você já nasce com o dom de fazer as coisas tanto que só depois de muito tempo elas descobriram que sou artista, que faço escultura, ficaram espantadas!
Zk – Ta faltando dizer onde você mora hoje em dia?
Homero Escultor – Estou morando em Costa Marques.
Zk – Por que Costa Marques?
Homero Escultor – Minha mulher Luzia foi convidada a trabalhar no SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) por dois anos lá em Costa Marques e então fomos pra lá. Acontece que esses dois anos foi passando e hoje ela saiu do emprego e continuamos lá já faz quatro anos. Aquilo é um paraíso, moro à beira do Rio Guaporé na divisa Brasil/Bolívia. Você mergulha naquela água do Guaporé e ganha uma paz de espírito indescritível!
Zk – Você falou em Fortaleza, quer dizer que você mora no Forte Príncipe da Beira?
Homero Escultor – Morei dois anos no Forte Príncipe agora já estou com dois anos morando em Costa Marques, vale salientar que o Forte faz parte do município de Costa Marques.
Zk – Por falar nisso o ex prefeito Dinho me disse que você sabe um bocado de histórias de visagem que aparecem no Forte Príncipe da Beira. Conta algumas pra gente?
Homero Escultor – Não é visagem como todo mundo diz. Eu vi com esses olhos que a terra há de comer: Lâmpadas em cima do Forte. Seis pessoas viram junto comigo, uma luz do tamanho de uma bola de 40 centímetros fazendo vôo rasante em cima da fortaleza.
Zk – Tem também as histórias que os pescadores contam?
Homero Escultor – Os pescadores contam que sempre estão vendo Bolas de Fogo entrando que nem sonrrisal e sumindo na água do rio. Pra eles isso é normal. Eu já vi bolas enormes descendo na beira do rio.
Zk – Alguém já se preocupou em pesquisar esses fenômenos?
Homero Escultor – Dizem que o Forte é um setor de Ufologia. Tem umas lendas meio faraônicas.
Zk – Exemplo?
Homero Escultor – A lenda do “Cachorro de Ouro”!
Zk – O que?
Homero Escultor – A lenda do “Cachorro de Ouro” diz que na sexta feira passa um cachorro arrastando um corrente de ouro.
Zk – Você acredita nisso?
Homero Escultor – Fiquei matutando e conversando com um senhor antigo, que já até faleceu, ele me contou a história verdadeira.
Zk – Qual a verdadeira história do cachorro de ouro?
Homero Escultor – Foi um porco do mato que se enrolou num arame farpado e saiu correndo. Um gaiato trocou o porco pelo cachorro. Na realidade os cachorros ficaram correndo atrás do porco do mato, mas, a estória que é contada até hoje é a do “Cachorro de Ouro” que aparece toda sexta feira de lua cheia.
Zk – Você ou alguém já viu disco voador no Forte Príncipe?
Homero Escultor – Eu vi bola de fogo, nunca vi disco voador e nem ouvi alguém dizer que viu. Bola de fogo é uma coisa inexplicável no Forte. Lá tem um setor, uma fortaleza dentro do Forte que dizem, que era aonde eles prendiam os escravos. Quando a gente chega ali o clima fica pesado. Tem um local atrás da fortaleza, um FORNO que dizem que era pra queimar as pessoas que não obedeciam às normas.
Zk – Era para isso mesmo?
Homero Escultor – Não! Aquilo é um forno para queimar cerâmica. Dizem que queimavam escravo “gaiato” lá dentro.
Zk – Vamos deixar as assombrações de lado e falar sobre esse trabalho que você trouxe para a Feira o Artesanato é Cem?
Homero Escultor – As esculturas que trouxe para a feira são, “As Camélias do Vale do Guaporé”. Uma puxa pra castanha, outra para o índio. A nossa castanha hoje, quem consome é a Bolívia.
Zk – Por falar em onça você me contou que já passou apuros com esse animal?
Homero Escultor – Foi o seguinte: Eu e minha esposa estávamos indo de moto, de Costa Marques para o Forte, quando chegamos perto do aeroporto, virando no lixão, por volta das nove horas da noite. Na minha visão, eram pessoas porque quando eu destinava o farol da moto para aquele vulto, parecia um farolete. Disse: se for ladrão, vou jogar a moto em cima e acelerei, quando cheguei perto vi que eram três filhotes de onça, duas correram pro mato e a outra correu uns duzentos metros na frente da moto e depois entrou no mato. No outro dia que tinha que voltar pra cidade, vi que haviam jogado no lixão, uma enorme quantidade de carcaça de boi e logicamente que as onças estavam jantando. Quer outra de onça?
Zk – Quero!
Homero Escultor – A primeira vez que fui ao Forte foi com a minha mãe. Então para a gente vir embora tinha que sacar dinheiro em Costa Marques pra pagar a passagem de barco. Fui de bicicleta. Na volta encontrei uma manada de bezerro e tinha um cachorro preto perto, quando cheguei uns dez metros, vi que era uma onça preta. Mano, a bicha me olhou e eu olhei pra ela, gritei que nem uma vaca doida, resultado, ela correu prum lado e eu pro outro. Cheguei ao Forte num piscar de olho pensando que a bicha vinha atrás de mim.
Zk – Quer dizer que o Forte Príncipe é reduto de histórias pitorescas?
Homero Escultor – Ali é um centro místico! Tem história de caçador que vai caçar e as visagens não deixam ele matar nada. Tem caçador que não vai caçar nunca mais na vida. É o caso do seu Carlos.
Zk – Outro?
Homero Escultor – Seu Carlos diz que foi caçar e não estava pegando nada. “Oh meu Deus do Céu, eu queria só um porquinho”. De volta tinha um porquinho entranhado num escavado e ele matou o bicho. O colega dele disse: “Vamos atrás que a manada passou por ali”. Quando mal tinham andado, encontraram um Velho branco sentado na bunda, que disse: “Hei vocês só me pediram um”. Eles juntaram na carreira que até hoje seu Carlos diz que não tem quem faça ele sair pra caçar. Vai lá no Forte que te levo na casa dele.
Zk – Vamos parar por aqui, já está dando meia noite e aqui na Madeira Mamoré dizem que aparece muita visagem, já todo arrepiado!
Homero Escultor – Olha, essa feira foi o melhor negócio que o nosso secretário Chicão já fez. Não vendi nada até agora, mas vieram aqui uns machãs de São Paulo juntamente com um artista plástico de lá e gostaram do meu trabalho. A Rita Queiroz estava presente e viu quando eles se ofereceram para colocar minhas esculturas nas galerias de São Paulo. Terça feira vamos sentar para fechar o negócio. Quer dizer, se não fosse essa Feira eu não teria encontrado esse povo. Não vendi nenhuma obra (até sábado à noite), mas ganhei muito!
Zk – Quem quiser comprar uma escultura do Homero tem que fazer o que?
Homero Escultor – É só ligar para 8477- 9622 ou homeroescultor@gmail.com
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