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Gente de Opinião

Silvio Santos

José Aldemir Saldanha - As histórias pitorescas do Pereca



O hoje mestre em economia e advogado, José Aldemir Saldanha, conhecido no meio musical e artístico como Pereca, é daquelas pessoas que “prende” qualquer um, numa roda de bate papo, só contando sobre os “causos” protagonizados por ele, quando atuava como músico em bandas como, a famosa Banda Status”. “Toquei na Status por quatro anos”. Mesmo já depois de ter deixado de tocar, para se dedicar aos estudos de Economia, Pereca aceitou fazer parte como crooner de uma banda comandada pelo músico Canhoto e foi se apresentar no boite “Guadalajara Drink’s”. “Aí um garimpeiro puxou um Trezoitão e me fez amanhecer cantando a mesma música”. Entre tantas histórias uma das mais engraçadas é a parceria com o Domício conta Pereca: O Domício chegou comigo e fez a proposta: ‘Pereca que ser meu parceiro numa música que estou fazendo’ – Trás aí que a gente vê. Certo dia estava eu no bar do Zizi quando chega o Domício; Pereca pega o violão e faz um Ré Maior, fiz o Ré Maior e ele começou: O Negro, o Negro – e o resto da música Domício? – E ele: “O resto é contigo”.

Lavador de carro, saqueiro na feira livre e roupeiro do time de futebol do Ferroviário foram algumas das atividades exercidas pelo nosso entrevistado, antes de se formar em economia e mais recentemente em direito. “Hoje sou coordenador do curso de economia da Fatec, funcionário público estadual além de atuar como advogado”.

Criador juntamente como o Bubu Jonshon, jornalista Adaídes Santos Dadá e o Orlando Pereira (recém falecido) do Movimento de Criação Cabeça de Negro, Aldemir Saldanha ou simplesmente Pereca foi escolhido para em seu nome, homenagearmos a raça, pela passagem do dia da Consciência Negra 

José Aldemir Saldanha - As histórias pitorescas do Pereca  - Gente de Opinião

E N T R E V I S T A


Zk – Quem é o Pereça?

Pereca – É o Professor Mestre em Economia José Aldemir Saldanha, nascido na maternidade Darci Vargas em Porto Velho. Especificamente sou do bairro do Areal. Recentemente advogado.

Zk – E seus pais?

Pereca
– Meu pai é o Lauro Saldanha Filho lá de Guajará Mirim (falecido) e minha mãe é rezadeira bastante conhecida, dona Maria Caetano pessoa que amo e tenho muita admiração. Mora na Campos Sales nas proximidades da Alexandre Guimarães.

Zk – Vamos lembrar sua infância?

Pereca
– Longo depois que nasci fomos morar num seringal em Fortaleza do Abunã. Naquele tempo para se chegar a Fortaleza não era tão fácil como nos dias de hoje. A gente pegava o trem em Porto Velho e desembarcava na estação de Abunã de lá pegávamos um barco que tinha que passar pela cachoeirinha, cachoeira dos três “S” até chegar a Fortaleza no Abunã para entrar para os seringais. Veja bem, depois de todas essas andanças foi que meu pai me registrou. Fui registrado em Jacy Paraná onde também moramos por algum tempo.

Zk – Você lembra da vida nos seringais em Fortaleza do Abunã?

Pereca
– Claro que lembro. Fortaleza do Abunã naquela época era reduto dos grandes seringalistas como os Catanhedes, Rocha, Chico Reis, Alencar e tantos ouros que no momento me falha à memória.

Zk – Seus pais faziam o que no seringal?

Pereca
– Acontece que minha mãe era enfermeira e foi prestar serviço em Fortaleza do Abunã, a gente não cortava seringa não.

Zk – A vivencia no bairro do Areal?

Pereca
– O Areal pra mim é tudo. Naquela época Porto Velho era a Sete de Setembro e depois da Sete. O Areal era considerado a periferia da periferia. Na realidade minha família foi morar no Areal quando o 5º BEC chegou aqui e acabou com a Baixa da União onde a gente morava. No Areal me criei me casei com a Eliana filha de uma família tradicional de Porto Velho, ela é sobrinha do Eneas Cavalcante que foi um grande comerciante aqui. Minha infância, meu desejo, minha poesia é o bairro do Areal.

Zk – Você falou que morou na Baixa da União. Chegou a jogar futebol no campo da Baixa?

Pereca
–Nunca fui bom de bola, mas, me metia la naquele meio. Naquela época tinha o São Domingos, São Paulo. O São Domingos era o time que eu gostava porque era do bairro, naquele tempo tinha a Usina São Domingos que beneficiava borracha e seus funcionários criaram o time de futebol que disputava o campeonato no campo da Baixa da União. A Baixa da União também foi meu berço, a gente saia de lá e vinha pra rua do Coqueiro (hoje Euclides da Cunha) que ficava entre a Sete de Setembro e uma rua que dava acesso à beira do rio.

Zk – Por falar em Areal! Você era freqüentador do Igarapé Grande?

Pereca
– O Igarapé Grande ficava na Prudente de Moraes logo depois da hoje rua Rio de Janeiro. Ali fui lavador de carro, e nos intervalos das lavagens, ia buscar tucumã no campo do Mario Monteiro que ficava onde hoje é o 5º BEC.

Zk – Além de lavador de carro o que mais você fez na adolescência?

Pereca
– Minha vida não foi fácil, além de lavador de carro, fui vendedor de picolé, vendi saco na feira, fui engraxate, a última profissão que exerci como adolescente até meus 17 anos, foi ser roupeiro do time de futebol do Ferroviário.

Zk – Quando você era roupeiro, quem era o presidente do Ferroviário?

Pereca
– O presidente era o capitão Albino Lopes do Nascimento e os jogadores eram o Manuelzinho, Jordão, Neórico, Da Silva, e tantos outros e eu lavava a chuteira deles. Inclusive tem uma história engraçada dessa época.

Zk – Que história?

Pereça
– Minha namorada quando descobriu que eu era roupeiro me abandonou, hoje ela mora no Rio de Janeiro e acho que ela se arrepende de não ter casado comigo. Fui roupeiro quando o futebol de Porto Velho era respeitado na Amazônia e no Brasil. O campo do ferroviário ficava dentro do campo de aviação (aeroporto Caiari). Eu atravessava aquele campo para ir cuidar das chuteiras e de todo o material esportivos do clube num barracão que a gente chamava de sede do Ferroviário que ficava ali em frente, onde hoje é o Senac na avenida Farquar. Hoje graças a Deus sou professor com mestrado em economia e sou advogado.

Zk – Você também atuou como músico e cantor de grupo musical. Fala sobre essa fase da sua vida?

Pereca
– Comecei com os movimentos da igreja. Como eu era do Areal, freqüentava a paróquia do padre Mário (N.S. de Fátima), onde comei a participar dos festivais de música religiosa. Para minha primeira participação fiz uma música chamada “Olhando a Natureza” uma música que falava de ecologia. A letra diz: Olhando a natureza vejo a beleza do seu criador/São coisas mais lindas do mundo que o homem não pode fazer/Pássaros voando alto ao sopro do vento a delirar/Peixe na água do rio de vagarinho me ensina a nadar/Olhe pra si meu amigo e veja comigo se eu tenho razão/Vendo que Deus é perfeito com tanta beleza e você dizendo não. Essa música foi minha primeira participação em um festival religioso. O Monteiro dos Anjos da Madrugada foi um dos jurados. Inclusive a música causou polêmica porque falava de ecologia e o festival era religioso. Para esse mesmo festival fiz outra música que foi desclassificada.

Zk – Desclassificada por que?

Pereca
– Subi no palco cantando assim: Eu quero fazer o meu jogo de xadrez//Onde eu seja a pedra mais bruta/E meu Bispo seja Rei... O Bispo não gostou muito do que eu falei e a música foi eliminada. Depois, já me considerando experiente em matéria de festival aceitei defender uma música do Dada.

Zk – O Dada também participava dos movimentos religiosos?

Pereca
– Não, fui defender uma música do Dada num festival que aconteceu na quadra do Ferroviário. Era festival de MPB e o resultado foi que saia do palco preso e algemado.

Zk – O que dizia a letra dessa música que foi censurada?

Pereca
– O nome da música era: “O que será do esperar” cuja letra dizia: “Um animal grande pisa no pequeno/Fraco não se mexe, medo do veneno/Panela no fogo não pega pressão/Garganta apertada pela tua mão/Há tempo se espera essa salvação/A esperança resta numa grande união/Ouro não brilha, punhal também não/E as mãos cansadas jamais lutarão.

Zk – E a prisão?

Pereca
– A letra da música era contra a revolução e assim que acabei de cantar, fui algemado pela Polícia Federal e levado para o quartel do CFAR (hoje 17ª Brigada) e eu não entendi porque me prenderam. Não fazia idéia que a letra era contra a revolução e assim me posicionei perante os federais. Na realidade eu não sabia que o Dada era contra a revolução e nem que sua música batia no sistema. Só muito depois foi que me filiei ao Partido Comunista.

Zk – Daí pra frente você passou a fazer parte do movimento musical que estava nascendo em Porto Velho?

Pereca
– O Júlio Yriarte havia chegado e o SESC estava sendo implantado, então montamos um movimento musical chamado de Grito de Cantadores. A gente cantava na Praça Marechal Rondon todos os domingos, músicas do Xangai, Alceu Valença e também comecei a compor e cantar minhas músicas. Nesse tempo fui a São Paulo representar Rondônia na Feira de Cultura Brasileira, cantei no SESC Pompéia no programa “Som Brasil” na época promovido pela Rede Globo e o apresentador era o Rolando Boldrin.

Zk – Vamos falar mais do Grito de Cantador. O movimento revelou muitos nomes que até hoje militam na música portovelhense. Por exemplo?

Pereca
– Quando começou quem cantava era eu e o Laio, depois veio a Nega e outros nomes. O Bado já foi na segunda fase. Quando criamos o Movimento, o SESC era no Edifício Rio Madeira, depois foi para a Gonçalves Dias. Quando o SESC foi para a Esplanada e criaram a Seresta que acontecia às quintas feiras, foi que apareceram Bado, Binho, o Ronildo recém chegado formado em violão e tantos outros, Eu fui um dos pioneiros digamos assim que fui o linha de frente.

Zk – E o lance do SESC Pompéia como aconteceu?

Pereca
– Na época existiam pouco representes na área cultural e o Geraldo Cruz que hoje é diretor da Casa da Cultura Ivan Marrocos foi convidado pelo SESC a representar Rondônia em São Paulo no naipe de artes plásticas e junto como ele fui eu (violão e voz), Telêmaco (baterista) e outros que não lembro agora. Na apresentação da Praça da Sé abri o show do Djavan e nossa música foi classificada para se apresentar no SESC Pompéia no programa da Rede Globo Som Brasil.

Zk – Era música inédita?

Pereca
– Uma composição minha que fala das festas dos meus tempos de infância cuja letra diz assim: Santa Maria Rogai por nós/Santa Mãe de Deus rogai por nós/Filha predileta do pai rogai por nós./ O tempo passa e a cidade cresce/O povo esquece suas tradições/Já não se vê as festas animadas/Pra Santo Antônio, São Pedro e São João/Já não se vê fogueiras no terreiro/Já não de vê um viva São João/Já não se vê meninas e lenços brancos/Um copo d’água pra adivinhação/antigamente tudo era animado/Os namorados todos davam as mãos/Brincavam juntos em torno da fogueira/Era uma festa com grande animação/Com mungunzá, canjica e milho verde/E o forró tocando sem parar/Vovó dizia calma minha gente/Que a ladainha já vai começar.

Zk - Além dessas tem outras composições?

Pereca
– Tem um bocado. Como estamos na semana da Consciência Negra vai aí uma musica que fiz há algum tempo com o nome de “Raça”: Por que a cor importa tanto nessa escala social/Pra quem tem o riso branco?Come bem e lê jornal/Mas eu tenho sangue azul/Meu irmão na América do Sul/Planto o trigo e faço o pão/Pro status na televisão. Quando o Movimento Cabeça de Negro do qual fui um dos idealizadores juntamente com o Dada o Neguinho Orlando e o Bubu, fizemos uma show musical no teatro municipal que ficava na rua Joaquim Nabuco com a Duque de Caxias e nesse show cantei a música de minha autoria.

Zk – Canta ela aí?

Pereca
– Um dia/Amanheceu lá na Kalunga/Barbaridade é bundunga/Bundugueiros pra queimar/E o galo já cantou está na hora/Tem muita gente aí fora/Cansado de esperar/Corre, corre Sete encruza/Corre corre sem parar/Fecham-se portas e porteiras não deixa nada passar/Pega o seu tranca tranca/Quero vê tranca, trancar/BA, baba, queima bundunga....Foi uma música que levantou a platéia,

Zk – E o crooner da Banda Status?

Pereca
– A Banda Status foi uma boa experiência. Fiquei na Banda com o Vovô de 1982 a 1986. Tocamos por algum tempo na churrascaria Goianão que ficava na Jorge Teixeira com a Carlos Gomes. Na época tocamos em todos os grandes bailes de Porto Velho e do estado. No interior a gente chegava como grande atração internacional.

Zk – Parece que nessas apresentações pelo interior aconteceram alguns fatos pitorescos. Quer contar algum desses fatos?

Pereca
– Tinha aqui o empresário Ronaldo Brito que inclusive trouxe a Porto Velho o cantor Roberto Carlos que se apresentou na quadra do Ferroviário. Ronaldo que era o ban, ban, ban do Banco do Estado do Acre se mudou para Ji-Paraná e contratou um show da Banda Status, só que ele anunciou que a Banda Status iria acompanhar o cantor internacional Albert Blu (o cantor azul). Muito esperto Vovô o dono e baterista da Banda mandou que eu ensaiasse um repertório com as músicas do Piter Franco e do Bob Dylan. Só que as músicas não eram tão conhecidas porque as rádios não tocavam.

Zk – E o pitoresco da história?

Pereca
– Bereu um locutor que tinha por aqui, era o apresentador e de repente ele anuncia: “Senhoras e senhores, é chegado o grande momento Ronaldo Brito Produções tem o prazer de apresentar pra vocês o cantor internacional Albert Blu”. O clube Vera Cruz de Ji-Paraná super lotado. E eu sentado numa cadeira ao lado do palco não estava nem aí pro anuncio do Bereu. E ele continuou: “Senhoras e senhores vamos chamar mais uma vez o cantor internacional, Albert Blu”. E eu nada de subir. Foi quando o Vovô veio da bilheteria bufando de raiva, me pegou pelo braço e disse, Albert Blu é você! Sobe lá e canta aquele repertório internacional que você ensaiou. O Bereu repetiu: “Agora é pra valer com vocês Albert Blu”! E eu cantei e o povo aplaudiu de pé.

Zk – E você sabe falar inglês?

Pereca
– Que nada, foi tudo na base do “Enroleixo”. Tem o caso da Bolívia também.

Zk – Como foi na Bolívia?

Pereca
– O Vovô me vendeu como Pinduca e lá fui eu cantando Carimbó sem saber das letras direito e o “Enroleixo” foi em castelhano.

Zk – E o caso do garimpeiro que fez você cantar uma música várias vezes?

Pereca
– Eu já tinha parado de cantar em Banda, Me transformei em acadêmico de economia e preferi estudar. Porém, o Canhoto montou uma banda no tempo do Garimpo em 1987 e me convenceu a voltar a cantar. A Banda se apresentava no Guadalajara Drink’s. Naquele tempo a música que estava no auge do sucesso era uma do Alípio Martins “Será que você não tem dó de mim/Estou sofrendo tanto por você...”. Acontece que chegou um garimpeiro e começou a dançar. Quando parei, ele pediu que cantasse de novo a mesma música, como naquele tempo era praxe a gente fazer o “Bis”, cantei novamente. Quando parei ele pediu de novo. Cantei umas dez vezes a musica e então parei explicando que outros fregueses queriam outras músicas e coisa e tal.

Zk – Ficou por isso mesmo?

Pereca
– O cara puxou uma pacoteira de dinheiro e me deu aproximadamente 6 Mil Cruzados com essa grana toda não contei conversa, passei a cantar: “Será que você não tem dó de mim...”, cantei por aproximadamente uma hora sem parar e quando resolvi parar de vez, o cidadão puxou um TREZOITÃO deu um tiro pra cima, exigindo que eu continuasse cantando a música. Resultado amanheci cantando: “Será que você não tem dó de mim...” O Cara não teve realmente dó de mim.

Zk – Para encerrar?

Pereca
– Gostaria de agradecer a você pela oportunidade em contar um pouco da minha vida. De coração muito obrigado! 

 
Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com   
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