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Silvio Santos

Lenha na Fogueira com o Movimento PaCultura e os 20 nos do Espermatozoide Careca


Lenha na Fogueira com o Movimento PaCultura e os 20 nos do Espermatozoide Careca - Gente de Opinião

Lenha na Fogueira

 

Olha só, vamos ficar na torcida para que os candidatos a prefeito de Porto Velho, acatem as sugestões, dos integrantes do Movimento PaCultura.

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Pois é, o Movimento PaCultura, da cidade de Porto Velho, que reúne artistas de diversas linguagens culturais vem se reunindo de forma remota com alguns candidatos e entregando uma carta elaborada pelo coletivo.

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As reinvindicações são poucas, mas se postas em prática poderá fazer com que a cultura portovelhense dê um salto em termos quantitativos e qualitativos.

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Até o momento a carta foi entregue à três candidatos, Ramon Cujui, Edvaldo Soares e Vinicius Miguel respectivamente, sendo que os dois primeiros assumiram o compromisso com os pontos reivindicados e o terceiro ficou de analisar o documento com calma.

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Acompanhe a íntegra do documento:

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AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE PORTO VELHO

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Cultura para além dos negócios: diretrizes gerais para programas de cultura na cidade de Porto Velho/RO.

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Embora a cultura jamais tenha ocupado um espaço central no debate político, não se pode ignorar que ela é cada vez mais dividida em dois grandes grupos: uma pautada em um processo civilizacional e outra na dominação e nos negócios.

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Pelo menos desde os anos 1940, quando surgiram os primeiros estudos sobre a indústria cultural, a investigação nesta área revela a imbricação profunda entre a produção de bens simbólicos e o funcionamento da sociedade de mercado, da alienação e do consumo de massa.

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No Brasil atual, marcado por múltiplas dependências típicas de um país periférico, o colonialismo cultural é o resultado da nossa formação social, caracterizada pela escravidão, pela brutalidade e vulgaridade das elites, pela desigualdade social e pelo oligopólio na mídia. Chocam-se, então, duas concepções de arte e cultura.

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Uma que reconhece seu valor civilizacional e sua capacidade de emancipação humana. Nesta perspectiva, a cultura é vista como um direito, da mesma forma que a saúde, a educação e a moradia.

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É um direito porque constrói a identidade de um povo, aguça nossos sentidos, aprimora nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.

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Arte e cultura são práticas sociais que permitem a representação e a fabricação do mundo. Por isso, em todos os tempos há quem tente domesticá-las, transformando bens simbólicos em produtos que se compram e vendem. Nós propomos, ao contrário, a alegria criativa do povo, que resiste, propõe e transforma.

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Esta concepção de cultura que propomos é necessariamente incompatível com o mercado e seus velhos ou novos modelos de negócios. Ela diz respeito à criação e fruição de bens comuns a que todos têm ou deveriam ter direito.

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Em contraposição existe outra concepção de cultura, gestada, parida e sustentada pelo mercado, puxada pela indústria cultural.

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Sabemos que é difícil nos opormos eficazmente a este modelo, já que estamos mergulhados nele. Somente um projeto inédito, criativo e radical pode resistir ao canto das sereias das novíssimas economias criativas e sua ideologia do empreendedorismo, do soft power e da monetização cultural.

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Em uma sociedade desigual, a produção e o acesso à arte e à cultura são também desiguais. Por isso, uma política pública cultural preocupada com a maioria da população deve inverter as atuais prioridades.

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Agora é a vez da periferia. O Brasil é periferia e nós estamos situados, portanto, na periferia da periferia. Uma nova política cultural precisa ser mais democrática e integradora dos grupos minoritários, como os indígenas, caboclos, ribeirinhos, negros, mulheres, LGBTQI+, enfim, mais descentralizada e verdadeiramente democrática. Nossa cidade é plural e nossa cultura também deve ser.

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Nossa cidade, com mais de meio milhão de habitantes e distritos ribeirinhos muito distantes do centro urbano tem um grande desafio neste início de uma nova década para o futuro do setor cultural. Além dos desafios postos em 2020 pela pandemia do novo Corona Vírus, temos também um triste histórico recente de desmontes e ataques à cultura em âmbito nacional e no Estado ainda está se constituindo uma política cultural.

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Com o advento da aprovação da PEC e da Lei do Plano Nacional de Cultura no ano de 2005, um movimento muito importante começou a acontecer em centenas de municípios do Brasil. A construção do Sistema Nacional de Cultura! Cidades dos mais diversos tamanhos e vocações culturais começaram a implantação dos seus Sistemas Municipais de Cultura.

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Foi a continuidade da implantação dos Sistemas Municipais que permitiram que o SNC sobrevivesse aos desmontes e rupturas políticas. Todavia, com a crise pandêmica do Corona Vírus, o SNC ganhou um novo fôlego para seu avanço, graças à aprovação da Lei Aldir Blanc, que pela primeira vez na história utilizará o mecanismo de repasse fundo a fundo, o mecanismo central do SNC, para distribuir recursos para todos os municípios do Brasil. A participação social também ganhou fôlego. Os trabalhadores da cultura estão mais uma vez mobilizados e organizados para construir as políticas culturais pela base!

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O Movimento PaCultura, que está organizado na cidade de Porto Velho com artistas das diversas linguagens, vem militando por uma cultura plural, democrática e construída de baixo para cima, vem, por meio deste documento, apresentar nossas propostas:

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O que buscamos

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1) Orçamento compatível com a importância social da Cultura;2) Editais, leis, programas e fundo (que já existe) desburocratizado, com dotação orçamentária própria e comissões julgadoras plurais e democráticas, garantindo uma cultura plural e inclusiva para o conjunto da população;

3) Transparência e participação efetiva da população na gestão das políticas culturais através de conferências e outros mecanismos de formulação e decisão, promovendo a integração e a transversalidade da arte e da cultura em todos os setores da vida social, como a educação, o esporte, o meio ambiente, a comunicação e o trabalho;

4) A efetiva implantação do Sistema Municipal de Cultura e o respeito ao Conselho Municipal de Cultura.

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Porto Velho, outubro de 2020 - Movimento PaCultura.

 

Espermatozoide Careca, 20 anos

Lenha na Fogueira com o Movimento PaCultura e os 20 nos do Espermatozoide Careca - Gente de Opinião

O espetáculo teatral “Confidências de um espermatozoide careca” produzido e apresentado pelo Grupo “Raízes do Porto”, festejou no último dia 1º, 20 anos da primeira exibição da peça que até  hoje lota as casas de espetáculo onde é encenada.

O ator Giovanni Berno responsável pela montagem além de fazer o papel do Espermatozóide, lembra cada minuto da “batalha”, que foi conseguir montar a peça em Porto Velho e depois, sair apresentando por todo o estado de Rondônia e em estados vizinhos. Acompanhe o relato do Geovani Berno.

RELATO

Para quem não sabe, além de publicitário e jornalista sou ator profissional desde os 15 anos, quando iniciei na atividade artística no grupo Presença, em Santa Maria, com o diretor Freire Junior, a quem devo muito pela minha formação teatral e intelectual.

Chegando a Porto Velho no ano de 1996 demorei a conhecer o pessoal do teatro, até que encontrei a Suely Rodrigues trabalhando no Sesc e eu no departamento de eventos da TV Rondônia. E sabem o mais engraçado de tudo isso? Ela, em uma das andanças da vida havia passado com sua peça teatral “Eu, Vocês e Eles” por Santa Maria. Ela me viu em cena e eu a vi, mas acabamos por não nos conhecer. Mas quis o destino que anos mais tarde nos reencontrássemos e, de pronto, lancei o desafio da montagem da peça “Confidências de um espermatozoide careca”.

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Demorei quase quatro anos a convencê-la na empreita, até que ela aceitou após uma longa conversa onde passei minhas ideias de cortes no texto, na ideia de um outro ator e ela veio com seu talento moldar e me ajudar a construir estas participações, a me corrigir em cena, a reunir a galera de apoio do espetáculo e eu, nos tempos de folga do trabalho na Amppla Propaganda ia atrás de apoios para poder colocar este espetáculo em cena.

Aqui quero fazer um parêntese todos especial a Unimed, Unipec (hoje Uniron), Supermercado Gonçalves e ao Grupo Milla. Foram eles que primeiro acreditaram e investiram em um ator até então desconhecido e, assim, conseguimos levar o riso, a diversão, a reflexão e a cultura para mais de 15 mil pessoas nestes 20 anos de atuação em Porto Velho, Cacoal, Ji-Paraná, Rio Branco. 

Sim, no dia 1 de novembro de 2000 eu estreiava nos palcos rondonienses tomado de grande emoção para uma platéia seleta de convidados, familiares, patrocinadores e imprensa. Se me perguntarem lembro de cada detalhe do dia anterior (que foi o da montagem de cenário, ensaio geral, afinação de luz), do choro que me invadiu o peito quando o querido Gibassan levantou aquele pano pintado com os espermatozoides voadores.

Quando a luz acendeu pela primeira vez. Como diz o Rei Roberto, foram muitas, mas muitas emoções e que me acompanham até hoje.

Por isso, quero de público agradecer ao grupo Raízes do Porto na pessoa da Suely Rodrigues que foi quem primeiro acreditou. Sem ela eu não existiria provavelmente nos palcos rondonienses. E a todos que participaram deste projeto: os atores Ery Oliveira, Odinaldo Silva, Juraci Júnior, Jailton Viana. O pessoal de apoio: seu Osias, Arlete Vrena, Zaine Diniz, Kenny Frazão. E sem dúvida a todos os veículos de comunicação que sempre abriram as portas para divulgação, entrevistas, publicação de releases.

Por fim, quero dizer que estava programada uma apresentação neste dia 1 de novembro, mas a pandemia nos impossibilitou de executar. Mas tenham certeza de que esta data será comemorada fora de época. Aliás, Porto Velho já está acostumada a comemorar seus eventos fora de época. Apenas entrei na brincadeira. Portanto, se tem uma palavra que resume tudo, é gratidão! 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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