Quarta-feira, 5 de maio de 2021 - 06h01
Lenha na Fogueira
O I Fórum Digital de Cultura de Rondônia realizado por iniciativa da rede Pro Cultura e outros coletivos na tarde dessa segunda-feira (03/05/21) as 15h, contou com a participação online, diga-se de passagem, de mais de 40 representantes da classe artística do Estado de Rondônia. Nesse evento foram pautados os seguintes tópicos: Lei Aldir Blanc/Prestação de contas e Editais.
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Um dos principais temas discutido foi a necessidade de prorrogação dos prazos para execução dos projetos aprovados que estão em curso. Com a segunda onda da pandemia, muitos proponentes tiveram seus cronogramas afetados devido a infecção pela COVID-19, ou até mesmo pela desestabilização emocional causada pela perda de entes queridos, e se encontraram momentaneamente impossibilitados de cumprirem seus prazos dentro do programado em seus projetos.
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Em alguns casos mais severos, houve até mesmo a necessidade internação.
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Aliado a isso os decretos promulgados durante o primeiro trimestre, período em que os números da pandemia alcançaram os piores patamares, também levou à impossibilidade da execução de algumas fases previamente programadas, pois as produções culturais em sua maioria são realizadas em coletivo como teatro, produção audiovisual, gravação de álbuns e clipes e etc. O que vai de encontro com as recomendações estipulados nos decretos para a contenção do Corona vírus.
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Enfim, direta ou indiretamente, em algum momento, a pandemia protagonizou o interrompimento das produções.
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Vale ressaltar que em 20 de abril o Senado aprovou a prorrogação do auxílio emergencial para o setor cultural e a prestação de contas dos Estados para com o Governo Federal dos recursos dessa lei.
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Essa decisão permite aos governos estaduais usufruírem do prazo até 31 de dezembro de 2021 para prestarem suas contas, podendo esse prazo ser estendido por mais noventa dias.
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Entretanto, o Governo do Estado de Rondônia não estendeu essa ação aos projetos locais, o que está gerando uma grande insatisfação entre a classe cultural.
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No Fórum também se discutiu propostas para inclusão de itens que possam vir a evitar complicações para futuros editais como por exemplo a proporcionalidade do tempo de execução para um projeto levando em consideração a categoria em que ele se encontra, ou seja, o prazo para a execução de um projeto de álbum musical geralmente é menor do que o prazo para uma produção áudio visual e assim por diante.
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Em paralelo a esse esforço, corre nas mídias sociais digitais o manifesto “Prorroga já! Prorroga Rondônia!, Prorroga SEJUCEL!” no qual vários artistas de todo o estado declaram, através de vídeos, apoio ao movimento em prol da prorrogação dos prazos estabelecidos nos editais da Lei Aldir Blanc.
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Em entrevista veiculada por uma emissora local nessa segunda feira, 03 de maio, o superintendente da SEJUCEL-RO Jobson Bandeira dos Santos reafirmou categoricamente que os prazos não seriam prorrogados e condiciona, equivocadamente, o lançamento de novos editais à não prestação de contas por parte dos artistas que não conseguiram cumprir seus cronogramas dentro dos prazos pré-estabelecidos em seus projetos.
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É salutar a grande participação das setoriais culturais no I Fórum Digital de Cultura de Rondônia. A adesão de membros dos conselhos municipal e estadual de cultura demonstra coesão do setor, pois reivindicam apenas o que é justo e respaldado pelos últimos acontecimentos relacionados a segunda onda dessa pandemia.
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Portanto percebe-se uma falta de sensibilidade por parte do poder público para entender a situação enfrentada pelos artistas. Em alguns estados da federação esses prazos foram prorrogados sem complicações. E até mesmo o processo de inscrição de projetos, nesses locais, se deram de maneira bem menos burocrática do que no Estado de Rondônia através de formulários online e simples de se entender, diferente do sistema totalmente engessado praticado pela SEJUCEL-RO.
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Para um processo emergencial está deixando muito a desejar no que diz respeito a acessibilidade e entendimento das informações divulgadas.
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E principalmente há, por parte do governo uma triste inflexibilidade diante da realidade que vivemos.
‘Minuano’, de Bado, traz identidades culturais em poesia e melodia
Edneide Arruda
“A capacidade do artista para flagrar o mundo e seus fenômenos, registrar suas constantes transformações e até mesmo prevê-las, mostra que são como ‘antenas’, sensíveis para captar os movimentos mais sutis, superando muitas vezes os cientistas sociais, com seus instrumentos e estratégias mais objetivas”.
Aproprio-me desta citação da pesquisadora Nilda Jacks, uma gaúcha estudiosa da identidade de seu povo, para falar sobre “Minuano”, a mais nova música do cantor, compositor e instrumentista Bado que lançou na sexta-feira, 30, em seu canal no You Tube.
‘Minuano’ (Milonga da Serra) como explica Bado, “nasceu da vivência e aproximação com os ritmos, sons e linguagens musicais, presentes nas culturas que se cruzam pelas fronteiras da Região Sul do Brasil”. Ancorada em um texto poético, a música sobrevoa a Serra Gaúcha e descreve com suavidade ímpar, o que a sensibilidade do poeta pôde captar, de conversações entre amigos e familiares.
No clipe, Bado parece imergir nas vivências daquela tríplice fronteira, para dar canto ao aconchego que minuano - vento frio e cortante, que aparece após as chuvas de inverno daquela região - oferece aos gaúchos e seus visitantes. A impressão que se tem é de que, ao enxergar o vento, o artista sente o prazer de um povo que faz do vento frio da Serra, seu canto, sua identidade cultural.
Termo cujo conceito tem, segundo Martin-Barbero (1993), transitado entre exclusão e integração, identidade cultural passou a se constituir em fenômeno de autor reconhecimento individual e coletivo, sendo, neste último caso, como um sistema de referência em que “todos se enxergam ao olhar o outro”, como diz Nilda.
É esse olhar do artista que compõe a estética de ‘Minuano’: serras, ventos uivantes, vinhedos, olhares cúmplices, identidades e paixões. Sob os acordes de seu violão, Bado entrelaça sentimentos e expressões culturais sulinas. Ele usa a milonga, gênero musical presente naquelas fronteiras, e que tem como grandes referências, os compositores gaúchos Vitor Ramil e Renato Borghetti.
No ano passado, para fugir da neurose causada pela pandemia da Covid-19, Bado percorreu mais de 3.600 quilômetros, entre Porto Velho (RO) e Santa Maria (RS), para visitar a filha, Bia Melo, e matar a saudade.
Ambientado na riqueza cultural dos territórios fronteiriços, transformou sua vivência em canção. Mas, não foi a primeira vez que Bado conviveu com culturas de fronteiras. Ao participar de edições do Festival de Cinema da Amazônia (FESTCine), ele vivenciou as culturas do Peru e da Bolívia, o que resultou na composição 'Pátria Mama'.
Deriva destas vivências, parte de sua arte, que mistura sons e ritmos universais - de pessoas, pássaros, água e ar -, muito presentes na musicalidade do bioma Amazônico - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Traços desse caldeirão cultural estão presentes em excelentes produções de Bado tais como ‘Porto das Esperanças’, Amazônia em Canto’, ‘Aldeia de Sons’, ‘Gente da Mesma Floresta’ e ‘Mundos - 50 Anos’.
É marca indissociável de Bado, o compromisso de difundir o canto produzido na Amazônia, dando importância à construção de uma identidade musical, que universalize tons e sons. Em sua busca pela integração cultural de ritmos e sons de fronteiras, mais uma vez, Bado presenteia seu público com algo envolvente, amoroso e pedagógico, que transforma identidades culturais em poesia e melodia.
Edneide Arruda é jornalista.
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