Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Silvio Santos

Luizão Gouveia - Coordenação do Flor do Maracujá


Luizão Gouveia - Coordenação do Flor do Maracujá - Gente de Opinião 
Considerado o maior evento folclórico/cultural do estado de Rondônia, a XXVII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás - Arraial Flor do Maracujá, mostrou ao público de Porto Velho do Brasil e do Mundo (pela primeira vez, três redes de TV transmitiram o evento), o que temos de melhor, em se tratando de grupos de danças folclóricas de Quadrilhas e Bois-Bumbás. Trinta e Três Grupos se apresentaram durante as dez noites de Arraial para um público presente no local de sua realização, estimado em aproximadamente 50 mil pessoas. “Podemos até apostar que foi muito mais que isso”. Além das apresentações de grupos de danças folclóricas e bandas de forró, o Flor do Maracujá, é também grande gerador de emprego e renda, já que este ano contou com o funcionamento de 83 pontos de vendas de comidas típicas, artesanato e guloseimas próprias das festas juninas. “O Arraial gera mais de mil empregos diretos e outros tantos indiretos”. A festa que é mostrada ao público, começa na realidade, no mês de abril, quando o secretário de cultura do estado, no caso atual, o professor Jucélis Freitas, nomeia os membros que passam a fazer parte da Comissão Coordenadora. Este ano, a presidência da Comissão, ficou com o professor Luiz Gouveia o Luizão depois de alguns anos sob as ordens da professora Nazaré Silva. “Tenho o maior respeito e consideração pela professora Nazaré Silva”. Luizão assumiu a Comissão prometendo fazer da XXVII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás do Flor do Maracujá a melhor entre todas as que já aconteceram. Seu intuito só não foi concretizado, porque no dia 24, justamente no dia de São João, uma pane no sistema de energia que abastecia a sonorização, fez com que, após 5 anos, as apresentações dos grupos terminassem depois de Uma Hora da Madrugada, no caso, a apresentação do Boi-Bumbá Vencedor. Na quinta feira dia 26, outro problema na sonorização atrasou por dez minutos o inicio das apresentações, porém o mais grave de todos os problemas registrados, foi a confusão que envolveu torcida e dirigentes de vários grupos, no dia da apuração dos votos dos jurados. Não fora esses problemas, realmente o Flor do Maracujá deste ano, seria o mais organizado, título que permanece com o Arraial de 2007. Quando passamos para o lado dos barraqueiros, podemos dizer que foi o melhor em termos de higiene e da construção das barracas que deixaram de ser de “pau a pique”. É claro que nosso entrevistado, por ter atuado como presidente da Comissão Coordenadora da XXVII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás – Arraial Flor do Maracujá, afirma com todas as letras que foi o Arraial mais organizado de todos os tempos. Vamos acompanhar suas considerações.

E N T R E V I S T A


Zk - Essa entrevista tem como objetivo, informar nossos os leitores, como foi o trabalho que antecedeu a realização do Arraial Flor do Maracujá. Porém, antes, precisamos saber quem é o Luizão, de onde veio e o que fazia antes?
Luizão
– Cheguei em Rondônia em 1981, trazido pelo Cel. Jorge Teixeira
de Oliveira ainda governador do Território Federal de Rondônia.

Zk – E como foi que o Teixeirão lhe conheceu?
Luizão – Na época eu estava no nordeste e a minha falecida
mãe era amiga pessoal do Jarbas Vasconcelos e do Marcos Freire, já que
havia sido exilada junto com eles; amiga também do Ulisses Guimarães e
Tancredo Neves; tinha uma ligação muito forte também, com o Olavo Pires ela era como se fosse uma Guru do Olavo e o Teixeirão me conheceu e me trouxe pra Rondônia.

Zk – Já em Porto Velho, você foi trabalhar em qual órgão do governo?
Luizão
– Fui trabalhar na SEMEC – Secretaria Municipal de Educação e
Cultura cujo secretário era o saudoso professor Lourival Chagas, foi
aí que começou a minha história em escola.

Zk – Então vamos fazer uma viagem pelas escolas onde você atuou como professor?
Luizão
– A primeira escola foi a Antônio Ferreira da Silva onde montei
uma fanfarra. Aqui já existia um movimento de fanfarra mas era um
movimento meio ultrapassado pra época. A diretora da Antônio Ferreira
era a professora Jorgete Aguiar e a vice diretora a professora
Clarinda a escola funcionava através de um convênio firmado entre o
governo estadual e o município. Comecei a trabalhar e além da
fanfarra, montei uma grande equipe de esportes. A Antônio Ferreira uma
escola considerada pequena com apenas 300 alunos, fomos campeões dos jogos estudantis; a nossa quadrilha da qual eu era o marcador, aliás
essa quadrilha foi montada com a colaboração da professora Mercia uma
paraibana arreta.

Zk – Quadrilha?
Luizão
– Quadrilha verdadeira. Naquela época os marcador das
quadrilhas daqui marcavam usando apito e a gente, eu e a Mercia
passamos a marcar a quadrilha original que é cantada. É no alavantu,
anarriê e assim por diante. Com essa quadrilha fomos campeões no
Arraial do Barão do Solimões e daí começou a se criar o nome
"Professor Luizão".

Zk – Além da Fanfarra e da equipe esportiva o que mais você passou a fazer?
Luizão – Na época, junto com a Semec criamos o Esporte para todos e a
Rua de Lazer, eu era o coordenador do Setor Quatro que atingia o
bairro São Cristóvão a família plácido era a grande parceira da Rua de
Lazer do Setor Quatro. Quando o Teixeirão infelizmente deixou o
governo estadual, veio o governo tampão do Ângelo Angelim e durante a
campanha para eleição do primeiro prefeito eleito pelo povo após a
transformação de Rondônia em estado, fui convocado para ser um dos
assessores direto do Jerônimo Santana que também foi uma marcada
dentro do estado de Rondônia. Depois o Jerônimo foi candidato a
governador e eu o segui como assessor direto dele e da dona Palmira.

Zk – Com a eleição do Jerônimo você assumiu o que?
Luizão – Fui ser Diretor da Divisão de Lazer da Secet quando o
secretário era o Abelardo Castro e juntos desenvolvemos uma série de
projetos, não só na capital, mas, no estado de Rondônia como um todo.
Reativamos juntamente com o João Wilson os JIR (Jogos Intermunicipais
de Rondônia) o João era o chefe da delegação e eu era da Coordenação.
O movimento Bandas e Fanfarras foi crescendo e como coordenador da
seleção de Banda e Fanfarras fomos disputar campeonatos brasileiros
obtemos grandes resultados e assim o Luizão foi crescendo e eu tenho
muito orgulho de tudo que fiz. Em 1991. No dia 16 de julho de 91
aconteceu essa fatalidade de eu ficar em cadeira de rodas passei dois
anos em Brasília fazendo tratamento e hoje estou aqui como Gerente de
Cultura da Secel.

Zk – Agora vamos para o Flor do Maracujá 2008?
Luizão – Esse ano, tive a felicidade de ser o coordenador do Flor do
Maracujá. Não me considero coordenador geral porque, acho que a
coordenação geral é de todos que fazem acontecer o Arraial, uma equipe
de 35 pessoas. Devo muito a professora Nazaré Silva, independente de
qualquer coisa, pra mim uma pessoa que é uma marca registrada do Flor
do Maracujá, como você, o Aluizio Guedes, como o Chore que fiquei
muito feliz de vê-lo e de abraço-lo durante o Arraial. Tenho convicção
que o sucesso do Arraial de 2008 segundo toda a mídia, todas as
pessoas, barraqueiros, ambulantes, amigos, pessoas que não me conhecem, acho que o próprio governador, secretário Jucélis enxergaram que o Arraial Flor do Maracujá 2008 foi o melhor de todos os tempos. De críticas a gente não escapa, porém, a crítica vem para engrandecer o nosso trabalho .

Zk – Por falar nisso, você é pernambucano de onde?
Luizão
– Eu não sou pernambucano, sou baiano de Vitória da Conquista. Com seis meses de nascido. Minha família foi pra Caruaru (PE) e lá cresci, de lá fui pra Recife, de Recife fui embora pro Rio de Janeiro e do Rio vim embora pra Rondônia.

Zk – Para o público o Arraial  Flor do Maracujá começou no dia 20 de junho. E para a Comissão Coordenadora?
Luizão – O professor Jucélis nosso secretário, pediu que déssemos início aos trabalhos no mês de abril. Foram três meses montando a estratégia e a estrutura para o sucesso da festa. Foi desgastante pra toda equipe, para você fazer idéia de como o trabalho é estafante, eu perdi nove quilos. Acontece que tinha uma missão e não poderia me negar a essa missão. Foi um grande desafio pra mim.

Zk – Por que?
Luizão – Porque já existiam muitas pessoas  experimentadas, pessoas vividas e eu não poderia jamais deixar que a festa fosse um fiasco, ao contrário, foi um. Nós colocamos a Federon como co-responsável, através do professor Severino, do Fernandão. Do professor Janilson, do Roney, do Rodrigo, do Roberto Matias. Quero aqui fazer uma menção ao Roberto Matias que diuturnamente trabalhou com nosco e teve a perda irreparável de sua querida mãe a quem dedicamos o sucesso do Flor do Maracujá, a ele e sua família o ex vereador Rubão por tudo que representam para a cultura do estado de Rondônia. Tenho certeza que o investimento que o governador autorizou para ser aplicado no Arraial Flor do Maracujá ele está satisfeito e feliz; tenho certeza que os grupos folclóricos estão felizes. Muito mais felizes estão os ambulantes, os barraqueiros e todas aquelas pessoas humildes que ganharam seu pão de cada dia. E tem um fator muito importante.

Zk – Qual foi esse fator?
Luizão – Tudo que foi aplicado e gasto ficou aqui dentro de Porto Velho. Nós não importamos nada, as atrações do Flor, as bandas que tocaram são todos de Porto Velho. Tenho quase certeza que o Maracujá gerou mais de 1000 empregos diretos e outro tanto indiretos. Você não ouvia um barraqueiro dizer assim, Ah! Hoje o movimento foi fraco. Do primeiro dia ao último dia foi sucesso absoluto e a gente deve muito esse sucesso a mídia.

Zk – Fale um pouco sobre a participação da mídia durante o Arraial?
Luizão
– A gente deve muito o sucesso da XXVII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás do Arraial Flor do Maracujá a mídia. Foi a abertura que foi dada, escancarada pela secretaria através do secretário Jucélis e da gerência de cultura, para a imprensa televisada, falada e escrita, principalmente a mídia televisada. Tivemos lá, a Record News; RedeTV; Amazon Sat; TV Rondônia e a TV Allamanda. Principalmente a Record News  a RedeTV foram os grandes chamativos. A pessoa que está em casa assiste através da televisão aquela multidão na festa, troca de roupa e vai pra lá conferir in loco. Não podemos esquecer a Rádio Parecis que transmitiu todas as noites da festa. A mídia foi a parceira número 1 para o sucesso. Pela primeira vez contamos com a mídia eletrônica, vários sites fizeram a cobertura do Arraial. Quero agradecer a você Silvio, não é porque você está me entrevistando, mas, você foi o mentor disso, foi o elo de ligação sites/secretaria. O sucesso foi em virtude da grande divulgação. Vale salientar que ninguém ganhou dinheiro do governo para fazer a cobertura do Flor do Maracujá. A mídia foi porque acreditou no potencial da festa.

Zk – Foi sua primeira experiência como Coordenador do Flor do Maracujá. Depois dessa participação o que você mudaria para o próximo Arraial?
Luizão – Primeiro é distribuir funções para algumas pessoas que queiram realmente contribuir, porque ficou muito cansativo, para a Bebel; Juliana; professora Nazaré Silva; o Júnior que foi um grande colaborador, ele é da organização do Flor de Cacto mas, foi um cara que estava com a gente 24 horas; o Buchada; o Edimar que o pessoal conhece como Doidinho é um menino de ouro. As mudanças seriam pouquíssimas é trazer a mídia para trabalhar com a gente. Segundo, valorizar mais essas pessoas que citei. Não é porque o cara é funcionário do estado que vai ficar até duas horas da madrugada, vai pra casa tem que acordar cedo para ir pra secretaria trabalhar durante o dia e ganhar apenas 500 Reais de gratificação. Essas pessoas têm que ganhar mais.

Zk – Vi você por várias vezes dando bronca nos barraqueiros “piratas”. Como funciona a seleção dos barraqueiros?
Luizão – Nós tivemos duas pessoas que não podemos negar nunca a competência, é a  Bebel a responsável pelos barraqueiros e a Juliana Vacaro que era a responsável pelos ambulantes e não é justo que um barraqueiro pague 700 Reais e um ambulante pague 400 Reais  e de repente venha um outro e venda na frente dele o mesmo produto sem deixar nada para o Arraial. Esse dinheiro, é quem paga a construção das barracas, que paga os fios para instalação de energia, que paga as pessoas da mão de obra, a limpeza de um modo geral, e outras despesas. Tinha cara que queria ganhar dinheiro na marra e assim a gente tinha que ficar vigiando, tinha uma equipe de vigilante só para informar a coordenação sobre esses barraqueiros que você chama de “Piratas”.

Zk – E aquele problema que aconteceu com a sonorização na noite do dia 24. Quem foi o culpado, a Ceron ou os donos da sonorização?
Luizão –  A verdade tem que ser dita. O Wando e sua empresa VW não tiveram culpa nenhuma. Quando eles estavam montando  o palco foram bem claros, que teria que ter um transformador exclusivo para o SOM. Teria que ter uma espécie de filtro entra a energia que vem da rua para a sonorização. Se não tivesse um  transformador, a energia chegaria a sonorização com oscilação e se essa oscilação fosse muito grande, desligaria o equipamento, foi o que aconteceu. A equipe da Ceron não ouviu o Wando e infelizmente aconteceu aquele incidente. Graças a Deus que o povo que lotava as arquibancadas naquela noite, era um povo educadíssimo,.

Zk – Qual a capacidade de lotação das arquibancadas?
Luizão – As arquibancadas tinham capacidade para abrigar 2.500 pessoas sentadas e tenho quase certeza, que estava com mais de 3 mil pessoas. Temos que parabenizar o público e principalmente a torcida da Quadrilha Rádio Farol pelo comportamento. Vale salientar que a Ceron reconheceu o erro e no outro dia 7 horas da manhã, já tinha uma equipe colocando o dito transformador. Por isso queremos agradecer aos parceiros da Ceron o engenheiro Lauro que não teve culpa nenhuma, enfim só nos resta agradecer a equipe da Ceron.

Zk – Para encerrar?
Luizão – Num balanço geral. Primeiro agradeço o arquiteto desse universo nosso Pai Celestial por Ter nos dado esse merecimento. Segundo agradeço ao governador Ivo Cassol e ao senador Expedito por ter me oportunizado vir para a Secel e trabalhar junto com uma equipe de primeira linhagem. A confiança que o secretário Jucélis nos depositou a gente fica super grato. Creio que nossa missão foi cumprida com competência, honestidade, transparência principalmente e com um só pensamento. Toda a equipe trabalhou para o sucesso do Arraial Flor do Maracujá. Fica meu agradecimento especial a toda imprensa, falada, escrita e televisada e a mídia eletrônica.

Fonte: Sílvio Santos

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Lenha na Fogueira com o filme "O Pecado de Paula" e os Editais da Lei Aldir Blanc

Lenha na Fogueira com o filme "O Pecado de Paula" e os Editais da Lei Aldir Blanc

A Fundação Cultural do Estado de Rondônia (Funcer), realiza neste sábado (16), o ensaio para a gravação do filme em linguagem teatral "O Pecado de Pau

Lenha na Fogueira com o Museu Casa Rondon e a eleição da nova diretoria da FESEC

Lenha na Fogueira com o Museu Casa Rondon e a eleição da nova diretoria da FESEC

Entrega da obra do Museu Casa Rondon, em Vilhena.  A finalidade do Museu é proporcionar e desenvolver o interesse dos moradores pela rica história

Lenha na Fogueira com o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças

Lenha na Fogueira com o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças

Hoje os católicos celebram o Dia de Nossa Senhora Aparecida a padroeira do Brasil. Em Porto Velho as celebrações vão acontecer no Santuário de Apareci

Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho

Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho

Tenho uma maneira própria de medir a audiência de um programa de rádio. É o seguinte: quando o programa ecoa na rua por onde você está passando, dando

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)