Domingo, 30 de outubro de 2016 - 05h15
A tardinha milhares de tartarugas se reúnem numa formação conhecida
como tamborete observado se a praia tem condições para receber seus ovos.
Sob o olhar do IBAMA, MPE e Ecovale
O espetáculo da desova das tartarugas nas praias do Guaporé
À tardinha, milhares de tartarugas se reúnem numa formação denominada pelos praieiros da Ecovale de “Tamborete”, pois, elas colocam apenas a cabeça pra fora d’água e ficam observando as condições da praia escolhida para a desova. “Fiz as fotos do outro lado da praia para não assustá-las”, informa o fotografo Rosinaldo Machado lotado na Superintendência Estadual de Turismo – SETUR.
A desova é acompanhada pelos técnicos da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé – Ecovale cujo objetivo é a preservação da fauna aquática, garantindo a perpetuação das espécies de quelônios Tartaruga e Tracajás em números satisfatórios e capazes de equilibrar as cadeias biológicas do ecossistema local.
Após alguns anos sem condições de participar in loco do trabalho da Ecovale o IBAMA este ano, com o superintendente Renê Luiz de Oliveira e o biólogo Ricardo Alexandre Mendonça voltou a acompanhar a desova das tartarugas que aconteceu no início de outubro. “Desta vez conseguimos chegar antes para dar uma acalmada e assim conseguimos acompanhar os primeiros dias da postura dos ovos pelas tartarugas”, disse Alexandre
A Promotora do Ministério Público de Rondônia lotada em Costa Marque Clícia acompanhou a desova 2016 |
Outro ponto positivo para o sucesso da missão deste ano, segundo José Soares o Zeca Lula funcionários público a disposição da Ecovale, foi a presença do Ministério Público Estadual através da Promotora de Costa Marques Clícia Pinto Martins que durante dois dias, tomou conhecimento dos problemas enfrentados pela Associação quanto a precariedade dos equipamentos de fiscalização. “Tenho certeza que a partir de agora com o engajamento do Ministério Público Estadual as coisas vão melhorar muito no que diz respeito a preservação das nossas tartarugas e tracajás”, aposta Zeca Lula.
O experiente Zeca Lula garante que mais de 40 Mil tartarugas depositaram seus ovos nas praias monitoradas pela Ecovale. “Isso nos leva a estimar, que mais de 3,5 Milhões de tartaruguinhas estarão eclodindo (nascendo) no próximo mês de dezembro”. Infelizmente prossegue Zeca Lula, desses, apenas cinco por cento (5%) chegarão a idade adulta. “Isso graças ao incansável trabalho da equipe comandada pelo presidente da Ecovale José Felix Calazans que apesar de muito reduzida, conseguiu elevar de Um Por Cento (1%) para Cinco Por Cento (5%) o índice de sobrevivência dos bichos”.
O espetáculo da desova das tartarugas nas praias do rio Guaporé começa no início da noite e só termina por volta das 10 horas, da manhã do outro dia. “A cada noite, três levas de tartarugas sobem para desovar. A primeira na boca da noite a segunda por volta das 23 horas e a terceira já de madrugada e fica até as dez horas da manhã”. Um dos problemas enfrentados pela Ecovale em alguns casos, é a falta de força para a tartaruga voltar ao rio, é nessa hora que os “tartarugueiros” (os que
O praieiro da Ecovale Manequinho carrega a tartaruga até rio para livrá-la dos tartarugueiros usurpadores da natureza. |
peguem tartaruga para vender) atuam. Por isso os praieiros Manequinho e Gilberto que este ano contaram com a ajuda do Alexandre têm o trabalho redobrado, pois carregam as tartarugas no ombro até o rio. “A gente enfrenta os predadores que na verdade são usurpadores da natureza, tendo como colete a prova de bala, o peito. Lamentavelmente não contamos com o apoio da Polícia Ambiental” informa Zeca. Uma tartaruga hoje é comercializada dependendo do tamanho, por até R$ 300.
Zeca Lula solicitou a nossa reportagem que transmitisse os agradecimentos da diretoria da Ecovale às empresas: Noma Motor’s; Distribuidora Coimbra; Grupo Rovema; Unicesomar e Governo de Rondônia. “Uma coisa é a gente falar e a outra coisa é a pessoa ver in loco. Com essa ida do Superintendente e do chefe da Fiscalização do IBAMA e da Promotora Clícia Martins. Creio que a partir de agora, nosso trabalho terá muito mais resultado positivo, enquanto os quelônios do Guaporé agradecem”, finaliza Zeca Lula.
Criação tartaruga em cativeiro
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O biólogo do IBAMA Alexandre Mendonça ajudou os praieiros a carregar as tartarugas cansadas até o rio. |
Apesar de Rondônia estar entre os estados com maior número de quelônios existentes na natureza, em especial nos tabuleiros existentes no Vale do Rio Guaporé, nenhum empresário ou entidade se prontificou ou solicitou licença junto aos órgãos competentes para desenvolver a criação desses bichos em cativeiro.
O biólogo do IBAMA/RO Ricardo Alexandre Mendonça disse que apesar da criação comercial de quelônios estar regulada através de portaria, os empresários de Rondônia até hoje, não manifestaram interesse por esse viés da economia. “Talvez seja porque o custo inicial seja elevado pois é necessário montar um abatedouro com todas as condições técnicas sanitárias exigidas”.
Quanto a comercialização da carne de tartaruga e tracajá é garantida. “O consumo de quelônios da amazônia é um hábito da população local e por não haver empresas especializadas em Rondônia a comercialização ilegal de ovos e de animais adultos é bastante elevada”, declara Alexandre. A criação comercial é permitida pela Portaria N° 142/92.
O técnico da Emater (RO) a disposição da Ecovale José Soares o Zeca Lula sabe quando um ovo de tartaruga ou tracajá está fecundado. |
Além disso lembra Zeca Lula da Ecovale o que se ver nas praias do Rio Guaporé nessa época de desova das tartarugas, são dezenas de pessoas que a gente chama de “tartarugueiro” surrupiando os animais para vender por preços exorbitantes no câmbio negro, tanto o animal adulto com seus ovos.
Fotos: R. Machado
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