Sexta-feira, 24 de agosto de 2018 - 07h16
O engenheiro
civil e escritor Emanuel Almeida apresentam sua mais recente obra
literária “Os Cearenses na Amazônia”, com a história dos Soldados da
Borracha, na noite desta sexta feira 24, às 19 horas, na Casa da Cultura
Ivan Marrocos.
Na oportunidade a Superintendência Estadual de
Turismo – Setur abre a Exposição Documental com depoimentos de pessoas
consideradas Soldado da Borracha registrados pela equipe do Museu de
Gente de Rondônia que tem como coordenadora a professora Nazaré
Figueiredo da Silva. “Já que o livro do Emanuel é sobre esse tema,
conseguimos com o superintendente Gerçon Zanato a liberação do
equipamento para divulgar os depoimentos desses heróis brasileiros”,
disse Nazaré Silva.
A exposição Documental fica na Ivan Marrocos
até o dia 6 de Setembro e poderá ser acessada no horário das 8 às 19
horas diariamente.
Sobre o livro “Os Cearenses na Amazônia” o
autor Emanuel Almeida fala o seguinte: “Na época da segunda guerra
mundial o Brasil quando ingressou no conflito junto com os aliados,
assinou vários acordos principalmente com o governo americano, entre
eles, o Tratado de Washiton que foi assinado pelo presidente Getúlio
Vargas. Nesse tratado o Brasil se comprometia a fornecer borracha para
os aliados para abastecer entre outros, a indústria bélica em geral. Com
isso o governo brasileiro passou a incentivar a migração trazendo os
nordestinos para os seringais da Amazônia e muitas vezes, não trazia a
família completa, só trazia o chefe da família e os filhos homens de
maior idade. Esse povo vinha do Nordeste sofrendo em navio de terceira
classe, vinha até Belém e de Belém vinha pra cá em navios chamados de
“Gaiola”, quando chegavam ao destino, eram recrutados pelos
seringalistas. Segundo consta, foram trazidos para a Amazônia em torno
de 60 Mil nordestinos denominados “Soldados da Borracha”. Em Porto Velho
esses nordestinos eram chamados de “Arigó”, no Amazonas de “Cearense”,
não importava o estado de nascimento”
Emanuel afirma que a
história do povo nordestino chamado de Soldado da Borracha sempre chamou
sua atenção, “Pesquisei li muito sobre isso. Quando o governo federal
assumiu o compromisso de abastecer os aliados com borracha, os
nordestinos recrutados tinham como base a cidade de Fortaleza, era lá
que ficava o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a
Amazônia SEMTA. Fui à biblioteca e pesquisei sobre essa questão. É bom
lembrar que nossos irmãos nordestinos quando vinham pra Fortaleza para
se alistar, ficavam segregados, separados da cidade, nos famosos
currais, verdadeiros campos de concentração. O governo fazia isso,
porque a cidade que estava se transformando numa metrópole, não queria
esse povo em suas ruas. Isso dói na alma da gente, principalmente quando
a gente é migrante”, finaliza Emanuel.
Serviço
Lançamento do livro “Os Cearenses na Amazônia”
Local – Casa da Cultura Ivan Marrocos
Dia – 24.08.2018
Horário – 19 horas
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