Sexta-feira, 11 de março de 2011 - 05h23
TÍTULO MANCHADO – VALE A PENA SER VILÃO???
O jornalista Boris Casoy, âncora de um importante jornal de uma emissora da televisão brasileira, costuma utilizar o bordão “ISTO É UMA VERGONHA”, para expressar sua indignação contra as mazelas, falcatruas e absurdos cometidos em nosso país, pois bem farei uso dessa expressão para tornar público o meu descontentamento contra a balburdia, provocada pela turma do mal, que tomou conta do nosso carnaval.
Há um grupo de pessoas nefastas e desprezíveis, no meio carnavalesco, que faz de tudo para conquistar benefícios, tal e qual se fazia lá nos tempos milenares da antiga Grécia, Roma e Egito para se chegar ao poder, tais como, matar pai, mães, irmãos e outros parentescos. Essas pessoas, travestidos de bons moços são o que há de pior em se tratando de honestidade, decência e moral.
O título de carnaval assoberbado pela escola de samba “OS DIPLOMATAS”, da forma sacana, sínica e desleal não contribui em nada para a melhoria e a credibilidade do carnaval de rua de Porto Velho, notadamente no que diz respeito às escolas de samba, não enobrece e nem dignifica suas cores e sua história, muito pelo contrário, mancha e enlameia suas tradições, joga na vala da podridão algo que foi construído com muita luta e suor, amor e paixão pelos seus grandes baluartes, Eliezer Santos (Bola Sete), Leônidas O’Carol Chester, Roosevelt Pierre Maturim, Bizigudo, Pelado, D, Porfiria, Bainha, o próprio Cabeleira e tantos outros.
Eu estava lá nos camarotes, como tantas outras pessoas, na segunda-feira de carnaval e vimos quando o último carro da escola de samba “Os Diplomatas” quebrou, exatamente bem à frente dos camarotes, local onde a maioria do corpo de jurados se encontrava. O acidente causou um tremendo alvoroço, correria e desespero por parte de seus brincantes e diretores. A ala que estava à frente desse carro foi-se embora abrindo um buraco de mais de 70 metros, duas outras alas ficou atrás sem poder passar, além da bateria que estava no local do recuo. Como não havia força suficiente para retirar o carro quebrado o jeito foi contar, além dos diretores e empurradores, com policiais, bombeiros e até componentes da bateria. O carro precisou ser empurrado para trás por aproxidamente uns 20 metros, a bateria teve que fazer uma volta por trás da alegoria quebrada e as duas alas que se encontravam ainda atrás tiveram que sair espremida pelo carro e a lateral das paredes dos camarotes. A cena foi triste.
O que ocorreu no desfile dos Diplomatas, com a citada alegoria em qualquer lugar do país que se faça carnaval de escola de samba, no mínimo, teria prejudicado 04 quesitos de julgamentos: Harmonia, Evolução e Enredo. Vamos à análise de acordo com o Manual de Critérios de Julgamentos dos Quesitos, distribuídos aos capacitados e competentes jurados, pela FESEC – Federação das Escolas de Samba de Porto Velho.
QUESITO HARMONIA
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Harmonia, em desfile de Escola de Samba, é o entrosamento entre o ritmo e o canto.
Para conceder notas de 07 (sete) a 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:
• a perfeita igualdade do Samba Enredo, pelos componentes da Escola, em consonância com o “Puxador” ( Cantor Intérprete do Samba) e a manutenção de sua tonalidade;
• o canto do Samba- Enredo, pela totalidade da Escola;
• a harmonia do samba.
Não levar em consideração:
• A eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da passarela.
Análise:No intervalo que se abriu em função do grande buraco entre a ala que foi embora e a alegoria quebrada não havia componentes da escola cantando o samba de enredo, portanto jamais poderia ser atribuída nota máxima a esse quesito, o erro foi muito grave, por que não dizer absurdo, cometidos por julgadores indecentes e mal intencionados;
QUESITO EVOLUÇÃO
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Evolução, em desfile de Escola de Samba, é a progressão da dança de acordo com o ritmo do Samba que está sendo executado e com a cadência da Bateria.
Para conceder notas de 07 (sete) a 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:
• a fluência da apresentação. Personalizando, portanto, A OCORRÊNCIA DE CORRERIAS E DE RETROCESSO E/OU RETORNO DE ALAS, DESTAQUES E/OU ALEGORIAS;
• a espontaneidade, a criatividade, a empolgação e a vibração dos desfilantes;
• a coesão do desfile, isto é, A MANUTENÇÃO DE ESPAÇAMENTO O MAIS UNIFORME POSSÍVELentre Alas e Alegorias, penalizando, portanto, a abertura de claros (buracos) e a embolação de Alas e/ou Grupos (ex: uma Ala penetrando na outra).
Não levar em consideração:
• A abertura de claros (buracos) que ocorram por necessidades técnicas naturais do desfile, dentro dos limites necessários, ou seja, os espaços exigidos para:
• Exibição de Mestres-Salas, Porta-Bandeiras, Comissões de Frente e coreografias especiais;
• Colocação e retirada de Baterias de seus recuos próprios.
• O eventual retrocesso de parte ou da totalidade de uma Ala, para a execução de coreografias ou representações teatrais, desde que não seja para ocupar um espaço vazio causado por erro da própria Agremiação.
• a eventual pane no carro de som e/ou no sistema de sonorização da Passarela;
Análise:Devido ao grande buraco que se abriu entre a ala que foi embora, a alegoria quebrada e as outras duas alas restantes e bateria, não houve espaçamento uniforme entre essas alas, houve sim muita correria e retrocesso da bateria e do carro quebrado. Novamente as figurinhas carimbadas (jurados) deram nota máxima nesse quesito. O manual foi jogado no poço da imoralidade.
QUESITO ENREDO
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Enredo, em desfile de Escolas de Samba, é a criação e a apresentação artística de um tema ou conceito.
Para conceder notas de 07 (sete) à 10 (dez) pontos, o Julgador deverá considerar:
• O argumento ou tema, ou seja, a idéia básica apresentada pela escola;
• O desenvolvimento geral do tema proposto:
• Apresentação seqüencial das diversas partes (alas, alegorias, fantasias, etc.) que irá possibilitar o entendimento do tema ou argumento proposto, de acordo com o roteiro previamente fornecido pela Escola;
• Criatividade (não confundir com ineditismo);
• Adaptação, ou seja, a capacidade de compreensão do enredo a partir da associação entre o Tema ou Argumento proposto e o seu desenvolvimento apresentado na Avenida (Fantasias, Alegorias e outros elementos plásticos).
Penalizar:
• A troca de ordem e/ou a presença, em desfile, de Alegorias ou Alas que estejam em desacordo com o roteiro fornecido pela escola;
• A ausência de Alegorias ou Alas que estejam previstas no Roteiro fornecido pela Escola.
Não levar em consideração:
• A brasilidade do enredo, ou seja, se a Escola, por ventura, não apresentar enredo baseado em tema exclusivamente nacional.
Análise:Neste quesito foi desrespeitados os itens que falam da apresentação seqüencial das diversas partes (alas, alegorias, fantasias, etc). Não houve penalização pela troca de ordem da alegoria, uma vez que as duas alas restantes tiveram que passar á frente do carro enquanto o mesmo era empurrado para trás. Sabem qual foi a nota atribuída pelos jurados, 10 (dez), nota 10 (dez)!!!!!!
Finalizando ratifico minha indignação contra a turma do mal, não se pode ganhar títulos a qualquer custo, a qualquer modo, não se pode desobedecer as regras que foram criadas para o ordenamento dos desfiles, a FESEC não pode ficar à mercê de pessoas inescrupulosas que fazem uso da posição que ocupam na instituição para prejudicar as pessoas que só querem o bem do nosso carnaval. A FESEC existe para proteger e defender as agremiações a ela filiadas e não para beneficiar e privilegiar uma agremiação em detrimento às outras.
As vezes fico à me perguntar qual a principal razão para que a Escola de Samba Asfaltão seja constantemente aviltada no carnaval, eu tenho absoluta certeza que as pessoas decentes, imbuídas dos bons propósitos, cujas personalidades cultivam as práticas dos valores morais não aceitam este tipo de conquista. As instituições carnavalescas (escolas de samba) que se sentiram prejudicadas não podem e não devem se calar diante de tanta bandalheira, tem sim a obrigação de procurar seus direitos, pedir a desfiliação da inoperante FESEC sob pena de o nosso carnaval sucumbir de vez. Mesmo assim ainda acredito na força e no triunfo do bem, o mal um dia terá seu destino cruel e por si só se destruirá. Fica no ar a pergunta que não se cala. VALE A PENA SER VILÃO????
Por:
OSCAR DIAS KNIGHTZ
Músico, Sambista e Carnavalesco
Em menos de dez dias perdemos dois grandes amigos.
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Manelão e Paulo Queiroz.
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Paulo Queiroz quando começamos a escrever o Zekatraca no jornal A Tribuna em meados da década de 1980, era quem nos orientava.
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Camarada, faz assim, não usa esse termo, é melhor sair pela tangente.
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Dizia o mestre Paulo Queiroz não assuma nada, coloque sempre a denuncia na boca de alguém.
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Jornalista divulga o que lhes informam as fontes.. Jornalista não é fonte e nem formador de opinião.
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E assim selamos nossa amizade.
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Sempre que nos encontrávamos (e eram constante nossos encontros), ele me tratava de “Camarada Jornalista”.
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No final dos anos 1970 e inicio dos 80, sempre estávamos juntos bebendo nossa cachaça, pois, assim como eu Paulo Queiroz gostava mesmo era da branquinha.
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No momento ele estava sem beber, acho que há mais de ano que não entornava nenhuma bebida.
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Paulo estava junto com a gente no dia que criamos a Banda do Vai Quem Quer e até ontem, foi um dos seus mais ferrenhos defensores.
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É isso mesmo, Paulo Queiroz era um dos fundadores da Vai Quem Quer, talvez por isso, sentiu muito o falecimento do amigo Manelão, não na proporção que alguns sites noticiaram, mas, sentiu.
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Estivemos juntos no sábado de carnaval na sede da Banda quando ele foi buscar uma camiseta para sua filha brincar no cordão.
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Quantos momentos vivemos juntos, quantas aventuras!
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Aquele jeitão todo desengonçado, camisa manga comprida, sempre na maioria da vezes num azul claro, cabeça meio inclinada para o lado esquerdo e um sorriso sincero, cabeça cheia de idéias e cabelos brancos guardava as melhores informações dos bastidores políticos e dos políticos de Rondônia.
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Nenhum jornalista em nosso estado era mais bem informado que o Paulo Queiroz e olha que ele não era de andar atrás da noticia, sua credibilidade era tão grande, que a noticia lhe chegava pelas mais confiantes fontes.
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Aí a política passava ser em “Três Tempo”, porque em um, não dava para narrar todos os fatos.
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Recentemente ele colocou no ar o site “Rondônia Sim” e sempre que nos encontrávamos o elogiávamos pela edição maravilhosa que ele fazia da nossa coluna.
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Ultimamente o site era sua “cachaça” ele me disse que passava horas e horas à frente do computador editando as matérias que recebia.
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A diferença era que ele não colava apenas a notícia em seu site, ele editava e fazia a matéria ficar mais atrativa.
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Era um jornalista realmente responsável que exercia a profissão com amor.
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Bem que poderia ficar apenas escrevendo para o seu site, mas, preferiu colaborar com outros meios de comunicação assim, suas crônicas podiam ser lidas no Tudo Rondônia, Gente de Opinião e no Jornal O Estão do Norte.
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Por algum tempo ele nos deu o prazer de ler sua coluna no Diário da Amazônia.
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Será que realmente nosso professor, amigo e camarada nos deixou mesmo?
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Nem que a vaca tussa, não deixarei de procurá-lo para receber aula de jornalismo.
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É como escreve o governador em seu blog: “PUXA, O PAULO! LOGO ELE? O MAGO DA NOTÍCIA?”
Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com
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