Sexta-feira, 2 de outubro de 2015 - 05h27
Por Silvio M. Santos (*)
Quando completei quatro anos de idade, minha mãe veio morar em Porto Velho logo após o sepultamento do meu pai em Guajará Mirim. Lembro que para nos sustentar, ela resolveu colocar "banca" na feira que funcionava em frente ao Mercado Municipal justamente onde hoje é a Praça Getúlio Vargas e que 1953 foi transferida para a então Rua do Coqueiro (hoje Euclides da Cunha) entre a sede do Clube Internacional (hoje Ferroviário) e a Usina de Energia Elétrica do Salft (sede da Eletrobras/Ceron hoje), onde ficou até 1.958, quando o governador Enio Pinheiro Inaugurou o barracão da Feira Modelo que hoje é conhecido como Mercado Central.
Deu pra notar, que minha infância e adolescência foi vivida entre a Beira do Madeira e a José de Alencar. Por muito tempo moramos na Rua Farquar justamente em frente ao Mercado Central que a época era a Feira Modelo. Dali assiste o fogo destruir a padaria do Raposo (no canto da Henrique Dias com a Presidente Dutra – Guitar Music) e o fogo consumir os Quiosques que existiam ao lado da estação da Madeira Mamoré e da Cooperativa dos Ferroviários.
Os desfiles carnavalescos aconteciam na Presidente Dutra entre a D.Pedro II e a Sete de Setembro. Bom! O que quero dizer, é que um dos pontos mais freqüentados pela população de Porto Velho aos domingos era a Praça Rondon.
Na Rondon enquanto esperávamos o inicio da primeira sessão do Cine Reski ficávamos paquerando as meninas, curtindo a “Retreta” que era realizada pela Banda de Música (Furiosa) da Guarda Territorial.
Quem não gostava de ficar rodando na praça, ficava nas mesas do Restaurante e Bar Plaza que era bem ao lado da praça (antes, a pista da esquerda da rua Presidente Dutra separava a praça, do hoje prédio do Baú). O burburinho de gente aumentava na Rondon tão logo terminava a matinê do cine Reski e do cine Brasil por volta das 18 horas e só terminava, quando começava a segunda sessão do Cine Reski por volta das 21 horas.
O refrigerante da moda era o Grapete, a Coca Cola ainda não havia chegado a Porto Velho e após a matinê, a gente ia tomar sorvete na Sorveteria Elite que ficava na Rua José de Alencar com a Sete de Setembro. "Quem bebe Grapete, repete" dizia o reclame. Seguindo pela Sete, onde hoje, é o Banco Santander era o Cine Avenida, da família Lacerda.
Tinha uma turma que preferia ficar no Clipper do João Barril que ficava no meio da Avenida Sete com a presidente Dutra, os mais conservadores preferiam o Café Central.
Quando o Café Santos passou a funcionar na esquina da Prudente de Moraes com a Sete de Setembro, abalou um pouco o movimento da Rondon. Aliás, em frente ao Café Santos ficava a Pernambucana que depois foi para onde hoje é uma loja Romera.
Na Praça Jonathas Pedrosa que era cortada ao meio pela Rua José Bonifácio, existia o Posto São Luiz e foi lá, o primeiro terminal de transporte coletivo de Porto Velho cujos carros eram Kombi.
A Sete de Setembro, da Praça Jonathas Pedrosa até a Gonçalves Dias não existia, era um buraco só.
A Porto Velho da minha infância e adolescência não passava da Joaquim Nabuco, mas era muito gostosa de viver.
(*) O autor é responsável pela coluna Zekatraca
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