Professor da UNIR e fotógrafa lançam livro

O professor Miguel Nenevé, docente do Departamento de Letras da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que também é escritor e poeta, escreveu em parceria com a médica e fotógrafa Verônica Barreto o livro “Pelos Caminhos do Olhar”, lançado em setembro em Santa Catarina. A obra é resultado de um projeto apresentado em Campo Alegre, Santa Catarina, que venceu um concurso para produção artístico cultural e reúne fotografias e poemas.

Para elaboração do livro, Verônica Barreto encarregou-se das fotos e Nenevé dos poemas. As fotos que ilustram o livro foram feitas no nordeste brasileiro, em Curitiba, no interior de Santa Catarina, nos municípios de São Bento do Sul e Campo Alegre, e na Europa. A fotógrafa explica no prefácio que a escolha das fotos ocorreu “gradativamente, sem nenhum roteiro pré-determinado, à medida que surgia uma oportunidade de fotografar, no dia a dia ou nas expedições fotográficas que participo por puro lazer”.

Para cada foto selecionada, o professor escreveu um poema. Na interpretação de Verônica, “os poemas do professor Miguel Nenevé são traduções livres das fotos”, mas “cada leitor pode fazer também sua tradução”.

A cidade de Campo Alegre foi o lugar onde nasceu o professor Miguel Nenevé. E mesmo tendo saído de lá muito cedo para estudar, ele sempre manteve uma ligação muito forte com sua terra natal. Foi daí que os autores tiveram a idéia de ir a Campo Alegre para incluir suas paisagens no livro. É também por esse motivo que a cidade recebeu destaque na obra.

“A Campo Alegre montanhosa, silenciosa, verdejante, adornada de cascatas de águas cristalinas, um pouco francesa e muito alemã, da festa do pinhão, [...] do clima ameno no verão e rigoroso no inverno, da argila pura do caulim, das fazendo do interior, da neblina nas estradas [...]”, conforme descreveu o professor doutor Valdir Vegini (UNIR) na contracapa do livro.

Nenevé declara que “escrever o livro sobre a terra Natal é uma forma de voltar ao passado, de abrir as janelas para lembranças, talvez para tanta coisa que gostaria de dizer de outro jeito em outros tempos”. Ele afirma que desejava fazer isso há muito tempo e que a amizade com Verônica Barreto ajudou a colocar o projeto em prática.“Vi que ela postava fotos muito lindas do interior de Rio Grande do Norte, do interior da Paraíba, do pôr do sol, entre outras. Um dia escrevi um poema para uma foto de palmeiras elegantes ao lado do caminho. Ela gostou. Então eu disse: Vamos fazer um livro de fotos e poemas? Ela topou. Eu falei então que ela teria que ir a Santa Catarina, bem no interior onde eu nasci, pois eu queria fotos de lá, de um lugarejo especial, Campo Alegre, até para homenagear meu pai que tinha falecido recentemente. Ela topou. E o livro saiu, Verônica é médica, mas grande amante da fotografia”, disse o professor.

Os autores pretendem lançá-lo em Porto Velho, no próximo dia 17 de dezembro. O projeto deu tão certo que eles receberam uma proposta para fazer um livro no mesmo formato sobre o Nordeste.

Revelando os Brasis
lança A Troca, em Candeias

Cenas do filme que será exibido manhã em Candeias doe Jamari

Joelma Silva Ferreira, a diretora de cinema moradora de Candeias do Jamari.

Há cerca de 45 anos, um grupo de irmãos pequenos decidiu trocar a irmã de oito meses por um papagaio na localidade de Araras, em Rondônia. A história foi contada pela vendedora Joelma Silva Ferreira, moradora de Candeias do Jamari, no estado rondoniense, e selecionada pela quinta edição do Revelando os Brasis.

A ficção será lançada nesta quinta feira dia 03 de dezembro, às 19 horas, na Praça Treze de Fevereiro, em Candeias do Jamari, Rondônia, como parte da programação do Circuito Nacional de Exibição do Revelando os Brasis. 

Inaugurado em 22 de outubro, o Circuito Revelando os Brasis – Ano V percorrerá o país a primeira semana de dezembro. Divididos em duas rotas, dois caminhões adaptados para se transformar em cabine de projeção vão percorrer cerca de 25 mil quilômetros, realizando 20 sessões de cinema ao ar livre nos 20 pequenos municípios com até 20 mil habitantes onde as histórias foram gravadas e sessões nas 15 capitais dos estados participantes.

A história – No final dos anos 60, a família Moreno vivia em um barracão no meio do seringal. Certo dia, os pais saíram para a colheita da seringueira em mata fechada, deixando as crianças mais novas aos cuidados das mais velhas. Foi quando um grupo de indígenas passou pela casa e uma índia propôs à criançada trocar Antônia, a irmã mais nova de oito meses de idade, por um papagaio.

Apanhada pela inocência, a garotada achou a troca justa, pois a ave era adulta, verde e faladora. Quando os pais chegaram e souberam da troca comunicada com euforia pelas crianças, o desespero se apoderou da família que, numa luta contra o tempo, partiu para resgatar a menina.

Joelma ouviu o relato dos membros mais velhos da família do marido e decidiu adaptar o que aconteceu para uma ficção. “A partir desta história, quero contar outras principalmente envolvendo os antigos seringueiros que viviam dos seringais que ocupavam a região”, explica a autora.

A diretora – Pequena empreendedora informal, Joelma vende artigos de confecção. Além das atividades comerciais, a diretora cursa Letras Espanhol na Universidade Federal de Rondônia (Unir). A entrada na faculdade a despertou ainda mais para manifestações e atividades culturais como o teatro e a literatura. Integrou um dos grupos de artes cênicas da universidade cujas peças são baseadas em livros. Esta é a primeira vez que a autora envia uma história para o Concurso Nacional do Revelando os Brasis. “Através do projeto, quero revelar outros talentos da cidade. Espero que surjam outras histórias muito bonitas para se inscrever no Revelando. Só o fato de Candeias sair do anonimato já valeu”, comemora.