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Silvio Santos

Retratos da Nossa História - Se eu disse não lembro e se disse eu nego


 
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João Bento da Costa
 
Essa frase entrou para o anedotário político de Porto Velho, após ser pronunciada, pelo então vereador João Bento Costa (MDB), numa sessão da Câmara de Vereadores.
 
 

João Bento ficou conhecido como o vereador dos pronunciamentos folclóricos, inclusive muitas pessoas compareciam às sessões da Câmara só para ouvir e desopilar o fígado, rindo dos discursos do edil.


O episódio de hoje do quadro “Retratos da Nossa História” o fotógrafo Rosinaldo Machado lembra o acontecido:
 
Naquela sessão o João Bento em mais um de seus folclóricos pronunciamentos afirmou que"Todo mundo e o povo de Rondônia sabia quem eram os mandantes e os matadores do advogado e ativista Agenor de Carvalho" - assassinado na madrugada do dia 11 de novembro de 1980 em sua residência na rua Julio de Castilho esquina com a Duque de Caxias - e que a justiça e a polícia sabiam de tudo e nada fazia para prendê-los.
 
Devido a acusação ter tido uma grande repercussão na cidade, o juiz Augusto José Alves, titular da Vara Criminal, intimou o combatente edil a se explicar sobre a grave acusação feita na tribuna da Câmara dos Vereadores da Capital.
 
E no dia 08 de agosto de 1981, às 11 horas da manhã, o vereador João Bento da Costa, muito agitado e nervoso, acompanhado de seu advogado Dr. José Mario Alves, se apresentou no fórum Ruy Barbosa (hoje Fuad Darwiche) na sala de audiências.
 
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A Promotoria Pública leu a denúncia em desfavor de João Bento e após um longo relato, o juiz se dirigiu ao nervoso vereador e começou o interrogatório.
 
- Juiz: O que o senhor pode nos informar sobre o crime que acaba de ser relatado e que segundo o jornal Estadão de Rondônia, o senhor disse que todos e o estado de Rondônia sabiam quem eram os mandantes e os matadores de Agenor de Carvalho?
 
- João Bento: Doutor eu não sei de nada, o que eu soube foi através de conversas que escutei por aí, não lembro aonde.
 
- Juiz: Pois é, consta no jornal Estadão de Rondônia na edição do dia 02 de agosto: em pronunciamento na tribuna da Câmara dos Vereadores, o senhor disse que “todos em Rondônia sabem quem foi os mandantes e os assassinos de Agenor de Carvalho e a polícia e a justiça nada fazia para prender os responsáveis pelo crime"?
 
O senhor confirma o que o jornal publicou?
 
- João Bento: Doutor eu não me lembro de ter dito isso, mais se disse isso eu nego, não disse, nego e não sustento o que disse.
 
- Juiz: A quem o senhor atribui esta acusação? Será o jornalista, autor da matéria?
 
- João Bento: Meritíssimo como já tinha lhe dito antes; se fiz este pronunciamento eu não “SE” lembro, às vezes falamos coisas que parecem graves, mais não são tanto, acho que utilizei o meu tempo de fala de uma maneira incorreta, força de expressão né?
 
E novamente vou repetir: Se disse e se disse, eu nego.....Não lembro.

O magistrado atendendo pedido da defesa de João Bento da Costa resolveu encerrar a audiência.

Retratos da nossa história
Controvérsia sobre a história da convenção do PDS

 
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A história sobre a 1ª convenção do PDS em Rondônia que aconteceu no dia 06 de junho de 1982, publicada na edição da última quinta feira dia 8, gerou comentários contestando o relato feito pelo fotógrafo Rosinaldo Machado, inclusive, publicamos na coluna “Lenha na Fogueira” do dia 10 passado, nota do escritor e jornalista Lúcio Albuquerque afirmando que existia um documento firmado pelo governador Jorge Teixeira de Oliveira que garantia a Antônio Morimoto uma vaga de Senador no chamado “Listão”...
 
Voltamos ao fotografo Rosinaldo Machado para saber se realmente a publicação do Lúcio estava correta e então Machado nos contou o seguinte: O relator da lei n. 041,- Criação do Estado de Rondônia - Antônio Morimoto, deputado federal do PDS por São Paulo, juntamente com o deputado federal pelo território de Rondônia Isaac Newton, tentaram colocar um artigo no projeto, dispensando o domicílio eleitoral (dois anos) para qualquer pessoa que quisesse se candidatar a cargos eletivos por Rondônia.
 
Morimoto argumentava que: como estava sendo criado um novo estado, não seria necessário está cláusula. Sugestão esta que foi, recusada pelos demais membros que votariam o projeto, que era de grande interesse do Presidente Figueiredo e Ministro Andreazza.
 
Antônio Morimoto não se deu por vencido e no dia 1° de setembro de 1981, em uma declaração a imprensa de Rondônia, disse que, não haveria problema em relação a sua candidatura pelo novo Estado.

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Dr, Rochilmer Rocha

O governador Jorge Teixeira de Oliveira, em agradecimento pelos esforços feitos pelo deputado em ajudar a criar o Estado, lhe mandou um convite para disputar uma das 3 vagas ao Senado, visto que ele seria o carro-chefe dos políticos que seriam eleitos. O raciocínio do Teixeirão era que Antônio Morimoto, que já tinha sido vereador por São Paulo e depois deputado federal, tinha experiência política suficiente para abrir as portas em Brasília para os novatos que seriam eleitos pelo PDS de Rondônia.

Até então Antônio Morimoto, que já conhecia Rondônia, pois já tinha uma rádio em Vilhena e Fazendas, não tinha transferido o seu domicílio eleitoral de São Paulo para cá e não se sabe o porque, não disse nada ao Teixeirão.
 
Na noite do dia 03 de abril de 1982 no conjunto Cujubim, atual Sedam, residência do governador e secretários Teixeirão ofereceu um jantar a todos os recém filiados ao PDS, para apresentar a relação dos candidatos a candidatos para as eleições vindouras.

Em meio ao jantar, o Dr. Rochilmer Rocha, chefe da Casa Civil, juntamente com José Renato da Frota Uchôa, chamaram o Teixeirão para o lado de fora e travaram o seguinte diálogo.
 
- Rochilmer Rocha; chefe temos uma situação que precisa ser esclarecida e resolvida. O deputado Antônio Morimoto, não pode sair candidato para o Senado e nem para Câmara Federal, porque o domicílio eleitoral dele ainda é São Paulo.
 
- Teixeirão; como assim?
 
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José Renato Uchôa home forte do governo Teixeira
- José Renato; acontece que, mesmo que ele transfira o seu domicílio eleitoral para cá, não poderá ser candidato a nada, pois a lei estabelece que para ser candidato, a pessoa tem que morar no local, por mais de dois anos, é lei.
 
Teixeirão acendeu um cigarro e mandou: Porra, esta eu não sabia; e agora?
 
- José Renato; dê uma desculpa qualquer e que depois em uma próxima reunião será anunciada os candidatos.
 
Pensativo, Teixeirão voltou a quadra onde estava os presentes e pediu a palavra e falou: - Pessoal, devido a pequenos ajustes na composição das chapas, vamos adiar a divulgação dos nomes dos nossos candidatos, no mais tardar na próxima semana, vamos convocar nova reunião e discutiremos com todos a composição das chapas.
 
Aí começou os burburinhos e o disse-me-disse, ou o não disse.
 
Todos saíram do jantar com uma interrogação na cabeça? O que aconteceu? O que eles foram conversar lá fora?
 
Essa é a verdadeira história!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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