Terça-feira, 23 de abril de 2013 - 05h02
A respeito do Manifesto Revolução Cultural, a artista plástica Rita Queiroz no enviou carta de Anápolis (GO). Leia
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Dando uma olhada em minhas papeladas informativas... Que susto! Encontrei uma foto da minha primeira exposição realizada no Selton Hotel e comecei a ler as matérias daquela época até então.
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O tempo passou e hoje já carregamos o sofrimento com a despedida de colegas que já se foram para outra dimensão durante a nossa luta. Infelizmente constato que tão pouco mudou e sei exatamente o quanto poderia ser diferente.
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Me fez pensar no Encontro que ocorreu dia 18, na Casa de Cultura Ivan Marrocos. E me pergunto: qual foi o erro?
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Todo este movimento deixou em nós grande ansiedade e ressentimento, já que tudo que conquistamos foi sob pressão. Vários governos se passaram e as atitudes indicam que o pensamento sobre a cultura no Estado permaneceu o mesmo..
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É preciso pensar sobre o problema do artista na sociedade. A partir do momento que se reflete sobre isso, que se possuí o mínimo de conhecimento sobre o assunto, começamos a perceber, por exemplo, que se deve ao artista o aparecimento do mais afetivo modo de comunicação nas sociedades. A arte não é apenas domínio das satisfações fáceis e imaginárias, ela informa atividades fundamentais e imensos aspectos da vida atual, bem como do passado.
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Em suma, existe um pensamento plástico, assim como existe um pensamento matemático e político. Partindo dessa premissa, lembramos-nos de uma época em que prevaleceu um pensamento político cultural em Porto Velho. Formaram-se vários grupos, idealizaram-se projetos onde os artistas buscavam seus espaços físicos e os eventos eram frequentes.
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Rondônia precisa, com urgência, não só de eventos, mas de Projetos de pesquisa que resgatem toda sua história, valorizando seus artistas e produtores culturais. Para tanto, necessitamos de Museus, Pinacoteca, Bibliotecas regionais, Teatro, Escolas de artes e Oficinas Permanentes para atualização dos nossos artistas. Para divulgação do nosso folclore popular haveria de ter um Espaço alternativo aberto à visitação como atração turística que identifique a nossa cultura, como ocorre nos outros Estados.
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Talvez tudo devesse partir das Escolas... Incluir no Currículo Escolar uma matéria específica sobre a História da Cultura de Rondônia para que a nossa população tenha conhecimento sobre os nossos personagens. Aproveito para compartilhar um acontecimento que me surpreendeu... A secretária da minha filha comentou que meu nome foi citado em sala de aula, aqui em Anápolis – GO, durante uma aula sobre a História da Amazônia. E aí em Rondônia, será que falam de NÓS em sala de aula?
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Veja o que presenciei na Galeria Afonso Legório no final do ano passado... Estava lá quando chegou uma turma de alunos que estava se formando em Artes. Durante a visita perguntei ao grupo se sabiam quem tinha sido Afonso Legório... Ninguém daquele grupo de estudantes soube me responder!
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Ciente do movimento que esta ocorrendo aproveito para agregar o meu pedido a todos os políticos que nos representam e que tem o Poder de mudar a atual situação da Cultural no meu Estado: Por favor, entendam, esta na hora de mudar! A nossa história é formada de passado, presente e futuro!
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Aos meus colegas artistas, ainda que ausente fisicamente, estarei sempre com vocês!
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Rita Queiroz - Anápolis, 19 de abril de 2013.
REVOLUÇÃO
Cultura quer mais compromisso e respeito
Na última quinta-feira, 19, aconteceu a primeira reunião promovida pelo segmento cultural do Estado de Rondônia(Vídeo AQUI), juntando artistas plásticos, atores, músicos, mestres da cultura popular, gestores culturais, escritores, colunistas culturais e representantes de instituições civis da área, para juntos, definirem os princípios e objetivos do Manifesto “Revolução Cultural”.
A reunião que aconteceu na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em m Porto Velho, foi recheada de depoimentos indignados, relatos e desabafos revoltados, marcando claramente o sentimento de orfandade e total abandono que nutre os produtores e gestores culturais de Rondônia.
As incipientes atitudes públicas por parte do Governo de Rondônia - ou mesmo a total ausência da ação pública nesta esfera de poder – tem levando os artistas e produtores culturais a se mobilizarem em defesa da cultura e do fortalecimento da instituição cultural estadual responsável pela promoção das políticas públicas culturais em Rondônia.
O segmento cultural quer mais compromisso e firmeza por parte do Governador Confúcio Moura, sobretudo forte empenho, para uma gestão mais qualificada no campo da cultura.
Grandes eventos populares e culturais que necessitam da mão pública para serem realizados (Arraial Flor do Maracujá e Duelo na Fronteia) aconteceram em 2012 em clima sofrível e angustiante, por conta da pouca, patética e atrapalhada participação da Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL), que ultimamente tem figurado mais nas colunas policiais que nas ações culturais.
O segmento entende que a instituição pública cultural e o segmento cultual não podem ser penalizados, em função da conduta de seus gestores, e que o Governador Confúcio Moura tem que demonstrar mais compromisso para com o artista e o patrimônio cultural de Rondônia.
Segundo fala do Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Guajará-Mirim, Ariel Argobe, que participou da reunião, "para se defender mais política pública para cultura, é necessária ocupar praças e ruas, em uma grande manifestação de protesto, coclamando a participação de todos, em favor e defesa de mais e eficientes parcerias culturais entre Estado e municípios".
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