Roberto Sobrinho e as ações da prefeitura em 2007

"Construímos e estamos construindo vários espaços de lazer, mas carecemos de um espaço maior, onde possam ocorrer as grandes manifestações culturais em Porto Velho. Recentemente você viu que a Assembléia adquiriu aquele espaço do Flor do Maracujá e nós vamos ter que encontrar uma alternativa para que essas manifestações populares tenham assegurado um espaço". Assim começamos nossa conversa com o Prefeito Roberto Sobrinho. Na realidade quando nos propomos a entrevistar o prefeito, não estávamos pensando apenas nos projetos culturais da prefeitura, a intenção é passar para os leitores do Diário da Amazônia o que a prefeitura está realizando e pretende realizar no município de Porto Velho. Temos assistidos nos últimos dias o prefeito Roberto Sobrinho sendo entrevistado por praticamente todos os programas de televisão e rádio local, e todas as perguntam giram apenas em torno do que o prefeito ou a prefeitura está realizando só se ouve perguntas óbvias. A nossa conversa com Roberto Sobrinho não ficou apenas na questão da prestação de contas das ações desenvolvidas pela prefeitura em 2007. Aqui também questionamos o prefeito sobre as ações polêmicas como o uso da área onde fica o Cemitério da Candelária com a construção de conjuntos habitacionais para a população. Questionamos também sobre a retirada ou não dos moradores do Canal da Santa Bárbara, na área que vai da Joaquim Nabuco até o Cai N´água onde moram mais de 800 famílias. Ficamos sabendo que a entidade cultural do município conhecida como Fundação Iaripuna, vive de favores das demais secretarias, já que não tem orçamento e nem previsão no orçamento de 2008 para desenvolver projetos culturais. "Para a Iaripuna conseguimos recursos junto a empresas e com o Ministério da Cultura". Roberto Sobrinho que já está sendo chamado de Roberto Praça se preocupar com o lazer da população e construir e recuperar várias praças. Também nos afirma que já tem recursos para construir o Centro de Convenções que também vai abrigar o Sambódromo e o Bumbodromo de Porto Velho. "Falta apenas a liberação da área". São muitas as ações realizadas e em andamento pela prefeitura de Porto Velho. Vamos conferir! 

Zk – Vamos começar pelas polêmicas. Algumas pessoas e entidades (ONGS) estão questionando a utilização por parte da prefeitura, de uma área, que eles afirmam, faz parte do Cemitério da Candelária. Qual sua visão a respeito desses questionamentos?

Roberto Sobrinho - Tem alguma confusão nessa reivindicação, tem que se corrigir alguma coisa nessa afirmação. O Cemitério da Candelária fica lá embaixo perto da linha férrea. Antes de iniciar a construção das casas que vou fazer ali no Triângulo, casas que serão para abrigar aquela população que vive na Baixa da União e no Cai N´água, que todo ano, sofre com as inundações. Para que aquela população não tenha que se deslocar de bairros mais afastados de onde elas moram, optei ali pelo Triângulo e antes de escolher aquela área, tomei cuidado em ver se não tinha ali a questão do Cemitério da Candelária ou se tinha nascente de água. O próprio IPHAN atesta que ali não é o Cemitério da Candelária.

Zk – E a área onde está realmente o Cemitério da Candelária, vai receber algum benefício. Tem projeto específico?

Roberto Sobrinho – Temos um Projeto para recuperar a Vila Candelária, os dois restaurantes, a fachada daquelas casas; urbanizar a entrada da Vila e ao mesmo tempo, fazer um trabalho de recuperação do Cemitério também. Não estou cometendo nenhum sacrilégio, profanando nenhum túmulo e tenho aval do IPHAN para construir aquelas casas lá.

Zk – Outra ação da prefeitura que está causando problema junto à população é quanto à retirada das casas que ficam nas proximidades dos chamados canais do "Igarapé do Madeira". As casas realmente vão sair dali?

Roberto Sobrinho – Nós temos recursos para trabalhar alguns igarapés da nossa cidade. Um é o Santa Bárbara aquele que passa ao lado do Tribunal Eleitora e chega no Cai N´água passando pelo Mocambo.

Zk – Esse canal começa aonde?

Roberto Sobrinho – Começa ali na Joaquim Nabuco. O Projeto nosso, é remover as famílias que moram nas palafitas no entrono desse canal e aí eu incluo também o pessoal do Baixa da União e do Cai N´água além de recuperar e urbanizar esse igarapé. Vou mexer também no Igarapé Grande que passa ali perto do Colégio Pe. Chiquinho na Campos Sales, vou construir apartamentos próximo àquela área da Mato Grosso. Outro Igarapé é o que passa na Rodoviária "Canal dos Tanques", onde estou fazendo uma obra que vai da Rodoviária até a Jorge Teixeira e agora vou começar outra obra da Rodoviária até a Amazonas na nascente daquele Igarapé. Vou urbanizar remover as famílias e vou impedir que joguem esgoto naquele canal. Outro canal é um que passa por dentro do bairro Ulisses Guimarães. Vou drenar aquilo de uma maneira que evite o sofrimento da população durante todo o ano. Tem o canal que passa no 4 de Janeiro onde vou urbanizar, ali são vários igarapés e também no Tancredo Neves começando no Lagoinha.

Zk – Vamos aos problemas por zona. Qual o maior problema da Zona Leste?

Roberto Sobrinho – É a ausência de infra-estrutura. Eu tenho hoje, obras bastante significativas nas principais vias daquela Zona como drenagem e pavimentação. Isso continua sendo a grande demanda lá. Por mais que eu drene e asfalte a Rio de Janeiro, Benedito Inocêncio, Mário Andreazza, Aruba, Antônio Fraga, Antônio do Violão, Idalva Fraga; vias importantes que vão modificar totalmente aquela região, principalmente a do Tancredo e do JK. To entrando lá pro Mariana e São Francisco, asfaltando a Rosalina Gomes que é uma via importante e também já estou bem avançado na pavimentação da Plácido de Castro que é uma via importante, da União até a Petrolina lá no fundo, ou seja, são obras estruturantes que modificam a realidade daquela região onde o ônibus passava e não tinha o asfalto, agora passa a ter o asfalto, diminui a poeira, diminui a lama e diminui o transtorno para a população, Governos anteriores não gostavam de investir naquela região, porque era uma região muito baixa e, por ser uma região muito baixa, você não tem como só colocar o asfalto e eu aceitei o desafio tô fazendo a drenagem e estou fazendo a pavimentação, é um serviço muito caro, mais é um serviço necessário para acabar com o sofrimento da população.
 

Zk - E a zona sul?

Roberto Sobrinho - O grande problema da zona sul é a questão da água nas principais regiões, esse foi o problema que nós conseguimos sanar, graças aos recursos que o Presidente Lula destinou para o município de Porto Velho, a prefeitura batalhou por esses recursos, elaborou projetos junto com o ministério da cidade, e o presidente no PAC liberou os recursos para que o serviço de água seja estendido para toda a população. 50% da população de Porto Velho não têm água tratada, e a população que mais sofre com esse problema é a população da Zona Sul, e quando o Lula libera 64 milhões de reais para botar água pra todo mundo é um grande avanço que vai diminuir esse sofrimento, principalmente, da população da zona sul e junto com a água o Lula liberou os recursos pra que a gente possa ter aqui esgoto para toda a população.

Zk - Zona Norte e o bairro Nacional?

Roberto Sobrinho - O Nacional nós estamos dando um avanço muito grande que é fazendo a ligação da Farquar com a Estrada do Belmonte, fiz duas grandes galerias lá, agora eu comecei o aterro. As pessoas não passavam de carro por lá. A população do Nacional tinha que rodar lá pelo Parque Circuito. Agora eles chegam ao centro de Porto Velho em 5 minutos vindo diretamente pela Farquar, é uma obra que está em andamento, é um aterro muito alto, são milhares de metro cúbicos que tenho que colocar ali de cascalho e depois têm que fazer a pavimentação, mais hoje às pessoas já estão passando por lá, isso já é um grande avanço. Entreguei recentemente uma quadra esportiva lá que é para o lazer daquela comunidade que não tinha, fiz uma parceria com a Universidade de Federal de Rondônia, pra questão do bairro Milagres e parte do Nacional que era da UNIR, eles passaram para a Prefeitura e eu estou iniciando um processo de escrituras daquelas terras pra poder da à documentação e a escritura para a população do Nacional. Estou reformando o Parque Circuito que é importante para aquela região, e esse ano eu fiz limpeza e encascalhamento lá. É uma região que não está totalmente esquecida, mas precisa de mais assistência.

Zk – E a Educação, como está?

Roberto Sobrinho - O setor de educação é o setor que mais avançamos aqui no município, já contrastei mais de 1.200 novos profissionais só na área de educação. Quando assumi a prefeitura transportava 3 mil alunos e hoje transporta 8.500 alunos. A educação infantil tinha 2.500 vagas quando eu assumi, hoje já estou com mais de 9 mil alunos na educação infantil. Construí para a população mais de 100 novas salas de aula, tenho várias escolas para inaugurar no inicio do ano uma no Socialista, uma no Mocambo outra escola no Caladinho, são várias escolas e outras ampliações que estamos fazendo. Realizamos várias conferências. Na zona rural e na urbana e na área de qualificação profissional, hoje os professores estão fazendo especialização, a ampla maioria desses nossos profissionais já tem o nível superior, este ano corrigi uma injustiça que existia a muito tempo aqui, de Professores, que era magistério fizeram o nível superior e não recebiam a remuneração de nível superior. O FUNDEB tem beneficiado a prefeitura de Porto Velho porque eu expandir muitas vagas com recursos próprios, e essas vagas hoje o FUNDED repassa recursos para que eu possa ampliar e melhorar a qualidade. Mais de 75 escolas foram reformadas e outras estão em reforma recendo quadras, ampliações, auditório e pátios, é um setor que nós avançamos muito.

Zk – E a saúde?

Roberto Sobrinho - Tenho hoje quatro policlínicas sendo reformadas. As policlínicas do Caladinho; Ana Adelaide; a do Ulisses Guimarães e do Tancredo Neves. A Hamilton Gondim do Tancredo Neves comecei um reforma e a reforma não serviu, a gente derrubava uma parede caia três. Tivemos que parar para fazer uma nova licitação. Hoje, estamos construindo uma unidade de saúde no Tancredo Neves, que vai ter Ultra-sonografia, Raios-X e Eletrocardiograma, aliás, todas as nossas policlínicas terão esses serviços. Estou inaugurando agora o Posto de saúde do Aponiã; vou inaugurar o novo Posto de Saúde do Socialista e também vou inaugurar um no bairro São Sebastião; um na Vila Princesa e tem um posto de saúde em obras lá no bairro Mariana, isso tudo, fora o serviço da Zona Rural. Vou entregar agora para a população ribeirinha duas Ambulanchas, uma vai ficar em Calama, uma vai ficar em São Carlos e tem mais uma outra Ambulancha que vai ficar em Nazaré.

Zk – E os Distritos?

Roberto Sobrinho – Os Distritos têm recebido uma atenção diferenciada na nossa administração. Geralmente esses Distritos só eram atendidos pelos nossos administradores se sobrasse alguma coisa na cidade, levava para lá. Nossa administração modificou essa realidade. Estou atendendo a todos em todos os lugares, seja lá em Demarcação descendo o Madeira, ou seja, em Nova Califórnia.

Zk – Por exemplo?

Roberto Sobrinho – Na região de Califórnia, Abunã, Vista Alegre e Extrema, estou fazendo as linhas (estrada vicinais), coisa que não era feita há muito tempo, fiz asfalto em Extrema; fiz ginásio de esporte em Califórnia; Construí escola nova em Vista Alegre Abunã; recuperei linhas que não sei há quantos anos a população não tinha condição de acessar seus lotes no Distrito de Vista Alegre. Estou em União Bandeirantes também fazendo o trabalho de recuperação das linhas; Em Jacy fiz todas as linhas e vou construir a sede administrativa, em Jacy e em Extrema. Descendo o Madeira, se você for em Calama vai ver um ginásio de esportes novo e vários quilômetros de calçada, resolvi o problema de água que eles tinham no bairro Tancredo Neves; estou ampliando a escola, recuperei pontes, to fazendo mais calçada pra eles.

Zk - Em São Carlos?

Roberto Sobrinho – Nos distritos do baixo Madeira a calçada é como se fosse o asfalto. Fiz mais de dois quilômetros de calçada; fiz o ginásio de esportes; ampliei a escola; melhorei o serviço de saúde.

Zk – Quanto ao transporte dos estudantes do baixo Madeira?

Roberto Sobrinho – O transporte escolar o ribeirinho é um destaque especial, são lanchas novas, são voadeiras novas.

Zk – A Madeira Mamoré?

Roberto Sobrinho – Eu considero até uma novela a reforma dos galpões da Madeira Mamoré, é uma saga. Acho que tudo que se relaciona é muito difícil. Viabilizei os recursos para recuperar aqueles dois galpões. Superamos as dificuldades com o IPHAN. Aí você começa a restaurar aí tem lá o parafuso, tem que ver outro parafuso da época, tem que ver o tipo da telha da época coisas que não estão disponíveis no mercado. Tenho um edital na praça pra escolher uma empresa pra fazer toda aquela frente da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, descendo a Farquar da sete para frente tem aquela Vila de casas, eu vou abrir a Farquar da mesma largura da descida, construir seis quiosques, iluminar e lá onde tem aquele teatro de arena, vou construir um grande mirante, ou seja, vamos ganhar um espaço de visibilidade pro Rio Madeira sempre na perspectiva de virar de frente pro Rio, superando aquela lógica de que a cidade cresceu de costas para Rio.

Zk – Esses galpões terão o que?

Roberto Sobrinho – Um contará com sala de teatro, sala para reuniões e o outro será uma praça de alimentação.

Zk – E o porto do Cai N´água?

Roberto Sobrinho – O Projeto do terminal hidroviário está pronto há um ano e cinco meses que venho batalhando para o inicio da obra desse porto, o Projeto foi feito pelo Exército lá em Brasília e recentemente, em reunião com o Ministro dos Transportes oficializamos um convênio que deve ser assinado nos próximos quinze dias e vou licitar uma empresa para construir o terminal do Cai N´água, é um belo porto que vai funcionar no sistema de flutuação. A obra deve começar no inicio de 2008.

Zk – Vamos falar o Roberto Praça?

Roberto Sobrinho – As praças estão a todo vapor. Estou recuperando a Praça Aluízio Ferreira que deve ser entregue ainda este ano. Recuperei a Praça das Três Caixas D´água; a Jonathas Pedrosa; nos próximos dias dou a ordem de serviço para a recupe4ração da Praça Marechal Rondon; fiz uma Praça no Jardim Santana; tô terminando outra no Socialista; fiz uma outra no Rio Candeias; vou entregar agora ali na Jatuarana um novo espaço de lazer pra população; to fazendo lá no Abrobão; Fiz a do Jardim das Mangueira. No centro vou mexer com a Getúlio Vargas que fica em frente ao palácio numa parceria com a Caixa Econômica.

Zk – E a obra do Mercado Municipal?

Roberto Sobrinho – O Mercado Municipal ali do Zizi é um espaço importante, é a reconstrução do 1º Mercado Municipal de Porto Velho, a obra já foi licitada e a empresa escolhida já está colocando o tapume para iniciar a tocar a obra. É uma obra muito bonita, nossos arquitetos procuraram levar em consideração os aspectos tradicionais daquela construção, acredito que aquele espaço, quando pronto, vai funcionar com atividades culturais e nós vamos ganhar muito com isso.

Zk – De quanto será orçamento da Fundação Iaripuna em 2008?

Roberto Sobrinho – A Fundação Iaripuna é um setor novo na prefeitura, ela tem um orçamento para atender as questões básicas, mas, ela vive mais de recursos extraordinários, extra própria Fundação. Geralmente consigo algumas parcerias com outras instituições que viabilizam a realizações de eventos, de atividades na área cultural, isso depende do planejamento e da parceria, seja no Ministério da Cultura, sejam em Bancos aqui, empresas.

Zk – Quando vamos poder contar com o Fundo de Cultura em Porto Velho?

Roberto Sobrinho – Não sei se esse ano ainda, ou no inicio do ano que vem, quero criar o Fundo de Cultura. Quero viabilizar condições para que o empresariado local possa a estilo da Lei Rouanet Federal que abate do impostos o investimento na área de cultura, eu também quero fazer isso aqui no plano municipal.

Zk – Para encerrar. Nos bastidores dos movimentos culturais, corre uma conversa de que o senhor vai fazer mudanças na administração da Iaripuna. Como está a situação do Julio Yriarte, ele fica ou sai?

Roberto Sobrinho – Olha, eu ainda não fiz uma avaliação do secretariado este ano, procedimento que adoro geralmente no final do ano. Faço um balanço dos resultados das ações de todas as secretarias, pra ver o desempenho da secretaria e do secretário. Até agora não tenho nenhuma previsão de substituir nenhum secretário. Às vezes precisa de algum ajuste num canto ou no outro, mais isso faz parte da administração, do nosso dia-a-dia.

 Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br