Hoje é o grande dia!
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O grande dia da cultura local.
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Depois de hoje, só vamos ter um dia tão importante para os seguimentos culturais de Porto Velho e Rondônia.
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Quando da inauguração do teatro estadual.
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Apesar do teatro Banzeiros, que pode ser considerado, teatro municipal de Porto Velho.
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Teatro mesmo vai ser o teatro estadual.
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E porque estamos classificado o dia de hoje 15 de maio, como o grande dia da cultura.
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Porque o prefeito Roberto Sobrinho entrega à população o “Mercado Cultural”.
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Uma obra muito bonita construída no local onde foi o Mercado Municipal de Porto Velho.
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De hoje em diante, os artistas de Porto Velho e os que vierem nos visitar, terão um ambiente digno para suas apresentações.
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O show de inauguração vai contar com os músicos compositores Bainha, Silvio Santos e Ernesto Melo.
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Trinca de Reis foi o nome dado ao espetáculo musical que será apresentado na noite de hoje.
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De acordo com o diretor do show Carlinhos Maracanã.
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Cada um dos compositores, vai apresentar 8 canções autorais.
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O ensaio geral aconteceu ontem a tarde no ambiente onde o show será apresentado hoje, ou seja, no Mercado Cultural.
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Apesar dos construtores não terem se preocupado com a acústica, os músicos com certeza vão fazer de tudo para que as letras de suas músicas sejam entendidas pelo público, que com certeza, vai lotar o ambiente.
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Bainha, considerado o mestre dos carnavalescos de Porto Velho.
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Vai nos proporcionar canções como “Tempo Bom”
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Aquela que tem versos como:
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Sou da sete de Setembro/Lá do quilômetro um/Terra de gente bamba/De muita mulher. Futebol e Samba.
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Ernesto Melo que ficou conhecido como o poeta da cidade, vai cantar canções com letras que realmente contam a história da nossa cidade.
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Inclusive a história do Mercado Municipal.
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“Ontem passando a toa pelo bar no Zizi/Como se fosse um filme do velho Mercado”.
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Enquanto Silvio Santos;
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Vai mostrar entre outras canções, a antológica Porto, Velho Porto que foi gravada pelo Zezinho Maranhão.
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A “cozinha” vai contar com os mestres: Enio Melo (violão), Silvio José Santos (violão e voz); Heitor Almeida (percussão), Zico (surdo), Júnior de Castro Alves (teclado).
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Pelo que vi nos ensaios, vai ser um show pra ninguém botar defeito. A não ser se a acústica não funcionar realmente.
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Amanhã será a vez do Bazar Amazônico com o Laio, Binho e Augusto Silveira.
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Aliás, a turma do Bazar Amazônico foi quem testou a acústica do ambiente na noite de quinta feira e o negócio não é tão preocupante assim não.
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Inclusive o ensaio foi tão bom, que rolou até mais da meia noite e o prefeito que apareceu por lá ficou até o final.
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Serviu também de teste para ver se o freezer do Zizi vai funcionar a contento.
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A programação da festa de inauguração do Mercado Cultural vai estar na coluna do Zekatraca de amanhã na Revista da TV página 2.
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Acontece que a festa começa hoje e só termina na próxima sexta feira dia 22.
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A partir de hoje, todo dia começando sempre às 17 horas, acontece uma atividade cultural no Mercado.
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O bom de hoje também, vai ser a “Rádio Cipó”
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Que vai ser instalada na Praça Getúlio Vargas, com o Isaac Ferraz recordando alguns programas que faziam parte da grade da programação da Rádio Caiari.
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“Como o “Avisos para o Interior”; Carrossel de Melodias” e o “Bico do Arara”.
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O interessante era que o nome do programa era “Bico do Arara” e não da Arara como deveria ser.
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A partir das 9h você vai poder curtir essa programação.
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Isso se algum comerciante das imediações, não ligar para a delegacia do Meio Ambiente.
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Term. isso aí agora. A gente não pode mais curtir um som mais alto, que logo algum vizinho liga para a Meio Ambiente e logo chega uma viatura com os ficais para interditar o ambiente.
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Vamos deixar isso pra lá e voltar a falar do show.
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Trinca de Reis.
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Silvio Santos, Ernesto Melo e Bainha, sem sombra de dúvida representam o que temos de melhor em música popular de verdade.
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Quando digo de verdade, estou me referindo em músicas, que o povão gosta como os sambas enredos e as marchinhas carnavalescas compostas pelos três.
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É claro que no repertório existe forró, samba de breque, bolero, samba canção, samba de meio de ano e até toada de boi-bumbá.
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O Ernesto Melo dessa vez, não vai nos convidar para amanhecer no Mocambo.
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Mas, amanhecer no Mercado Cultural.
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Não faz zoada Mocambo, eu estou te pedindo.
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A Marieta e seu filho estão dormindo.
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Eu sou do tempo do Hotel Brasil, casa Seis e casa Três.
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Hotel do Napoleão;
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Dos grandes bailes no Internacional.
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Forró no Alto do Bode e da Baixa da União.
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É como diz o Ernesto.
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Onde vai ser o show?
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Lá no Mercado Cultural.
Trinca de Reis
Mercado Cultural
Inaugurado hoje
A
programação começa com a rádio cipó recordando programas da Caiari
Com vasta programação cultural, marcada para iniciar às nove horas da manhã de hoje 15, a prefeitura de Porto Velho, entrega à população da capital rondoniense, o prédio do antigo Mercado Municipal, revitalizado, adaptado e transformado em Mercado Cultural.
Vítima das críticas de vários curiosos do conhecimento da nossa história, inclusive desse amigo de vocês Zekatraca através de uma crônica intitulada “O Mercado Cotó”; Antonio Serpa do Amara Filho o Bazinho em artigo publicado no site Gente de Opinião sob o título, "O Solo Mais Fúnebre do Maestro Júlio Yriarte" e do poeta Antônio Cândido que publicou: Mais uma página da história foi rasgada/desta cidade a quem eu quero bem/E do velho mercado destruído/restou o pó e ferro retorcido/exposto na amplidão... Para ficar apenas em alguns, que se posicionaram não contra a criação do Mercado Cultural, mas, com a demolição do que restou do “criminoso” incêndio do qual foi vítima o Mercado Municipal, cuja construção, demorou mais de trinta anos para ser concluída, já que começou em 1914 e só terminou em 1950.
O certo, é que hoje, vamos receber mais um espaço onde passaremos a apreciar espetáculos musicais, teatrais e de dança, além de poder degustar alguma comida regional e ainda bater um papo no “Bar do Zizi”, que a partir de agora, bem poderia ser alcunhado de “Zizi - O ponto da Resistência”.
Bobo será quem escrever a partir de agora, que o Prédio não é bonito. Atrevo-me até a empregar um termo popular “O bicho ta bonito de mais sô!”.
Ganha Porto Velho, nessa corrida em busca do título de metrópole da região sul da Amazônia Ocidental, um ambiente onde o turista vai poder conhecer realmente a diversidade cultural da nossa capital e estado.
O show de inauguração vai ser com os poetas que cantam Porto Velho, Ernesto Melo, Bainha e Silvio Santos a partir das 19h.
As 4 portas do Mercado Municipal
A Banca de Jornal do seu Barroso
Pelo lado da hoje “Travesso Renato Medeiros” ou pela porta que ficava para o lado do palácio do governo, existia a Banca de Jornal do “seu” Barroso que por algum tempo só vendia o jornal Alto Madeira. Ali se reuniam nas manhãs de domingo e até em dias de semana, os chamados “categas” metidos a intelectuais, para discutir as notícias publicadas no jornal.
Entrando mais um pouco, deparávamos com a “Banca” do Boy onde a gente podia degustar deliciosas iguarias como mingau de milho (mungunzá), tapioca, pamonha e é claro aquele café com leite (in natura) a famosa média, Boy era marido da famosa tacacazeira dona Chiquinha.
No espaço a direita dessa porta ficava as “bancas” dos verdureiros.
Pelo lado de fora do mercado que ficava no rumo da José de Alencar tinha o Caldo de Cana do J Lima (a famosa saltenha só começou a ser produzida muito depois). Pro lado do Banco da Borracha, ficava a taberna do Zé Curica, o Zizi e a boutique “Viadinho de Ouro” do Zé Carlos Lobo. Na esquina da Renato Medeiros com a José de Alencar existiu também a lanchonete do “seu” João (aquele que até bem pouco tempo tinha um lanche no terreno da Casa de Cultura).
A banca de miúdo do Bodó
Pela porta da Presidente Dutra, tinha o açougue do Bodó. Esse açougue era especial, porque só vendia “miúdo” de boi, fígado, bobó, rim, coração, tripa grossa, tripas fina, livro, mocotó e carne morta. O interessante é que naquele tempo, era praticamente impossível se comprar um quilo de fígado, ou um coração inteiro. Bodó e o outro açougueiro conhecido como Faca Cega, só vendia a famosa “misturada”. Um quilo de “misturada” era composto por um pedacinho de cada parte do miúdo, ou seja, um pedacinho de fígado, um pedacinho de coração, um pedacinho de rim, um pedacinho de carne morta e um pedação de bobó (pulmão). Vale salientar, que esse açougue só funcionava à tarde. Para se conseguir uma “panelada” completa (mocotó, tripa fina, tripa grossa, bucho e o livro), era complicado, era um pouquinho de cada coisa também, essa prática era para que o Bodó e o Faca Cega atendessem maior número de fregueses.
Pelo lado direito de quem entrava por essa porta, foi instalado o primeiro frigorífico de Porto Velho. Seguindo no rumo da Henrique Dias tinha a Casa Rio Madeira, cuja especialidade era a venda de material de caça e pesca (no dia do incêndio ninguém conseguia encostar com tanto cartucho de espingarda disparando). No rumo do palácio depois do açougue do Bodó tinha uma barbearia (onde também funcionou a lanchonete Gostosa) e uma alfaiataria.
Há! Era em frente a essa porta, que ficava o carro de mingau do DEGA. O Dega chegava, por volta das cinco horas da madrugada com sua “banca” ambulante puxado por um boi.
A porta do Zé Risada
A Porta da Henrique Dias – Desse lado também aos domingos e até em dias de semana, encontrávamos muitos “categas” na taberna do seu Elias Ribeiro ou na do Luiz Boa tomando uma cachacinha ou apenas batendo papo. Da entrada dessa porta se ouvia as gargalhada do seu Zé Rizada. No espaço onde ficava o comercio do Zé Risada ficavam os boxes onde se comercializavam secos e molhados. O Zé Risada se destacava dos demais, justamente, pelo bom humor ou pelas risadas escandalosas que eram ouvidas em todo o Mercado.
Em frente a essa porta, do outro lado da rua, ficava o comercio do seu Tufic Matny onde os funcionários do governo territorial compravam “fiado”. Seguindo pelo lado do mercado ainda pela rua Henrique Dias no rumo da José de Alencar, existia o sapateiro (consertador de sapatos) boliviano José Camacho que depois passou a vender Gás em botija e bicicleta Monark e transformou-se num grande empresário. Pro lado da Presidente Dutra, bem na esquina, tinha o “seu” Wilson da Motorista cuja especialidade era a compra de sucata, (vendi muito alumínio, metal e cobre pro seu Wilson). Na esquina da Henrique com a José de Alencar era o comercio de José Oceano Alves cuja especialidade era a compra de produtos regionais como couro de animais silvestres, borracha, ipecacoanha, sova e outros.
Foi justamente por esse lado do mercado, que segundo dizem, começou o incêndio.
A porta do Ponto Caçula
Essa era como se fosse a entrada principal do mercado e ficava pro lado da rua José de Alencar.
Era nessa porta que se formava a famosa “fila da carne”.
Do outro lado da rua, ficava a agencia da Companhia Aérea Cruzeiro do Sul de propriedade do seu Abdon Bichara e a loja da família Chaquiam.
Voltando ao prédio do mercado. Pro lado da ladeira do Palácio Presidente Vargas, ficava a “Casa Colombo”, seguida do Bar Guanabara do famoso poeta Cabo Lira e o Caldo de Cana do J Lima, depois lanchonete do “seu” João. Pro lado da rua José do Patrocínio a Casa Comercial do seu Eneas Cavalcante, “Casa Girão” de José Girão Machado e na esquina, o comercio de José Oceano Alves.
Entrando para o mercado propriamente dito, ao lado direito, existia o “Ponto Caçula” de Pedro Pacheco Dias o seu Pedrinho um dos sócios da empresa T.T. Dias & Cia da Casa Saudade. Pedrinho também foi o criador do “Bar do Canto” o mais antigo estabelecimento no ramo (bar e restaurante) em funcionamento em Porto Velho.
Bom! Pela simpatia do seu Pedrinho o Ponto Caçula era detentor de uma grande freguesia e praticamente era o único Box que vendia secos e molhados pelo lado da porta da José de Alencar, já que logo em seguida, pelo lado esquerdo era o espaço onde ficavam os açougues de venda de carne “verde”. Pelo lado direito ficava o espaço onde se comercializavam produtos hortifrutigranjeiros e cereais.
Apesar dos poucos Box, essa porta era a mais movimentada justamente pela localização dos açougues.
Vale salientar que os estabelecimentos comerciais que ficavam pro lado do Palácio não pegaram fogo. Porém, foi justamente por esse lado, que começaram a derrubar o que restou do prédio do mercado e em conseqüência dessa arbitrariedade, foi que começou o movimento em prol da revitalização do patrimônio histórico, que hoje se conclui com a inauguração do Mercado Cultural.
Fonte: Sílvio Santos / www.gentedeopiniao.com.br / www.opiniaotv.com.br
zekatrasantos@gmail.com.