Domingo, 31 de julho de 2016 - 05h02
“Tem uma cena que os índios invadem o garimpo pra retomar a posse da terra. E tem um assalto que é assalto de acerto de contas. O filme não ficou alheio as questões da realidade local não
”
RODANTES
O filme da produtora Bando rodado em Machadinho
Sexta feira recebemos na redação do Diário da Amazônia os cineastas Leandro Hbl, Amiten Panzera e a Priscila integrantes da Produtora Bando que há alguns meses se encontram em Rondônia e ultimamente em Porto Velho selecionando pessoas para participar do filme “Rodantes” que terá como locação os municípios de Machadinho e Itapuã D’Oeste. “Noventa por cento dos atores são pessoas que moram em Rondônia”. O filme é baseado nas histórias que o Produtor Leandro Hbl ouviu das pessoas que vieram para Rondônia na esperança de dias melhores e até para esquecer desilusões amorosas. “Nos deparamos com histórias de fugitivos da justiça que vieram pra cá, trocaram de nome e vivem muito bem da agricultura”. Um dos fatos pitorescos aconteceu durante a seleção de figurantes na cidade de Machadinho: “Montamos nossa Banca de Seleção na Feira Livre que acontece aos sábado e começamos a divulgar que estávamos selecionado pessoas, para fazer parte da cena de assalto a Banco. Alguém foi a policia e denunciou que tinha um Bando programando um assalto ao banco da cidade. Acontece que Bando é o nome da nossa Produtora”. Na realidade são duas as produtoras do filme Bando e Mosquito.
Acompanhe como está sendo produzido o filme longa metragem “Rodante” que está sendo filmado em Rondônia.
E N T R E V I S T A
Zk – O filme é baseado em que?
Leandro Hbl – Deixa-meeu contar a história do inicio. Em 2006 vim a Rondônia pela primeira vez, estava atrás de histórias humanas de gente que veio construir o estado, migrantes de outras partes do país que vieram tentar uma vida nova aqui. Passei um mês andando de Norte a Sul do estado encontrando gente que tinha alguma coisa pra contar. Interessante isso porque tinha gente que veio do sul pra construir vida nova, gente que estava fugindo de coisas que tinha feito, gente que estava tentando reconstruir a vida por causa de alguma desilusão amorosa, gente que tinha vindo reencontrar alguma pessoa perdida há muito tempo. São histórias muito humanas e eu acabei fazendo umas fotos dessas pessoas. Alguns anos depois, decidi criar um roteiro cruzando essas histórias, esse roteiro foi transformado no longa que é o filme “Rodantes”. Acabei ganhando um prêmio no Fundo Setorial do Audiovisual e consegui levantar o dinheiro pra finalmente começar o desenvolvimento da produção do filme Rodantes.
Zk – Nesse momento a produção está em que pé?
Leandro Hbl – Já estamos nos últimos momentos da pré-produção ficamos quatro/cinco semanas filmando na região de Machadinho e Itapuã D’Oeste.
Amiten – As locações já estão todas aprovadas, assim como temos 90 por cento do elenco, faltam poucos personagens, inclusive já começamos as oficinas de teatro que estão sendo ministradas lá em Machadinho pelo Flávio Falcone que é o nosso preparador de elenco, o Marcelo Torres que é nosso produtor, foi o produtor também de Central do Brasil, Cidade Baixa, Abril Despedaçado entre outros filmes.
Zk – Quais as áreas escolhidas para locação do filme?
Amiten – Estivemos em Tabajara, estamos procurando um pequeno hotel que deve ser transformado em “Puteiro”, estudamos a possibilidade de colocar um barco de linha pra navegar, que é o momento que Odair um dos personagens, embarca fugindo de casa. Porém, terminamos por escolher o Estrela Azul pra fazer uma cena.
Leandro Hbl – Tem muita coisa também na BR-364. Pra mim ela é conceitualmente muito importante no filme, porque rasga o estado e trouxe muita coisa possibilitando o desenvolvimento de Rondônia. Lembro que o filme é de ficção e envolve 100 atores, aliás, a maioria, são não atores, por isso estamos fazendo as oficinas.
Zk – Vocês já selecionaram todos os que vão participar ou ainda estão selecionando?
Amiten – Fizemos vários testes de elenco. Em Porto Velho a seleção foi feita há 40 dias no O Imaginário (Tapiri) gentilmente cedido pelo Chicão Santos. Também fizemos testes em Ariquemes, Ji Paraná e em Machadinho.
Zk – Em Machadinho aconteceu um fato pitoresco durante a seleção. Como foi?
Amiten – Abri uma banca na feira de sábado e ali aconteceu a história que vou te contar agora. Gostaria que fosse inserida na entrevista porque vai nos ajudar muito a divulgar a apresentar nosso Projeto. Estávamos procurando uma locação pra fazer um ‘assalto’ a banco que tem numa das cenas e a gente falando de assalto, de assalto e quando vimos a policia chegou, cercou a banca da produção querendo levar todo mundo preso. Acontece que a população havia denunciado que tinha um BANDO de assaltantes programando invadir um banco na cidade. Tudo porque a produtora se chama Bando. Foi aquela batida espetacular da polícia.
Zk – Fala mais sobre o filme?
Leandro Hbl – É o menino tentando se descobrir, saindo da tutela da família tentando a vida sozinho, é uma menina que foge de uma ocupação urbana em São Paulo que vem atrás de um parente tentando se refazer de uma desilusão amorosa e uma família de Haitianos que entra por Brasiléia no Acre e vem trabalhar no garimpo na região de Machadinho. Então essas três personagens o Hanri, Odair e a Tatiane conduzem o filme. Tem uma parte no filme que acho importante: “Vidas em ebulição no caos que se esbarram por ai em momentos ocasionais, sem envolvimento maior que sua própria condição de ambulantes”. O filme conta um pouco dessa história dos encontros ocasionais que geram outros encontros, que vão levando a vida das pessoas. Poeticamente o filme trabalha por aí, lógico que no fundo tem toda questão histórica que a gente vive hoje. O foco na verdade é a vida de cada um dos personagens.
Zk – Tem alguma cena envolvendo os indígenas?
Leandro Hbl – Tem uma que os índios invadem o garimpo pra retomar a posse da terra. E tem um assalto que é assalto de acerto de contas. O filme não ficou alheio as questões da realidade local não.
Zk – Quando vocês pretendem terminar a produção e quando será a estréia do filme?
Leandro Hbl – A estréia ou a pré estréia será em Machadinho, a gente já tem até o lugar, só ainda não temos uma data certa, nossa intenção é lançar o filme na Arena de Rodeio da AMA que é um local muito bonito. Vale salientar que pra nós, é importante o contato com a prefeitura local e todos os órgãos tanto do governo estadual como da prefeitura.
Zk – Por falar nisso. Quem está realmente apoiando financeiramente a produção?
Leandro Hbl – O filme ganhou o prêmio do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA da linha cinco, que é o prêmio de valor artístico. Agora a distribuição é outra coisa. Depois de pronto vamos fazer o percurso dos festivais e depois entrar no cinema aberto.
Zk – Vocês aqui em Rondônia produzindo esse filme e qual o próximo Projeto?
Leandro Hbl – Estamos pensando em produzir um documentário sobre as dragas do rio Madeira. Vamos ver se a gente coloca em prática essa idéia.
Zk – A cena no ‘“Puteiro” é de violência ou de amor?
Leandro Hbl – O filme em tese, fala sobre o desequilíbrio que existe entre a energia masculina e feminina. Uma das personagens é a Tatiane que esta no processo de se tornar uma prostituta, mas, no fim do filme ela desiste disso. Ela usa o próprio corpo pra ganhar a vida. Existe certa dualidade, não é violento, mas, é violento. Não é ódio, mas, é ódio também assim como não é amor, mas, é amor. É uma personagem muito ambígua transitando entre esses povos, ela tem uma cena de amor, mas, o amor dela não é realizado então ela foge, foi isso que nos fez chegar ao título de ”Rodante”. A personagem principal do filme é a Tatiane.
Zk – Algum ator local tem papel de destaque?
Leandro Hbl – Têm vários. Tem o menino que é o Odair que a gente achou na região de Itapuã e o Hatiano além do Chicão Santos (que é o José que vai levar a atriz principal para o quarto do puteiro onde ele é cliente). Na realidade noventa por cento do filme é feito com atores locais. O filme inteiro é de gente real, é uma coisa que trabalho muito no meu cinema que é transportar as pessoas reais para um filme de ficção. Muitas vezes mudando um pequeno contexto da história, mas, mantendo a verdade da vida da pessoa que está em frente às câmeras.
Amiten – Gostaria de dizer o que é muito importante pra gente o apoio que estamos recebendo da prefeitura de Machadinho. Prefeito, secretário de Obras, Planejamento e dizer que a produção está muito feliz com o envolvimento da população de Machadinho em participar dessa magia que é o cinema. Muito obrigado a todos.
Zk – Qual a ficha técnica hoje?
Amiten – Agradecimentos aos colaboradores: Prefeitura de Machadinho; Juraci Junior; Luana Lopes; Chicão Santos – O Imaginário, Governo do estado. Ficha Técnica da produção do filme: Leandro Hbl – Produtor; Priscila 1ª Assistente de Direção; Produtor Amiten Panzera; Produtor Executivo Marcelo Torres e Fotografia Adolfo Veloso.
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