Domingo, 19 de abril de 2015 - 07h50
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Vamos acabar com esse negócio dos prefeitos, grupos culturais e esportivos chegarem aqui pedindo com o pires na mão, implorando por apoio, esse é o nosso objetivo
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Há mais de trinta anos morando em Rondônia, especificamente em Rolim de Moura, onde é vereador (licenciado), professor, empresário e presbítero da igreja Cristiano do Brasil, Rodnei Paes aceitou o convite do governador Confúcio Moura e assumiu a Superintendência de Esporte, Cultura e Lazer – Secel e desde então, vem reunindo os integrantes dos diversos segmentos culturais com o objetivo de catalogar os problemas de cada setor, tanto do esporte como da cultura. “Semana passada os gestores de cultura dos municípios de Rondônia lá em Presidente Médici e consideramos o encontro muito bom”.
Nessa entrevista Rodnei fala sobre a expedição do Alvará do Teatro Palácio das Artes, além dos problemas que enfrenta para liberar junto ao Corpo de Bombeiros os estádios de futebol Aluizio Ferreira de Porto Velho e João Saldanha de Guajará Mirim. “Quanto ao Festival Folclóricos de Guajará Mirim - Duelo na Fronteira nossa equipe técnica está fazendo de tudo no sentido de viabilizá-lo. Está difícil”.
Além dos temas citados, o Superintendente da Secel que já caiu na graça tanto da turma cultura como do esporte, fala sobre o que está sendo encaminhado para num futuro próximo a Secel volte a atuar como Secretaria de Estado.
Entrevista
Zk – Como o senhor analisa o encontro dos gestores de cultura e esporte que aconteceu recentemente em Presidente Médici?
Rodnei Paes – Vejo que a aproximação do poder executivo estadual através da Secel indo aos municípios conversar com os gestores, tanto do esporte como da cultura, é positiva. Nossa preocupação hoje, é que precisamos urgentemente fazer o diagnóstico do que acontece no esporte e na cultura no estado de Rondônia. A Secel não tem noção do que está acontecendo lá no Cone Sul, na Zona da Mata etc. As coisas evoluíram muito. Hoje os municípios que conseguirem se organizar, criando o Sistema Municipal de Esporte, criando o Sistema Municipal de Cultura, podem através dos seus CNPJ buscar recursos diretamente nos Ministérios, quem sabe até sem precisar da Secel.
Zk – Quantos municípios participaram do evento?
Rodnei Paes – Dos 52 municípios compareceram 32, sabendo que alguns municípios não contam com órgãos que cuide do esporte ou da cultura, a Secretaria de Educação é que cuida dos dois e a prioridade da Secretaria de Educação é cuidar da educação. Acredito que muitos não compareceram por esse motivo e outros por serem muito longe. O pessoal de Cabixi me ligou, dizendo que não tinha carro para vir, um era professor e não tinha como largar a sala de aula para comparecer ao encontro.
Zk – O governo federal participou do encontro?
Rodnei Paes – Foi um dos pontos positivo, contamos com dois representantes do Ministério dos Esportes e dois do Ministério da Cultura. A Andrea representante do Ministério dos Esportes saiu muito feliz, dizendo que Rondônia foi o primeiro estado do Brasil a realmente provocar uma reunião com os municípios para discutir o Sistema, a fala dela mostrou o valor do encontro.
Zk – Outro problema que quando o senhor assumiu a Secel já existia. É o Alvará do Teatro. Como está essa situação?
Rodnei Paes – Esse é um problema sério! Quando cheguei aqui precisava do RIT, fomos ao Deosp conseguimos e encaminhamos à Secretaria Municipal de Transito e lá eles fizeram algumas observações. Voltou pro Deosp que atendeu a solicitação, foi novamente para a Semtran e novamente eles devolveram ao Deosp com mais exigências e o Deosp já respondeu e agora estamos aguardando a Semtran aprovar o RIT e só então, vamos dar entrada na solicitação do Alvará. Inclusive falei com o Emerson Castro que é o Chefe da Casa Civil para que interceda para que esse problema seja resolvido junto à prefeitura de Porto Velho, afinal de contas o teatro não é do governo, é da Capital, da cidade de Porto Velho.
Zk – O teatro será administrado pela Secel?
Rodnei Paes – Não, o governo criou a Fundação Palácio das Artes Rondônia - FUNPAR para administrar os dois teatros. Essa Fundação já existe e está toda legalizada e assim que sair o Alvará o governador deve nomear seu presidente.
Zk – Tem a pessoa para assumir a FUNPAR?
Rodnei Paes – Ainda não! Na verdade a Superintendência está acumulando a função da administração do teatro, mas, não temos como dar conta, a correria na Secel é muita e a gente não tem uma equipe tão grande assim. Estamos viajando pelo estado verificando in loco os problemas inerentes à Superintendência como foi o caso de Guajará Mirim, onde estivemos semana passada verificando os problemas dos Bois e teve o encontro de gestores em Médici. Assim que sair o Alvará com certeza o governador vai nomear seu presidente.
Zk – Como está a situação do Festival Folclórico de Guajará Mirim o Duelo na Fronteira entre os bois Malhadinho e Flor do Campo?
Rodnei Paes – Na verdade é uma festa tradicional de Guajará Mirim que precisa do apoio do governo do estado e o governo concorda com isso, porém, estamos praticamente impossibilitados de fazer convênios com as agremiações, porque elas estão inadimplentes. A Secel poderia firmar convênio com a prefeitura de Guajará, mas a prefeitura também tem pendência. Nossa equipe técnica está estudando o meio de como o governo apoiar o Duelo ainda este ano.
Zk – O governo estadual independente de repasse financeiro aos grupos pode colaborar com o que?
Rodnei Paes – Estamos contratando via chamamento público arquibancada, palco, iluminação, som, banheiros químicos e tendas para atender algumas festas, entre elas o Flor do Maracujá e estamos colocando a disposição de Guajará Mirim essa mesma estrutura. O deputado Dr. Neidson que é de Guajará assumiu o compromisso de colocar Emenda no valor de R$ 200 MIL. Esse é o apoio que a Secel vai poder firmar com o Duelo na Fronteira.
Zk – Outro problema está na área do esporte especificamente no Futebol, pois, tanto o estádio João Saldanha de Guajará Mirim como o Aluizio Ferreira de Porto Velho estão interditados. O que deixa os times de futebol Gênus e Guajará sem poder mandar seus jogos nas suas cidades. O que a Secel está fazendo para sanar esse problema?
Rodnei Paes – Não são apenas esses estádios que estão com problemas. Existem quatro estádios interditados. O de Guajará Mirim o de Porto Velho, Ariquemes, Ji Paraná (Biancão). A gente tem que respeitar o Corpo de Bombeiro, é uma instituição que tem um serviço prestado ao nosso estado muito bom, mas, acho que muita coisa tem que ter certa flexibilidade. Acabei de falar com a Federação de Futebol de Rondônia (isso foi quinta feira passada), que não quer aceitar o Alvará ou a liberação do Estádio João Saldanha conseguido hoje de manhã, porque a Lei diz que tem que ser oito (8) dias antes do jogo. O Regimento é flexível quando em um dos Parágrafos diz que os casos omissos podem ser resolvidos pela presidência da entidade.
Zk – E o Aluizão?
Rodnei Paes – Vamos fazer uma visita ainda hoje (quinta feira passada), juntamente com o Corpo de Bombeiros, já que atendemos as exigências que eles pediram, Reformamos arquibancadas, iluminação, colocamos grama no gol, vamos reformar os vestiários para que o Gênus possa mandar seus jogos lá.
Zk – O senhor reuniu com militantes de vários segmentos culturais na semana passada. Como foi a conversa?
Rodnei Paes – É muito importante essa aproximação e a gente tem se preocupado em reunir por segmentos. Naquela reunião vi pessoas desacreditadas com a falta de apoio. A gente não vem com promessa, não vamos dizer que vamos resolver tudo, mas dentro do possível, ajudar com a parte logística, parte técnica. Achei um absurdo uma pessoa dizer durante a reunião que a Secel tinha fechado as portas e que nem acessar o site, usar a estrutura da Superintendência para fazer um documento é mais possível.
Zk – E é?
Rodnei Paes – Claro! Isso aqui é do povo, não pode virar bagunça, todo mundo tem acesso à Secel hoje, você pode chegar aqui que vai encontrar a porta do gabinete aberta e eu procuro atender todo mundo, existe os atropelos, mas, todo mundo merece respeito. O pessoal da capital e do interior que faz cultura verdadeiramente pode contar com nosso apoio, nossa atenção.
Zk – Como está o calendário cultural do estado?
Rodnei Paes – Não existe esse calendário cultural, estamos aqui há quarenta dias e já estamos trabalhando juntamente com nossa equipe, para definirmos o Calendário Cultural. Quando for em janeiro de 2016 a pessoa vai chegar aqui e eu vou apresentar quais os eventos da área esportiva e cultural que serão apoiados financeiramente pela Secel. Vamos acabar com esse negócio dos prefeitos, grupos culturais e esportivos chegarem aqui pedindo com o pires na mão, implorando por apoio, esse é o nosso objetivo. Estamos nos organizando em 2015 para atendermos em 2016.
Zk – Flor do Maracujá?
Rodnei Paes – O Arraial Flor do Maracujá contará com o apoio do governo do estado via Secel que vai colocar toda a estrutura de arquibancada, som, iluminação e tendas. O governo só está impedido de repassar recursos financeiros para os grupos, mas vamos entrar na parceria com estrutura física.
Zk – Para encerrar, qual o orçamento da Secel para 2015?
Rodnei Paes – Temos algum remanejamento que já foram feitos de alguns recursos que foram retirados da Secel para atender outra demanda o que é normal no poder público. Temos em média R$ 6 a 7 Milhões para a Cultura que acho pouco, enquanto o Esporte tem R$ 13 Milhões.
Zk – Encerrando?
Rodnei Paes – Tô descobrindo agora o universo da cultura que é muito maior do que eu imaginava, por isso precisamos de um orçamento maior.
FOTOS DE ANA CÉLIA SANTOS
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