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Silvio Santos

Rondônia não explora o turismo e órgãos oficiais não estão nem aí para a EFMM


Lenha na Fogueira

Rondônia não explora o turismo e órgãos oficiais não estão nem aí para a EFMM - Gente de Opinião
 

Diante das discussões que estão acontecendo a respeito da preservação do que restou da Estrada de Ferro Madeira Mamoré onde audiências públicas aconteceram na Assembléia Legislativa de Rondônia por duas vezes nos últimos trinta dias, lembrei de um órgão do governo estadual que tem tudo a ver com o Patrimônio Histórico  e cujos dirigentes não estão nem aí para o que está acontecendo.

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Pelo menos nas duas audiências que aconteceram, nenhum dos seus diretores compareceram, pelo menos para dizer, “estamos aqui, nem que seja como ouvinte”.

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Estou me referindo a Superintendência Estadual de Turismo – SETUR que como a denominação recomenda, deveria se importar com tudo que se relaciona com o turismo histórico, como é o caso do que pode ser incentivado e desenvolvido com o acervo da EFMM.


Assista vídeo da Audiência Pública da ALE-RO que debateu a EFMM

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Aliás, A SETUR vive só de folhetearia, o que é uma prática usual por esse estilo de entidade, pois o turismo precisa ser divulgado de todas as maneiras possíveis, seja através de folhetearia, audiovisual, redes sociais, enfim, todo meio que servir para divulgar os ambientes que possam receber visitas.

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Em Rondônia, além da Madeira Mamoré que tem uma história fantástica e um acervo muito rico historicamente falando, temos também a Festa do Divino Espírito Santo no Vale do Guaporé;

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Temos as belezas dos nossos rios, lagos e igarapés além de algumas cachoeiras que ainda existem por aí como a Cachoeira Pequena em Guajará Mirim. Temos o turismo de aventura de Ouro Preto D’Oeste.

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Falta explorar o turismo de Pesca também no Vale do Guaporé, Lago Cuniã em São Carlos do Jamari e no próprio rio Jamari.
 

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No turismo de eventos temos o Arraial Flor do Maracujá, o Carnaval com os desfiles da Banda do Vai Quem Quer e das Escolas de Samba em Porto Velho. E o Duelo na Fronteira em Guajará Mirim.

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No turismo religioso temos a procissão de São Francisco e do Senhor Morto em Porto Velho além do Círio de Nazaré e a peça “O Homem de Nazaré” apresentada pelo grupo Êxodo na cidade cenográfica Jerusalém da Amazônia.

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Como perdemos as cachoeiras de Santo Antônio e do Teotônio que naturalmente recebiam visitas de turistas do mundo todo. Agora temos as Usinas do Madeira que bem podem ser exploradas turisticamente.

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Temos os Cemitérios da Candelária e dos Inocentes com suas tumbas centenárias e até o cemitério de Santo Antônio na área onde se encontra algumas sepulturas de moradores da antiga Vila de Santo Antônio a primeira sede da EFMM.

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Agora me diga aí, onde você já viu divulgação disso que destaquei acima? Nem mesmo nas famosas frases de sanitários, onde a turma costumas escrever versos de todos os tipos e estilos.

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Venha apreciar o Por do Sol do Rio Madeira em Porto Velho e aproveite para levar de presente um artesanato local.

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Visite a Galeria de Arte Afonso Ligório na Casa da Cultura Ivan Marrocos!

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Conheça a história das locomotivas da EFMM que estão sucateadas. Pois é, a sucata da Madeira Mamoré pode ser transformada em atração turística.

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Pra não dizer que a Setur realmente não se preocupa com nada, entraram só com o nome no Memorial Rondon e nada mais.

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Estão querendo montar o Museu da Imagem e do Som, mas, não equiparam a equipe responsável pelas entrevistas. Creiam, a pessoa responsável pelas gravações dos depoimentos, utilizam uma Câmera fotográfica que também FILMA cuja autonomia da bateria não chega há Uma Hora é tudo na base do amadorismo. É tudo na falta de respeito para com os pioneiros. Tá faltando dinamizar a administração da SETUR!
 


Gente de Opinião

Neiva Lúcia usa fita invisível para corrigir desgaste provocado pela ação do tempo nas coleções de jornais editados em Port

PALÁCIO DA MEMÓRIA

Museu começa digitalização de jornais, fotos, mapas e
documentos que revelam um século de história rondoniense

Caprichosamente, Neiva Lúcia Costa de Araújo faz o desdobramento de jornais antigos, “limpando-lhes” com fita invisível para a fase de digitalização. Na sala ampla onde funcionava a Casa Civil do Governo, ela percorre as páginas dos jornais Alto Madeira, A Tribuna, Estadão do Norte e O Guaporé, cujas coleções retratam um século da história rondoniense e hoje estão guardadas no Museu Palácio da Memória Rondoniense (Palácio Presidente Vargas), em Porto Velho.

“É a maquiagem das imperfeições”, ela comenta ao manusear um exemplar da edição de 13 de junho de 1967, de O Guaporé, que destaca, entre outros assuntos: “Misto vs Ferroviário num prélio sensacional”; programação diária da Rádio Caiari AM; e anúncios das empresas Jonasa, Casa Damour, Expresso Cuiabano e Consórcio Willys.

Há 48 horas, desde segunda-feira (11), ela e outros cinco especialistas trabalham intensamente nas dependências do Palácio Presidente Vargas na catalogação do acervo documental do recém-criado museu idealizado pelo governador Confúcio Moura. A parte da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), por exemplo, tem mais de cinco mil itens.

A paleontóloga Ednair Rodrigues, diretora do museu, previu hoje (12) a conclusão dos trabalhos para os próximos seis meses, com a participação direta da empresa Arquivar, de Belém (PA), contratada  pelo governo de Rondônia.

Em um século, o País viveu duas guerras mundiais e teve 36 presidentes da República, de Rodrigues Alves (1902) a Dilma Rousseff (2011) e viveu duas ditaduras (Getulio Vargas, em 1937 ; Humberto de Alencar Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista de Oliveira Figueiredo, entre 1964 e 1985). E Rondônia viveu ciclos desde a borracha, extrativismo mineral ao migratório e agrícola.

Plantas da cidade de Porto Velho datam do início do século passado. A digitalização de jornais obedece primeiramente aos encadernados e, na sequência virão exemplares avulsos.

O auxiliar de tecnologia da informação Luan Azevedo passou orientações técnicas a Dagmar Marcelino Júnior para concluir a digitalização do livro de visitas da EFMM a partir de 1993, após o tombamento da ferrovia pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) .

A maior parte das coleções, acervo fotográfico, livros e documentos estava guardada no Prédio do Relógio (ex-Fórum, ex-sede do Banco do Estado, ex-sede da EFMM), na Avenida 7 de Setembro).

“Esses documentos representam o patrimônio e a memória de um povo. Além de preservarmos obras tão raras e importantes, facilitaremos o acesso de todos à pesquisa de diversos materiais”, afirmou o superintendente estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer, Rodnei Paes.

Mapas, jornais, livros, cartas, documentos em geral, deixarão de ser anônimos e passarão a ser vistos brevemente na internet, notadamente no portal do governo.

PRESENÇA INDÍGENA

“Recebemos aqui visitantes de todas as faixas etárias, desde alunos de escolas a professores universitários e doutores”, informou Ednair.

O professor do Museu Goeldi (Belém), Denny Moore, graduado em antropologia e linguística, iniciou mais uma fase de estudos da sintaxe, fonologia, linguística diacrônica de povos indígenas em Rondônia. Há tempos ele pesquisa os povos Aruá, Gavião, Suruí, Zoró e Nheengatu. A língua desse último quase foi extinta, não fosse o trabalho de resgate.

“Prontamente, aceitamos o projeto do professor Moore, e nesse primeiro contato ele já nos ofereceu o auxílio de outros pesquisadores, com o mesmo objetivo”, comentou a diretora.

Embora o prédio exija readequações, o museu está aberto à visitação. O gabinete do governador permanece fechado, mas pode ser aberto quando alguém desejar conhecê-lo.

Na requalificação do Palácio Presidente Vargas, meta prevista pela administração do museu, serão incorporadas novas mobílias para dar conforto a visitantes.

 “Além de visitantes vindos de outras regiões e países, quem estiver passeando pelo Centro de Porto Velho poderá entrar no museu e se sentir à vontade para conhecer o acervo, ou simplesmente descansar”, prometeu Ednair.

Ao mesmo tempo, passada esta fase de digitalização, espera-se que seja cíclica a contribuição da sociedade, com a oferta de documentos e outros papéis até então desconhecidos.

“Há muito a percorrer”, comentou o professor de fotografia Augusto Gomes, especialista que lecionou 12 anos na Faro e na Uniron, faculdades locais. Segundo ele, 8 mil negativos já foram identificados.

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Arquivos serão digitalizados em seis meses
 

CONTROLE RÍGIDO

Natália Maria de Souza Chaves, estudante de história na Universidade Federal de Rondônia, lia na manhã de hoje (12) um exemplar do Alto Madeira de 1920. No alto da página, o jornal destacava a “viagem de curta demora” de Álvaro Paraguassu e família, “para Manaos”, desejando-lhe êxito, em nome de “grandes amigos e admiradores”.

A equipe do museu revê documentos, mapas e coleções de jornais e os conserva em caixas com papel alcalino (composto por fibras celulósicas e aditivos químicos que conferem a ele características especiais e necessárias para algumas aplicações).

Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Maicon Lemes
Secom - Governo de Rondônia

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