Domingo, 2 de dezembro de 2018 - 09h11
‘Cheguei em 1982 e todo mundo,
tinha um emprego no ex território federal de Rondônia e fui trabalhar, fazendo
assessoria de imprensa na prefeitura municipal de Jaru’
De repente,
o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia – SINJOR começa a aparecer nos
noticiários e principalmente nas mídias sociais com freqüência, coisa que há
muito tempo não acontecia. Tudo isso se deve, a eleição da jornalista
professora, Sara Xavier como presidente. Em menos de três meses, o SINJOR
voltou a ser um dos sindicatos mais fortes do estado de Rondônia.
“Isto aqui está tomando uma dimensão que não consigo mensurar sozinha”.
Conversamos
com a Sara quarta feira passada 28, na sede do Sindicato que fica numa sala do
estádio Aluizio Ferreira e quase não conseguimos gravar a entrevista, com tanto
colega querendo ser atendido pela presidente. wattsapp, celular, ao vivo a
mulher tinha que se virar nos trinta. “Ainda bem que o vice Cavalcante passa o dia
aqui e me ajuda muito a atender todo mundo”. E assim foi, que, contando
com a participação do fotógrafo Roni Carvalho, do agora vídeo maker e repórter Analton
Alves o Da Silva mais o fotógrafo Marquinhos Freire conseguimos a entrevista
que segue:
ENTREVISTA
Zk –
Quem é a Sara?
Sara
Xavier – Sou uma senhora que já tem o cartão de idosa para estacionar. Completei
60 anos no dia 12 de novembro. Nasci numa cidade chamada Campina da Lagoa no
Paraná, que fica perto de Cascavel e Foz do Iguaçu. Na verdade, nasci, cresci e
vivi naquele pequeno mundo e quando completei 18 anos, fui pra Londrina pra
fazer jornalismo.Me formei em 1981 e vim pra Rondônia.
Zk –
Por que Rondônia?
Sara
Xavier – Tiveram alguns fatores, um deles foi à onda do convite “Vem pra
Rondônia”! Quando estava terminando o curso de jornalismo, no 7º período, tinha
uma coisa chamada Projeto Rondon que era ligado ao Ministério do Interior e
nosso Campus era uma cidade chamada Limoeiro do Norte no Ceará, passei uns 40
dias lá, foi quando o Ministério despertou o interesse de alguns profissionais
a vir pro Novo Eldorado que era Rondônia, isso foi o fator preponderante pra
mim. O segundo fator preponderante, foi que eu tinha uma irmã que morava aqui.
Também, na região que eu vivia próximo a Foz do Iguaçu, o pessoal veio muito
pra cá, em especial para o sul.
Zk –
Quanto a emprego?
Sara
Xavier – Naquela época a oferta de emprego e o valor do salário era muito
interessante. Sou de uma família meio bandeirante, minha avó paterna era
carioca e meu avô mineiro, eles vêm pro norte do Paraná por conta do café,
depois voltam pro estado de São Paulo. A família da minha mãe vem de Minas
Gerais pra São Paulo e ela e meu pai se conhecem e então meu pai foi pro estado
do Paraná pra essa cidade pequena. Meu pai lia muito, uma das pessoas mais
cultas que já conheci, porém quem tinha o sangue de empreendedora era minha mãe.
Zk –
Você chega a Rondônia como jornalista e foi trabalhar com quem?
Sara
Xavier – Cheguei em 1982 e todo mundo, tinha um emprego no ex território
federal de Rondônia e fui trabalhar, fazendo assessoria de imprensa na
prefeitura municipal de Jaru. Lembro que tinha que vir até Porto Velho e
dependia de autorização de algumas pessoas, entre elas o Chiquilito Erse que
era quem autorizava os contratos; Naquele tempo se falava no Paraná, que
Rondônia era muito longe, já eu acho que não, aqui é o começo do mundo a gente
está mais perto do meio do mundo por ficar perto da linha do Equador. Tive experiência
tanto escrevendo para jornal impresso, como para TV e experiência no rádio,
porém meu ponto forte sempre foi a assessoria de imprensa, apesar de ter uma
paixão muito grande por rádio. Lembro que quando era criança, minha família que
é de origem presbiteriana, tinha as rádios na cidade de Campo Mourão e tinha os
programas da igreja e eu gostava muito de participar daquilo. Até hoje, (é uma
coisa que estou confessando pra você). Tive um colega chamado Sérgio Pontes um
jornalista do Ceará e ele gosta de esporte, e ele dizia: “O rádio é uma maravilha, é o
veículos mais rápido, quando chegar o fim do mundo, o rádio vai dizer, ‘chegou
o fim do mundo’ e só depois o mundo acaba”.
Zk –
Como surge a professora Sara?
Sara Xavier – Isso é uma coisa interessante, sempre achei a sala de aula como minha hora do recreio, era o intervalo que tinha na minha vida, tudo tem um peso muito grande, eu preparava minha aula e ia pra sala de aula e era uma delícia, aprendia muito mais com cada aluno, com cada turma. Lecionei na Uniron e na Faro.
‘Pra mim o jornalista é uma das pessoas mais importantes que existe, você não vive sem o jornalista, você passa anos sem ir ao médico, sem nunca precisar de um engenheiro, sem precisar de um advogado mas, o jornalista você precisa todo dia’
Zk –
Vamos dar um salto no tempo, para falar da Sara Xavier agora presidente do
Sindicato dos Jornalistas de Rondônia – SINJOR?
Sara
Xavier – Isso é um mistério, nem eu entendo como cheguei aqui, ainda hoje
estava refletindo: Nessa mesma época o ano passado não passava pela minha
cabeça estar no SINJOR. Em 2011 me aposentei e estava pesando 140 quilos, tinha
dificuldade de atravessar a rua, eu esperava a morte com 52 anos, então me
afastei, comecei a fazer um tratamento de saúde e começo melhorar minha
condição física, nesse período passei a ler muito e fazer todas as coisas que
gostava, aposentado não tem hora pra nada, é você que faz sua hora e isso é
muito prazeroso. Em 2016, encontrei muitos ex alunos e eles falavam: “professora
ta tão difícil a profissão”; faziam algumas conjecturas, algumas
reclamações e um dia peguei meu diploma que estava guardado e chorei em cima
dele: Meu Deus, será que fui mentirosa em sala de aula, sempre acreditei nessa
profissão, ela garantiu a renda na minha mesa, depois que me casei o
complemento da renda o pão de cada dia, nunca tive nenhum problema. Meu Deus,
será que parei muito cedo?
Zk – E
a resposta?
Sara
Xavier – Quando foi na semana do Natal do ano passado, encontrei uma pessoa no
super mercado que me disse: “Você vai ser a próxima presidente do
SINJOR”, respondi: Tenho o maior respeito pelo que você está me
dizendo, mais isso é uma coisa impossível, estou aposentada e não tenho a menor
vontade de ter um horário a cumprir, não tenho a menor vontade de me manifestar
publicamente em nome de uma categoria. Essa pessoa voltou a falar algumas vezes
comigo, outros colegas entraram em contato. No mês de abril deste ano, fizeram
uma reunião no SINJOR e me convidaram e eles disseram: é pra você aceitar a
concorrer a presidência do Sindicato, respondi: Não estou louca, não vou fazer
isso.
Zk –
Então?
Sara
Xavier – À noite, sentei com minha filha e meu marido, e disse, que havia
recebido uma intimação pra ir la no Sindicato e aceitar ser cabeça de chapa
para ser presidente. Eu não quero, pela vez deles também não queriam, gosto de
cozinhar, fazer uma comidinha diferente essas coisas. Falei, vou a reunião
amanhã, só que vocês vão me dar sustentação. Vou dizer que não quero e vocês
vão dizer que também não querem. Eles concordaram! Me acordei, três e meia da
manhã, com uma dor num dente que havia tratado há três meses uma coisa sem
explicação, naquele momento, o único nome que veio a minha cabeça foi o do
Marcelinho Freire liguei pra ele e pedi, que ele avisasse o pessoal que não tinha
como ir a reunião. Resultado: perdi o dente e então marcaram outra reunião e
mais outras e sempre me preparava pra dizer não. Aí comecei a pensar, será que
é a forma que tenho de ajudar os meus colegas, será que é um sinalizador.
Zk –
Finalmente?
Sara
Xavier – Quer saber de uma coisa, vou levar minha filha comigo e ela vai me
ajudar a dizer esse não. Pedi licença aos diretores para ela participar da
reunião e eles concordaram, ela saiu da sala ligou pro pai e ao voltar, bateu
no meu ombro e disse: “Mamãe, por mim e pelo papai a senhora está
liberada para participar”. Mesmo assim disse: vou pra casa pensar se
aceito ou não. Em casa chegamos a um denominador comum e concordei a tocar o
Sindicato até onde der. Me candidatei e fui eleita e estou aqui pedindo a Deus
graça e sabedoria pra poder fazer.
Zk –
Sabemos que a maioria dos jornalistas estavam afastados do Sindicato e com a
sua eleição, praticamente todos estão voltando e se regularizando. Como você
recebe esse apoio?
Sara
Xavier – Recebo como uma gratidão muito grande, primeiro, porque me sinto muito
pequena para uma tarefa tão grande, porque pra mim o jornalista é uma das
pessoas mais importantes que existe, você não vive sem o jornalista, você passa
anos sem ir ao médico, sem nunca precisar de um engenheiro, sem precisar de um
advogado mas, o jornalista você precisa todo dia. Participei de um evento no
Mistério Público e o Procurador Samuel Alvarenga nos cumprimentar dizendo: “Vocês
são os encarregados de contar a verdade para a sociedade”. É um peso
muito grande.
Zk –
Para encerrar. Como está o SINJOR hoje?
Sara Xavier – Está
tomando uma dimensão que não consigo mensurar, a toda hora chamo um diretor, um
colaborador, para me ajudar, não consigo mensurar sozinha. Esses dias, o
presidente da Fecomércio com o diretor do SENAC fizeram questão de tomar o café
da manhã com a gente e sentaram a mesa de reunião, os jornalistas correm aqui.
Recebemos visitas de autoridades praticamente todos os dias. Os colegas do
interior estão se regularizando, é um negócio impressionante. Essa classe é
muito grande e poderosa. Me sinto pequena para essa representatividade toda. A
confiança que os colegas depositaram em mim não tem preço.
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