Sábado, 21 de junho de 2014 - 05h22
Por Silvio M. Santos
Ontem 20, foi entregue a população do estado de Rondônia e em especial a de Porto Velho, o teatro Guaporé que muitos estão chamando de “teatrinho”, uma vez que faz parte da estrutura do Palácio das Artes Rondônia cuja sala principal quando pronta, vai abrigar aproximadamente mil espectadores. O espetáculo teatral “A Falecida” de Nelson Rodrigues, estrelada pela Lucélia Santos entra para a história como a primeira a ser encenada no Teatro Guaporé.
A entrega de parte da obra do Teatro faz com que Porto Velho, deixe de ser a única capital de um estado brasileiro sem teatro.
A denominação do espaço é homenagem ao primeiro nome do Território Federal do Guaporé, criado pelo presidente da república Getúlio Vargas no dia 13 de setembro de 1943, e que em 1956 passou a Território Federal de Rondônia. Até a decisão de se colocar as denominações Guaporé e Rondônia nas duas salas, pessoas da sociedade de Porto Velho e até de municípios do interior do estado, sugeriram nomes como o de Labibe Bártolo considerada primeira atriz a atuar em Porto Velho, no tempo de Cine Teatro Fenix e Clube Internacional que faleceu aos 104 anos de idade em 2012, além do ator Jango (também falecido), um dos mais ferrenhos militantes pela causa do teatro na década 1980 e do jornalista Sergio Valente colunista social dos mais conceituados, todos merecedores, porém, o governador Confúcio Moura foi ungido de luz superior ao optar pelos nomes Guaporé e Rondônia.
Apesar do tempo de espera, nós rondonienses e rondonianos, nos orgulhamos de tão bonito monumento arquitetônico cultural que mesmo ainda não estando funcionando em sua plenitude, coloca Rondônia no circuito dos grandes espetáculos brasileiros.
Lenha na Fogueira
Nem Labibe, nem Jango nem Sergio Valente. O governo de Rondônia acertadamente colocou o nome do teatro de Palácio das Artes Rondônia.
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Acertou mais ainda ao colocar o nome Guaporé no que estão chamando de Teatrinho, que é o anexo do Teatrão.
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Foi uma decisão mais que acertada, pois não se desgastou com o segmento teatro. Os mais antigos sugeriram o nome da dona Labibe Bártolo e os de meia idade, o nome do Jango enquanto os jornalistas, gostariam que fosse Sergio Valente.
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Nada contra nenhum dos citados acima. Dona Labibe é considerada a primeira atriz a atuar numa companhia de Porto Velho. Isso no início da década de 1920 quando juntamente com seu esposo o Palhaço “Carola”, fazia parte do elenco da Cia do Teatro Fenix que funcionava na rua da Palha onde hoje é a Natanael de Albuquerque.
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Quando os donos do Cine resolveram ir embora de Porto Velho, pensaram em doar o Cinema a Dona Labibe, não deu certo, mesmo assim, ela não parou de se apresentar e sempre que alguma solenidade importante acontecia no Clube Internacional ela era convidada, fosse par declamar poemas, ou encarnando algum personagem teatral. Seria um nome digno de constar na placa de inauguração do Teatro de Rondônia.
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Jango filho do saudoso Uirassu Rodrigues um baluarte da educação e cultura em nossa cidade, por influencia do seu pai, se transformou num ferrenho defensor das causas relativas à construção de espaços para encenação de peças teatrais em Porto Velho. Jango era excelente ator e diretor de teatro, faleceu em Goiânia. Também seria um nome digno de constar na placa de inauguração.
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Sergio Valente, para muitos, não seria um nome adequado para o teatro por se tratar de um jornalista especializado no colunismo social. Poucos se lembram que ele era também um excelente ator dublador, principalmente do cantor Roberto Carlos. Ele não era cover do Roberto Carlos era dublador e chegou a se apresentar inclusive no Cine Teatro Resk como tal. Seria também um ótimo nome para constar da placa de inauguração do nosso teatro.
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Acontece que diante de tantos disse-me-disse, tanta disputa pelas “Brasas”, cada um querendo mais fogo em baixo de sua sardinha, o governador Confúcio Moura num lance de “Salomão”.
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Teve a feliz idéia de sugerir o nome de Palácio das Artes Rondônia – E mais, ainda disse com aquela paciência vocal que lhe é peculiar. “Coloca Guaporé no teatro pequeno”.
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Não sei se foi de caso pensado, porém, posso garantir que não poderia ter melhor opção. Guaporé foi o nome primeiro das terras que hoje fazem parte do estado de Rondônia. Território Federal do Guaporé. Em 1956 passou a ser denominado de Território Federal de Rondônia. Eis a felicidade no acerto de Confúcio. Uma sala do Palácio das Artes vai se chamar Rondônia e a outra Guaporé.
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Se os amigos leitores prestarem atenção no que escrevo, vão concordar que o Zekatraca nesse quase 20 anos da construção do teatro, pouquíssimas vezes falou ou escreveu sobre o assunto.
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Até porque a gente sabia que um dia a obra terminaria. Muitos governadores passaram e cada um, deu sua parcela de contribuição para que hoje o governador Confúcio Moura descerrasse a placa de inauguração. Ta certo que não será a placa do Palácio das Artes, mas, a do Teatro Guaporé que faz parte do complexo.
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Estamos sim orgulhosos, apesar de muito esperar, de podermos contar com um teatro digno de grandes espetáculos. Merda pra Rondônia!
Marcelo Peroni elogia estrutura do teatro
Marcelo Peroni produtor da peça A Falecida, conversou com a reportagem do Diário da Amazônia na manhã de ontem 20, em frente ao teatro Guaporé e confessou da satisfação de participar da inauguração de um teatro. “A gente fica feliz, porque no Brasil o que se vê, são salas de teatro fechando, para nós da produção é muito bom”. Disse o produtor, que a atriz Lucélia Santos quando soube ainda no inicio do ano, que a Ministra da Cultura Marta Suplicy havia consultado a produção do espetáculo sobre a possibilidadede uma temporada em Porto Velho, ficou muito feliz. “A Lucélia já participou de outras inaugurações em outros lugares, mas, aqui é uma inauguração especial, porque se trata de uma capital que não tinha um teatro”.
Marcelo Peroni elogiou a estrutura da sala Guaporé que foi entregue a população na noite de ontem: “É um teatro muito bom, toda parte técnica foi bem montada, mesmo tendo apenas 237 lugares o que pode parecer um teatro pequeno, tem condições de abrigar qualquer tipo de espetáculo profissional”.
A Falecida, conta com um elenco de 10 atores tendo no papel principal a atriz Lucélia Santos e os atores Eduardo Silva e Walter Breda além dos componentes da Cia Paulista de Artes. A direção é do Marco Antônio Braz, e a produção da Círculo de Teatro Produções que é do estado de São Paulo. Na verdade, esse Projeto foi produzido originalmente pelo SESI de São Paulo em 2012, quando estávamos comemorando o centenário de Nelson Rodrigues. Em tempo de Copa do Mundo no Brasil pensamos que poderíamos aliar este momento, trazendo um espetáculo daquele que consideramos o grande dramaturgo brasileiro, também com a temática futebol que é Nelson Rodrigues, vocês vão poder ver, que o espetáculo tem como cenário um campo de futebol, os atores vestidos como se fossem jogadores de futebol. “Apesar do Projeto ter sido elaborado para circular nas capitais sedes dos jogos da Copa, ao recebermos o convite da Ministra negociamos com os patrocinadores, Petrobras e Caixa e eles permitiram que a gente incluísse Rondônia por conta dessa situação especial. A inauguração de um espaço novo, é muito importante para todos que militam no segmento teatro” finalizou Marcelo.
A Falecida será apresentada hoje 21 e amanhã 22, no Teatro Guaporé com entrada pela rua José Camacho, as 20h00. As senhas (gratuitas), começam a ser distribuídas uma hora antes do inicio do espetáculo.
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