Domingo, 24 de julho de 2016 - 07h16
Na próxima quarta feira dia 27, começa em Porto Velho, a 35ª Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás – Arraial Flor do Maracujá, com a participação de 39 grupos folclóricos: 4 quadrilhas do grupo de acesso; 9 quadrilha mirim; 14 quadrilha adulta; 4 boi bumba mirim e 8 boi bumba adulto.
A abertura oficial está marcada para acontecer as 20h00 na Cidade da Cultura no Parque dos Tanques à rua Lauro Sodré sob a coordenação da Federação de Grupos Folclóricos do Estado de Rondônia – Federon e apoio do governo estadual, prefeitura de Porto Velho e Assembléia Legislativa.
“Alertamos a população que o acesso ao Arraial será franco, ou seja, não haverá cobrança de ingresso”, confirma o presidente da entidade Aluizio Batista Guedes prosseguindo, o que vai acontecer, é que, para aqueles que quiserem assistir as apresentações dos grupos folclóricos, melhor acomodados, criamos o ‘'Camarote Vip’ que são mesas e cadeiras colocadas à beira da arena de dança e vamos cobrar o valor de R$ 10 por pessoa, assim como cobraremos o mesmo valor, aos que preferirem assistir do Camarote normal. Lembrando ainda, que não cobraremos nenhum valor para quem quiser assistir das arquibancadas.
Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás
Os festivais folclóricos em Porto Velho acontecem há muitos anos, por exemplo, na década de sessenta o evento acontecia na avenida Sete de Setembro promovido pelo empresário da comunicação Fuad Nagib proprietário do serviço de Alto Falante “A Voz da Cidade”. Fuad contava com o apoio do radialista Humberto Amorim entre outros. Esse festival folclórico reunia apenas grupos de Bois Bumbas, entre eles o Corre Campo (que existe até hoje), Flor do Campo, Pai do Campo, Rei do Campo, Malhadinho, Boi Garantido, Boi Fortaleza, Brilhamante e outros menos votados. Um dos últimos festivais folclóricos promovidos pela “A Voz da Cidade” aconteceu no estádio Aluizio Ferreira.
Em virtude das famosas brigas, a brincadeira foi “proibida” em Porto Velho. Durante a década de 1970 o único grupo que permaneceu brincando e assim mesmo, sem sair do seu curral de ensaio, foi o Malhadinho que era dirigido pelo Amo Lourenço e se apresentava no curral montado na rua Joaquim Nabuco com a Princesa Isabel no bairro Tucumanzal.
Surge a Mostra de
Quadrilhas e Bois Bumbas
Em 1982 com a transformação do Território Federal de Rondônia em Estado, o governador Jorge Teixeira cria a Secretaria de Cultura – Secet e nomeia o ex padre Vitor Hugo como secretário que convida a participar da equipe a professora Yedda Bozarcov, José Monteiro, Gutemberg, Flávio Carneiro, Isaías, Hilda e João Zoghbi entre outros funcionários estaduais e federais.
Essa equipe tem a idéia de resgatar a brincadeira de Boi Bumbá e Quadrilha e então cria a “Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbas” cuja primeira edição aconteceu na quadra do colégio Rio Branco em junho do ano 1982.
O Arraial Flor do Maracujá
Durante a realização da 1ª Mostra na quadra do colégio Rio Branco, os organizadores viram que muitos ambulantes montaram seus carrinhos e barracas de venda de guloseimas, nas ruas do entorno da quadra de esportes. Diante dessa observação, para a realização da 2ª Mostra, caíram em campo na busca de um local adequado para abrigar tanto a Mostra Folclórica como as barracas dos ambulantes.
Arraial dos Funcionários da Secet
A professora Nazaré Silva que passou a fazer parte da equipe da Secretaria de Cultura foi eleita também, presidente da Associação dos Funcionários da Secet e entre tantas atividades, criou o Arraial da Associação e escolheu o espaço ao lado do Ginásio Claudio Coutinho (onde hoje é o Complexo Esportivo Deroche Pequeno Franco) para montar o arraial.
A sonorização foi fornecida pelo radialista Miguel Silva esposo da professora Nazaré e os locutores o Volney Alonso, Jaiminho, José Monteiro e o próprio Miguel Silva. O professor Antônio Roque (contador de causos) foi o responsável pela recreação como a brincadeira de subir no “pau de sebo”.
Surge o Flor do Maracujá
Zekatraca(D) e Silvinho(E) homenageando a professora Nazaré (C)
Com a idéia de transformar a Mostra de Quadrilha e Bois Bumbás em arraial, a equipe que agora contava com a participação da professora Nazaré Silva e como a Secet (até hoje) não tinha recursos, José Monteiro e Nazaré solicitaram ao Secretário autorização para procurarem patrocínio de empresas privadas no que foram atendidos. O secretário adjunto Isaias perguntou como seria o nome do Arraial e a equipe não soube responder.
Flávio Carneiro e José Monteiro caíram em campo pesquisando e souberam que na década de 1950 até meados de 1960, existiu uma quadrilha no bairro Triângulo cujo nome era “Flor do Maracujá” porque as meninas que dançavam enfeitavam os cabelos com a Flor de Maracujá tiradas dos maracujazeiros que floravam na cerca da residência do incentivador da brincadeira ferroviário Joventino. Após conheceram o porque do nome da quadrilha do Triângulo, ao retornarem à Secretaria, reuniram toda a equipe e apresentaram o nome “Arraial Flor do Maracujá” que foi aprovado por unanimidade. “A professora Hilda também participou da pesquisa”, lembra João Zoghbi.
Assim chegamos a conclusão que o nome “Arraial Flor do Maracujá” foi dado a Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás graças a pesquisa de Flávio Carneiro, José Monteiro e Hilda.
É claro que a professora Nazaré Silva foi muito importante para que o Arraial acontecesse naquele ano de 1983.
A influência da professora Nazaré foi tão importante que ela foi nomeada e atuou como coordenadora da festa, entre os anos de 1984 a 1989. Depois já nos anos 2000 voltou à coordenação.
O que queremos deixar claro, é que o Arraial Flor do Maracujá que a partir do ano de 1983 passou a acontecer paralelo à Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás, foi criado pela equipe da Secet que contava com Flávio Carneiro, José Monteiro, Professora Hilda, João Zoghbi, Professor Gutembergue, Professor Isaias e também com a Professora Nazaré Figueiredo Silva. Essa é a verdadeira história!
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