Sábado, 6 de novembro de 2010 - 05h38
Por Silvio M. Santos
A partir desta edição, em todas as edições do Diário de sábado e domingo, vamos publicar em capítulos o livro, “História do Carnaval em Porto Velho”, que escrevemos e está prontinho da silva, esperando apenas patrocínio ou apoio cultural para ser impresso.
Sem a pretensão de sermos considerado historiador, até porque, o que passamos a publicar não pode ser considerado como “pesquisa científica”, artigo ou outro termo usado para classificar estudos desenvolvidos por pesquisadores graduados. O que vamos apresentar, é nossa vivência no meio carnavalesco de Porto Velho, como um dos fundadores das Escolas de Samba “Os Pobres do Caiari” e “Mocidade Independente do KM-1”, da “Banda do Vai Quem Quer”, “Bloco do Purgatório” e tantos outros de menor influencia em nosso carnaval. Principalmente o carnaval de rua.
Aqui o leitor vai ficar conhecendo como acontecia o carnaval de Rua em Porto Velho da década de 1920 até os dias atuais. Passamos também pelas primeiras composições musicais de compositores radicados em nossa cidade, precisamente no naipe musical do Samba e Marchinhas tradicionais.
Dos Corsos, aos blocos dos clubes sociais, das escolas de samba aos blocos de trio elétrico da atualidade.
Fatos pitorescos dos bastidores do nosso carnaval e muitas outras histórias.
Acompanhe o primeiro capítulo do livro de Silvio M. Santos, “História do Carnaval em Porto Velho”
CAPÍTULO 1º
Desfile dos corsos
Os desfiles de blocos e cordões carnavalescos, pelas ruas de Porto Velho, acontecem desde a década de 1920, segundo dona Labibe Bártolo e o historiador Capitão Esron Menezes – CEM.
Na época do Clube Internacional, da Rua da Palha, do Beco do Mijo, no tempo que a Mãe de Santo Esperança Rita montou o "Batuque de Santa Bárbara" no Mocambo. No tempo da Casa Três que ficava justamente onde hoje é a Rua Rogério Weber entre Os Correios e a Praça dos Engraxates; da Casa Seis onde hoje está a Capitania dos Portos na Rua Henrique Dias, da Pensão Guaporé onde hoje é o prédio do Sated em frente ao Ferroviário pela Avenida Sete de Setembro. No tempo do Paraíso que ficava na Avenida Farquar ali onde hoje é o prédio da Embratel e da Pensão do Napoleão que se fosse hoje, seria ali no canto da Rogério Weber com o Henrique Dias. No tempo do Hotel Brasil que ficava no terreno onde hoje funciona o Centro de Formação da Prefeitura Municipal (Teatro Banzeiro). No tempo que o Ypiranga era num casarão de madeira e sua frente ficava para a Farquar e os fundos, para a Rua Euclides da Cunha e no mesmo casarão funcionava a Rádio Difusora do Guaporé.
Bom! O que queremos dizer, é que o carnaval de Rua de Porto Velho já existia e, como a cidade acabava onde hoje é a Praça Jonathas Pedrosa (que nasceu Praça Amazonas), os foliões e seus blocos só iam até ali e voltavam, na maioria das vezes dobravam na José de Alencar rumo a D. Pedro II e desciam a Presidente Dutra até a Praça Rondon. Segundo Esron Menezes: Em determinado carnaval, os jovens da sua turma, resolveram criar o "Bloco da Cobra" para perturbar os "categas" que freqüentavam o Clube Internacional cujo prédio de madeira era onde hoje está o Ferroviário Atlético Clube. A alegoria foi feita de flande, "acontece que não conseguimos entrar no clube e ficamos carregando a cobra pela Sete de Setembro e escolhemos como local de descanso, a frente do Cine Brasil que já existia". Essa é a prova mais contundente, de que os desfiles dos blocos e cordões de Porto Velho primeiramente aconteceram na Avenida Sete de Setembro. Na realidade, até a década de quarenta, o que mais predominava pelas ruas de Porto Velho durante os três dias de carnaval, eram os desfiles dos chamados Corsos, que consistia em foliões fantasiados em carros de passeios e até caminhões que ficavam desfilando para o público que se colocava ao longo da avenida, onde os Corsos desfilavam.
Isso durou até os blocos dos clubes sociais tomarem conta da avenida.
Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com
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