Quarta-feira, 1 de setembro de 2010 - 06h04
FEST CINEAMAZONIA
O problema enfrentado pelos moradores de Nazaré é quanto ao escoamento de seus produtos
O barco motor N.S. Aparecida II ancorou no porto de Nazaré do Rio Madeira antes das 9h00 do dia 24 de agosto de 2010, isso após enfrentar a nuvem de fumava que transformava o rio Madeira quase que inviável para a navegação, porém, graças às habilidades do Comandante Ribeiro e do prático Raimundo Lima conseguimos fazer o trecho entre São Carlos e Nazaré em Três Horas e Meia. O café foi servido antes das oito horas e por isso, desembarcamos assim que o comandante Ribeiro concluiu a atracação. A referência (pelo menos a que tínhamos) era o Tim Maia um dos responsáveis pela criação do famoso grupo musical “Minhas Raízes”. Então subimos o barranco, atravessamos a passarela de aproximadamente um quilômetro de extensão, em busca da residência do Tim. Ao chegarmos fomos saudados com carinho pelo músico que logo nos levou até os fundos da casa onde em um “barracão” seu filho Tálison estava envernizando um instrumento de percussão “Carron” feito em Cedro Preto colhido por seu pai no Rio Madeira. “São troncos que a erosão derruba e o rio transporta até nossa ‘porta” explicou Tim Maia. Marcamos uma entrevista para a tarde daquela terça feira, o que não foi possível, porque Tim Maia iria pescar.
Já à noite com a estrutura do Fest Cineamazônia montada em frente à igreja, Jurandir chamou para fazer parte da abertura dos trabalhos, o administrador da localidade Pedrão, Tim Maia os meninos e meninas do Grupo Minhas Raízes presentes e o Silvio Santos, após os discursos de praxe, os filmes começaram a ser exibidos e enquanto os personagens do “cinema” provocavam gargalhadas nos espectadores que eram muitos, procuramos ouvir alguns ícones da culta de Nazaré como foi o caso do contador de histórias e comediante Anauá que nos falou sobre o grupo de teatro “Nas Toras”.
Nas Toras no linguajar beradeiro, é o mesmo que “Na Marra”, só que no caso do grupo de teatro de Nazaré, “Nas Toras” quer dizer na base do improviso. “Os integrantes do nosso grupo têm na mente apenas a história que vai desenvolver durante o espetáculo. Por exemplo: o ator que vai fazer o “Curupira” entre em cena sem ter ensaiado nada e na frente da platéia ele tem que se virar para “fazer” o que o Curupira faz”, explica Nauá informando que conseguiu espaço no Teatro Banzeiros de Porto Velho para duas apresentações num final de semana ainda a ser marcado.
Como disse, Nazaré respira cultura, mas, não vive apenas das músicas dos Meninos de Nazaré e nem apenas das apresentações do grupo “Nas Toras”. O Distrito também é famoso pelo Festival de Melancia que acontece todos os anos. Além disso, a produção agrícola é muito boa graças ao solo fértil.
O grande problema enfrentado pelos moradores de Nazaré é quanto ao escoamento de seus produtos.
Escoando pela Estrada Parque
Durante nossas andanças pelo Distrito de Nazaré fizemos uma paradinha no Posto de Saúde onde encontramos nosso amigo Neto que nos apresentou o senhor Emídio Ferreira Alves de Oliveira. Papo vai, papo vem, perguntei ao seu Emidio qual o grande problema de Nazaré e ele prontamente respondeu que era o meio para o agricultor escoar seus produtos. “Para você fazer idéia, este ano cobraram R$ 1 de frete por Melancia que saia daqui pra Manaus e Porto Velho, é muito caro, um lavrador que embarcar 5 mil melancias tinha que desembolsar R$ 5 Mil se quisesse que seu produto chegasse à capital do Amazonas ou a capital de Rondônia. Emidio lamentou o problema e apontou a solução:
“Se o governo estadual ou até mesmo a prefeitura quiser facilitar a vida de todos nós agricultores de Nazaré, São Carlos e outras localidades vizinhas, é só abrir uma Estrada Parque de Nazaré até a BR 319 que liga Rondônia ao Amazonas.
O que é Estrada Parque, perguntamos e ele nos explicou: Esse projeto de Estrada Parque já existe no governo federal. É quando uma comunidade fica dentro de uma reserva ambiental como é o caso de Nazaré, então o órgão responsável pelo meio ambiente autoriza a abertura de uma estrada dentro da reserva e então coloca um segurança nas duas extremidades da estrada. Só entra quem tiver a autorização do órgão ambiental, assim como só sai quem também tiver a autorização. O segurança da porteira de entrada avisa o segurança da porteira de saída que o seu fulano de tal com o CPF tal, dirigindo o veículo placa tal, está se dirigindo para a localidade com a finalidade de buscar, vamos dizer, uma carga de melancia que será levada para Porto Velho. Essa é a idéia do seu Emidio que alerta, com essa estrada aberta e no caso de Nazaré vai ocupar menos de dez quilômetros em linha reta da reserva, Nazaré vai se transformar num celeiro agrícola de Rondônia.
Sentimos nas explicações do seu Emidio que Nazaré não é apenas a cidade cultural, mas, da agricultura do milho, do arroz, da melancia da mandioca e do pescado. Que venha a Estrada Parque que segundo Emidio terá aproximadamente 15 quilômetros de Nazaré à BR 319 (Porto Velho/Manaus) e salve Nazaré”!
A comunidade de Nazaré, assim como São Carlos e Cuniã, está localizada na margem esquerda de quem navega o rio Madeira de Porto Velho (RO) para Humaitá (AM), estando a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho rio Madeira abaixo (jusante). Pode ser acessada em aproximadamente 7 horas de viagem por meio de barcos comerciais (barcos típicos da região Norte) ou 4 horas de voadeira (lancha com motor de 40HP).
Assim como as demais comunidades do Madeira, Nazaré é formada por descendentes de seringueiros nordestinos e de índios que ocupavam a região. A comunidade é hoje sede do Distrito de Porto Velho, contando com um administrador local indicado pelo Prefeito, responsável pela gestão pública de Nazaré e das outras comunidades que pertencem ao Distrito.
A comunidade conta com geração e distribuição pública de energia durante todo o dia, sendo que grande parte das casas possuem televisão com recepção via antena parabólica, rádios, DVDs e algumas famílias possuem computadores.
Em Nazaré, surgiu no ano de 2006, por iniciativa de um educador da comunidade, o grupo musical Minhas Raízes, que desenvolve um trabalho de valorização da cultura local. O grupo é formado por adolescentes com aptidão musical que cantam músicas compostas pelos próprios integrantes e tocam instrumentos musicais, estes de produção própria, feitos com matérias da floresta.
Não sou muito de me meter em política, porém, ao assistir os programas dos partidos, vinculados nos meios de comunicação, ainda não tive a oportunidade de ouvir, ver ou ler os candidatos a governador, pelo menos, se referirem lá pelas entre linhas, sobre suas plataformas para o seguimento da cultura e arte.
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Isso nos preocupa, porque o setor cultural é o mais carentes de ação em nosso estado.
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É preciso que a cultura seja incluída como programa de governo e não como programa do governador de plantão.
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Essa falta de responsabilidade ficou clara este ano, quando da realização do Arraial Flor do Maracujá.
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Um evento que completou 29 anos sendo realizado, não consta do orçamento do governo, ou seja, não é tratado como programa de governo.
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Cada governador que assume ou que está no palácio, é quem diz quanto vai investir no Arraial e o resultado, foi que, em conseqüência dessa falta de compromisso para com nossa cultura, os grupos folclóricos sofreram e estão sofrendo para sanar seus compromisso financeiros, que foram assumidos para promover o nome do governo estadual.
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Aliás, apesar de se divulgar que o orçamento da Secel para 2010 ultrapassa R$ 10 Milhões, há de se convir que esse montante é dividido entre a Cultura o Esporte e o Lazer.
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O que quer dizer, que se a partilha fosse em partes iguais não chegaria a R$ 3,5 Milhões para cada um.
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E assim nossa cultura vai ficando à míngua.
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O estado não tem nenhuma ação cultural de grande vulto, há não ser o Flor do Maracujá que é muito pouco para uma unidade que conta com 52 municípios.
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O que vemos são os candidatos dizendo que vão investir em Segurança, Educação e Saúde.
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Cultura e esporte ninguém fala.
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O grupo que está atualmente no governo, acha que investir em segurança é construir presídio.
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E então se deixa levar pela conversa do governo federal e transforma Rondônia em abrigo dos mais perigosos marginais brasileiros, ao concordar com a construção dos presídios de segurança máxima.
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E ainda vai pra televisão se gabar do “grande” feito: “Conseguimos junto ao governo federal a construção de mais um presídio de segurança máxima”.
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Segurança é investir em cultura, dando condições aos jovens a produzirem peças teatrais, música, artesanato, dança.
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Segurança é investir no ensino técnico onde o jovem vai aprender uma profissão digna.
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Segurança é investir na valorização do professor e todos os técnicos em educação.
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Segurança é investir na saúde preventiva.
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Segurança é valorizar o ser humano dando-lhes condições de uma vida melhor.
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Segurança é investir na geração de emprego e renda.
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Segurança é respeitar nosso patrimônio material e imaterial.
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Segurança é investir maciçamente na cultura.
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Semana passada, passei visitando os distritos existentes no baixo Madeira.
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São Carlos, Nazaré e Calama.
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Constatei que nessas localidades não existe nenhuma ação cultural sendo desenvolvida pelo governo estadual ou governo municipal.
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A juventude residente nessas localidades está entregue a própria sorte.
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Sorte que vimos em Nazaré à única localidade onde a Cultura é prioridade.
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Prioridade dos seus habitantes porque o apoio recebido dos governos é mínimo.
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Os Meninos de Nazaré estão produzindo seus bio-instrumentos, embaixo de um barraco cuja medida no máximo chega a 4 X 3 é um barraquinho de nada!
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Aí o conforto vem através dos convites para eles se apresentarem em Porto Velho, em Brasília e outras cidades.
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Além de Nazaré o que estão fazendo em prol do desenvolvimento cultural de São Carlos, Calama, Cuniã, Terra Caída, Boa Hora, Cujubim Grande, Aliança e todas as localidade do baixo Madeira?
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Ao longo da BR 364 o negócio melhora um pouco, graças à ação de alguns prefeitos como é o caso de Ariquemes, Ji Paraná onde realmente existem ações culturais, tímidas, mas, existem.
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É por isso que venho questionando nessa coluna, sobre os projetos culturais dos candidatos ao governo de Rondônia.
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Cultura tem que ser Projeto de Governo e não de governador.
Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com
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