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Gente de Opinião

Silvio Santos

Zekatraca - Lenha na Fogueira 03/07


Acabou o que era doce para a maioria e amargo para alguns.

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Acho que a citação deve ser ao contrário.

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Acabou o que foi amargo para muitos e doce para alguns.

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Depois da divulgação das notas dadas pelos jurados dos grupos de quadrilha na tarde de domingo, os folcloristas, em especial os que trabalham a dança da quadrilha, devem repensar seus conceitos.

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A discussão é bastante complexa.

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Temos que apoiar o estilo apresentado pelos grupos Rádio Farol, Girassol das Três Marias. Cabuletê, Arrasta-Pé-de-Rondônia e Juabp?

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Ou as chamadas tradicionais,. Rosa de Ouro, Rosa Divina, A Roça é Nossa e Matutos do Triângulo?

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A classificação da Rádio Farol em sexto lugar pegou todo mundo com a "calça na mão".

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Nem mesmo os adversários da quadrilha do Severino esperavam tal colocação.

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Após a apresentação da Rádio Farol na noite de sexta-feira, todo mundo, mas todo mundo mesmo saiu do Flor do Maracujá convicto de que seria difícil a Quadrilha do Severino perder o festival.

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Apenas uma dúvida ficou no ar, era quanto a apresentação da rival da Radio Farol, Juabp que ainda ia se apresentar no sábado. "É a única que pode derrotar a Farol", diziam os entendidos em Flor do Maracujá.

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Veio o sábado, e a Juabp realmente fez uma brilhante apresentação, aí o negócio ficou dividido uns apostavam na Rádio Farol outros na Juabp.

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Acontece que tinha uma outra turma que apostava ainda na Rosa Divina e na Rosa de Ouro, as tradicionais que encantaram o público.

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Não deu outra, quando os envelopes com as notas foram abertos, lá estava.

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Em Primeiro lugar a Rosa de Ouro e em segundo a Rosa Divina e aí foi que veio a Juabp, quarto lugar foi para a Roça é Nossa e em 5º lugar a Mocidade Junina a grande surpresa da XXVI Mostra.

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Pasmem senhores, a Rádio Farol ficou apenas com o 6º Lugar.

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A Rádio Farol não fez apenas uma apresentação, ela proporcionou ao público, que superlotou as arquibancadas e camarotes, um super espetáculo.

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Parecido com o que a Quadrilha do Severino fez no Flor do Maracujá, só os bumbás de Parintins (guardada as devidas proporções), super alegorias, indumentárias riquíssimas em detalhes e uma apresentação impecável.

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E o que faltou então para a quadrilha conquistar os jurados?

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Não faltou nada, ou melhor, faltou dizer aos jurados que a dança de quadrilha em Porto Velho evoluiu muito depois do surgimento da Rádio Farol.

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Faltou dizer à coordenação da Rádio Farol que alguns jurados selecionados pela professora Nazaré são conservadores.

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Ao ponto de não aceitar que se transforme a apresentação de uma quadrilha em desfile carnavalesco.

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Pelo menos foi isso que ouvi de um certo jurado.

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Outra quadrilha que não foi compreendida pelo mesmo jurado foi a Cabuletê.

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O comentário do dito jurado a respeito do marcador da Cabuletê foi que a fantasia do marcador estava mais par Rei Momo que para Marcador de Quadrilha junina.

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E assim o cacete foi comendo em quem ousou demais, na tentativa de transformar a dança de quadrilha em Porto Velho em verdadeira ópera como é o caso dos bois de Parintins.

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Não sei se os amigos lembram, nossa coluna vinha publicando uma pesquisa sobre as apresentações. Era o júri popular.

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E nosso júri popular dava como campeã a Quadrilha Rosa Divina seguida da Rosa de Ouro, Cabuletê e Roça é Nossa.

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A sabedoria popular errou apenas na posição, já quem ficou em 1º Lugar foi a Rosa de Ouro enquanto a Rosa Divina ficou em 2º e a Roça é Nossa em 4º.

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Quem assistiu às apresentações desses três grupos no Maracujá viu que nenhuma levou alegoria, foram dançar quadrilha, o mais que fizeram foi levar cenários que muito diferente de alegoria.

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A surpresa Mocidade Junina também se apresentou apenas com cenários e conquistou o 5º lugar ficando na frente da Rádio Farol.

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Fica a dúvida: o que foi que os jurados viram a JUABP e não viram na rádio farol, já que a quadrilha do Big ficou em 3º lugar!

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O que vai acontecer nas próximas edições do Flor do Maracujá.

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Os grupos vão continuar ousando, ou vão aderir a apresentação mais pro lado do tradicional.

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Devemos lembrar que tanto da Rosa de Ouro como a Rosa Divina e a Roça é Nossa fizeram uma super apresentação e foram aplaudidas pelo público.

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Porém, jamais conseguiram superar os aplausos dados à Rádio Farol.

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O negócio foi tão bonito que o governador e sua esposa dona Ivone desceram do camarote e foram parabenizar o Severino em plena "Arena".

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Por essas e outras é que os folcloristas devem sentar e analisar o que deve ser feito para que o Flor do Maracujá não volte a ser palco de apresentações de grupos de quadrilhas com roupa toda remendada.

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A Federação de Grupos Folclóricos – Federon deve realmente assumir a direção artística do Flor do Maracujá, enquanto o Regulamento for imposição da Coordenação oficial fatos como os que ocorreram na XXVI Mostra de Quadrilhas vão continuar acontecendo.

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No Boi-bumbá foi diferente, uma jurada beneficiou um grupo cujo o elemento principal da brincadeira ou do auto do boi não se apresentou.

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A barra do Boi Diamante Negro rasgou toda e o Amo Aluizio Guedes muito esperto solicitou que a iluminação do curral fosse apagada e com isso enganou uma das juradas que lhe deu dez quando na realidade não merecia essa nota.

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Com isso o Az de Ouro foi prejudicado e perdeu para o Diamante Negro por 4 décimos.

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Não podemos ficar sem registrar essa mancada da jurada.

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É como disse o presidente da Federon, Fernando, "temos que fazer uma prova com as pessoas convidados para julgar nossos grupos, se ela passar nessa provam estará apta a julgar nossos grupos. Do jeito que vai, não dá".

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Quem está feliz da vida é o Monteiro, afinal de contas ninguém defende tanto a tradicionalidade nas apresentações dos grupos de Quadrilha do que ele.

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O comentário dele domingo à noite: "Foi feita justiça".

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E a minha amiga Bebel, que não tem nada a ver com escolha de jurados, sofreu horrores com os insatisfeitos, principalmente dos grupos de Bois-Bumbás, a jovem foi "agredida" com palavras de baixo calão, isso não se faz, principalmente com quem não tem nada a ver com as mancadas dos jurados.

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Segundo deu pra notar, a turma tem medo de desabafar com a professora Nazaré e descarrega na Bebel.

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Agora temos que registrar o seguinte:

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Nada do que escrevi acima "empana" o brilho, a organização e beleza que foi a XXVI Mostra de Quadrilhas e Bois-bumbás do Flor do Maracujá.

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Esse negócio de reclamar de nota de jurado é comum.

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Até porque, as diretorias do grupos que achavam que ganhariam não reclamaram ou fizeram manifestação de protesto na noite de domingo.

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A premiação, assim como o Arraial como um todo, ocorreu na maior tranqüilidade.

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Isso prova que os grupos que pensavam que ganhariam, já começaram a repensar o modo de suas apresentações futuras.

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Vamos fazer o moderno preservando a tradição como fizeram as Rosas de Ouro e Divina.

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Ou vamos embarcar na nave espacial do planeta Xuxa?

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Por falar em Bumbá...

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Bumbá Caprichoso é o campeão do 42º Festival Folclórico de Parintins. O Boi levou à arena o tema "Eldorado é Aqui" e encantou o público durante as três noites da festa.

Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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