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Gente de Opinião

Silvio Santos

Zekatraca: Lenha na Fogueira 13/03/11



PROTESTO
 

As mágoas do carnaval

Os foliões José Monteiro, Luciana Oliveira e Oscar Knight fazem protesto

Nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que balança cai. O dito popular cai como uma luva, no meio carnavalesco. Principalmente daqueles que de uma forma ou de outra, foram prejudicados durante os desfiles dos blocos de trio e das escolas de samba. Hoje resolvemos publicar alguns artigos que nos foram enviados nos últimos dias. Dentre dezenas de escritos, optamos pelos artigos do carnavalesco Oscar Dias Knight “Titulo Manchado”, que discorda do título de campeã dado à escola de samba Os Diplomatas. Luciana Oliveira do Pirarucu do Madeira fala sobre a “Resistência do Carnaval Popular”, com ênfase a falta de respeito da Eletrobrás para com os blocos de trio elétrico. José Monteiro critica as bandas musicais dos blocos Galo da Meia Noite e Canto da Coruja que não tocaram as marchinhas tradicionais.

Por falta de espaço publicamos apenas parte do artigo do Oscar. Recomendamos a quem quiser ler o artigo completo que acesse os sites que publicam a coluna do Zekatraca.

Vamos às “Mágoas do Carnaval”.

 


 




 

De acordo com o leito Chico Macedo:

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“Para a DIPLOMATAS ter ganhado com os transtornos apresentados, as outras escolas deveriam estar muito ruins, ou então os jurados não foram imparciais, bem como a comissão de carnaval, que não descontou os pontos que deveriam estar previstos no regulamento do carnaval de 2011. Não podemos deixar de esquecer que o Presidente da FESEC foi colocado (IMPOSTO) pelo presidente da DIPLOMATAS” escreve Macedo.

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É por aí. Todos que estavam na passarela do samba viram o problema com o carro da escola de samba Os Diplomatas.

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Só quem não viu foram os julgadores dos quesitos. Harmonia, Evolução e Alegorias.

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Voltando ao carnaval de trio elétrico.

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Hoje acontece o desfile do bloco “Tô de Folga” com os PMs que trabalharam durante o carnaval brincando carnaval pra valer.

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Concentração do bloco começa as 16h00 no Campo Florestão - Av Jatuarana.

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Percurso: Sai as 20h00 Avenida Jatuarana seguindo até o Poliesportivo da Rua Jatuarana com rua Sucupira bairro Cohab..

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Será que a equipe da Eletrobrás vai chegar na hora, para levantar os fios para o bloco da Policia Militar passar?

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Por falar em falta de consideração para com os blocos de trio elétrico, leia o que a Luciana Oliveira do bloco Pirarucu do Madeira escreveu:

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A resistência do carnaval popular

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A Eletrobrás bem que tentou, mas não conseguiu estragar o carnaval de rua de Porto Velho. A folia chegou ao fim e temos memoráveis desfiles para comemorar, apesar do desserviço prestado pela empresa. Em praticamente todos os blocos houve atraso na chegada da equipe responsável por afastar os cabos da rede elétrica dos trios. Os mais vexatórios ocorreram no Galo da Meia noite que saiu 45 minutos após o programado e no Pirarucu do Madeira que se estendeu por dramáticas duas horas.

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Nos tradicionais Termos de Ajustamento de Conduta que forçosamente são celebrados entre os que promovem o carnaval e os órgãos fiscalizadores esqueceram de impor a Eletrobrás a obrigação de fazer o que lhe competia. Na verdade, o que a Eletrobrás devia fazer todo carnaval é erguer a fiação antes dos desfiles, pelo menos no circuito Caiari.

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O Pirarucu bravamente cumpriu parte do desfile e o prejuízo com banda e segurança foi superado com a alegria e compreensão dos foliões. É doloroso ver um bloco impedido de desfilar após tanto trabalho.

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O problema é que em Porto Velho os interesses andam na contramão. De um lado, os que resistem pela manutenção do carnaval popular e de outro, os que querem acabar com a folia momesca.

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Alguns promotores já sugeriram alterações bizarras aos blocos que se multiplicam a cada ano, felizmente.

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O mau exemplo parte justamente do órgão que deveria zelar pela defesa da ordem jurídica, sobretudo dos mandamentos constitucionais.

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O artigo 215 da CF/88 que garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e que impõe ao Estado apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais é flagrantemente ignorado.

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Digo isto porque já participei de indigestas reuniões com a promotoria da cidadania e ouvi propostas ridículas como mudar o trajeto de desfile dos blocos para facilitar o trabalho das polícias. A identidade cultural de blocos como a Coruja, o Galo da Meia Noite e o Pirarucu do Madeira pouco importou na avaliação da promotora naquela ocasião. A banda do Vai Quem Quer também teve seu desfile ameaçado porque tinha que assumir o bloqueio de vias com cones, grades e fitas, que sequer o comércio local é capaz de atender a demanda.

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Não fosse a resistência de alguns dirigentes de blocos e o clamor de mais de 100 mil foliões a BVQQ não tinha desfilado.

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No Rio de Janeiro mais de 450 blocos desfilaram e no Recife, só no sábado, dia do desfile do Galo da Madrugada que arrasta dois milhões de brincantes, saíram outros 70 blocos em Olinda.

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Sempre que podemos vamos ao carnaval do Recife. Não por falta de opção aqui, mas para constatar que é possível harmonizar a relação entre os órgãos fiscalizadores e os foliões em favor de um interesse maior que é o da preservação da cultura.

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Como dirigente do Pirarucu do Madeira, peço desculpas pelo desfile que como disse o presidente Segismundo “deu tudo errado, mas cumpriu sua finalidade de levar alegria ao povo”.

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Foi uma espécie de parto com fórceps, mas resta o sentimento de resistência que nos estimula a planejar o próximo desfile de graça, sem cordas e venda de camisetas. (*) A autora é jornalista



 

 TÍTULO MANCHADO

Vale a pena ser vilão???

Por Oscar Dias Knightz (*)

O jornalista Boris Casoy, âncora de um importante jornal de uma emissora da televisão brasileira, costuma utilizar o bordão “ISTO É UMA VERGONHA”, para expressar sua indignação contra as mazelas, falcatruas e absurdos cometidos em nosso país, pois bem farei uso dessa expressão para tornar público o meu descontentamento contra a balburdia, provocada pela turma do mal, que tomou conta do nosso carnaval.

Há um grupo de pessoas nefastas e desprezíveis, no meio carnavalesco, que faz de tudo para conquistar benefícios, tal e qual se fazia lá nos tempos milenares da antiga Grécia, Roma e Egito para se chegar ao poder, tais como, matar pai, mães, irmãos e outros parentescos. Essas pessoas, travestidos de bons moços são o que há de pior em se tratando de honestidade, decência e moral.

O título de carnaval assoberbado pela escola de samba “OS DIPLOMATAS”, da forma sacana, sínica e desleal não contribui em nada para a melhoria e a credibilidade do carnaval de rua de Porto Velho, notadamente no que diz respeito às escolas de samba, não enobrece e nem dignifica suas cores e sua história, muito pelo contrário, mancha e enlameia suas tradições, joga na vala da podridão algo que foi construído com muita luta e suor, amor e paixão pelos seus grandes baluartes, Eliezer Santos (Bola Sete), Leônidas O’Carol Chester, Roosevelt Pierre Maturim, Bizigudo, Pelado, D, Porfiria, Bainha, o próprio Cabeleira e tantos outros.

Eu estava lá nos camarotes, como tantas outras pessoas, na segunda-feira de carnaval e vimos quando o último carro da escola de samba “Os Diplomatas” quebrou, exatamente bem à frente dos camarotes, local onde a maioria do corpo de jurados se encontrava. O acidente causou um tremendo alvoroço, correria e desespero por parte de seus brincantes e diretores. A ala que estava à frente desse carro foi-se embora abrindo um buraco de mais de 70 metros, duas outras alas ficou atrás sem poder passar, além da bateria que estava no local do recuo. Como não havia força suficiente para retirar o carro quebrado o jeito foi contar, além dos diretores e empurradores, com policiais, bombeiros e até componentes da bateria. O carro precisou ser empurrado para trás por aproxidamente uns 20 metros, a bateria teve que fazer uma volta por trás da alegoria quebrada e as duas alas que se encontravam ainda atrás tiveram que sair espremida pelo carro e a lateral das paredes dos camarotes. A cena foi triste.

O que ocorreu no desfile dos Diplomatas, com a citada alegoria em qualquer lugar do país que se faça carnaval de escola de samba, no mínimo, teria prejudicado 03 quesitos de julgamentos: Harmonia, Evolução e Enredo. Vamos à análise de acordo com o Manual de Critérios de Julgamentos dos Quesitos, distribuídos aos capacitados e competentes jurados, pela FESEC – Federação das Escolas de Samba de Porto Velho.

(*) O autor é carnavalesco e compositor de samba enredo


ARTIGO

As marchinhas que fazem falta

Por José Monteiro (*)

O carnaval de Porto Velho, versão 2011, chegou ao fim. A cidade, em todo o seu quadrilátero, caiu na folia e festejou in tensamente o reinado de momo. Em qualquer canto, seja nos lugares mais periféricos, havia uma manifestação, uma comemoração num bar, um anônimo fantasiado ou uma buzinada de veículos reforçada pelos gritos altissonantes de seus passageiros. O êxtase foi geral e, como versa a marchinha da banda, “a emoção tomou conta.”

O pêndulo desse artigo recai para um segmento , hoje muito apreciado pelos polivalentes foliões: os blocos de rua e os seus trepidantes trios elétricos. Em alta por aqui, conquistam mais admiradores e seus cortejos aumentam a cada ano, engrossados pelos personalizados brincantes do interior da corda e pelos chamados “pipoqueiros”. Mais abadás e camisetas são produzidos, mais ensaios geram fontes de renda e bandas musicais mais aparelhadas somam-se na montagem de uma estrutura, já considerada empresarial. Esses componentes são resultantes de um novo jeito de produzir a cultura do carnaval e de levar os que gostam a “cair” na folia. Tudo certo.

Mesmo com o sustento desses suportes se verificam falhas na organização, compreendidas a partir do horário da saída dos blocos e, precipuamente, no desempenho musical. Quanto desacerto e tamanha falta de comprometimento com os valores culturais, especialmente no que se refere ao repertório que, num momento de pura magia, nos transporta a um mundo de fantasia. É um pecado preterir as marchinhas, os frevos e as marchas ranchos para desfraldar um repertório musical consumista, apelativo e não conectado com o propósito da época. Creio, não há dúvida, ser um problema de gestão, adicionado à falta de pesquisa no campo da música característica do período carnavalesco.

As diretorias dos blocos se encastelam na defesa da ausência de um repertório que possa preencher o tempo do desfile, compreendido entre quatro a cinco horas. Não é verdade. A Banda Do Vai Quem Quer, os blocos Calixto e Pirarucu do Madeira mostraram uma opção ingente de valores musicais que podem ocupar esse espaço temporal e compor um desfile mais homogêneo, portanto irrepreensível. O problema tem sido recorrente e, a cada ano, o solapamento da nossa tradição está sendo verificada.

Aos saudosistas, sobretudo aos incansáveis abnegados pela preservação dos valores tradicionais, seja em qualquer esfera, resta continuar esperando que o “deus” Baco, açulado por tamanha negligência com a cultura carnavalesca, possa promover um novo olhar e uma nova concepção dos desfiles de rua, hoje tão apreciados por quem gosta de ver um bom bloco passar. Isso significa repaginar o conceito.

Bem, o carnaval deste ano, acabou. O Galo da Meia Noite continua lutando com a Banda Carijó (seu principal adversário). Volta para o poleiro, vai refazer as forças e afiar os esporões para o ano que vem; as águas do Rio Kaiary estavam turbulentas e os foliões não puderam nadar na avenida. Faltou competência; A Coruja voltou para dormir em alhures. Vai afinar o canto para soltá-lo, altissonante, no próximo carnaval; o Pirarucu retornou a algum lugar do Rio Madeira. Nadou lento no seu percurso, porém o seu propósito musical foi irrepreensível; na Banda do Vai Quem Quer, o supremo bloco, foi todo mundo. Só não foi o “seu” Manelão.

Quanto a nós, inebriados foliões, embalados loucamente nos braços da folia, é hora de recompor as forças, guardar a fantasia, retomar a rotina e voltar à outra realidade que nos espera.

(*) O autor é Jornalista, escritor e folclorista.

 

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Fonte: Sílvio Santos - zekatracasantos@gmail.com

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