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Gente de Opinião

Silvio Santos

Zekatraca - Lenha na Fogueira


Nunca vi uma cidade mais sem sorte que a nossa Porto Velho.

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Estou me referindo a sorte na área cultural ou de patrimônio histórico.

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Sempre estamos assistindo a série Viagem pela Amazônia pelo canal AmazonSat e de vez em quando, surgem matérias sobre algum monumento histórico de alguma cidade dessa nossa imensa região.

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Dia desses foi a vez do Forte de Macapá o Forte de São José.

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Outra vez foi sobre o Ver-O-Peso e o Forte do Castelo em Belém

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Isso sem falar nas Docas também em Belém,

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O teatro Amazonas e outros monumentos históricos.

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Tudo bonitinho, revitalizado como é o caso do Forte de Macapá.

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Em Porto Velho, o complexo da Madeira Mamoré está totalmente abandonado.

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Isso para não entrar em detalhes.

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Aqui temos um museu jogado às traças.

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As locomotivas enferrujando.

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A praça na completa escuridão.

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Santo Antônio nem se fala.

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O prédio onde funcionou a sede da Prefeitura Municipal a Câmara e até o Corpo de Bombeiros totalmente abandonado.

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O Mercado Municipal em ruínas.

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Até o pobre do "Velho Pimentel" que deveria merecer uma está na praça da Madeira Mamoré é renegado por um bocado de supostos "estoriadores", é sem "H" mesmo porque os que eles não sabem contar nem suas próprias histórias.

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Se nos reportamos ao estado de Rondônia,

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Vamos encontrar o Forte Príncipe da Beira totalmente abandonado apesar de abrigar um batalhão militar.

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A Estrada de Ferro cujo inicio da construção completa 100 anos no dia 4 de julho não presta mais pra nada.

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Não preste porque ninguém se preocupa com o seu acervo.

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Tudo em Rondônia em se falando de patrimônio histórico é relegado a terceiro ou até quinto plano.

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Ninguém se preocupa em preservar nada.

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Estamos propensos a nos transformarmos em moradores de uma cidade sem memória.

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Com certeza estamos caminhando para isso.

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A praça Rondon virou raça do Baú e a filosofia dos responsáveis pela nossa cidade é que o nome se tornou popular.

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Ora amigos, é o mesmo que adotarem o apelido de uma pessoa como nome e depois dizer que o nome próprio não serve pra nada.

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Enquanto os acreanos festejam a preservação da historia da conquista do seu território.

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Rondônia não tem nada a festejar.

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Aliás o palácio do governo do estado do Acre foi transformado em Centro Cultural com museu do áudio e outras histórias mais.

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E em Porto Velho o que temos para apreciar.

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Temos os noiados fumando mela no galpão das oficinas da Madeira Mamoré.

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Temos a meninas de programa mal programadas, transando com qualquer desesperado sexual, nas ruínas dos vagões da Madeira Mamoré.

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Temos o esforço do professor Emanuel contando a história do Forte Príncipe da Beira no Forte Príncipe da Beira.

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Enquanto os demais estados faturam uma grana explorando turisticamente seus monumentos históricos.

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Rondônia perde uma grana escondendo dos turistas seus monumentos históricos

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Acontece que no Amapá o governador e o prefeito de Macapá são amapaenses.

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No Amazonas o governador e o prefeito de Manaus são amazonenses.

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Em Roraima o governador e o prefeito de Boa Vista são roraimense (macuxi) nato.

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No Acre tanto o governador como o prefeito de Rio Branco são acreanos.

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No Pará tanto o governador como o prefeito de Belém são paraenses.

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Os secretários de cultura de todos esses estados nasceram no estado.

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Em Rondônia o único prefeito que é filho da terra é o de Guajará Mirim e

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Por coincidência o Festival Folclórico de lá é considerado dos melhores.

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Os demais vieram de outros estados com apenas um objetivo, ganhar dinheiro e retornar aos seus estados de origem.

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Só para se fazer uma comparaçãozinha.

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O governador é catarinense, o prefeito paulista, o secretário de cultura pernambucano e o outro boliviano.

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Quer saber onde vamos parar?

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Nas usinas do Madeira!

Fonte: zekatraca@diariodaamazonia.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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