Terça-feira, 26 de agosto de 2008 - 06h17
O tempo e as jabuticabas (Rubem Alves)
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
(Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.)
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
A Taba do Cacique, última referência boêmia da cidade de Porto Velho, virou cinza.
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Carmênio Barroso, criador da Taba estava desolado, vendo o fogo destruir, aquela que foi a maior e mais freqüentada casa de eventos de nossa cidade.
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A Taba do Cacique nasceu, graças à perseguição sofrida pelo seu idealizador Carmênio Barroso, pelo comando da Revolução Militar em Rondônia.
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Carmênio, que era bancário do Banco do Brasil, havia sido convidado para exercer a função de secretário-geral (uma espécie de vice-prefeito), da prefeitura de Porto Velho, estava no exercício do cargo na ausência do prefeito...
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Preso pelo comando da Revolução, Carmênio perdeu o emprego do Banco e o cargo de "vice-prefeito".
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Sem ter de onde tirar o sustento para sua família...
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Resolveu abrir um restaurante.
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E foi então que teve a idéia de colocar em funcionamento o Restaurante "Taba do Cacique", construído com material rústico como palha de Caranaí, paredes com Bambu, e abajour de casco de tartaruga
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Vejam que escrevi restaurante.
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Naquele tempo, Porto Velho era carente de ambientes para a realização de encontros da alta sociedade, dos chamado "Categas"
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O que tinha era o restaurante do Porto Velho Hotel; O Almanara; Café Santos e, se não me engano o restaurante Tóquio especializado em comida japonesa.
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Carmênio teve a grande sacada de inaugurar um restaurante para atender os grandes jantares promovidos pelo Rotary e Lion Club.
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Acontece que com o tempo Carmênio passou a abrir o restaurante para a sociedade em geral.
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E após os jantares, ficavam grupos batendo papo e bebericando até altas horas.
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Naquele tempo, as casas de prostituição fechavam por volta de meia-noite.
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Em conseqüência disso, as mulheres (prostitutas) e os boêmios de um modo geral, não tinham para onde ir.
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Como a Taba costumava ficar aberta até mais tarde, tanto os boêmios como as prostitutas iam até lá, alegando que iam apenas jantar.
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Só que esses jantares se prolongavam até alta madrugada.
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Com a presença dos notívagos, o que passou a tocar foi Waldik Soriano; Silvinho; Altemar Dutra; Claudia Barroso; e outros menos votados.
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Não existia a música chamada "Brega".
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Mas, as consideradas da elite eram a Bossa Nova, o Fox Trote e Boleros cantados por Bienvenido Granda; Nat Kig Cole, Ray Coniffer.
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A música mais popular, era como se fosse o forró que toca nas rádios nos dias de hoje, era o Mambo ou a Rumba
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E quando dava 2h da madrugada, a gandaia começava, com casais dançando Mambo e Rumba.
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Era um esfrega-esfrega que não "passava nem mosquito".
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Com a presença das prostituas, as madames foram se afastando.
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A Taba deixou de ser a referência dos grandes eventos sociais da cidade...
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E passou definitivamente para sua melhor fase.
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Pois passou a ser o reduto dos boêmios de Porto Velho e de quem visitava a cidade.
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Por algum tempo Carmênio se ausentou da gerência da casa.
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Foi para sua terra natal, o Ceará.
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Mas, a Taba continuou sob a coordenação do Ferreira e depois do Cícero Cabeça de Pato.
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No tempo do Ferreira o padrão Carmênio foi seguido, mas com o Cícero o nível baixou de vez.
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Já que ele pegou o auge do Garimpo de Ouro e a cidade fervilhava de garimpeiros, secos por pegar uma boa mulher e sem pena de gastar dinheiro.
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Carmênio voltou e reassumiu o comando da casa.
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Em virtude do fechamento dos "puteiros" em Porto Velho, a Taba definhou.
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Recentemente, abria apenas para abrigar shows culturais, como o Cinco e Meia e outros eventos como exposições de fotografias.
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Na realidade, ultimamente a Taba servia como palco dos amantes do futebol que iam para lá assistir aos jogos de futebol dos seus times preferidos via Satélite.
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