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Gente de Opinião

Silvio Santos

Zekatraca - Lenha na Fogueira 29/01/09


 

Remontando o Samba de Rua 
por José Monteiro (*)        

                                               
O carnaval de rua de Porto Velho, especificamente o desfile das escolas de samba, já não respira com tanta dificuldade. Portanto, há algum tempo, o mesmo tem dado sinais de sobrevida com a conseqüente saída da asfixia total. Um bom e salutar indício para quem, em tempos áureos, foi cantado em verso e prosa como o melhor carnaval da região Norte. Para alguns, o quarto do Brasil; mais que isso: uma manifestação cultural, de caráter popular, que nos enchia de orgulho. Afinal, produzir tamanho espetáculo, sem tantos recursos técnicos e financeiros nesse recôndito de “meu Deus”,  era o testemunho cabal do talento dos nossos produtores carnavalescos.            
       
Num tempo colorido em que às tonalidades personificavam-se nas criativas fantasias, nos sambas de enredo melodicamente bem compostos e enredos inteligentes com sinopses bem desenvolvidas, não havia absolutamente nada que pudesse contrapor-se ao sucesso. A composição de todos os valores, agregados ao senso comum dos produtores, brincantes e carnavalescos, formava um mosaico de rara beleza. Os nossos corações disparavam com o rufar da bateria lá, na concentração, e com o altissonante “grito de guerra” do intérprete do samba preparando a torcida para o garboso desfile de sua escola preferida.

Tudo pronto. O desfile vai começar! Foi dada a partida e lá vem a diplomatas do samba e a pobres do caiari arrancando o frenético aplauso de suas fanáticas torcidas. Da concentração e permeando as arquibancadas, ambas eram protagonistas de carnavais ainda inolvidáveis. Escreveram a história dos antológicos desfiles, conquanto há que se grifar os poucos capítulos escritos pela escola de samba castanheira e seus campeonatos inquestionáveis.

A vida é cíclica e o tempo passa. Não só passa, como se encarrega de deixar marcas, certamente saudosistas ou não. Especificamente nesse caso ficamos órfãos, por um bom tempo, de belas fantasias, de carros alegóricos retocados de arte, de desfiles empolgantes, enfim, ficamos vivendo um tempo de expectativa. O sonho de remontar os carnavais de antigamente  continuou indelével em todos nós que amamos a poesia e a arte das escolas de samba.   

Estamos vivendo um novo momento em que um punhado de diferentes situações possibilita a retomada de um novo empreendimento. A reboque do apoio oficial, tanto nas esferas estadual e municipal, as agremiações carnavalescas se organizam mais, se representam em uma instituição maior e buscam outras fontes de patrocínio para o custeio dos  seus desfiles. Enfim, começam a entender que é só por meio dessa avenida que na  avenida o resultado aparece.

Há que se ressaltar a ausência de caiari e castanheira. Os ânimos estão arrefecidos por lá e os seus barracões há tempo silenciaram. Em que pese todos os empecilhos, temos que fazer um coro uníssono de reconhecimento à postura perseverante da diplomatas. A vermelho e branco continuou desfraldando, de forma tenaz,  o estandarte do nosso samba, ao lado de outras agremiações que aí estão e que precisam buscar seus espaços e escrever suas histórias. Isso não lhe exime das críticas dos acanhados carnavais dos últimos anos. Talvez lhe faltasse os valores que hoje se apresentam como um  novo diferencial.

Valeu a pena continuar sonhando! Mais ainda; valeu a pena acreditar que somos competentes e intrépidos, capazes de  resgatar um capítulo quase ilegível da nossa história. Nos resta somente buscar outros comportamentos, rever novos conceitos e execrar o amadorismo. No mais é ir prá avenida, entregar-se ao reinado de momo,tomar um “porre” de felicidade e reverenciar Sua Excelência, o Samba. 

(*) o autor é escritor, folclorista e Acadêmico do 7º período                                                                                        de  jornalismo da Uniron.



  

Por falar em carnaval de 1985!

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Não foi só o resultado que foi tumultuado não.

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A disputa particular, entre os sambas enredos das escolas Diplomatas do Samba e Pobres do Caiari não foi mole.

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Vamos primeiro contar como nasceu o enredo “Ceará, Lendas e Crenças” da Caiari.

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No carnaval de 1984, em virtude do samba enredo ser considerado plágio, a Pobres do Caiari perdeu para a Diplomatas.

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O samba da Caiari daquele ano, foi composto pela dupla, Sandro Barcelar & Cascão.

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E o Samba da Diplomatas foi feito pelo Ernesto Melo.

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Acontece que desde meados de 1983, o Flávio Daniel estava pesquisando sobre o folclore nordestina com a intensão de colocar como enredo da Caiari no carnaval de 1985.

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Com a desclassificação do samba do Cascão e do Sandro em 1984 a diretoria da escola ficou cabreira com a realização de concurso para escolher o samba enredo, já que o samba daquele ano, havia sido escolhido através de concurso e deu no que deu!

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Justamente no sábado que não lembro, se de janeiro ou fevereiro 1984, eu Silvio Santos e o Manelão fomos ao aniversário do João Otávio Pinto e lá pedimos que ele nos apresentasse o empresário Chagas Neto

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Feita as apresentações, convidamos o Chagas para integrar a escola de samba Pobres do Caiari e ele aceitou de pronto.

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O nome do Chagas foi levado a Dona Marize e ela aprovou.

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Foi então que o Chagas Neto foi empossado presidente de honra da Pobres do Caiari e fez uma grande revolução (para o bem), no carnaval de Porto Velho

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Mesmo com a escola sendo derrotada, ele marcou um churrasco para festejar sua posse, no banho do Cezar Zoghbi (hoje Tênis Clube).

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Como eu já estava trabalhando um samba sobre o tema Folclore Nordestino – Pesquisa do Flávio Daniel.

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E até porque, tão logo terminou o carnaval e a escola perdeu dona Marize me chamou e disse que o samba do próximo carnaval seria meu, garantindo que não teria concurso.

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Bom! Como eu estava acompanhando as pesquisas do Flávio comecei na esboçar a letra do que seria o samba enredo da escola no carnaval de 85.

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Naquele churrasco oferecido pelo Chagas Neto, peguei o microfone do carro de som e anunciei que iria cantar, o que poderia vir a ser o refrão do samba enredo da escola no carnaval de 1985

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E cantei: E o violeiro, que é poeta nato/Tira mote fácil/sobre causos do sertão/E conta histórias/De vaquejada e vaqueiro/De jangadeiro e do padre Ciço Romão...

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Logo depois, a professora Marize convocou o Flávio Daniel para uma reunião e ali ficou decidido que o tema pesquisado por ele seria o enredo da escola.

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Depois de alguns dias, em nova reunião, desta feita já com a presença do João Otávio Pinto que a época era o carnavalesco da Caiari.

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Dona Marize justificando que o Chagas Neto era Cearense, mudou o nome do tema para “Ceará Lendas e Crenças” que ficou mais conhecido como Ceará de Iracema.

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Nessas alturas o Daniel não gostou e deixou de freqüentar as reuniões da Comissão de Carnaval e eu sempre o alertava.

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Se você não abrir o olho, até a autoria do tema você vai perder.

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Não deu outra. Dona Marize e o João Pinto praticamente tomaram conta do tema, após fazerem algumas modificações e o nome do Flavio Daniel sumiu da planilha de trabalho.

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Nessas alturas o Chagas Neto já dava as ordens na escola e mandou me chamar juntamente com o Babá e oficializou a encomenda do samba, prometendo que não iríamos disputar com ninguém.

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Fizemos o samba e convidamos o violonista Haroldo Dori para fazer a harmonia.

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Em setembro de 1984, Babá e Hiran Brito foram ao Rio de Janeiro gravar o samba enredo da escola de samba Pobres do Caiari.

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A produção foi do Laila e do Rivaldo Santos os mesmos produtores do disco com os sambas enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro, inclusive os músicos foram os mesmos que também gravavam os sambas do Rio.

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No final de setembro ao desembarcar no aeroporto de Porto Velho com a fita cassete com o samba.

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Estava no aeroporto o Heitor Costa e o Carlos Henrique (Lingüiça).

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Ao verem a turma da escola Pobres do Caiari fazendo o maior alvoroço na área de desembarque, chegaram perto para ver o que estava acontecendo.

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Ao se aproximarem ouviram o samba sendo tocado num toca fita que alguém havia levado e o Hiran Brito e o Babá sendo parabenizados pela bela produção.

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Não deu outra, os dois diretores da Diplomatas que estavam embarcando para Brasília, resolveram esticar a viagem até o Rio de Janeiro.

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E no Rio de Janeiro entraram em contato com o compositor Davi Correia e encomendaram o samba sobre o enredo.

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Pássaro de Fogo – As Minas de Urucumacuã.

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A historia dessa composição eu conto amanhã!


Carnaval

Galo da Meia Noite
escolhe rainha

Os ensaios do Galo da Meia Noite acontecem todos os sábados


A Sociedade Cultural Galo da Meia-Noite, realiza neste sábado, 31, sua 4ª Pré-Carnavalesca, no seu famoso "terreiro". Na oportunidade vai acontecr o concurso que vai eleger a Musa e a Rainha do Bloco para o carnaval de 2009.

Este concurso tem a assinatura da Diretora do Bloco e Promoter Consola Frota, expert nesse assunto, que promete: "pisarão na passarela e no terreiro do Galo, 10 lindas meninas, que farão o público delirar". A Rainha e Musa do Galo 2009, receberaõ entre outros prêmios o direito de subir no trio elétrico principal do Galo em seu desfile oficial de 19 de Fevereiro.

Os ensaios dos Galo da Meia Noite leva dezenas de foliões a Rua Rogério Weber todos os sábados que ao som da Banda Carijó se esbaldam brindando carnaval das 18 até às 23 horas.

O Galo da Meia Noite vai desfilar no dia 19 de fevereiro homenageando o Genarl da Banda com o tema “Seu Manelão que Quero Mais um Dia”. Os kits fabntasias já estão a venda na sede do bloco que fica à Rua Rogério Weber no bairro Caiari ao preço de R$ 50. Ao adquir o kit fantasia o folião recebe um cupom que deverá ser preenchido e colocado na urna que está na sede do bloco até o dia 7 de fevereiro. Quem colocar o cumpom na urna até o dia 7 de feverio vai concorrer aos seguintes prêmios: Uma moto Suzuky 125; Um computador; Uma TV 29”; Uma Câmera fotográfica digital; Um aparelho DVD Player.

A diretoria do bloco aproveita para alertar os compositores que deixem com o produtor musical Alkbal Sodré, uma cópia digitada da letra da de sua música para o carnaval 2009 ou enviem pelo email galo@galodameianoite.com.br

“Aos compositores que já gravaram em anos anteriores Marchinhas para o Galo, favor enviar também. a letra de sua composição antiga para o endereço acima”. A diretoria musical do bloco informa que esta catalogando todas as músicas do Galo, com suas respectivas letras, para gravação via Funarte. “O compositor que não enviar o material solicitado, fica subentendido que não tem interesse em participar deste projeto”, disse Edson Caula.

Fonte: Sílvio Santos / www.gentedeopiniao.com
zekatracasantos@gmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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